Fanfic: Uma prova de amor (Vondy - adaptada) | Tema: RBD (Vondy)
Mai. De todas as desculpas mentirosas que podia ter inventado, Dul tinha que escolher jogar a culpa na única pessoa que jamais trairia o seu homem.., jamais. A sua disposição de fazer aquilo com a própria irmã o fez perder a calma. O que se desenrolou em seguida foi um outro pesadelo, que passou a viver dentro dele para sempre, desde então.
Um telefone começou a tocar em algum lugar, resgatando Ucker das trevas daquele segundo de pesadelo, para descobrir que estava parado no banheiro, olhando fixo para os azulejos de cerâmica que recobriam o piso, para onde escoava a água do seu corpo, formando uma poça ao redor dos pés morenos. Ucker ergueu a cabeça e avistou sua face no espelho. Não era ele. Era como olhar para um estranho. Um homem sem cor e sem calidez.
Apenas Dul poderia fazer isso com ele. E a pedira em casamento novamente?
Puxando um roupão de banho, obrigou-se a caminhar sobre pernas que pareciam insolitamente enrijecidas, como se houvesse acabado de correr uma maratona. Talvez o fizera — correu uma maratona através da agonia, mentiras e decepção.
Ucker deixou a jaqueta na cadeira, perto do elevador. O celular estava dentro de um dos bolsos, e a passos largos transpôs o apartamento para pegá-lo. A chamada era de Marco, seu assistente. Enrugou a testa pelo tardar da hora e sentiu um estalo duro de irritação, porque se Marco ainda se encontrava no escritório, então provavelmente estava tendo muito trabalho ao tentar acompanhar o seu nível durante a sua ausência.
Estava para terminar a ligação quando Dul apareceu. Vestia aquele exíguo pijama azul sob uma fina tira de algodão azul, que pendia aberta a sua frente. O rosto enfezado e brilhante, o cabelo enrolado no alto da cabeça, deixando o pescoço esguio exposto. Os olhos eram como hematomas escuras engastadas num fundo de porcelana branca, e a boca parecia miúda, apertada e... rosa.
A fome rosnou dentro dele, acompanhada de uma autocomiseração que envolvia a si mesma como uma faixa de aço em torno do peito dele. Voltou as costas para Dul para escutar, num silêncio implacável, o que quer que Marco lhe perguntava. O pobre-diabo soava embaraçado e enfraquecido. Ucker conhecia ambos os sentimentos. Dul ainda estava ali; Ucker imaginou o que ela queria.
— Apenas me deixe por essa noite. Marco — ordenou tranqüilamente. — Os negócios não vão descer pelo ralo se você for para casa dormir um pouco.
Terminou a ligação e jogou o celular na jaqueta, depois teve que flexionar os ombros antes de poder convencer a si mesmo a se virar e encarar Dul outra vez.
— Sinto muito por me intrometer — desculpou-se rigidamente. — Mas nós deixamos minhas compras no carro e eu preciso pendurar a minha roupa...
Ucker suspirou diante daquele descuido estúpido, e o pêndulo que balançava as suas emoções sofreu ainda outra guinada violenta. Que espécie de egoísta ele era, para acrescentar ainda algo mais ao estresse dela numa hora como essa?
Interpretando mal a razão do suspiro de Ucker, Dul se encaminhou até ele com a mão esticada.
— Se você me entregar as chaves do carro, eu mesma posso ir até lá e recolher as bolsas.
Deixá-la sozinha num estacionamento de subsolo, a essa hora da noite e vestida desse jeito?
— Não enquanto eu ainda respirar — sibilou, fazendo Dul franzir a testa confusa. — Eu vou — foi tudo o que ele disse, e se virou para pegar a carteira e as chaves do carro.
Dul esperava na porta do quarto dela, quando Ucker voltou com as sacolas de compra.
— Obrigada. — Dul tomou-as dele.
— Prego — ele replicou.
Ela deu um passo para trás, e fechou a porta na sua cara.
