Fanfics Brasil - 38 Uma prova de amor (Vondy - adaptada)

Fanfic: Uma prova de amor (Vondy - adaptada) | Tema: RBD (Vondy)


Capítulo: 38

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Ucker telefonou naquela noite, enquanto dul se detinha no quarto, contemplando o pálido reflexo no espelho de corpo inteiro, o que era arduamente reconhecível como o seu próprio rosto. O telefone estava a uma ponta de dedo do seu alcance, e Dul o atendeu com um etéreo alô.


— Alô, você — Ucker ecoou languidamente. — O que você está fazendo?


Desabando, pensou ela.


— Nada — respondeu. — Acabei de entrar. E-e você?


— Eu ainda estou no escritório. Eu tenho umas poucas... coisas que preciso fazer antes de sair. Mas não fazer nada soa convidativo — murmurou então, soando enrouquecido e sombrio e esplendorosamente íntimo. — Talvez possamos não fazer este nada juntos. Um interlúdio de sexo pelo telefone lhe parece atraente?


— Não exatamente agora — recusou. — Estou... — desmoronando — pronta para entrar no chuveiro — improvisou intempestivamente.


— Bem, se essa imagem não encoraja sexo ao telefone, então estou numa situação pior do que imaginei — Ele riu.


— E você já se despiu? Caso já tenha feito isso, terá que esperar enquanto eu tento alcançá-la.


— N-não. — Observou os olhos piscarem de novo. —Acabei de chegar.


— Você já me disse isso. — Houve um instante de silêncio, um indício de tensão subitamente vergastando a linha, então... — Você está bem, cara mia? — inquiriu ele.


— Ótima — disse Dul.


— Pois não soa nada ótima.


E Ucker não soou mais rouco, notou ela, se obrigando a dar as costas ao espelho, de modo a tentar se concentrar.


         — Desculpe — prosseguiu. — Eu tive um... dia difícil.


— Fazendo o quê?


— E-eu... — Uma das mãos lhe cobriu a fronte, confusão e choque fazendo que pensar parecesse impossível. — Eu s-saí as compras, comprei coisas demais, depois... — Não podia contar a ele, não dessa maneira — depois não conseguia me lembrar onde havia estacionado o m-meu carro.


— Você vendeu o carro semana passada — lembrou ele sutilmente. e não havia nenhuma amabilidade naquele tom sutil. Começava a desconfiar e suspeitar de toda aquela conversa maluca.


Componha-se! — implacavelmente ordenou a si mesma, e carregou os pulmões com um pouco de ar, e conseguiu fazer com que soasse como uma risada, assim que expirou novamente.


— Eu sei. Isso não é estúpido? Comprei até cansar e depois fiquei procurando por um carro que nem mesmo tenho mais! — Se esquivando das próprias mentiras, caminhou sobre as pernas vacilantes até a cama. — Viu o que você faz comigo? — disse enquanto se acomodava. — Estou perdendo a cabeça e isso é culpa sua, porque eu estava absolutamente bem antes de você voltar para a minha vida.


— Então eu faço você perder a cabeça, tudo bem. Eu posso viver com isso — aceitou tranqüilamente. — Agora quer me contar o que realmente está errado?


— Estou com dor de cabeça — estremeceu honestamente.


— Ah, a clássica dor de cabeça — o suspiro de mofa dele sussurrou no ouvido de Dul. — Não é nenhuma surpresa que você não queira fazer sexo por telefone comigo.


A distração funcionou — Ucker soava rouco outra vez. Dul gostava da rouquidão, aquilo espremia o seu coração muito apertado, mas ainda gostava assim mesmo.


— Estou com saudades de você — ela acrescentou oportunamente. — E sinto falta de Rose. Você a viu hoje?


— Passamos a tarde juntos, e sentimos saudades de você também. — Ucker retribuiu, ainda ressabiado porque o instinto que possuía, no que se referia a Dul, o alertava que ela ainda não havia contando a ele o que realmente a entristecera. — Rose mudou tanto em uma semana que você não vai reconhecê-la, juro isso a você. Ela tem os olhos da mãe e... Ucker hesitou quando captou o ruído de um movimento. — Prefere que eu ligue de volta mais tarde, depois que já tiver tomado o seu banho e se sentindo...?


— Não! — protestou. — E-eu gosto de ouvir a sua voz.


— Enquanto faz o quê? Quis saber Ucker. — Posso ouvir você se remexendo.


— Estou me acomodando na cama — contou ela, rastejando até a cama e se enroscando com o travesseiro dele.


— Não prefere mesmo que eu desligue para que possa...?


— Não! replicou Dul. — Me fale mais sobre Rose encorajou ela.


