Fanfic: Os McDonwel | Tema: Harry Potter
ASSIM QUE CHEGUEI AO DORMITÓRIO, AVISTEI SCORPIUS SENTADO NA POLTRONA DE COURO COCHICHANDO COM JARED E LINO. ASSIM QUE cheguei perto deles, eles não mudaram de assunto, e sim continuaram.
―... sério? Vocês cinco? ― perguntou Lino.
― Sim. ― disse Scorpius com um sorriso no rosto.
― Puxa... pena que não fizemos dezesseis, ou no tempo que dizia no pergaminho, senão... a gente poderia ter feito o teste. ― falou Jared.
― Scorpius... posso falar com você um minuto, a sós? ― perguntei a ele.
― Claro! ― ele disse ainda sorrindo. Lino e Jared saíram de nossas vistas.
― Olha, não quis deixar você vir para o dormitório sozinho. Meus irmãos são um saco. E não estou com certa paciência para falar com eles. ― falei.
― O que aconteceu? ― perguntou ele.
― Eles ficaram falando mal de você por causa do que seu pai e seus avôs eram no passado. ― falei de uma vez. Comigo e com Scorpius não havia essa de rodeios. Quando um tinha que falar uma coisa, falávamos de uma vez, sem rodeios. Ele ficou meio sem jeito. ― Desculpe. Por causa disso eu discuti com eles e não dei mais bola para eles. ― afirmei com firmeza.
Scorpius sorriu, não olhando para mim ― e sim para baixo.
― Não se preocupe com isso, Fred. ― disse-me ele. ― estou acostumado a ver a reação das pessoas quando falo meu sobrenome. ― ele sorriu de novo, desta vez olhando para mim.
― Isso não é certo. Deviam senti inveja por saber que você é um Malfoy. ― eu disse com firmeza.
― Não é bem assim que as coisas funcionam, Fred. ― disse-me ele.
― E como são? ― perguntei intrigado.
― Quando eu era mais novo... ― ele se levantou. ― Vamos para outro lugar? Aqui não é muito bom para termos essa conversa! ― exclamou ele baixando um pouco a voz.
― Mas vamos perder as aulas! ― eu o alertei.
― Você, preocupado com as aulas? ― perguntou ele com os olhos arregalados para mim.
― É... não sei o que me deu. ― eu disse e ri.
― Percebi... ― ele riu ― Vamos para outro lugar, O.K.?
― Tudo bem! ― eu concordei.
Ele fez um gesto com a mão para segui-lo. O segui.
Fomos saindo do dormitório e indo para o lado de fora; subimos as escadas, passamos pelo portão de entrada do castelo e fomos para o pátio de entrada. Avistamos um banco sem ninguém sentado. Apontei para o banco e Scorpius concordou com a cabeça e nos sentamos ali.
― Continue o que você estava falando na Sala Comunal. ― falei para ele.
Não era exatamente uma pergunta, mas ele fez que sim com a cabeça.
― Como eu ia dizendo: Quando eu era mais novo, meus pais não me falavam muito sobre Comensais da Morte. Minha mãe sempre tentava abafar o caso quando meu avô chegava a minha casa e mencionava sobre a Marca Negra no braço dele. ― ele fitava o nada. Estava completamente perdido nas lembranças de seu passado. ― Às vezes, eu me escondia para ouvir as conversas deles. Cheguei ouvir meu avô dizer que estava com vontade de reunir os “amigos” ― ele abriu e fechou aspas quando disse amigos ― e se “divertir”. ― ele abriu e fechou aspas de novo quando disse divertir.
Ele continuava a fitar o nada. Scorpius realmente estava perdido em seu passado. Não que eu fosse achar isso ruim, eu queria saber da história toda. Com certeza eu não o atrapalharia. Tinha que saber a história toda, afinal... Quando é que um Malfoy conta de seu passado?
― No final das contas, meu avô, Lucius Malfoy, não conseguiu convencer a meu pai para ir a essa “diversão”. Papai disse que nunca mais faria as escolhas erradas. Minha avó, Narcisa Malfoy, achou que papai tomara a decisão certa desta vez: em não se reunir com os outros “amigos” do meu avô. ― ele deu um sorriso leve. ― Minha mãe também não queria que papai fosse.
