Fanfics Brasil - 2 Uma prova de amor (Vondy - adaptada)

Fanfic: Uma prova de amor (Vondy - adaptada) | Tema: RBD (Vondy)


Capítulo: 2

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Um acidente... Sua garganta se fechou no esforço de engolir em seco. O autor da mensagem não deixou nome mas sua voz profunda, estática, afável e acentuada pelo sotaque lhe soou familiar o suficiente para deixá-la em estado de pânico. Atinou que a ligação fora feita pelo marido da irmã, Christian — e se Christian gravou uma mensagem como aquela, só poderia significar que o acidente envolvia Maite.


— Droga — resmungou porque ainda nada acontecia, e pressionou o comando de rediscagem quando a campainha da porta emitiu um toque curto e agudo.


Distraída, Dulce se virou para descer o corredor até a porta da frente, mal notando que teria de passar por cima da bolsa que jogara no meio do caminho. Dedos agoniados traçaram um feroz arranhão pelo caimento sedoso dos cabelos úmidos de chuva, antes de tentar agarrar a maçaneta da porta. O telefone ainda não conseguia completar a ligação. Abriu a porta com força, preocupada demais para imaginar quem estaria do outro lado e, por isso, levou um choque — um choque gélido, brutal, de perder o fôlego, ao perceber que a última pessoa que esperava ver estava diante dela.


Ele media mais de um metro e oitenta de altura e vestia um sobretudo negro e comprido. A largura dos ombros quase emparelhava com o batente da porta. Por alguns instantes terríveis, Dulce de fato sentiu-se aturdida o bastante para se escorar na porta, enquanto ele permanecia ali, preenchendo a entrada, uma forma sombria de causar arrepios.


— Christopher. — Deus do céu, pensou, enquanto seus lábios pronunciavam o nome dele com um sussurro admirado.


Ele não proferiu uma palavra sequer, mas imediatamente esticou uma das mãos para amparar o telefone nos seus dedos dormentes e conduziu Dulce de volta para dentro, usando o velho método de avançar alguns passos para a frente.


A respiração de Dulce dava pontadas em suas costelas, o fato de não estar gritando com ele para que se afastasse era um sintoma do seu estado de paralisia — embora ainda fosse capaz de registrar que ambos se moveram sem se tocar. Como numa dança entre dois ímãs de pólos opostos, fizeram a manobra até a sala sem transgredir o espaço defensivo um do outro, até que Dulce estivesse com as costas apoiadas contra a parede, olhos arregalados e fixos em Christopher, sem piscar. Ele se virou de costas e em implacável silêncio fechou a porta.


O tamanho da sala subitamente encolheu até o nada, Dulce sentia-se estranha subitamente, como se também estivesse encolhendo para dentro de si mesma, num esforço para se livrar daquilo que estava sendo forçada a encarar ali.


Esse homem, esse gigantesco testa-de-ferro do vasto império Uckermann. Christopher Uckermann, de Florença, homem de poder e paixão inigualáveis. Ex-amante de Dulce Maria, mulher de pecado e irmã da esposa do irmão de Christopher.


Aquele também era o homem com quem iria se casar. O homem com quem vivera como esposa por seis meses maravilhosos antes que tudo desabasse. Dulce o amara apaixonadamente; agora mal podia suportar que olhasse para ela sem sentir o coração murchar na sua presença.


Vagarosamente, Christopher se virou para encará-la de frente, desprendendo pingos de chuva dos ombros espaçosos nesse movimento, e preenchendo o aposento confinado com o cheiro da friagem e da lã molhada. Os olhos adornados por longos cílios se voltaram um instante para Dulce, e então Christopher se esquivou para apanhar a bolsa esquecida no chão.


— Você esteve fora — murmurou ele secamente. Seu inglês perfeito, afinado e profundo, com o tipo de sotaque que brincava com os seus sentidos como o toque de um amante...


Não entre nessa, recomendou a si mesma.


— P-Paris — respondeu Dulce.


Christopher inclinou a cabeça como se ela tivesse acabado de lhe confirmar algo, apesar de não compreender bem o que seria nem que a matassem. Tremia, abalada por conflitos ambíguos, ciente de que deveria estar pensando na irmã, mas que só era capaz de pensar em Christopher.


