Fanfics Brasil - 42 Uma prova de amor (Vondy - adaptada)

Fanfic: Uma prova de amor (Vondy - adaptada) | Tema: RBD (Vondy)


Capítulo: 42

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Houve um gemido animalesco espontâneo, frustrado, assim que Ucker se ergueu por completo.


— Como você pode brincar com uma coisa dessas?


— O que você quer que eu faça? — flamejou para ele. —Me jogar no chão num ataque de gritos histéricos em vez disso? Certo. — Dul pulou para enfrentá-lo furiosamente. — Estou grávida quando não queria estar grávida e isso é tudo culpa sua!


Aquela acusação miserável ficou suspensa no silêncio.


— Me desculpe — explodiu ela, em um remorso ansioso. — Eu não queria...


Ucker girou nos sapatos e se afastou — direto para fora do quarto dessa vez, e nem mesmo bateu a porta com força.


Dul desejou que o tivesse feito. Desejou que tivesse berrado de volta com ela, depois a achatado na cama! O que acabara de dizer nem mesmo era verdade, porque ela queria esse bebê! Estava apenas terrivelmente apavorada quanto ao que a aguardava adiante.


— Oh, droga... droga! — explodiu furiosamente, e virou rumo ao banheiro com a decisão de relaxar no chuveiro, na vaga esperança de que pudesse acalmar um pouco aquele estresse pavoroso. No instante em que pisou no banheiro, mudou de idéia e preferiu uma imersão demorada num banho morno e aromatizado. Ou talvez o banho fosse uma tática de adiamento, antes que tivesse que sair para encarar Ucker de novo, porque Dul sabia que havia de desculpar-se seriamente por ter feito aquele comentário final, e que nunca fora muito boa quanto a pedir desculpas a ele. Uma imagem daquele olhar frio que Ucker lhe deu, antes de sair, saltou para abalar sua consciência de novo. Sentiu uma palpitação abaixo do estômago.


— Não comece — resmungou. — Você é muito pequeno para ter uma opinião.


Então, se deu conta de com quem estava conversando e uma espécie diferente de palpitação percorreu o seu corpo.


— Oh, Deus — suspirou. — Estou num completo desastre emocional.


Enrolando o cabelo no alto da cabeça, Dul se despiu do restante das roupas e logo entrou na banheira. A medida que a água morna e sedosa a cercava, tentou relaxar a duras penas e afastar tudo o mais da cabeça.


Funcionou... de certo modo. Por uma hora inteira, demorada e ininterrupta, se banhou, vestiu o pijama azul com o robe que combinava, e, recendendo a óleos aromáticos de banho, se permitiu sair do quarto e patinar sobre os pés descalços até a cozinha, em busca de algo para comer. Ainda se sentia um pouco tonta, mas a náusea recuou, fazendo o estômago roncar por comida. A cozinha estava às escuras. Nenhum sinal de Ucker, mas por enquanto, ficou feliz com isso. Estalando o interruptor de luz, Dul foi colocar uma chaleira para ferver, depois se virou para a geladeira para ver o havia para comer.


Nada que lhe apetecesse, ponderou, olhando para os alimentos gelados nada convidativos. Havia uma fatia de queijo — queijo era permitido na sua condição? Havia ovos —era permitido comer ovos? Dul nem ao menos sabia se lhe era permitido beber leite — era o pasteurizado ou não-pasteurizado que era ruim para mulheres grávidas?


Suspirando, desistiu e caminhou para fora da cozinha, cruzou o corredor e andou até a sala de estar. Foi arrumada desde que ela saiu carregada dali, reparou. Nenhum sinal da garrafa de whisky, mas as cartas jaziam caprichosamente empilhadas sobre a mesa. As traidoras, pensou, então se fez virar para onde os sentidos lhe indicavam que Ucker estava, com o olhar fixo na noite escura para além da janela.


Ucker trocou a roupa por um par de calças cinzentas, e um suéter preto casual que terminava no quadril. As mãos perdidas nos bolsos das calças. Havia alguma coisa no modo como se detinha ali que o fazia parecer solitário e desolado, e quase tão distante quanto poderia ser.


— Me... desculpe — explodiu. — Eu realmente não queria jogar a culpa toda em você. Só que eu estou...


— Apavorada — completou para ela.


Mas não se virou para olhar para Dul quando disse isso, e não havia um único músculo nele, em nenhuma parte, que estivesse ao menos retesado. Outro aperto de remorso atarantou a consciência dela, e Dul sentiu que teria que fazer muito mais do que simplesmente proferir suas desculpas, caso desejasse ficar confortável consigo mesma.


Precisavam de contanto físico e muito.


Ucker a observou se aproximar dele através do reflexo no vidro escurecido. Os cabelos estavam presos no alto da cabeça e Dul vestia o pijama azul. O rosto possuía uma aparência esfoliada e limpa, mas também envergava as marcas das últimas vinte e quatro horas.


Se ela o tocasse, Ucker aceitaria. Se proferisse um pequeno soluço feminino, amaldiçoado e injusto, então prometeria a si mesmo que iria revirá-la sobre o sofá mais próximo, e sacudir toda aquela maldita culpa queimando dentro dele, com uma quente sessão de lascívia.


