Fanfics Brasil - 3 Uma prova de amor (Vondy - adaptada)

Fanfic: Uma prova de amor (Vondy - adaptada) | Tema: RBD (Vondy)


Capítulo: 3

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Emoções como dor e raiva, e a tristeza miserável de um amor cruelmente arrancado — um amor retribuído e apaixonadamente professo, sobre o qual compreendeu a duras penas que, para Christopher, nunca ultrapassaria a epiderme.


Não aconteceu. Ali de pé, tensa, pálida e pronta para que tudo aquilo emergisse em ondas e a agarrasse, Dulce descobriu que continuava a sentir absolutamente nada, nem mesmo uma leve pontada da velha sensação de desespero com a qual meros pensamentos sobre ele costumavam preenchê-la. Aqueles olhos que costumavam virar o seu coração do avesso agora a deixavam fria, assim como a boca delgada que costumava agir como um ímã sobre seus próprios lábios famintos, O talho altivo do rosto, a tez escura e dourada, o corpo magnífico sob o casaco pesado; costumava reverenciar tudo aquilo com cada toque, cada fôlego ou homenagem sensual que pudesse conceber. O homem em toda a sua divinal totalidade nunca mais faria nada por ela.


Aquilo lhe veio como um alívio, porque significava que conseguira esquecê-lo.


Esquecê-lo finalmente e de uma vez por todas tua compreensão íntima que jamais se dissiparia, por mais


— Satisfeito com a busca? — Perguntou com um sarcasmo ácido. Ou ele gostaria de checar atrás das cortinas também?


Notou o indício de um cenho fechado, antes que Christopher agradecesse o comentário com um esgar sutil.


— Não — foi tudo o que disse e passou a analisar a decoração com seus tons pastel suaves e elegantes móveis modernos, os quais faziam um contraste e tanto em relação ao luxo antiquado com o qual mobiliara o próprio lar.  As pequena poltronas gêmeas eram recobertas por um linho bege, o chã era de madeira clara polida. O piso da casa dele ostentavam tapeçarias de valor incalculável, atiradas sobre um intrincado parquete de madeira marchetada, e os sofás, feitos de u opulento couro marrom, eram grandes e fundos o bastante para que duas pessoas pudessem se esticar neles ao mesmo tempo, para se enroscar e beijar em delicada...


Novamente foi forçada a manter suas divagações sob rédea curta. Por que se lembrar de tudo aquilo, uma vez que já não significava mais nada? — Perguntou a si mesma abruptamente, e cruzou a sala para ligar outro interruptor, que fez com que chamas saltitantes iluminassem os objetos decorativos que repousavam sobre um leito de seixos pálidos na lareira aberta.


Desta vez, quando se virou, Dulce percebeu que a atenção dele se voltara novamente para ela, seu olhar velado passeando pela saia esguia com um plissadinho elegante na par te de trás, o que conferia às suas longas pernas um torneada especialmente sensual. Será que ele gostava das suas pernas Claro que gostava delas; costumava adorá-las com as mãos com a boca, e com o toque provocante da sua língua conforme trilhava um caminho acima rumo a...


Oh, pare com isso!, ordenou-se. Christopher ergueu o olhar repentinamente, como se ela tivesse dito aquilo em voz alta. Seus olhos se conectaram. A tensão irrompeu e elevou-se ao máximo, tomando conta da sala, sob a sombra daquela mútua compreensão íntima que jamais se dissiparia, por mais que ambos assim o desejassem.


Foram amantes, esplêndidos, vorazes, amantes sensualmente indulgentes. Conheciam cada centímetro um do outro, que fazia o outro suspirar de prazer e ir além dos limites. Porém, aqueles pensamentos estavam fora de contexto — ele estava fora de contexto!


Diga alguma coisa, maldito seja! Dulce queria esbravejar com Christopher. Mas ele sempre fora hábil em utilizar o silêncio para acabar com a resistência das pessoas, e continuava lá parado, fitando-a como se estivesse aguardando que ela dissesse alguma coisa. Dizer o quê?, pensou Dulce. estaria ele esperando que o convidasse a se sentar?


A frase que dizia algo sobre queimar no fogo do inferno ricocheteou na sua mente.


Talvez ele tenha ouvido. Talvez ainda fosse capaz de sinonizar-se no que se passava dentro dela, porque os cílios de seda negra piscaram de leve quando moveu o olhar mais uma vez, cravando-o sobre alguma coisa acima do seu ombro.


Shannon não precisava ver para saber o que atraía a atenção dele agora. Devia ser o solitário porta-retratos sobre a prateleira, com a fotografia de casamento que exibia a expressão meiga de sua irmã Maite, sorrindo adoravelmente tara seu vistoso cunhado Christian.


Atrás do bem-aventurado casal, e afortunadamente fora te foco, estavam Christopher, representando o desanimador e sofisticado padrinho do noivo, e ela mesma como a jovem e ajuizada madrinha da noiva. Christopher estava no auge dos seus vinte oito anos, e Dulce contava escassos dezoito na época, mas se divertiram juntos naquele dia.


