Fanfic: Uma prova de amor (Vondy - adaptada) | Tema: RBD (Vondy)

Se Luca ao menos soubesse o que se passava dentro da cabeça dela, pensou Dul.

— Não vi você demonstrando sinais de deixar a compostura falhar — calculou ela, distante.

— Está quebrada por dentro.., sangrando, de fato. — Ucker a surpreendeu com aquela constatação mal-humorada. —Tome, beba um pouco disso — falou e colocou um copo na sua mão.

— O que é isso? — Dul perguntou, receosamente.

— Conhaque. Isso deve ajudar a aquecê-la. Você parece correr o perigo de se transformar numa escultura de gelo.

dul tomou um pouco do conhaque e aborreceu-se logo depois, porque aquilo lhe subira direto aos olhos.

— Não faça assim — ralhou Ucker.

— Foi você quem começou isso — acusou ela, esticando os olhos bem arregalados para estancar as lágrimas, e ergueu alguns dedos para pressioná-los contra a boca trêmula.

O suspiro de ucker acompanhou o toque gentil de um dedo longo, assim que afagou uma mecha solta de cabelo na face de Dul. Foi o bastante para fazê-la querer lançar os braços ao redor do pescoço dele e soluçar até o coração esvaziar.

Alguém despontou na periferia do campo de visão do casal. Era Belinda; ela deu uma espiada na intimidade daquele pequeno téte-à-téte e se retraiu. A irmã mais velha de Ucker era uma das pessoas mais sofisticadas que qualquer um desejaria conhecer, porém Belinda se esforçou muito para não olhar para Dulce sem demonstrar a sua recriminação.

— A Mamma desceu e está perguntando por você, Ucker.

— informou ao irmão, enrouquecida.

— Estarei lá em um minuto — disse ele, sem tirar os olhos de Dul.

— A Mamma disse que...

— Um minuto, Belinda — Ucker foi incisivo.

Houve uma pausa que fez formigar a fina penugem do corpo de Dul e manteve seus olhos rigorosamente fixos no nó negro da gravata de Ucker. Em seguida, Belinda rodopiou para longe, deixando um silêncio desconfortável.

— Isso não foi muito cortês — repreendeu Dul.

— Não me sinto inclinado a ser cortês. — Cortou ele em revide. — Na maior parte do tempo desse dia terrível, você parecia uma peça de porcelana, frágil e solitária, que alguém largou e esqueceu de recolher de novo. Eu quero recolher você e nunca mais largar.

Era a vez de Dul murmurar um “Não faça assim”. Ucker não tinha o direito de lhe dizer coisas como aquela. Especialmente depois da maneira como a usara na noite anterior.

— Nós precisamos conversar. A noite passada foi uma confusão — disse, concatenando diretamente com os pensamentos dela de novo. — Não deveria haver terminado daquele jeito.

— Eu não quero discutir isso. — Dul deu a entender que iria seguir os passos de Belinda.

Ucker bloqueou a saída com um ombro largo que, efetivamente, a deteve presa.

— Nós temos que conversar a respeito — insistiu. —Existem coisas que eu deveria ter dito na noite passada que se perderam no meio da guerra. Mas elas estão a ponto de jorrar e acertar bem na cara de cada um de nós, por isso, preciso que você me escute.

— Escutar o quê... mais insultos?

— Não — ele negou entredentes, rangendo de impaciência. — A coisa sobre o casamento — explicou. — Você é contra se casar comigo pelo bem de nosso filho, mas...

— Não existe nenhum filho! — Dul inseriu.

— Ucker... — Era a voz mais calma de Anahi que interrompia dessa vez, soando muito cautelosa. — Sinto muito perturbar você, mas o Sr. Lorenzo acabou de chegar. Ele quer que...

Uma série de imprecações quase silenciosas deixaram os lábios de Ucker, enquanto Dul fechou os olhos e rogou a Deus para que Anahi não tivesse ouvido o que ela dissera.

— Já estou indo — ferroou ele, com uma impaciência de arreganhar os dentes.

Anahi não estava inclinada a demonstrar sua opinião como a irmã mais velha fizera, porque caminhou ao largo sem ao menos proferir outra palavra, deixando Dul aprisionada na alcova por um homem que estava, literalmente, pulsando de frustração e com um incêndio nos olhos que a faziam pensar em...

Pare com isso, pensou dolorosamente. Não faça isso comigo aqui!, Dul inspirou tensa.

— Vá até a sua mãe, ou ao Sr. quem quer que seja — ela disse, inflexível.

— Apenas escute — instruiu ele —, porque eu não tenho tempo para isso, mas sei que deve ser dito! — Tomou um fôlego profundo, lutando impaciente contra alguma coisa a qual Dul não podia nomear claramente, embora pudesse deixá-la tremendo assim que Ucker cativou seus olhos novamente, e começou a alimentá-la com palavras num atrito rápido e aguçado. — Quero que você pense em Rose. Quero que você coloque os seus próprios sentimentos de lado, e os meus sentimentos quanto a isso, e pense em Rose e no que é melhor para ela.

— Rose virá comigo. Eu pretendo...

— Não! — disparou contra ela, forçosamente. As mãos de Ucker se ergueram para agarrar os ombros de Dul. a alteração súbita e raivosa do corpo quase derrubando no chão o copo de conhaque das mãos dela.

— Sabia que estava planejando algo parecido — exclamou ele, — mas não pode ser assim.

— Por que não?

— Porque...

— Ucker... — Não havia como não reconhecer a dona dessa voz particular. Ela pertencia a Sra. Uckermann em pessoa. Dul quase bambeou de alívio quando Ucker soltou seus ombros com um suspiro de derrota, e se voltou para a mãe.

— Padre Michael precisa partir agora, mas disse que quer dar uma palavra com você antes que ele... Oh, Dul — a Sra. Uckermann se interrompeu para admitir. — Eu não vi você parada aí.

O que era uma inverdade espalhafatosa porque, se isso não era parte de uma conspiração para impedir o que quer que a família acreditava que faziam naquela alcova, então o seu nome não era Dul.