Dul não tinha o direito de parecer tão bonita. Não tinha o direito de parecer tão delicada e frágil. Estava grávida de um filho dele. Uma sensação esquisita rastejou ao longo do torso e se instalou no cóccix. Queria se virar e envolvê-la nos braços, e prometer a Dul que faria de tudo para que ela se sentisse bem. Queria pegá-la e carregá-la de volta para a cama e mostrar a ela o quanto desejava isso, mas...


Seria seguro fazer amor mediante aquela condição delicada? Seria seguro para Dul dar à luz o bebê e tudo mais?


A sensação esquisita no cóccix se dissipou e depois se reagrupou para se transformar nos padecimentos da culpa. Dul era inocente de todas as acusações feitas há dois anos. Se casou com ele sabendo que ainda acreditava que o traíra. Por que fizera isso? O que se passava na cabeça dessa linda mulher, que estava preparada para jogar a vida fora com um cínico nada bondoso como ele, e não apenas uma vez, mas duas!


Dul desapareceu do campo de visão de Ucker, que estava com a garganta fechada porque sabia o que estava por vir. Ela iria tocá-lo. Tentaria fazer as pazes quando ele é quem deveria tomar a iniciativa de fazer as pazes.


As mãos de Dul chegaram primeiro, deslizando em volta do quadril de Ucker. Avistou-as pelo reflexo na janela, começando a divagar pela parede do abdômen até que vieram descansar em seu peito. Sentiu as mãos chegarem e teve que fechar os olhos quando a face dela veio apoiar-se nas suas costas.


— Estou com fome — murmurou enfadada — e não tem nada para comer na geladeira.


— Se você voltasse amanhã, conforme o planejado, teríamos um estoque abarrotado de produtos frescos — respondeu impassível. Um novo silêncio caiu. Ucker sentiu Dul se retesar um pouco.


— Um homem maior teria piedade e me tiraria dessa situação difícil agora — disse a ele.


Um homem maior não teria que contrair os dedos em punhos dentro dos bolsos, para que não acompanhem a ereção enrijecida do seu sexo, pensou ele, secamente.


E um homem maior se viraria e a tomaria nos braços, depois diria o quanto a amava — sem colocar o sexo no meio. Mas a sua chance de dizer tais palavras para Dul veio e se foi na noite passada, durante a conversa no telefone, quando palavras como eu amo você teriam significado alguma coisa, porque ainda não sabia o que sabia agora.


Então, o que deveria fazer? Manter a promessa anterior e atirá-la sobre o sofá mais próximo, ou escolher a outra, dizendo as malditas palavras para acabar logo com isso, e depois ver que diabo conseguia em troca?


Dul podia sentir o coração esmurrar; podia sentir o jeito como Ucker preservava cada músculo retesado como uma barreira contra ela. E ele não disse uma única palavra.


Era rejeição da pior espécie. Uma rejeição que ela não antecipara, por isso possuía a capacidade de magoá-la ainda mais. Agora não sabia mais o que fazer, não sabia como se afastar dele e manter a dignidade ao mesmo tempo.


Entretanto, pensou, oh, simplesmente o faça! Escorregou as mãos para longe e deu um passo para trás.


Ucker percebeu que deixou passar uma brecha demorada demais sem responder no momento em que Dul recuou. Assim que teve o bom senso de virar para olhar para ela, Dul já estava voltando a caminho da porta. -


— Volte aqui — gemeu ele, impacientemente. — Eu estava prestes a me oferecer para encomendar comida em um restaurante no fim da rua.


— Vou fazer um sanduíche — ela disse e continuou andando.


— Não seja tão teimosa, droga — explodiu Ucker. — Só me diga o que você quer e eu encomendo!


Dul hesitou no corredor para olhar de volta para ele, e descobriu que Ucker decidira virar e encará-la finalmente. A luz do abajur captava o lustro molhado do cabelo dele agora, e a pele recobrara um pouco do cálido brilho dourado. Ucker era tão bonito, pensou angustiada. Tão o seu tipo de homem que, apesar de bancar o bastardo arrogante, ela ainda o amava muito mais do que merecia.


— Vou comer pizza, então — disse. — Obrigada. — Foi um curto e afetado obrigada que lhe deu tempo de observar o lábio superior de Ucker dar uma contorcida de repugnância, antes dela se virar. Os Christopher Uckermann desse mundo jamais comiam pizza. Era como um insulto à culinária italiana.


Perambulou de volta até a cozinha com um repuxo na boca que era puro divertimento travesso. A chaleira já estava para ferver quando entrou. Foi alcançar o pó de café, e subitamente parou de novo.


Era permitido beber café?             


Era permitido beber chá?


Grávida.



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Autor(a): Amore

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Aquele frisson correu pelo seu corpo novamente. Isso acontecia cada vez que se deixava pensar naquela palavra. Era assustador, mas excitante, porém assustador... A porta da cozinha abriu inesperadamente e Ucker entrou. Foi direto à dispensa, onde guardava as estantes de vinhos. — Tinto ou branco? — Indagou. Era permitido beber vinho? Dul nã ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 36



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  • karinevondyprasempre Postado em 23/02/2013 - 12:39:10

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  • dulcemaria10 Postado em 20/02/2013 - 20:23:24

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  • paty1987 Postado em 18/02/2013 - 00:49:02

    Vou te ajudar a divulgar a web nas webs que eu leio ta... ta mto boa... me admiro nao ter mta gente lendo... Posta mais !!!!


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