Esquisito, pensou, que acabasse de se lembrar daquilo agora quando, ao contrário, haviam tantas coisas ruins a respeito de Christopher sobre as quais deveria estar pensando.


— Acho que seria melhor se você se sentasse.


Os músculos se contraíram de súbito por todo o seu corpo, aprumando o queixo aguçadamente, conforme os sentidos saltaram em alarme. Quando alguém manda o outro se sentar, isso só pode significar que está prestes a contar alguma coisa que, com toda garantia, fará o chão desaparecer sob os pés, e o único jeito que aquele homem podia fazer isso com ela era trazendo más notícias sobre...                                                                                          


 — O que houve de errado com Maite?        


Sua mão se estendeu; com dedos longos e esguios, apontava para uma das poltronas.


— Quando você se sentar. — Enfatizou ele, assistindo tudo calmamente, como se estivesse antecipando a sua reação já que Dulce flamejava como fogos de artifício.


— Oh, deixe de ser tão desgraçadamente suscetível ao meus sentimentos, Christopher, e diga o que aconteceu com a minha irmã! — gritou ela. — Tudo que eu consegui foi uma mensagem cheia de interferências, dizendo que houve um acidente e que eu deveria ligar para um número de celular estúpido que não existe!


— Existe sim — murmurou ele.


E, como um raio, Dulce imediatamente percebeu o terrível — terrível — engano que cometera.


— Era o número do seu celular, não era? — explodiu acusadoramente, custando a acreditar que jamais poderia ter confundido o tom profundo e lacônico da voz dele com O tom mais amistoso da voz de seu irmão Christian. — Pobre Christopher — zombou com uma súbita amargura, — forçado a dar o número do seu telefone para a bruxa malvada e correr o risco de enfrentar uma nova onda de ligações inconvenientes.


Com o esboço de uma careta, reconheceu o direito dela lançar-lhe aquele comentário. Há dois anos Dulce tentou convencê-lo a conversar com ela a todo custo. Ligava para o celular dele noite e dia até que inesperadamente, o número não estava mais acessível. Christopher eliminou seu principal meio de contato, e assim Dulce foi impiedosamente privada de tudo o que era importante para ela.


— Apenas fale, seu idiota — instigou ela acirradamente.


Com um sorriso constrito nos lábios, Christopher parecia decidido a se manter firme até que ela se sentasse. Então, Dulce acompanhou quando seus olhos realizaram um inventário hesitante da maneira como se encontrava agora, frágil e abatida, a tal ponto que os tremores que sacudiam o seu corpo quase a forçaram para baixo. A teimosia foi o que a manteve reta; a teimosia e uma rebeldia que sempre foi, aos olhos ele, um dos seus pecados mais nocivos — embora não o pior pecado.


De repente... não, Dulce violentamente fechou a brecha para aquele tipo de pensamento. Pare por aí, e já!, advertiu a si mesma com raiva. Não pense em nada. Nem mesmo se dê ao trabalho de reparar no modo como ele está olhando para você novamente, com o desdém que ele julga que você merece. Afinal ele a odeia e a despreza. Deixe estar, convidou ela. Eu não ligo.., não ligo.


Christopher se moveu nessa hora, e, num denso, íntimo abalo de medo, Dulce viu a expressão dele mudar de hostil para grave. Os olhos saltavam para longe. Inspirou profundamente. A fina penugem do seu corpo começou a pinicar conforme Christopher entreabria a boca para falar.


Então as palavras vieram.


— Aconteceu um acidente... uma batida de carro esta manhã — contou Christopher. — Há pessoas feridas... seriamente feridas — acrescentou assustadoramente.


— Maite...? — O nome veio à tona num sussurro frágil.


— Sim. — Aquiesceu com a cabeça. — E eu preciso que você seja forte, Dulce — preveniu em seguida — porque o prognóstico não é bom e nós temos que... oh, diabos.., sua louca, idiota teimosa.


Dulce não percebeu que havia perdido o equilíbrio até que as mãos dele chegaram com firmeza nos seus ombros e forçosamente a conduziram até o sofá mais próximo. Aterrissou com um solavanco, os olhos escancarados e imóveis.


— Por que você nunca consegue aceitar um bom conselho quando lhe oferecem? — reclamou, enquanto agachou os quadris e deu um forte aperto nas mãos gélidas de Dulce — Foi um simples pedido... um sábio pedido. Você quase desmaiou como eu previa. Você é o seu próprio arquiinimigo, sabia?  Não posso acreditar que você ainda é tão...


Dulce puxou as mãos para soltá-las. O gesto silenciou a língua raivosa de Christopher, colou seus lábios bem unidos retesou os músculos na sua face. Neste novo silêncio que se desenrolou, Dulce lutou para controlar aquilo que a estava esmagando por dentro. O coração palpitava com selvageria a respiração se reduziu a escassos e superficiais tragos de ar Maite era a única pessoa no mundo com quem realmente si importava.


