Fanfics Brasil - 11 Uma prova de amor (Vondy - adaptada)

Fanfic: Uma prova de amor (Vondy - adaptada) | Tema: RBD (Vondy)


Capítulo: 11

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Aquele foi o ponto em que seu autocontrole rachou escancaradamente. Dul pensou que estava preparada, verdadeiramente acreditava estar pronta para lidar com o que quer que tivesse de encarar naquele quarto. Porém, descobriu que não poderia suportar aquela visão da irmã, ali tão pálida e imóvel, como se a própria essência da vida estivesse escoando.


O soluço sufocado que tentou escapar precisou ser castrado na sua boca por um punho trêmulo, no mesmo momento em que deu um passo cambaleante para trás, pressionando a si própria contra a extensão do feixe de músculos de Ucker, que agiu como uma parede para amparar aquela covarde batida em retirada. Olhos embaçados, a garganta espessa, a boca trêmula, Dul lutou para se controlar.


Aquilo era horrível. Custou um esforço arrebatador para se obrigar a avançar sobre as próprias pernas, que não pareciam dispostas a apoiá-la. Acostando-se na beira da cama, alcançou uma das mãos flácidas da irmã. Sentiu que estava quente e isso era reconfortante Calor significava vida.


— Mai? — Chamou... é Dul. Ela pode me ouvir? — perguntou para a enfermeira. Então, antes que a mulher pudesse responder, sua atenção logo se aguçou novamente para a face desbotada, estirada sobre travesseiros brancos. — Oh, Mai — explodiu Dul dolorosamente — Acorde e fale comigo!


— Tome... — uma voz sugeriu. Um par de mãos retirou o sobretudo dos ombros dela, e depois uma cadeira lhe chegou por trás dos joelhos, não oferecendo nenhuma outra escolha exceto sentar. A distração evitou que caísse da maneira como, concluiu Dul, estava prestes a fazer.


— Q-quão profundamente inconsciente ela está?


— Uma parcela disso é induzida por medicamentos. — Ucker respondeu, o que Dul supôs significar um consolo. A enfermeira pareceu escorregar para o lado de fora, efetuando a sua saída sem que Dul reparasse.


— Ela já despertou totalmente desde o acidente?


— Não — respondeu Ucker rispidamente.


— Então ela não sabe que deu à luz a um bebê?


— Não — disse ele outra vez.


Dul sentiu as vísceras começarem a queimar, à medida que um conjunto de emoções completamente novo começou a vociferar no seu sangue. Quantas gestações frustradas Mai não sofreu resignada ao longo dos anos, até que conseguisse carregar este bebê pelo período de gravidez quase completo? Cinco ou seis, Dul não estava certa, desde que a irmã se casara com Chris.


Será que uma menininha seria o bastante para Mai? Aqui, com a própria vida pendurada por um fio, Mai desistiria da obsessão de dar a Chris como herdeiro um varão?


Chris... no que estava pensando? Não havia mais Chris.


— Oh, Mai — suspirou torturada. Como a irmã iria agüentar sem o seu amado Christian?


Horas demoradas de tormento tiveram início. Nada ao seu redor parecia real. Sentou na cama e conversou com Mai. Quando foi gentilmente removida do quarto pela equipe médica, que precisava examinar Mai, Shannon sentou do lado de fora, no corredor, e se perdeu num suplício por Chris. Ocasionalmente Ucker aparecia, ou a mãe dele ou uma das irmãs. Não lhe ocorreu que jamais fora deixada inteiramente a sós, ou que a atitude da família para com ela houvesse sofrido uma completa reviravolta. Talvez, se notasse isso, tivesse começado a atinar que aquela participação na sua vigília era um mau sinal. Mas Dul não notou nada disso e raramente falou, exceto com Mai... e então conversou e conversou e conversou, sem lembrar de uma única palavra.


