Fanfic: Refúgio de Uma Assassina | Tema: Psicopatas e Serial kilers
Seria bom se essa criança fosse tão cruel quanto eu: esse pensamento era única coisa que me consolava desde quando descobri a gravidez. Talvez se o ensinasse tudo o que sei sobre como assassinar drogados nojentos, conseguisse um aliado, além de Cruela, meu Audi Prata.
Pensando desta forma até que não é tão ruim estar grávida.
Não, era péssimo estar grávida!
E se essa criança nascer igual ao Brian. Um justiceiro faminto? Não, sinceramente eu não conseguia me imaginar buscando uma criança na escola. Ou em um desenho de família feliz com um cão ao meu lado.
Eu odiava crianças, odeio até hoje. Elas transmitem tanta inocência e felicidade que me dá repulsas. Animais e crianças me dão nojo.
Isso não era para acontecer. Nunca. Porque ser mãe significa cuidar de crianças, e o único cuidado que eu tomo é o de não deixar impressões digitais em minhas vitimas.
Ser mãe significa amar acima de tudo, e o único amor que eu sinto é o de matar. Ser mãe significa ser normal, e eu nunca quis isso na minha vida.
E o Brian, quer que o tenha. Mas eu não posso tê-lo, porque eu não nasci para ser mãe. Brian nasceu para ser pai, eu não nasci para ser mãe.
Eu não nasci para ter uma família ou pessoas ao meu redor. Na verdade, eu nem sei por que diabos eu nasci.
Talvez para espalhar terror e insegurança.
Mas essa criança não precisa nascer, agora eu só precisava convencer Brian.
Dei mais uma tragada em meu cigarro enquanto fitava a tevê. Estava passando um programa chato onde duas dondocas idiotas falavam sobre culinária.
Eu odeio cozinhar. Eu odeio pessoas.
Desliguei a tevê e me deitei no sofá. Aninhei-me da forma mais confortável possível.
Não sabia o que fazer em relação ao ser que habita meu corpo. Brian não me deixaria abortar, muito menos Steve. Precisava de soluções urgentemente.
Mas quais? E se eu provocasse um aborto instantâneo? Ótimo, isso que devia ser feito.
Levantei-me do sofá e caminhei em direção a uma janela que havia no meu quarto.
Ela era suficientemente alta o bastante para matar nos dois. Eu e o bebezinho.
Subi na janela e me sentei em seu parapeito balançando as pernas. Senti a leve brisa balançar meus cabelos louros. A altura não me assustava, tampouco me deixava com medo.
Mas eu não queria pular, a sensação de estar naquela janela era ótima. Eu sentia liberdade.
- Scarlett? O que você está fazendo? – Escutei a voz de Brian próxima a mim. Próxima até de mais.
Senti suas mãos me agarrarem pela cintura e me puxarem para dentro do quarto, eliminando a sensação de liberdade que eu estava sentindo.
- Scarlett você queria pular da janela? – Brian me colocou em cima da cama, enquanto eu o fitava com ódio.
- Claro que não, eu só queria matar isso. – Apontei para minha barriga enquanto me levantava da cama.
- O que você tem na cabeça? Isso é uma pessoa, é uma criança indefesa Scarlett. Como você pode ser fria com o nosso filho? – Caminhei em direção à cozinha. E abri a geladeira, enquanto Brian me seguia falando baboseiras.
- Cale essa boca Brian, você sempre soube que eu nunca quis filhos. – Peguei uma garrafa de água e comecei a tomar alguns goles.
- Mas agora você vai ter um Scarlett, isso é inevitável meu amor. – Brian sentou-se em uma cadeira na cozinha enquanto eu tentava me controlar para não lhe dar uma facada. - Você já imaginou uma criança correndo pela nossa casa? Não seria maravilhoso? – Claro que não. Eu já imaginei e juro que não gostei nenhum pouco.
- Se essa criança nascer Brian saiba que ela nunca vai conhecer a mãe. – Falei depositando a garrafa em cima da mesa. Brian parecia estar assustado com tamanha frieza, mas ele sabia que não havia nada do que se esperar de mim. Talvez seja melhor essa criança não me conhecer a me ter como mãe.