Um súbito impulso intumescente de escancarar a maldita porta e levar aquela desavença adiante quase o levou a fazer exatamente isso. Então o senso comum chegou e, consigo, uma explosão de frustração, a qual o mantinha mirando um punho cerrado que não aterrissou muito bem no revestimento de carvalho.
Depois Ucker voltou para o próprio aposento para inflamar em silêncio. Ao passo que Dul se atirou na cama para chorar até os olhos esvaziarem, novamente.
Dul o odiava mas o amava, e esse era o seu problema mais complicado — ela amava, amava— amava aquele bruto!
O dia seguinte foi um dia que Dul torceu para que nunca precisasse enfrentar de novo. A partir do momento em que doou à veste negra todo o peso do que estava prestes a encarar, derivou para fundo, fundo dentro dela mesma.
Encontrou Ucker no vestíbulo de entrada. Um olhar fugaz na direção dele, de pé em seu sombrio terno escuro, camisa branca e gravata preta, a face lisa intercalada sob a máscara verde-pálido de compostura inquebrantável, e Dul percebeu que Ucker se sentia da mesma forma que ela. Ucker a estudou brevemente, antes de inquirir inexpressivamente se estaria pronta para partir.
Fred os conduziu em uma limusine preta, que não fazia nenhuma tentativa de disfarçar o que representava. Até mesmo o dia decidiu envergar um semblante de nuvens acizentadas, como se soubesse que aquele não era um dia para ser preenchido pela cálida luz solar.
Eles não conversaram; ambos mantiveram os rostos meio voltados para as janelas laterais do automóvel, preferindo permanecer imersos nos próprios pensamentos áridos.
Os dois mal teriam se tocado, se Ucker não houvesse ajudado Dul a sair do carro.
Chegaram à casa da mãe de Ucker para descobrir que toda a vasta e dispersa família Uckermann havia congregado. Todos eram contidos, graves, mas cordatos e solidários em relação a Dul, o que foi gentil da parte deles, considerando que tinham conhecimento da antiga relação entre ela e Ucker —não que qualquer um, exceto os membros mais íntimos da família, soubesse o que aconteceu, apenas que se separaram em amargas circunstâncias. Porém, ainda assim Dul apreciou a disposição deles de colocar tudo de lado por hoje, pelo menos — embora alguns não conseguissem evitar de lançar olhares curiosos para Dul e Ucker, que nunca se detinha a mais de um passo de distância do lado dela, apesar de não constatarem a presença um do outro.
No instante em que pisaram fora da casa, tudo tomou uma aparência desértica, onírica. que os conduziu agonizante-mente quadro a quadro, através das horas seguintes. A Sra. Uckermann estava consternada. A cada vez que ela vinha abaixo, toda aquela sombria reunião sentia os efeitos dilacerantes. E assistir enquanto ela se agarrava ao filho sobrevivente, como se temendo soltá-lo em caso de vir a perdê-lo também, foi de partir o coração.
Belinda e Anahi se agarraram aos maridos, Derrick e Pablo. Uma das irmãs era mais velha do que o irmão sobrevivente, a outra se intercalava entre Ucker e Chris. Ambas eram formidavelmente belas, assim como todos os Uckermann, e aqueles dois homens foram escolhidos para complementar-lhes a aparência ilustre e o sobrenome importante.
Dul não se agarrou a ninguém, embora soubesse que Ucker, de algum modo, conseguiu se manter a um braço do seu alcance todo o tempo, caso ela desmoronasse, mas não o fez, apenas preservou a cabeça baixa e lamentou-se em silêncio sob o véu de renda negra.
Ela quase fendeu ao meio, à primeira vista dos dois caixões adornados por flores. E uma outra vez, mais tarde, quando pisou na igreja e ficou chocada por quantas pessoas se amontoavam lá dentro. Amigos e colegas, presumiu Dul, a maioria dos quais eram estranhos para ela, mas não para Chris e Mai. No seu coração, todas aquelas pessoas representavam a vida cercando o trágico casal, na medida em que empreendiam a jornada rumo ao repouso final.
