Fanfics Brasil - Capítulo 2 Bad Choices

Fanfic: Bad Choices | Tema: Diversos atores


Capítulo: Capítulo 2

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No andar de baixo, estavam parados à frente da escada sua mãe, Donna, seu pai, Bill e seu acompanhante — vulgo interesse amoroso— chamado Aaron Hillseim, esperando que ela descesse para irem ao baile juntos.
Sarah desceu cada degrau calmamente e com a mão direita deslizando sobre o corrimão de madeira fina escura. Seu rosto estava baixo e ela carregava um sorriso tímido nos lábios por todos na sala estarem observando-a.
Chegando na sala, ela parou em frente a todos que pareciam embasbacados com tamanha beleza da jovem. Seus cabelos castanhos claros com partes que eram douradas estavam soltos e caíam sobre seu ombro em delicadas ondas, esses faziam perfeita combinação com os olhos azuis-esverdeados da garota. Para completar o seu rosto angelical, sua franja lisa caia delicadamente sobre seus olhos. Típica aparência de uma garota rica e centrada da Califórnia.
— Nossa! — exclamou Aaron, aproximando-se dela e pegando em sua mão direita — Você está linda.
Aaron era apaixonado por Sarah desde que se entendia por gente embora ela nunca demonstrasse sentir o mesmo, sempre deixava-o com esperanças de que um dia iriam ficar juntos, de verdade e não somente aqueles encontros e ficadas casuais que tinham. Ele queria mais. Queria que ela fosse a garota a qual pudesse passar os domingos chatos na casa das tias e pudesse ligar tarde da noite só para jogar conversa fora. Também queria olhar dentro dos olhos azuis-esverdeados dela e não pensar em nada, apenas naquele momento.
Sarah não sabia ao certo o que havia de errado com Aaron. Ele era absolutamente lindo.  Tinha pele perfeita e traços de uma escultura renascentista com olhos azuis, mas tão azuis que poderiam te fazer duvidar da cor do mar. Seus cabelos lisos penteados cuidadosamente para o lado e caiam sobre seus cílios e sem contar o sorriso perturbadoramente perfeito e branco que ele tinha. Com um simples sorriso, ele fazia mais de mil se apaixonarem e mais de um milhão irem à loucura. É, Aaron era o deus grego de San Diego. Não bastasse a sua beleza desconcertante, ele fazia parte da família Hillseim, uma das mais bem posicionadas socialmente na Califórnia. Não é preciso citar o quanto os pais de Sarah faziam questão de um compromisso entre os dois. A única pessoa que não achava essa união algo tão esplendoroso era Sarah embora não tivesse um motivo aparente para isso.
Ela agradeceu o elogio com o rosto encabulado e envolveu seu braço esquerdo no braço direito de Aaron. Claro que antes de eles irem ao baile, teriam que fazer todo aquele ritual das fotos para o álbum, mas Sarah não ligava. Estava feliz, era a noite dela e de todos os formando da Trinity School.

Encostada com a cabeça no vidro da limusine de Aaron, Sarah percebia que já estava próxima ao Salt Saloon onde seria o baile de formatura. Não havia dito uma palavra desde que entrou no carro por nervosismo. Enquanto a maioria das garotas tagarelava sem parar quando estava nervosa, ela ficava em silêncio e muito pensativa. Não demorou muito para seu acompanhante perceber e querer saber o que estava se passando naquela mente tão calada da garota.
— Está tudo bem? Estou te achando quieta.
Ela acordou do seu transe.
— Está sim. — ela virou para Aaron — Só estou nervosa.
— Fique calma. Será uma noite incrível.
E em um gesto gentil, Aaron colocou sua mão sobre a mão dela que estava pousada aleatoriamente sobre o banco de couro. Ela se sentiu segura com aquilo e sorriu timidamente olhando nos olhos dele que retribuiu o sorriso dela. Talvez ele estivesse certo. Não tinha porquê ficar nervosa. Tudo daria certo.

