Fanfics Brasil - 17 Uma prova de amor (Vondy - adaptada)

Fanfic: Uma prova de amor (Vondy - adaptada) | Tema: RBD (Vondy)


Capítulo: 17

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Ucker se levantou quando sentiu-se fisicamente capaz. Apanhando o robe do chão, saiu batendo a porta. Dul acompanhou sua saída com o coração na mão, então se torceu como uma bola e soluçou até não poder mais. Ucker a odiava.., se desprezava por tocá-la, enfim.


Quando a luz do dia chegou, Dul abriu os olhos para a pálida insinuação do sol através da janela, com o corpo doendo loucamente e o coração agrilhoado numa pulsação monótona. Continuou deitada por algum tempo, relutando a se mover porque mover significava ter que encarar Ucker.


Então pensou em Mai, e miseravelmente colocou Ucker de lado e se apressou até o banheiro.


Escolheu um jeans e complementou com uma blusa azul limpa e, em seguida, rearrumou a mala. Não iria permanecer ali por mais uma noite.


Ao abrir a porta do quarto, um aroma sedutor de café fresco lhe instigou os sentidos, a idéia de que Ucker estava de pé, e próximo, fez com que os mesmos sentidos se embaraçassem. Não queria vê-lo. Se pudesse ir embora dali sem ter que encará-lo, Dul o faria.


Nunca mais queria colocar os olhos nele outra vez.


Porém, lá estava Ucker, com uma aparência muito sombria e civilizada, vestindo uma calça preta de seda primorosamente talhada e uma límpida camisa branca. Estava próximo a um armário da cozinha, representando o sujeito doméstico novamente. Dul sentiu o estômago embrulhar; em seguida àquela sensação, colocou as bolsas arriadas perto da porta da cozinha.


— Sente-se — convidou Ucker. — Não vai levar nem um minuto. — Indicou o bule grande de café fumegante.


Mas não se virou para olhar para Dul enquanto disse isso, o que o denunciava embaraçado, pensou ela. Muito envergonhado de si mesmo? Se era isso, Ucker não era o único a sentir-se daquela maneira.


— Você ligou para o hospital? — Dul perguntou, com a voz sufocada.


Ucker fez que sim.


— Não houve nenhuma mudança ainda — respondeu.


— Então é melhor que eu vá indo.


— Depois de comermos — revidou ele, sem se comprometer. — Não acredito que qualquer um de nós tenha conseguido comer muita coisa ontem.


Devoramos um ao outro, pensou Dul amargamente.


— Eu não...


— Fizemos a mesma cena na sua cozinha, Dul —interrompeu ele. — Não vejo nenhuma utilidade em repetir isso de novo.


Em outras palavras, cale a boca. Pressionando os lábios rentes, ela se mexeu até a mesa e se sentou. Se Ucker enfiar torradas debaixo do meu nariz, provavelmente vou atirá-las de volta nele — decidiu, amotinada. Em seguida, sentiu uma onda de pânico se derramar sobre ela, quando Ucker se voltou, como se tivesse pronunciado aquelas palavras em voz alta.


Não que Dul o temesse... só a sua expressão facial. Preferiu continuar olhando para as costas dele. De fato, preferiria muito mais se não precisasse olhar para ele de jeito algum. Por isso, manteve os olhos baixos quando Ucker andou em direção à mesa e dispôs o bule de café diante dela.


Depois ficou imóvel, porque reparara na bolsa apoiada na porta, e uma nova tensão começou a sugar todo o oxigênio do ar. Ucker ia dizer algo sobre a noite passada, ela estava certa disso. Caso o fizesse, ela iria sumir dali, mesmo se isso significasse pular para dentro do poço do elevador.


— Sobre a noite passada...


Dul engatilhou os pés, rápida como uma bala.


— Quero me desculpar por...


Sobre as pernas bambas, correu em direção à porta.


— Dul...


— Não! —Atirou nele, furiosamente. — Não ouse começar a me dizer o quanto se arrepende! Não ouse, está me ouvindo, Ucker? Não ouse!


— Estou ouvindo — falou tranqüilamente.


Olhou para ele nessa hora, e viu exatamente o que ansiava ver — as belas feições morenas, aferroadas numa parede fria como pedra de autocomiseração e arrependimento. Um soluço preso na garganta. Queria esconder a própria vergonha. Queria que o chão se abrisse e a engolisse por inteiro!


— Mai tem que ser o único assunto aqui — expeliu abalada. — Você e... e-eu... nós, nada disso importa. Não vou deixar que me obrigue a fugir para longe dessa vez.


