Fanfics Brasil - Thousand Years

Fanfic: Thousand Years | Tema: Dulce Maria


Capítulo: 1? Capítulo

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- Não me interessa, Otávio! – Grita Christopher, batendo o punho em sua mesa de vidro, visivelmente irritado. – Avise os seguranças, a portaria, o raio que o parta.


- Mas, Chris...


- É uma decisão minha e já está tomada. – Nesse mesmo instante a porta da sala se abre. Correndo, um pouco ofegante, Maite invade o cômodo com as mãos no peito.


- Chris! Chris! Ela chegou! – Ela estava afoita, esbaforida enquanto o semblante de Christopher variava de alívio, raiva e felicidade. – Estão em casa até onde eu sei, não tenho muita certeza.


 


Sem pensar duas vezes Chris agarrou seu blazer pendurado na cadeira, celular, carteira, chave do carro. Mil e uma coisas se passavam em sua cabeça, fazia exatamente um ano, dois meses e vinte e dois dias. Ele contava os minutos, dia após dia. Tinha que ser forte, agüentar firme. Tentava pensar no que ia dizer, como ia reagir e aquele sorriso dominava sua mente. Imaginava se ele ainda continuava o mesmo. Dirigir do escritório para casa parecia um caminho interminável e assim que entrou no elevador, seu coração disparou. Décimo segundo andar e seu estomago dava voltas cada vez que subia. Apertou a campainha uma, duas, três vezes, insistentemente.


 


- Chris! – Alexandra abriu a porta com um sorriso no rosto. Ele nem cumprimentou a mãe, entrou correndo e a viu ali, encostada na varanda, admirando o mar a sua frente. Seu cabelo liso, com pequenas ondulações na ponta, voavam com a brisa do mar. Os olhos de Christopher encheram d’água e não tinha mais como controlar a emoção. Sentiu-se rendido, totalmente vulnerável, principalmente quando ela virou e o viu ali. Seu peito se comprimiu de incerteza.


 


- Papai? – Perguntou a menininha para felicidade de Chris que já não tinha certeza se depois de tanto tempo ela ainda lembraria dele. Ele abriu os braços pra que ela corresse e pulasse em seu colo. Christopher fechou os olhos apertando a pequena criança em seu peito. Não queria soltá-la. Não queria sair de perto dela nunca mais, não queria nem soltá-la de seu abraço. – Solta! – Ela tentava se esquivar – Cê ta choiando? – Ele sorriu enxugando as lágrimas.


- Não, meu amor. Papai sentiu sua falta. – A menina sorriu como se entendesse o que aquilo significava no auge dos seus três, quase quatro anos. – Você ta bem?


- Tá bem. – Ela respondeu e ele sorriu. – Eu voei de avão! De avão, papai! – Alexandra riu.


- Ela só fala nisso desde que chegou. Como você está, filho? – Os olhos de Christopher percorriam a sala, o corredor, a varanda. Buscava algum sinal, alguma pista. – Ela chegou e saiu.


- Quem? – Perguntou ele.


- Não se faça de bobo, Christopher, sou sua mãe, te conheço. – Ele deu de ombros.


- Eu tenho que ir, tinha uma reunião marcada há vinte minutos atrás, mas larguei tudo pra vê-la. – Ele pegou a menina no colo mais uma vez. – Mas assim que eu terminar lá, venho correndo ficar com a senhorita.


- Eu comi bala no avão!


 


Christopher sorriu e beijou a testa da filha, suspirando aliviado. Por muito tempo teve medo de que nunca faria isso outra vez. Desceu para seu carro e pegou o caminho de volta para o escritório. Parecia um pouco tenso, preocupado, meio aflito. Entrou no estacionamento e dirigiu-se até sua vaga que para sua surpresa ou nem tanto estava ocupada. Trincou os dentes sentindo o sangue subir à cabeça, de repente tudo fervia e ele se sentia como um touro. Estacionou no primeiro lugar que encontrou e correu para o elevador enquanto resmungava consigo mesmo.


 


- O que foi que eu te falei, Otávio? – Gritou Christopher enquanto passava pela recepção de seu andar. Ele suava, visivelmente alterado e extremamente irritado.


- Christopher, não! – Correu Alfonso em direção ao amigo, segurando-o pelo braço. – Não é o momento nem o lugar.


- Ela ta aqui, não ta? – Perguntou Chris com a mão na porta de sua sala.


- Tá, mas...


 


Christopher não o deixou nem terminar de falar. Abriu a porta com violência, batendo-a em seguida. Sim, lá estava ela. Olhava a paisagem de costas para ele, e não se moveu nem por um instante. Ele esperava uma reação dela, qualquer coisa, mas na sala só se ouvia a respiração alterada dele. Ela virou-se de frente e ele não pensou duas vezes:


 


- Você não tinha esse direito! – Gritou ele. – Meu Deus! Como você tem coragem de fazer uma coisa dessas? – Ela o olhava firme. – Você não é um ser humano, é um monstro. Só um monstro é capaz de fazer uma coisa assim. Egoísta! Você só pensa em você, Dulce Maria, nos seus problemas, na sua dor, na sua vida. Porra! Ela é minha filha também. Minha filha! Que tipo de mãe separa a filha do próprio pai? Você some por mais de um ano não dá uma satisfação, eu não a vi esse tempo todo e não fazia idéia se ela ainda ia se lembrar de mim. Você tem idéia do que é isso para um pai? Você tem idéia do que é pensar que você corre o risco de nunca mais ver sua filha de novo? A Sophia não tinha nem completado três anos ainda. Você é completamente maluca. Eu devia ter chamado a polícia, devia te colocar na cadeia. – Ele finalmente respirou. - E que uma coisa fique clara, amanhã mesmo eu entro com o pedido de guarda. Eu não sei como pude amar uma mulher como você.


 


Ele bateu a porta saindo da sala. Dulce ficou encarando por alguns segundos, talvez ele voltasse, mas não aconteceu. Sentou-se no sofá e sentiu as lágrimas caírem de seu rosto. Pingavam pelo chão e ela não podia controlar seus soluços que doíam na alma. Ela estava errada, sabia disso. Havia metido os pés pelas mãos, mas Christopher estava longe de ser o certo da história.


 


“- Não, Chris!!! – Gritava Dulce sorrindo. – Não, amor, por favor. – Christopher a agarrava por trás, enchendo suas costas nuas de beijinhos. Parados enfrente ao espelho do quarto do hotel, os dois viam suas imagens refletidas, com a felicidade estampada no rosto de cada um. – Eu vim só trocar de roupa, Chris, os convidados estão lá embaixo esperando a gente.


- Eu já te disse que você é a mulher mais linda do mundo? – Ela sorriu. – Obrigado por dizer sim.


- Eu sabia desde o momento que te vi, Uckermann. E eu te falei, você que não quis acreditar.


- Eu não acredito em qualquer convencida que diz ser a mulher da minha vida. – Ele beijou-a nos lábios. – Mas eu acredito que você é a mulher da minha vida, a minha mulher.”


 


E ainda em meio aos soluços ela se perguntava, como tudo foi acabar assim?



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Autor(a): thousandyears

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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