Chegando à entrada do baile, Anelise estava ao lado de Luke esperando por Sarah já que estava com o ticket da amiga. Quando se viram, deram um sorriso e imediatamente se cumprimentaram.
— Oi, Ane! Você está linda! — elogiou Sarah — Oi, Luke.
— Obrigada. Você está demais. E é impressão minha ou a gravata do Aaron combina com o seu vestido?
Os quatro riram da observação certeira de Ane. Sua espontaneidade era cativante. Ninguém sabia ser mais encantadora do que ela.
— Ei, você está com os tickets, não está?
— Estou sim... mas antes de entrar, preciso ir ao banheiro rapidinho. — Ane torceu os lábios — Vocês podem ir na frente, rapazes, nos encontramos lá dentro.
— Tem certeza? Nós podemos esperar vocês. — sugeriu Aaron. Mas é claro que ele iria esperar... Ele não largaria Sarah por um minuto, se pudesse.
— Não, tudo bem. Podem ir até porque não sabemos quanto tempo vamos demorar. Maquiagem, essas coisas... — respondeu Sarah.
Os garotos assentiram e dirigiram-se para a porta principal da entrada onde o segurança recolhia os tickets de todos. As duas amigas foram para o lado direito do salão onde os banheiros encontravam-se ao final do corredor.
— Vai, pode falar... — disse Sarah enquanto empurrava  a porta branca do banheiro feminino e entrava.
— Falar o quê? — questionou Anelise entrando logo atrás da amiga.
— O que você queria falar. Com certeza você me chamou até o banheiro para falar sobre alguma coisa que Luke ou Aaron não poderiam escutar.
— É... Mais ou menos. Só queria retocar minha maquiagem e... — ela fez uma longa pausa — Você acha que eu e o Luke formamos um belo casal?
Sarah deu uma risadinha.
— Claro! Não acredito que você estava preocupada com isso...
— Ah sei lá! — Ane colocou a bolsa sobre a pia e tirou seu gloss incolor — Sempre bom saber se temos o fator x que define a química entre um casal. — ela passou delicadamente sobre os lábios, olhando-se no espelho.
— Química entre um casal não se define por aparência, Ane. — Sarah sacudiu a cabeça — É mais quando você beija e sente.
Sarah pegou o gloss da mão da amiga que oferecia o mesmo para ela e passou nos seus lábios olhando para o espelho.
— Sente? Sente o quê? — ela franziu a sobrancelha.
— Sente os calafrios, arrepios, calor, essas coisas... Tudo ao mesmo tempo.
— Hm... É isso que você sente com o Aaron?
Ao escutar a pergunta, Sarah parou de passar o gloss nos lábios e fitou seu próprio reflexo no espelho. “É isso que eu sinto com o Aaron?”, perguntou para si mesma. Mas é claro... que não. Por mais que fosse bom ficar com ele e estar com ele, definitivamente não eram arrepios que Sarah sentia. Era uma paz, um sentimento bom e de harmonia. Poderia ser tudo, menos os calafrios e os calores provenientes da química. Aaron e ela até poderiam ser um lindo casal, perfeita harmonia e combinação física, mas ainda sim faltava algo. E era aquele algo que tanto perturbava Sarah.
— É.
Foi isso que ela respondeu. “É”. Um simples e seco “é”. Um descrente e péssimo “é”. Aquele “é” que foi dito apenas para que a sua teoria da química-que-você-sente não fosse desmentida por ela mesma.
— Acho melhor irmos. Os garotos estão esperando pela gente. — Sarah fechou o gloss e manteve-o em sua mão.
As duas saíram do banheiro e foram em direção à recepção.  Quando estavam um pouco mais da metade do corredor, Sarah exclamou:
— Sua bolsa!
Rapidamente, deram meia volta e andaram em passos rápidos, quase correndo como verdadeiras damas em vestidos de gala e abriram a porta do banheiro abruptamente.
Chegando lá, havia apenas Kate Marsh ajeitando seus cabelos loiros dourados e admirando sua beleza no espelho quase como se fosse uma deusa. E ela achava que era mesmo uma deusa.
No canto, estava a bolsa de Ane. As duas deram um suspiro de alívio e Sarah foi até lá pega-la.
Obviamente, Kate teria que fazer algum comentário desnecessário para deixar Sarah para baixo. Elas se odiavam desde que Sarah entrou no colégio.
— Sério mesmo que você irá ao baile vestida desse jeito? — Kate deu uma risadinha de gozação.
— Dá um tempo. — Sarah rebateu sem dar muita importância para a provocação da loira e foi andando em direção à porta.
— E sério mesmo que você vai ao baile com essa cara? — respondeu Ane. É claro que ela não iria deixar barato.
Kate apenas olhou para Anelise com uma cara de desprezo e encarou-a da cabeça aos pés.
— Vamos. Aaron está me esperando. — Sarah puxou a amiga pelo braço e saiu.
Ela teve que citar o nome de Aaron na frente de Kate por um motivo simples:  K era afim dele desde sempre. Os dois tinham um lance... até Sarah aparecer. Não que ela tivesse sido uma destruidora de lares mas Aaron não pode evitar ficar atraído por ela. Foi sem querer. Entendido o motivo de tanto ódio entre as duas? Pois é... Mulheres.