— Não quero que você fuja — suspirou, irritado.


 


 


 


A pergunta — Então, o que quer de mim? — cantarolava num silêncio asfixiante.


Dul não perguntou. Em vez disso, ergueu os dedos vacilantes até a boca, tentou engolir, depois baixou-os outra vez.


— Preciso me mudar para um hotel.., hoje — comunicou.


Houve um espasmo de rijos músculos viris, um espocar de fúria negra atacando os seus olhos.


— E eu tenho que reclamar o corpo do meu irmão hoje! —açoitou asperamente. — O que você acha que é mais importante nesse exato instante?


Dul deu um passo atravancado para trás, abalada até a raiz pelo que ele disse.


— Sinto muito — sussurrou dolorosamente, — eu não sabia!


— Sei disso. — Estalou Ucker, ainda com o cenho soturnamente fechado ao golpear novamente. — Ambos temos que lidar com uma situação intolerável — disse com firmeza. —Necessidades se cruzam, emoções escapam ao controle. Era de se esperar que nossas prioridades entrassem em conflito.


Sábias palavras, admitiu Dul, se fosse capaz de ignorar o fato de que estava tão envolvida pelas próprias lamentações e angústias, que se permitiu esquecer as de Ucker.


E quais eram as suas lamentações? indagou a si mesma. Cometeram o imperdoável na noite passada, porém ambos se sentiam culpados por despencar naquele abismo sombrio em particular, abrandando vorazmente uma coleção de emoções, e logo sobrepujando-as com uma coleção diferente.


Por que Ucker desapareceu da sua frente logo depois não significava que pudesse jogar toda a culpa sobre ele. Na verdade, Dul era brutalmente honesta em relação a isso —se Ucker não tivesse saído, provavelmente ela teria.


O silêncio recente corrompeu a tensão na atmosfera. Desejou que pudesse dizer algo para fazer com que ambos se sentissem melhor, mas não conseguiu pensar no quê. Ucker estava lá, de pé, usando um bordão de ferro que cingia os ombros largos de ponta a ponta, e os dedos estavam crispados sobre a bancada, com força o suficiente para cravar um talho no sólido mármore negro.


— Sente-se novamente — ordenou ele, rangendo os dentes.


Sente-se, Dul repetiu mentalmente, espiando o jeito como as bolsas estavam arrumadas aos seus pés, numa provocadora atitude infantil. Sem proferir uma palavra, recolheu a bagagem, se virou e saiu da cozinha. Descendo pelo corredor, voltou ao quarto, arriou as malas ao lado do leito, e depois voltou pelo mesmo caminho. Os dedos fremiram momentaneamente, coincidindo com o profundo fôlego vacilante que inspirou, antes de abrir a porta da cozinha e pisar ali de volta.


Ucker ainda estava no mesmo lugar onde o deixara, os longos dedos morenos ainda cravados sobre a bancada como um torno. Queria ir ao encontro dele, colocar os braços a sua volta, e demonstrar como se sentia mal por haver esquecido do que realmente importava. Mas, ao contrário, cruzou o cômodo até a mesa e sentou.



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Autor(a): Amore

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E o silêncio pulsava nos seus tímpanos, latejava no seu estômago e se distendia pela carne que lhe recobria o rosto. Mexa-se! Queria gritar com Ucker. Diga alguma coisa... qualquer coisa! Eu já disse que sinto muito. Já recuei em retirada. Não sei o que mais posso fazer! Talvez Ucker tenha captado os seus padrões de pensamento ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 36



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  • karinevondyprasempre Postado em 23/02/2013 - 12:39:10

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  • karinevondyprasempre Postado em 23/02/2013 - 12:39:08

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  • dulcemaria10 Postado em 20/02/2013 - 20:23:24

    http://fanfics.com.br/?q=fanfic&id=22861 quem pude da uma olhadinha Casamento Arranjado - D&C O que você faria se fosse obrigada a casar-se com uma pessoa que você nunca viu antes para que sua família não morresse? O que você faria se descobrisse depois do casamento que você está perdidamente apaixonada pelo filho de um assassino frio e calculista? "O amor só é amor, se não se dobra a obstáculos e não se curva à vicissitudes... é uma marca eterna... que sofre tempestades sem nunca se abalar."

  • paty1987 Postado em 18/02/2013 - 00:49:02

    Vou te ajudar a divulgar a web nas webs que eu leio ta... ta mto boa... me admiro nao ter mta gente lendo... Posta mais !!!!


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