Maite... Sentiu a garganta convulsionar numa onda de angústia, as palmas das mãos pressionadas contra a parede. Erguendo os olhos ansiosos até as linhas rígidas e tesas do perfil dele, Dulce cindiu os lábios para exigir que lhe contasse o que aconteceu com Maite, mas Christopher falou antes.


— Estamos a sós aqui? — Indagou, e assim que Dulce o encarou boquiaberta, incapaz de acreditar que ousara fazer aquela pergunta, Christopher decidiu descobrir por conta própria. Passando por cima da bolsa, começou a abrir as portas.


O choque foi substituído por uma consternação abrasadora quando compreendeu o que ele estava fazendo. Dois anos atrás, Christopher voltou ao seu apartamento de Florença a tempo de flagrá-la na tentativa apressada de disfarçar as evidências do que andou fazendo enquanto ele estava fora do caminho. O que se seguiu foi uma horripilante demonstração do que pode acontecer quando alguém faz um Uckermann de tolo.


Daquela vez, Christopher a arrastou consigo de cômodo a cômodo, na medida em que checava todos os lugares possíveis onde Dulce pudesse ter escondido um amante. Agora estava preparado para levar a cabo a revista por sua própria conta — não que tivesse algum direito de fazer tal coisa.


— Seu imbecil — desabafou Dulce, e se descolou da parede e caminhou sobre pernas trêmulas até a sala.


Sequer tivera chance de entrar ali, pensou, contemplando fixa e vagamente a escuridão gelada, que era amainada apenas pelo brilho que se infiltrava através da janela, proveniente de um holofote da rua. Procurar pelo interruptor de luz mais próximo e inundar a sala com luz apropriada foi um reflexo automático — como cruzar o aposento até a janela, para cerrar as cortinas cor de creme sobre a vidraça alagada pela chuva.


Assim que se virou, Dulce encontrou Christopher de pé na soleira da porta, observando-a com seus aguçados olhos castanho-escuro salpicados de dourado, em um rosto com o estigma do orgulho da sua linhagem florentina. Era bonito, mas rude, frio; forje uma estátua à imagem dele e terá um reflexo de um deus dos tempos modernos.


Mas esse homem não era um deus, lembrou-se rapidamente. Ele até podia ter o rosto e o corpo de um, podia possuir a espécie de poder e a arrogância que os velhos deuses gostavam de brandir, mas no íntimo era tão mortal quanto qualquer outra pessoa. Imperfeito e volúvel, concluiu Dulce, enquanto esperava o choque esmaecer para que as antigas e amargas emoções pudessem aflorar em torrentes.



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Autor(a): Amore

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Emoções como dor e raiva, e a tristeza miserável de um amor cruelmente arrancado — um amor retribuído e apaixonadamente professo, sobre o qual compreendeu a duras penas que, para Christopher, nunca ultrapassaria a epiderme. Não aconteceu. Ali de pé, tensa, pálida e pronta para que tudo aquilo emergisse em ondas e a agar ...


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Comentários da Fanfic 36



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  • karinevondyprasempre Postado em 23/02/2013 - 12:39:10

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  • karinevondyprasempre Postado em 23/02/2013 - 12:39:08

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  • dulcemaria10 Postado em 20/02/2013 - 20:23:24

    http://fanfics.com.br/?q=fanfic&id=22861 quem pude da uma olhadinha Casamento Arranjado - D&C O que você faria se fosse obrigada a casar-se com uma pessoa que você nunca viu antes para que sua família não morresse? O que você faria se descobrisse depois do casamento que você está perdidamente apaixonada pelo filho de um assassino frio e calculista? "O amor só é amor, se não se dobra a obstáculos e não se curva à vicissitudes... é uma marca eterna... que sofre tempestades sem nunca se abalar."

  • paty1987 Postado em 18/02/2013 - 00:49:02

    Vou te ajudar a divulgar a web nas webs que eu leio ta... ta mto boa... me admiro nao ter mta gente lendo... Posta mais !!!!


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