A certa altura, alguém diligentemente perguntou se não gostaria de ver o bebê. Achou que devia fazê-lo, em consideração a Mai, mas isso era tudo. Assim, concordou e foi absolutamente devastada pelos minúsculos restos de vida humana estirados naquele casulo de plástico, lutando a própria pequenina batalha. A filha de Mai — de Chris e Mai.


Explodiu numa enchente de lágrimas e chorou por todos eles, as emoções como um veículo desgovernado, brutalmente fora de controle. Quando voltou para sentar-se ao lado de Mai, sua voz estava tão calma quanto uma corrente vagarosa. enquanto conversava e conversava e conversava.


— Você já teve o bastante...


O toque suave no seu ombro elevou a cabeça frouxa de Dul acima da coberta branca enrugada, sobre a qual repousava sem se dar conta. Olhos famintos de sono piscaram inadvertidamente, num determinado olhar que era castanho salpicado de dourado.


— Você não pode fazer mais nada aqui essa noite, Dul — disse Ucker, suavemente. — Agora é hora de partirmos e descansarmos um pouco.


— Eu... posso ficar aqui — estava prestes a insistir, mas Ucker a silenciou com um aceno negativo da cabeça.


— O estado de Mai é estável — asseverou ele, firmemente. — As pessoas aqui sabem onde nos contatar se precisarem. E hora de irmos embora.


A voz da autoridade, reconheceu Dul. Ucker não aceitaria um não como resposta e, se fosse honesta consigo mesma, saberia que estava certo. Estava tão absolutamente desgastada que mal podia funcionar em qualquer nível de sensatez. Mas aquilo lhe caiu como uma deserção, quando se forçou a levantar da cadeira e ergueu uma das mãos de Mai, selando um beijo suave antes de beijá-la na face.


— Eu te amo — sussurrou e, então, virou para se afastar com lágrimas infelizes que embaçaram o trajeto até a porta, com Ucker atrás, a seguindo de perto.


— Aonde você está indo?


Piscou, o cérebro faminto de sono não percebeu que estavam do lado de fora do quarto da irmã, a porta fora cerrada tão silenciosamente que ela nem ouviu.


— O bebê — murmurou, balançando a mão decididamente descoordenada, na direção do berçário —, eu quero...


— O bebê está bem — assegurou Ucker. — Tenho estado com ela desde a última hora que você passou com Mai.


Última hora? Dul piscou novamente. Ucker passou uma hora inteira com o bebê? A cena reproduzida na sua mente simplesmente não correspondia, de modo algum, ao homem o qual ela pensava que conhecia.


— Observei a enfermeira cuidar dela, depois me deixaram segurá-la por um tempo...


Alguma coisa recobriu o semblante dele, uma onda de emoção desenfreada, que enfatizaVa o círculo de dor que lhe contornava a boca. A culpa assaltou o coração angustiado de Dul com um súbito aperto agarrado. Este homem acabou de perder o irmão amado mas, ao passo que ela se quedou com egoísmo. Absorvida nos apuros da irmã, Ucker ficou ocupado demais alentando os outros para lidar com a própria sensação de perda. Estava vivendo em brumas desde que chegou aqui, mas Ucker dividiu seu tempo entre reconfortar a mãe ou uma das duas irmãs, todas abaladas pelo luto, e dar assistência a Dul.


Agora aqui estava ele, fazendo o que fazia melhor: encarnando o forte varão Uckermann. Mas dentro dos olhos dele, Dul viu a desolação sob os cílios lustrosos. Também testemunhou outra imagem dolorosa dele, se esquivando para longe com o intuito de ir ao berçário segurar a minúscula garotinha. o único elo de ligação que lhe restava com o irmão. O coração doeu novamente, tudo doía, tanto por Ucker quanto por si mesma.


— Oh, Ucker — murmurou, enquanto o impulso a fazia dar um passo para mais perto dele, com palavras de solidariedade que estremeciam na sua garganta.


— Aqui — segurava ele. —Vista isso...