“Mas ele não foi. O que foi bom. Pelo menos papai estava fora de ser acusado. Mas meu avô não. Ele queria que todos os seus ‘amigos’ estivessem reunidos. Ele falou que até chamaria outros para se reunirem a ele. Não importava a idade. Só queria ‘diversão’”.
Ele não parecia muito à vontade para conversar sobre isso.
Não forcei a barra.
― Se não quiser falar sobre isso...
― Não. Eu confio em você. Você é meu melhor amigo. Tenho que te contar isso. Não aguento mais segurar isso em minha garganta. ― interrompeu-me ele e deu um sorriso tristonho para mim.
― O.K. Continue, então? ― pedi a ele sorrindo.
Ele sorriu mais animado.
― Então meu avô, um dia, foi a minha casa... ― ele parecia, de novo, perdido em suas lembranças ― quando não tinha ninguém. A não ser eu e minha mãe.
“Minha mãe viu que era meu avô e o deixou entrar em casa. ‘Tem como você olhar Scorpius para mim enquanto eu vou resolver umas coisas, Lucius?’ perguntou minha mãe. ‘Claro que sim. Vou adorar vigiar meu neto.’ dissera meu avô. Minha mãe, então, saiu de casa para resolver os assuntos que ela disse que tinha que resolver, e me deixou com meu avô.
“Na época eu tinha treze anos. Não faz muito tempo, eu já havia conhecido você.
“Meu avô viu que eu estava estudando Poções para os exames finais e perguntou: ‘Desde quando você se interessa por Poções, meu filho?’ ele me olhou curioso em saber. ‘Desde que entrei em Hogwarts. Acho fascinante!’ eu disse. Meu avô sorriu para mim e, de cara, me mostrou sua Marca e perguntou a mim: ‘Sabe o que é isso, filho?’ perguntou ele. ‘A Marca Negra.’ eu disse firme a ele. Ele sorriu para mim. ‘Sabe, meu neto... você se parece muito comigo quando eu era jovem...’ ele dissera para mim. ‘Queria que você se juntasse a mim. Como um fiel partidário. Quero que você se torne um dos nossos. Você tem tanto potencial quanto seu pai.’ meu avô me olhou bem nos olhos naquela hora, se aproximou de mim e disse: ‘Se reunirá a mim, ou será como seu pai? Seja sincero, filho. Não vou forçá-lo a nada.’ Meu avô parecia que estava certo de que havia me convencido a se reunir a ele, mas não. Eu não queria isso para mim. Já bastava o que os outros falavam quando viam meu pai na rua. ‘Não. Obrigado, vô. Mas não quero.’ Eu disse a ele com certa firmeza na voz. Ele sorriu para mim cobriu a Marca com a manga da camisa.
“Por sorte, minha mãe havia chegado bem depois que ele havia coberto a Marca Negra.
“Minha mãe não desconfiou de nada. Nada mesmo. Ela voltou com meu pai. Papai não gostou muito de saber que meu avô estava sozinho em casa comigo.
“Meu pai sim desconfiou. Ele sabia desde o início que meu avô deveria perguntar isso para mim. Meu pai achava que eu iria me juntar a ele. E acredite: naquela hora me veio tanta raiva por meu pai não confiar em mim, que eu quase pensei em aceitar a proposta do meu avô.
“Meu pai começou a perguntar o que meu avô viera fazer em nossa casa, mas meu avô disse que só queria me ver. O que era parcialmente verdade. Ele queria me ver, mas não só isso.”
Ele deu um riso baixinho. Scorpius voltou ao presente e olhou para mim, sorriu e voltou às lembranças.
― Imagine você sair com seus pais no Beco Diagonal para comprar sua varinha e todos te olharem e falarem mal de você? Pois é... isso aconteceu comigo quando eu fui ao Olivaras comprar a minha varinha. ― ele fez uma pausa e continuou: ― Não foi um dia muito legal, aquele. Eu queria que fosse o marcante para a minha vida toda. Mas não foi. Chamaram meu pai de um traidor, ridículo, mesquinho, arrogante e muitas outras coisas... ― ele fechou a cara. ― Mas depois de uns dois meses que entramos no terceiro ano aqui em Hogwarts, ouve um ataque no Beco Diagonal, você se lembra? ― perguntou ele a mim.
