Fanfic: O segredo de Jessie Halley
Como assim FBI? Aquela mulher não podia ser do FBI. O que ela queria na minha casa? Será que meus pais tinham aprontado alguma e eu não sabia? Não, isso era impossível. A tal Carmem entrou em casa e começou a falar:
-Bom, eu prometi e eu vim! Demorou um pouquinho mais eu vim! Era para eu ter vindo ano passado, mas o FBI teve uns problemas. Enfim, a Jessie parece um pouco confusa, vocês conversaram com ela né?
- Alguém pode me explicar o que está acontecendo? Por que tem uma agente do FBI aqui? O que vocês tinham que conversar comigo? – Eu estava falando quase gaguejando; estava confusa com o que estava acontecendo.
- Carmem, por favor. – Meu pai disse com um ar nervoso – Nós só queremos proteger ela!
- Por que ninguém responde minhas perguntas? – Gritei nervosa.
Todos pararam e me olharam. Carmem me encarou seriamente e disse:
- Seus pais são ex-agentes do FBI, e agora, vim te recrutar para o departamento adolescente. Pelo jeito lês não te falaram nada, estou certa?
- Pai, mãe, é verdade?
Meus pais abaixaram a cabeça, estava bem nítido o rosto culpado deles. Meu pai veio em minha direção, me abraçou e disse:
-Nós só queríamos te proteger filha.
Eu estava nervosa, com raiva, irritada. Aquilo parecia um sonho. Quando me dei conta, tinha lágrimas saindo do meu rosto.
- Por quê? Por que vocês não me contaram nada disso?
- Filha, - minha mãe disse coma voz serena – nos achamos que se mantivéssemos você longe desse passado, nada de ruim aconteceria com você. Nos mudamos de cidade e fizemos de tudo para Carmem não vir te recrutar.
-Mas esse era o destino da filha de nosso melhore agentes. – disse Carmem.
- EX agentes! – corrigiu meu pai.
Aquilo tudo estava me deixando confusa. Seria verdade tudo aquilo?
- Destino? Recrutamento?
Carmem foi andando em minha direção e começou a me explicar:
-Existe um departamento do FBI aonde filhos de agentes e ex-agentes são recrutados para trabalhar no FBI. São adolescentes entre 15 e 20 anos que são treinados para cumprir algumas missões. A maioria deles tem um talento excepcional. Mas nenhum é como você. Por isso, preciso que você venha comigo para o centro de treinamento.
- Você não pode me obrigar a ir!
- Você tem razão Jessie. – disse Carmem me encarando – Porém, se você não vir, ficará em divida com o governo. Não vai poder estudar em escolas e em faculdades publicas. Não vai poder tirar passaporte e muito menos sair do país. Além de que você não poderá ter empregos em cargos públicos. São 3 meses de treinamento, depois disso, você pode escolher entre entrar ou não para o FBI.
Eu estava de boca aberta. Era impossível estar acontecendo isso comigo. Ontem eu era a garota problemática com uma família feliz. Hoje, estou prestes a entrar pro FBI! Isso não faz sentido! Na verdade, nada do que está acontecendo faz sentido. Eu estava muito nervosa e irritada. Não sabia o que fazer, então, simplesmente sai correndo e entrei no meu quarto. Lá, eu coloquei meu rosto em um travesseiro e comecei a gritar de ódio!
Depois de uns 5 minutos, minha mãe entrou no quarto. Enxuguei as poucas lágrimas que tinham no meu rosto e disse:
- Oi mãe.
- Oi filha. Me desculpe por tudo. Eu e o seu pai só queríamos evitar que isso acontecesse um dia. Devíamos ter contado a verdade pra você!
-Tudo bem mãe... Eu sei que vocês tentaram evitar o pior.
Eu deitei no colo da minha mãe. Parecia um bebe; desprotegido, que só queria se sentir seguro. Ficamos em silencio.