Entregou-lhe o casaco. Dul olhou aquilo fixamente, ciente de que acabara de levar outra porta fechada com estrépito na sua cara de novo. E por que não? — inquiria a si própria friamente, à medida que engolia aquelas palavras de consolo, e sentia o tremor que as acompanhava descer tiritando até os pés. Sua irmã estava viva mas o irmão dele estava morto. Aceitar conforto da ex-amante-atual-inimiga era um golpe na sua dignidade do qual se abstinha.


Por isso, Dul deixou que Ucker preenchesse as mangas do casaco com seus braços, sem proferir outra sílaba sequer. Assim que a pesada veste se ajustou nos ombros cansados, enfiou as mãos nos bolsos fundos para apertar a lã tépida em torno delas, depois caminhou na direção da rampa dos elevadores. As cadeiras no vestíbulo agora estavam vazias; os reminescentes da família Uckermann foram enviados para as suas camas há um bom tempo.


O silêncio entre eles pairou, enquanto rumavam para longe na noite fria e escura. Uma espiada no relógio, aceso no painel do carro, revelou que já era uma hora da manhã. Parecia que uma semana inteira se passara desde que saiu da cama ontem, às seis da manhã, e correu apressada para fazer valer a passagem do vôo para Paris. Tantas coisas aconteceram depois disso. Coisas demais.., coisas demais, divagou descansando a cabeça contra o macio recosto de couro do assento e, em seguida, fechou os olhos.


Ucker assistiu enquanto Dul resvalava nas profundezas de um cochilo exausto, e fez uma careta para si mesmo. Tinha consciência da impressão que lhe causara ainda no hospital, entretanto Dul não poderia estar mais enganada acerca dos seus motivos, nem se tentasse. Porém, receber consolo de uma Dul amigável e solidária, justo agora, estilhaçaria o controle no qual se dependurava por um fio.


E não havia terminado ainda — apesar de estar ciente de que Dul não sabia disso. Ainda havia mais por vir —uma batalha — predisse, porque não iria gostar nada quando descobrisse onde ficaria hospedada. Se permitisse a si mesmo baixar a guarda antes que a luta estivesse vencida, ele provavelmente se tornaria um alvo para alguém de natureza voluntariosa, ardentemente teimosa como Dulce.


Dio, pensou fatigado, conduzindo-os através das silenciosas ruas de Florença. Não tinha tanta certeza de que já não se tornara o tal alvo. Um mero olhar para ela, sentada ao seu lado com as longas pernas esticadas à frente, o contorno oval e cândido do rosto tão refinado em repouso, e Ucker experimentou uma ferroada acusadora, aguda como o açoite do “Man on the prowl”.



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Autor(a): Amore

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Dulce o cativou. Sempre fazia isso. Amando ou odiando, sempre a desejou e saber disso é o que o tornava um alvo e tanto. Dê a ela uma razão para faiscar e Ucker pegaria fogo. Estava tão certo disso que poderia fazer qualquer coisa para mantê-la adormecida, até que a tivesse escoltado em segurança até a cama — e ele ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 36



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  • karinevondyprasempre Postado em 23/02/2013 - 12:39:10

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  • dulcemaria10 Postado em 20/02/2013 - 20:23:24

    http://fanfics.com.br/?q=fanfic&id=22861 quem pude da uma olhadinha Casamento Arranjado - D&C O que você faria se fosse obrigada a casar-se com uma pessoa que você nunca viu antes para que sua família não morresse? O que você faria se descobrisse depois do casamento que você está perdidamente apaixonada pelo filho de um assassino frio e calculista? "O amor só é amor, se não se dobra a obstáculos e não se curva à vicissitudes... é uma marca eterna... que sofre tempestades sem nunca se abalar."

  • paty1987 Postado em 18/02/2013 - 00:49:02

    Vou te ajudar a divulgar a web nas webs que eu leio ta... ta mto boa... me admiro nao ter mta gente lendo... Posta mais !!!!


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