— Sem ticket. Sem entrada. — repetiu o segurança pela milésima vez.
— Ai Ane, eu achei que tinha dito para você trazer os tickets mais de um milhão de vezes!
— Mas eu trouxe! — ela respondeu revirando a bolsa prata de todos os jeitos possíveis e impossíveis — Estava na minha bolsa até o momento que você entrou com o Aaron e... Filha da mãe!
Anelise exclamou como se uma ideia tivesse atingido sua cabeça.
— O quê?
— A Kate roubou nossos tickets! Tenho certeza! Aquela vadia! — Ane agora bufava e fechava as mãos em um punho do lado do corpo.
Sarah simplesmente suspirou pois acreditava na amiga e era bem típico da Kate fazer uma imaturidade dessas. Mas uma imaturidade muito efetiva já que elas perderiam o baile de vez. O segurança e a Senhora Delacour tinham deixado bem claro que sem os tickets não haveria possibilidade de participar do baile. Maldita loira oxigenada.
— E agora? O que vamos fazer? — Sarah torceu os lábios e afastou-se da entrada do baile para que os outros alunos pudessem entrar.
— Hm...
Ela conhecia aquela expressão. Anelise estava bolando algum plano mirabolante para entrar na festa. E conhecendo a amiga como ela conhecia, com certeza deveria estar pensando em um modo de pular a janela ou subir pelo telhado ou então entrar pelos dutos de ar. Só que Sarah não estava nem um pouco a fim de aventura. Era hora de declarar-se derrotada.

Sentadas no banco da Avenida Boulevard logo à frente do Salt Saloon, Sarah e Ane estavam com os cotovelos apoiados nos joelhos e com seu rosto apoiado em suas mãos.
— Não acredito que estou perdendo meu baile de formatura por causa da Kate. — resmungou Sarah — Me empresta seu celular para eu ligar para meus pais?
— Claro.
Anelise estendeu a bolsa e a amiga logo pegou o celular. Discou os número do celular da mãe e no segundo toque foi atendida.
— Mãe?
— Oi, querida! Não era para você estar no baile? Recebeu minha mensagem?
— Sim, era. Mas, mãe, olha só...
Sem nem dar ouvidos ao que a filha tinha para dizer, Donna já foi falando em cima:
— Desculpe por nós não irmos à sua formatura, querida, mas houve um compromisso de última que hora que solicitava a presença minha e de seu pai. Amanhã nos compensamos com você com um almoço em família, tá legal?
— Um minuto: vocês não estão aqui no baile?
Ane, ao ouvir isso, fez uma expressão de surpresa e choque. Sua amiga ficaria devastada.
— Não, filha, achei que você tivesse recebido a mensagem e estava tudo bem com isso.
— É, eu recebi sim. — ela mentiu, afinal, nem com o celular ela estava — Está tudo bem sim. Nos vemos em casa, irei aproveitar bastante.
— Tudo bem, querida, chegue a hora que quiser, ok? Te amamos, até mais.
— Te amo. — a frase saiu entre os dentes — Até.
Apertou no botão de desligar com força e devolveu o celular para Anelise.
— Que legal! Meus próprios pais não vieram à minha formatura. — ironizou.
Foi, então, que outra ideia mirabolante passou na cabeça de Ane.
— E quer saber? Não vamos passar a noite da nossa formatura lamentando pelas vadias do colégio e pelos pais desnaturados. — ela levantou-se do banco com uma pose revolucionária — Nós vamos sair e nos divertir.
— Ah é? E aonde nós vamos, gênio? — Sarah estava desanimada. Não conseguia pensar em algum lugar que pudesse se divertir mais do que no seu baile de formatura com o Aaron.
— Vamos ao Mason’s!
— Anelise Schutz, é nossa noite de formatura, nós estamos com vestidos de marca e de gala e você quer ir ao Mason’s Bar? O bar mais podre e mais mal frequentado de San Diego, sério?
— Exatamente.
Vendo que a amiga não estava convencida, ela continuou:
— Pense bem: vamos ao pior bar de San Diego, beber muito, dançar em cima do balcão, fazer com que velhos otários nos paguem bebidas e afogar todas as mágoas dessa noite e o melhor de tudo: sem ninguém saber de nada já que ninguém do nosso “ciclo social” frequenta esse tipo de lugar! É perfeito!
Sarah analisou bem a proposta da amiga e chegou à conclusão de que ela tinha razão. Era noite de formatura e ela não queria ficar sentada em um banco no meio da rua lamentando por ter pais tão negligentes e ter vadias tão imaturas no seu colégio. Ela queria aproveitar e ter uma boa lembrança do último momento do ensino médio, sem contar que havia sido um exemplo de aluna o ano inteiro, parecia bem justo perder a linha logo no último dia. E nem que para isso ela tivesse que ir até o Mason’s Bar. Ela iria e faria todas as coisas inconsequentes que pudesse fazer. Só por essa noite.



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Autor(a): Maria Laura

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