Maite, sua linda Maite, a quem todos amavam e queriam, um pedaço para si.


— Diga o que aconteceu — ela murmurou.


Na boca formou-se um anel branco de tensão ao seu redor. Precisou olhar para longe, porque não poderia suportar fitar Christopher enquanto ele dizia o que tinha que dizer.


— Eles estavam na pista de alta velocidade da principal autoestrada de Florença, quando atravessaram um temporal pesado — explicou. — Um caminhão articulado derrapou na superfície molhada, esbarrando bruscamente na frente do carro, jogando-o para o meio da estrada. Os dois não tiveram a menor chance — proferiu Christopher com a voz mais densa que uma rocha. — Sem espaço ou tempo para tomar uma atitude defensiva, eles colidiram de frente e...


As palavras cessaram quando se viu forçado a engolir em seco. O silêncio retornou, rastejando sobre ambos na medida em que Dulce continuava sentada, observando o alto da cabeça morena de Christopher como se toda aquela desgraça se desenrolasse sozinha, tal qual um filme macabro diante de seus olhos.


— Ela está...?


— Não. — Interrompeu ele bruscamente... rispidamente.


O alívio revestiu o seu espírito, mas ficou tensa novamente assim que o próximo pensamento alarmado começou a dar cambalhotas na sua cabeça.


— Eles. Você disse eles — disse trêmula, com intenção de ferir, e então olhou para ele, realmente olhou para ele e viu, pela primeira vez, a deformação delineada no tecido liso ias suas feições rudes, e a dor ardendo fundo nas profundezas tenebrosas dos seus olhos. A compreensão surgiu, os músculos do próprio rosto começaram a desfalecer, lágrimas de uma desesperada percepção inundavam seus olhos.


— Oh, não, Christopher... não — disse com a voz embargada. —por favor — implorou ela — Christian não...


Porém, a resposta que esperava ouvir não chegou, e enquanto seus dedos gelados se moviam abruptamente para cobrir os lábios trêmulos, Christopher murmurou alguma coisa densa em italiano, depois abaixou a cabeça escondendo a face entre as mãos.


Brumas sombrias de choque e pesar os envolveram. Pelo que pareceu um século, Dulce não conseguia se mover ou pensar ou mesmo sentir. Christian e Maite — Maite e Christian os dois nomes preciosos giravam na sua mente numa eterna espiral vertiginosa, enquanto a chuva fustigava violentamente a janela e Christopher permanecia agachado diante dela, com a face coberta e os largos ombros retesados, lutando a própria batalha contra o choque e o pesar.


Christopher e o irmão eram muito próximos. Trabalhavam juntos, brincavam juntos, riam juntos e conversavam o tempo todo. Pensar em um deles sem pensar no outro era...


— Oh, Christopher... — Levantando a mão com os dedos trêmulos, Dulce gentilmente deixou que tocassem o seu cabelo molhado da chuva. — Eu sinto m...


Aquilo veio sem aviso. Ao primeiro leve roçar dos dedos, ele afastou-se dela com tamanha violência que a deixou admirada e estremecida conforme se punha de pé, lhe dava as costas transpunha a sala com passadas largas até se recompor, imóvel e rígido, enquanto travava uma batalha contra o momento de seu colapso completo.


Quando se voltou para encará-la já tinha recobrado o controle outra vez, ou estava tão controlado quanto poderia estar um homem que perdera o irmão que amava. Dulce não se moveu conforme o olhar dele a açoitava, viu o gelo, o rancor frio, e adivinhou o que Christopher estava pensando. Estava pensando que não merecia perder o irmão e que Dulce não merecia ainda ter a irmã.


Sim, Christopher a odiava o bastante para pensar assim.



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Autor(a): Amore

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Poxa... Nenhum comentario???? Como vou saber se tem alguem lendo e gostando????


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 36



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  • karinevondyprasempre Postado em 23/02/2013 - 12:39:10

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  • dulcemaria10 Postado em 20/02/2013 - 20:23:24

    http://fanfics.com.br/?q=fanfic&id=22861 quem pude da uma olhadinha Casamento Arranjado - D&C O que você faria se fosse obrigada a casar-se com uma pessoa que você nunca viu antes para que sua família não morresse? O que você faria se descobrisse depois do casamento que você está perdidamente apaixonada pelo filho de um assassino frio e calculista? "O amor só é amor, se não se dobra a obstáculos e não se curva à vicissitudes... é uma marca eterna... que sofre tempestades sem nunca se abalar."

  • paty1987 Postado em 18/02/2013 - 00:49:02

    Vou te ajudar a divulgar a web nas webs que eu leio ta... ta mto boa... me admiro nao ter mta gente lendo... Posta mais !!!!


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