Dul não verteu lágrimas durante os ofícios. Não fez outra coisa além de ir até onde era instruída a ir, sentar, levantar, ajoelhar, esperar... seguir. A máscara de cera da sua compostura sofreu a pior derrota durante a cerimônia de enterro. A Sra. Uckermann quase entrou em colapso, e Ucker teve de ampará-la com os dois braços. Anahy chorou, Belinda chorou, aquele sítio adornado com flores inteiro parecia oscilar sob o peso opressor do sofrimento de cada um.
Depois partiram em jornada até a casa de campo da família Uckermann, nas cercanias de Fiesole. Era um bonito lugar aprumado com os fabulosos adornos da riqueza, colecionados por séculos e rodeados pelos jardins mais sofisticados. amplos o suficiente para que alguém se perdesse neles. Era um local utilizado por todas as facções da família Uckermann para oferecer festas extravagantes. Hoje tornou-se um lugar amortalhado na tristeza, onde toda a confraria se reuniu para pagar seus respeitos à família.
A Sra. Uckermann foi levada para os seus aposentos privativos, pois assim poderia ter alguns minutos para se recompor. Ucker, as duas irmãs e seus maridos assumiram o papel de anfitriões, logo que as muitas salas para recepção formal começaram a lotar de pessoas sombrias envergando luto, e de uma equipe de serviçais sobriamente vestidos que se misturou entre eles, carregando bandejas de prata forradas de linho branco que guardavam a chance de alívio.
Dul nunca se sentira tão perdida e solitária ao vagar sem propósito de sala a sala, sorrindo educadamente para todos aqueles que lhe ofertaram a sua solidariedade e murmurando todas as frases certas em resposta, porém, sentia-se estranha por dentro, insolitamente deslocada como se não pertencesse àquele lugar, e sabia por que sentia-se daquela maneira.
Ela havia acabado de enterrar a irmã e, mesmo assim, sentiu como se aquela grande onda carregada de pesar dos Uckermann houvesse seqüestrado o seu direito à lamentação. Pensar assim foi bobo, egoísta e injusto da parte dela, mas dizer aquilo a si mesma não demoveu a sensação. Todo mundo falava em italiano e Dul não queria falar em inglês. Queria se lembrar da irmã no próprio idioma e gritar o mais alto possível — Deixem-me ter minha irmã de volta!
Alguém pegou no seu braço enquanto entrava e saía de uma sala para a outra, e Dul foi empurrada para uma alcova sossegada encravada na lateral da escadaria magnífica. Ucker avultou sobre ela como uma sombra tenebrosa.
— A fleuma britânica ainda está em voga, vejo eu —falou Ucker, de um modo sarcasticamente arrastado.
Autor(a): Amore
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Hoje não vou poder postar, mas amanha prometo que posto!!!! Obrigada paty1987!!!
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 36
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karinevondyprasempre Postado em 23/02/2013 - 12:39:10
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karinevondyprasempre Postado em 23/02/2013 - 12:39:10
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karinevondyprasempre Postado em 23/02/2013 - 12:39:09
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karinevondyprasempre Postado em 23/02/2013 - 12:39:09
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karinevondyprasempre Postado em 23/02/2013 - 12:39:09
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karinevondyprasempre Postado em 23/02/2013 - 12:39:08
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karinevondyprasempre Postado em 23/02/2013 - 12:39:08
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karinevondyprasempre Postado em 23/02/2013 - 12:39:08
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dulcemaria10 Postado em 20/02/2013 - 20:23:24
http://fanfics.com.br/?q=fanfic&id=22861 quem pude da uma olhadinha Casamento Arranjado - D&C O que você faria se fosse obrigada a casar-se com uma pessoa que você nunca viu antes para que sua família não morresse? O que você faria se descobrisse depois do casamento que você está perdidamente apaixonada pelo filho de um assassino frio e calculista? "O amor só é amor, se não se dobra a obstáculos e não se curva à vicissitudes... é uma marca eterna... que sofre tempestades sem nunca se abalar."
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paty1987 Postado em 18/02/2013 - 00:49:02
Vou te ajudar a divulgar a web nas webs que eu leio ta... ta mto boa... me admiro nao ter mta gente lendo... Posta mais !!!!