Fanfic: Uma prova de amor (Vondy - adaptada) | Tema: RBD (Vondy)

— Preocupar não é bem a palavra que me vem à cabeça —retrucou Ucker. — Alguém deveria ficar aqui com você, ajudando você a passar por isso. Tome. — Algo a mais aterrissou no seu colo. Arregalou os olhos de surpresa, diante da

visão do próprio celular. — Estava no bolso do meu sobretudo. Encontrei-o essa manhã — explicou Ucker. — Aqui está o meu número particular. Coloque na memória do seu aparelho. Não hesite em me chamar se precisar de mim, Dul.

— Foi mais uma ameaça séria do que uma forma educada de tranqüilizar.

De repente, Ucker estacou tão subitamente que a fez piscar. Grandalhão e esguio e sombrio e tenso, ele bloqueou a luz do sol. Dul sentiu frio.., consternada. Ucker iria embora, e ela queria se atirar sobre ele e implorar que ficasse!

Mas Ucker tinha deveres para os quais retornar, e ela, uma vigília ao pé da cama para sustentar.

— Preciso ir — disse o óbvio e a tensão zuniu pelo ar como eletricidade estática. — Use o telefone, entendeu bem?

Dul comprimiu os lábios rigorosamente unidos e acenou com a cabeça que sim. Ele virou e se afastou a passos largos sem olhar para trás, e Dul permaneceu sentada ali, com o sol tentando repor a calidez que Ucker levara embora consigo.

E falhou.

Ucker jamais se sentira tão inadequado ou inútil em toda a sua vida, como quando se afastou de Dul daquela maneira. Mas tinha coisas para resolver, coisas repugnantes, que travavam a garganta, que despiam a alma, as quais não podia deixar de lado.

No entanto, a mente estava concentrada em Dul... ou era o coração? Não sabia ao certo. O que Ucker sabia é que Dul pode tê-lo traído há dois anos, mas ele a traía agora, por não estar por perto quando precisava.

E havia de ser ele. Essa era a outra parte do conflito interior que o esfolava vivo. Ucker não queria que ninguém mais ficasse lá com Dul. Nem mesmo queria pensar nela recostando em outra pessoa.

— Dio, me deixe em paz! — Zangou-se, quando o telefone sobre a mesa começou a tocar.

Era um repórter querendo que lhe desse uma declaração. Aquele não era o primeiro cretino insensível com o qual tivera de lidar hoje e, provavelmente não seria o último. Ao passo que recolocava o fone no lugar, Belinda enfiou a cabeça na porta para olhar inquisidoramente para Ucker. Ela havia envelhecido dez anos em vinte e quatro horas. Todos haviam.

— Não — disse Ucker. — Era a imprensa, não o hospital.

Bel continuou rondando a entrada e ucker pressentiu que a irmã queria que ele a abraçasse. Atravessando a sala, tomou-a nos braços e deixou Belinda chorar, desejando que tudo ficasse bem se ele também desabasse e chorasse.

— Como vai a Mamma? — indagou Ucker, assim que o choro cessou.

— Está consciente agora, e parecendo um pouco mais forte. — Belinda lhe contou, e depois acrescentou, cuidadosa:

— Ucker, a respeito de Dulce...

— Não mexa nisso, Bel — advertiu brevemente, e ficou grato quando o telefone soou, tendo desculpa para se afastar dela. A irmã rondou por mais alguns segundos, calada pela censura dele e aguardando para descobrir quem havia ligado, antes de se esgueirar para fora assim que soube que era um telefonema de negócios.

Ucker não queria debater os erros e acertos sobre Dul estar com ele no apartamento. Não queria discutir sobre ela com ninguém mais... ponto final.

Seu assistente pessoal fez uma pergunta que exigiu sua concentração total. Ucker respondeu-a e lidou com o problema como se fosse perfeitamente normal tomar decisões empresariais enquanto o mundo ruía aos seus pés.

Foi então que, em meio a uma frase concisa e entrecortada, o celular começou a zumbir.

Era Dulce. Ucker estava certo disso. Largou o outro fone como se fosse um tijolo quente.

Os dedos tremeram quando atendeu a ligação. Tudo o que Dul foi capaz de dizer a ele foi:

— Por favor.., você pode vir?