E foi o que Ucker fez, num italiano rouco e grave, ao passo que Dul ouviu com o fone apoiado entre o travesseiro e as suas orelhas e puxou outro travesseiro para perto dela, para abraçá-lo como se fosse Ucker.


Enquanto isso, Ucker reclinou na cadeira atrás da escrivaninha no seu escritório, e se pôs a imaginar o que realmente a incomodava, porque alguma coisa certamente o fazia.


Seria desgosto? Havia surpreendido Dul num momento ruim, quando pensava a respeito da irmã? Diabos, por que não? — pensou. Ele mesmo não estava sentado ali pensando em Chris, e na terrível tarefa que o aguardava esta noite, assim que se armasse de coragem o suficiente para entrar no escritório do irmão e começar a arrumá-lo?


Sentiu uma fisgada densa nas vísceras só de pensar nisso.


— Você ficou calada — falou enrouquecido, quando se deu conta que as respostas curtas dissimuladas dela haviam cessado. Você está dormindo?


— Quase — a resposta sussurrada trilhou o ouvido de Ucker, descendo pelo seu corpo como uma carícia de amante.


Sentou empertigado, se esticando para alcançar o molho de chaves, que passara as parcas últimas horas jogado na escrivaninha, olhando para ele.


— Vou deixar você, então — murmurou, decidindo que já era tempo de concluir a proeza.


— 0K — disse ela, porém não soava satisfeita com isso, o que o fez sorrir.


— Ligo de novo para você pela manhã.


— Cedo — ela pediu, e o sorriso de Ucker se converteu em um deplorável arreganhar de dentes. — Eu... tenho saudades de você... — adicionou Dul.


E aquele esgar esvaneceu, assim que o coração virou de ponta-cabeça e se apertou dolorosamente, porque tenho saudades de você não era o suficiente. Ele queria ter ouvido um eu te amo Ucker, no mesmo tom sério e macio com o qual Dul costumava lhe dizer aquelas palavras.


— Também sinto saudades de você. — As chaves beliscaram a palma da sua mão quando segurou os dedos com força em volta delas, porque sabia que também não poderia dizer a mesma coisa, mesmo se quisesse.


A ligação chegou ao fim. Sentou olhando para o celular, ao passo que um sentimento desértico de insatisfação lhe atormentava os sentidos com a tentação de ligar de novo para ela e apenas dizer a droga das palavras para acabar com aquilo. Mas como faria isso? Como um homem admite que ainda ama a mesma mulher que o traiu há dois anos?


Ele não — foi a resposta fácil — e se ergueu abruptamente, desligando o telefone junto, só para deixar aquilo bem claro. Zangado, saturado e frustrado consigo mesmo, Ucker transferiu a atenção para as chaves na sua outra mão, e para umas poucas imprecações ríspidas dirigidas a ele próprio, então contornou a escrivaninha e se encaminhou para a porta que conectava o escritório do irmão ao seu.


 


Não ligou de volta.


Depois de passar uma noite insone se revirando na cama, contando os minutos e as horas que faltavam para ouvir de novo a voz dele, Dul não sabia se estava magoada ou zangada porque Ucker não se deu ao trabalho de fazer a ligação prometida, cedo pela manhã.


Assim, tentou ligar para ele, só para descobrir que o celular estava desligado. Será que deixara a bateria descarregar?, presumiu ela, e se recusou a escutar aquela vozinha na sua cabeça, lembrando que Ucker possuía várias baterias extras para dar cobertura em eventualidades como aquela, porque a idéia de uma bateria sem carga era uma razão mais aceitável para não ter telefonado, do que simplesmente ter esquecido de fazê-lo.


Por volta do meio-dia, Dul estava irritada porque Ucker ainda não havia ligado, e quando tentou o número dele, recebia a mesma resposta automatizada, dizendo que o telefone com o qual tentava conectar não estava acessível, o que também a forçou a reconhecer que a teoria da bateria sem carga era estúpida, então.., onde ele estava? O que estava fazendo ao ponto de fazer com que desligasse o telefone?


Um sobressalto de pânico a fez ligar para o hospital em Florença, no caso de Rose ter adoecido. Nervos chocalhando, coração disparando, Dul ouviu a enfermeira reassegurar que o bebê passava bem mas, não, o Sr. Uckermann não esteve lá para visitar o bebê ainda naquele dia.


         Às duas horas participou da reunião com a super modelo, determinada a se agarrar a sua personalidade profissional, mesmo embora quisesse pular para cima e para baixo e gritar ou cair aos pedaços, como fazia em tempos de crise.


Uma hora mais tarde, Dul estava numa rua em algum lugar em Mayfair, com um novo contrato garantido e pronta para encontrar Poncho no escritório deles, para levá-lo ao delírio com aquele contrato antes de partirem para a taberna local para celebrar, como de hábito.