- Eu e seu pai nos conhecemos em uma missão no Japão. Nós estávamos procurando o chefe do mercado negro japonês. Depois dessa missão, começamos a trabalhar juntos e não demorou muito para nos apaixonarmos. Depois que nos casamos, continuamos trabalhando juntos durante cerca de 4 anos. Foi quando eu descobri que estava grávida de você. Era muito perigoso ter país que trabalham para o FBI. Um bandido podia te sequestrar para se vingar ou coisa pior. Resolvemos nos demitir, mas Carmem avisou que quando você completasse a idade, ela iria te recrutar para o FBI. Nós achamos que se sumíssemos ela não iria nos procurar. Seu pai ainda tinha medo do passado, então quando completou 8 anos, ele começou a treinar você para que fosse capaz de se defender sozinha, sem nenhuma chance de se machucar. Foi ai que percebemos que você levava jeito pra coisa. E pelo jeito, Carmem também percebeu isso. O treinamento não é muito diferente do que você esta acostumada, ele dura 3 meses, mas você não é obrigada a ir e...
- Mãe, esse é o meu destino. Ele estava traçado desde que eu nasci. E eu não sou o tipo de garota que foge do seu destino.
- Jessie, Jessie... Eu sou sua mãe, e eu sei que você não mudou de ideia por causa do seu “destino”. O que foi?
- Eu não vou sujar o nome dos meus pais. Se eles eram os melhores agentes, eu vou ser a melhor! Vou ficar os 3 meses lá e depois volto pra casa. Eu estou preparada para honrar nosso nome!
Minha mãe me deu um abraço forte. Ela começou a chorar e disse:
- Filha, eu estou tão orgulhosa de você!
- Brigado mãe! Agora, pega a minha mala preta para mim arrumas minhas coisas.
Minha mãe saiu do quarto e trouxe a mala para mim. Comecei a arrumar minhas coisas. Será que era real? Tudo que estava acontecendo era real? Eu não queria mesmo ir pra lá, mas isso podia sujar o nome da nossa família. Meus pais eram os melhores agentes, o mínimo que eu posso fazer e honrar seus nomes!
Eu comecei a me trocar e quando percebi, estava parecendo uma gótica, toda de preto. Uma regata lisa e preta, uma legging preta e um coturno. Fiz um rabo de cavalo rápido e passei um lápis no olho. Tinha que ao menos causar uma boa impressão, já que se for depender do meu jeito, todo mundo vai me odiar!
Desci as escadas com a mala na mão. Quando eu olhei na sala, um garoto de uns 18 anos estava parado do lado de Carmem. Ele era alto, moreno e tinha os olhos claros. Ele era meio forte, nada exagerado. Até que ele era bonitinho.
-Quem é esse ai? – perguntei.
- Esse é David. Como você é a única novata, vai dividir o quarto com ele e ele vai treinar você até chegar ao nível dos outros.
Ele olhou pra baixo, levantou a cabeça e olho dentro dos meus olhos. Ele deu uma risadinha e olhou para o chão. Era impressão minha ou aquele garoto tava tirando sarro de mim? Apertei a alça da mala de raiva.
- Se despeça dos seus pais Jessie, estamos atrasados! – Carmem disse.
Meu pai veio e me abraçou. Ele disse me apertando:
- Estou tão orgulhoso de você filha! Se precisar, sua arma favorita está no fundo falso da sua bolsa.
-Pai! – disse dando um soquinho no ombro dele – Te amo!
- Eu também filha...
Olhei para minha mãe, abracei ela e disse:
- Tchau mãe, se cuida! E cuida muito bem do papai também!
- Pode deixar filha!
Carmem interrompeu a despedida e disse:
- Muito bem, o carro está nos esperando, vamos Jessie?
-Claro.
Sai pela porta da frente e olhei minha casa. É... Eu ia sentir falta dela. Entrei em um carro preto parado na frente de casa e sentei com o David no banco de trás. Minha vida ia mudar, mas seria pra melhor ou pra pior?
Autor(a): beatriz_sayuri
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Chegamos ao centro de treinamento do FBI. O lugar era enorme! Tinha várias quadras, pistas de atletismo, salas de treinamento de tiro, uma floresta artificial, enfim, tudo que dá pra imaginar. Paramos em frente aos dormitórios e meio intrigada resolvi perguntar: ...
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