- Você só pode estar de brincadeira. – Brian deu um sorriso sem graça enquanto eu me sentava-se à mesa. – Scarlett, você mudará de opinião assim que esse bebê nascer. Aliás, eu estou aqui para lhe dar uma noticia. – Brian levantou-se e aproximou-se de mim. – Eu vim morar com você. – Não escondi minha expressão atônita.
- V-Você veio o que? – Empurrei Brian para trás enquanto descia da mesa.
- Morar com você, e depois do que eu vi hoje. Não vou sair do seu lado um instante sequer. – Brian parecia feliz com a ideia, todavia, pelo menos tinha a decência de esconder o sorriso de prazer.
- Não vai não.
- Scarlett, você só está nervosa, deve ser sintomas da gravidez.
- NÃO É SINTOMA DE GRAVIDEZ PORRA! EU NÃO ESTOU NEM AÍ PARA ESSA CRIANÇA, E SAIA AGORA DO MEU APARTAMENTO! – Gritei enquanto empurrava o garoto na direção da sala. – EU ESTOU FALANDO SÉRIO.
Brian não hesitou por um instante e apenas saiu do apartamento. Ele era a única pessoa em que eu podia confiar, a única pessoa que era acostumada com minha tamanha frieza, mas ele não sabia que essa frieza ia tão longe assim.
Eu estava nervosa. Acho que Brian estava realmente certo. Minhas emoções se amplificaram depois dessa merda de gravidez.
Corri para a cozinha e peguei uma faca. Só havia uma maneira de acabar com tamanho nervosismo: Matar.
Depois de alguns minutos. Eu estava com uma roupa descente e uma faca enfiada no cos da calça jeans surrada. Sai quase correndo e descendo as escadas ignorando todos.
Não tive muitos esforços para encontrar uma perfeita vitima, na verdade, nem precisei sequer arrasta-la para um lugar em que ninguém nos veria. Ela estava deitada em um beco.
Parecia dormir tranquilamente. Eu não gostava de matar as pessoas dormindo. Era fácil demais e sem sofrimento.
Mas era urgente e precisava fazer o mais rápido possível. Por sorte, como estava um pouco frio poucas pessoas, em alguns momentos nenhuma, caminhava pela rua suburbana de Oxford.
Atravessei a rua calmamente e adentrei o beco. E como imaginava a encontrei. Drogada e com uma expressão horrível. Não sei exatamente qual. Pude enxerga-lo novamente. Pude remeter o rosto drogado ao de Gabriel.
Não resisti mais, e enfiei a faca em sua traqueia. Pude escutar apenas um gemido abafado de dor e depois um corpo morto tombou levemente para o lado.
O prazer me invadiu e fiquei excitada assim que ouvi o gemido de dor da garota. Dei mais algumas facadas aleatórias e guardei minha arma novamente. Camuflei-a com meu casaco de couro e sai do beco tranquilamente. Apenas alguns carros passavam pela rua. O prédio em que eu morava estava praticamente vazio. O lugar na qual eu chamava de “casa” não era muito apropriado a uma pessoa que quer ter uma vida confortável. Mas para mim, pouco importa, contanto que tenha drogados o suficiente para serem mortos, um lar não é minha prioridade. Tampouco uma família.
Subi novamente para o quarto me deitei no sofá fitando o teto. Eu não merecia ter Brian. É claro que não.
Brian era engenheiro, trabalhava aqui perto do prédio. Morava em um apartamento luxuoso, ele até tentou me convencer a ir morar com ele, mas essa ideia era absurda. O centro de Oxford não era frequentado por drogados. Seria difícil matar alguém naquele lugar.
Brian era bom demais para mim. Ele era uma pessoa normal, que merecia uma vida a sua altura.
Ignorei esses pensamentos idiotas.
Porque não adianta o quanto minha cabeça martele a procura de solução apenas uma saída estará em minha mente: Matar essa criança.
Não seria difícil mata-la sem morrer, mas seria altamente arriscado. Eu não gosto de crianças, mas isso não significa que eu gosto de mata-las. Por quê? Elas acreditam no ser humano.
Elas acham que seus pais são imbatíveis e que seus professores são maravilhosos. Eles confiam quando um adulto lhe diz para não ter medo. Porque as crianças enxergam o que as palavras não denunciam. Porque apesar de odiá-las, elas são maravilhosas.
Autor(a): Lady Darkness
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).