Porém, Dul não o fez. Apenas estancou naquela rua fria de Mayfair, e ligou de novo para o número de Ucker. Quando ainda não houve resposta, começou a discar cada número de Florença armazenado na memória do celular, num estorço de rastreá-lo. Ucker não atendia no apartamento. Tentou o escritório dele, a mãe, até ambas as irmãs sem nenhum proveito. Ninguém parecia saber onde ele estava ou por que não estava acessível. Todos se achavam tão atordoados quanto Dul.


E ela precisava falar com Ucker — precisava falar com ele!


Dul acendeu o alerta de pânico. Não sabia por que chegara a esse ponto naquele preciso momento, parada numa rua tumultuada, mas antes que descobrisse, tomou urna decisão e logo estava dentro de um táxi, se encaminhando diretamente para o aeroporto de Heathrow.


Conseguiu um assento num vôo para Pisa que partia naquela hora, e só então teve a noção de checar se trouxera o passaporte, e ficou aliviada ao encontrá-lo cuidadosamente guardado na bolsa, desde a última vez que o usara.


— O que você quer dizer, que está embarcando para Florença? — gritou Poncho para ela no telefone. — Nós temos uma festa de despedida surpresa aguardando você por aqui!


— Eu sinto m-muito — desculpou-se. — Diga a todos que sinto muito. Mas eu tenho que ir, Poncho, é importante.


— Você quer dizer que ele é importante.


— Não consigo entrar em contato com Ucker, e eu estou... apavorada.


Isso a fazia recordar da última vez em que Ucker fizera aquilo com ela. O mesmo aperto denso de ansiedade apertava o coração em torno das entranhas, como se à procura de algum lugar para ocultar o que o silêncio significava.


— Isto é diferente, Dul. — Poncho atenuou a raiva quando escutou o estremecer ansioso na voz dela. — Você conseguiu resolver as velhas diferenças e se casou com ele.


Mas não haviam resolvido nada. Meramente concordaram em colocar tudo numa prateleira com uma placa de “pendente”.


— Quando se falaram pela última vez?


— Ontem à noite.               


— Ontem à noite? — Poncho engasgou. — Pelo amor de Deus, Dul, quantas vezes você espera que um homem ocupado como Uckermann ligue para a esposa para deixá-la feliz? Você está passando dos limites com isso, minha querida — afirmou rudemente. — Respire fundo e se acalme, depois me lembre de não prender a mim mesmo na armadilha do casamento, se isso é o tipo de estorvo pelo qual devo aguardar ansiosamente.


— Obrigada — disse ela.


         — Não há de quê — Poncho falou, arrastando as sílabas.


— Agora, você vai reverter ao plano original de voar para Florença amanhã e voltar aqui para tomar um porre com o seu confrade?


— Não — falou Dul, sentindo a ansiedade entrar em erupção outra vez. — Ainda tenho uma coisa para contar a ele que não pode esperar.


— Não me diga, deixe-me adivinhar — Poncho suspirou.


— Você vai voar milhares de quilômetros só para dizer a ele eu te amo, Ucker!


— Um dia você vai conhecer a sua própria Waterloo, Poncho, e eu quero um assento bem na frente quando isso acontecer — ela estalou com sarcasmo.


— Estou certo? — desafiou Poncho.


— Não — disse ela, e espiou o relógio. A chamada para o vôo estava prestes a sair. — Vou dizer a Ucker que estou grávida de um filho dele.



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Autor(a): Amore

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Dul cortou a conexão antes que Poncho pudesse explodir sua réplica àquele anúncio, então apenas parou contemplando as ondas de pessoas fluindo pelo aeroporto, fascinada pelo que sentia, agora que se deixara pronunciar aquelas palavras em voz alta. Medo, misturado com uma sensação estonteante de excitação que ame ...


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Comentários da Fanfic 36



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  • karinevondyprasempre Postado em 23/02/2013 - 12:39:10

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  • dulcemaria10 Postado em 20/02/2013 - 20:23:24

    http://fanfics.com.br/?q=fanfic&id=22861 quem pude da uma olhadinha Casamento Arranjado - D&C O que você faria se fosse obrigada a casar-se com uma pessoa que você nunca viu antes para que sua família não morresse? O que você faria se descobrisse depois do casamento que você está perdidamente apaixonada pelo filho de um assassino frio e calculista? "O amor só é amor, se não se dobra a obstáculos e não se curva à vicissitudes... é uma marca eterna... que sofre tempestades sem nunca se abalar."

  • paty1987 Postado em 18/02/2013 - 00:49:02

    Vou te ajudar a divulgar a web nas webs que eu leio ta... ta mto boa... me admiro nao ter mta gente lendo... Posta mais !!!!


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