Por um minuto eu ia dizer que não. Mas, vagamente, eu me lembrei. Houve um grande ataque. O Profeta Diário disse que deveriam ter sido uns adolescentes brincando com suas varinhas. Mas que adolescente faria um estrago daqueles?
― Sim. Eu me lembro! Foi terrível. ― menti. Na verdade eu achei divertido.
Ele sorriu.
― Obra de meu avô e seus “amigos”. ― ele disse. ― Aquilo foi o começo. Ele ainda quer mais gente. Fiquei sabendo que eram sete quando eles fizeram esse ataque. Não sei com quantos meu avô está agora. Ele deve ter mais agora. Ouvi minha avó murmurar com meu pai que meu avô já estava com um bom número de seus antigos “amigos”. ― ele deu de ombros. ― Eu não me importo. Contando que eu não esteja evolvido nisso... ― ele voltou ao presente novamente, olhou para mim (de novo) e sorriu (outra vez).
Então que dizer que o avô de Scorpius, Lucius Malfoy, estava precisando de “amigos”? Interessante...
Seria ótimo eu falar com o avô de Scorpius. Seria uma honra estar ao lado de um Malfoy na hora da... “diversão”
Ele se levantou. Levantei-me também.
― Bom... obrigado por me ouvir, Fred. Você é um amigo em tanto! ― ele sorriu mais animado dessa vez.
― Sem problemas. Ah, para com isso. Tô aqui para o que precisar! ― dei um soco no ombro dele de leve. ― Vamos para o Salão Comunal. É repugnante ficar aqui. ― eu disse a ele com uma careta no rosto.
Ele sorriu e assentiu com a cabeça.
Eu e Scorpius voltamos à escadaria de Hogwarts, descemos as escadarias, chegamos à masmorra e entramos no Salão Comunal da Sonserina.
Eu não reparei em como o tempo havia passado rápido. Quando olhei para o meu relógio de pulso, o mesmo estava marcando nove e meia da noite. O que me assustou, pois eu não reparei que já era tão tarde assim.
― Hein, vamos dormir, ou você vai ficar aqui em baixo? ― perguntei a Scorpius.
Ele olhou para mim e disse:
― Vou ficar aqui um pouco... preciso... esfriar um pouco a cabeça, se é que me entende? ― ele fez uma careta para mim.
Sorri.
― Sem problemas, cara. Tô indo dormir. Até mais! ― eu me despedi dele e fui subindo as escadas do dormitório...
― Hein, Fred... ― falou Scorpius. Virei-me e olhei para ele. ― Obrigado por me ouvir, mesmo. ― ele disse meio sério.
― Sem problemas. Estou a todos os ouvidos sempre que precisar! ― sorri para ele e voltei às escadas e as subi.
No dormitório, vesti meu pijama, deitei-me na cama e fiquei pensando no passado de Scorpius. Ele realmente deveria se sentir horrível quando falavam do pai dele, pensei. Mas por outro lado, ser um Malfoy deveria ter suas vantagens, não? Principalmente quando seus parentes são Comensais da Morte.
Depositei minha cabeça no travesseiro e fiquei pensando nas “diversões” do avô de Scorpius.
Sorri por um breve momento, meus pensamentos e minhas pálpebras pesaram e eu adormeci.
Autor(a): GleekLikeYou
Este autor(a) escreve mais 4 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
― FRED…― OUVI CHAMAREM MEU NOME. O QUE ERA ESTRANHO. EU REALMENTE NÃO ESTAVA SONHANDO COM NINUGÉM GRITANDO PELO meu nome. Muito pelo contrário. Eu estava sonhando com o Beco Diagonal destruído e eu estava lá, junto com aquelas figuras encapuzadas. Eu era uma delas. Eu estava com a varinha à mão, meu rosto es ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo