Fanfics Brasil - 6 Uma prova de amor (Vondy - adaptada)

Fanfic: Uma prova de amor (Vondy - adaptada) | Tema: RBD (Vondy)


Capítulo: 6

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Uma amargura recente brotou sobre a maldita hipocrisia de Ucker.


— É melhor começar a me arrumar. Digo, presumindo que você arranjou os preparativos para que eu viaje para Florença, estou certa?


— Claro confirmou ele. — Mas não temos que partir imediatamente. Meu avião precisa abastecer e passar pela checagem de rotina, e então aguardar uma pista vaga até que possa decolar novamente.


— Você quer dizer que voou de Florença até aqui... hoje? Dulce ficou abismada.


— Alguém tinha que lhe dar a notícia. — O jeito com o qual Ucker balançou um ombro largo teve o propósito de expressar indiferença àquela tarefa, mas ambos sabiam que isso era mentira. O irmão acabara de falecer em circunstâncias trágicas. A cunhada estava gravemente doente. A mãe e as duas irmãs deviam estar precisando dele desesperadamente. Ainda assim, aqui estava Ucker, de pé na sua pequena cozinha preparando café e torradas para ela?


— Não teria sido mais simples gravar uma mensagem na minha caixa postal?


— Teria? — retrucou, e só bastou olhar para ela para que Dulce entendesse o ponto onde pretendia chegar. Uckerveio em pessoa porque a conhecia. Esperava que Dulce desmoronasse exatamente como acabou fazendo.


Virando-se com o bule de café, Ucker se afastou para colocá-lo no balcão ao lado do prato de torradas, em seguida espiou o relógio, com sua grossa pulseira de ouro aninhada no leito de pêlos escuros do pulso talhado para erguer cargas pesadas se necessário. Tudo nele era talhado com o mesmo objetivo. A estrutura da formação muscular refletia o poder que havia nele, porém, de um modo inexplicável, ainda conseguia parecer contraditoriamente esguio e liso.


O terno era escuro, a camisa azul-celeste; a gravata, uma fina tira de seda azul-marinho. Ombros espaçosos se afunilavam no dorso longo e ágil até os quadris estreitos, a força das pernas e braços permaneciam ocultas sob o corte imponente das suas roupas. Podia levantar Dul com apenas uma das mãos — sabia disso porque Ucker o fizera uma vez quando o desafiou. Depois desabaram na cama às gargalhadas, porque uma mulher recém-saída do banho, escorregadia de tão molhada e se contorcendo nua, não era nada fácil de ser elevada pelas nádegas.


Não existia uma única mulher viva que não sentisse o coração palpitar quando Ucker se aproximava. Dul sentiu mais que palpitações; ela realmente vibrou. Ucker personificava O Homem na sua avaliação, e nenhum outro homem desde então conseguiu se equiparar a ele.


— Venha e coma a sua torrada.


O tom sombrio na voz dele fez a sua carne estremecer. Vislumbrando o prato de torradas, sentiu um súbito desejo de contar a ele o que deveria fazer com aquela demonstração de zelo. Não precisava de Ucker zanzando na sua cozinha, fingindo que não havia nada entre eles a não ser uma folgada relação entre concunhados. Eles já haviam mergulhado um no corpo do outro, pelo amor de Deus! Ucker era passional-mente italiano e Dulce passionalmente irlandesa. Ambos teimosos, geniosos e temperamentais como o diabo. Ficar aqui observando Ucker perambular pela sua cozinha era o bastante para inflamar o seu mau humor. Mas o senso comum lhe dizia para manter a boca fechada, e fingir que não queria que uma guerra em grande escala eclodisse, porque conhecia Ucker. Quando metia alguma idéia na cabeça, nada podia demovê-lo. Ela aprendeu isso da pior maneira.


A amargura jorrou, Dul a esmagou, e imaginou ainda mais uma vez de onde tirou a idéia estúpida de tê-lo esquecido, já que estava no meio de uma crise de revirar o estômago e tudo que parecia fazer era pensar nele.


Ou talvez fosse só isso mesmo, consolou a si própria, usando uma das mãos trêmulas para arrancar um dos dois bancos altos, assentados em frente à bancada de laminado branco de café-da-manhã, e se empoleirando sobre ele. Talvez essa obsessão por Ucker fosse o modo pelo qual a sua mente a distraía daquilo que ameaçava despedaçá-la.


— Como a sua mãe e as suas irmãs estão reagindo?


— Não estão — replicou Ucker com uma economia grosseira que virou o estômago dela do avesso. Então ele relaxou um pouco, suspirou e acrescentou: — estão se mantendo ocupadas no hospital. se revezando para ficar com Mai e o bebê. Estar lá... as ajuda bastante.


— Claro. — Ela reconheceu a própria aceitação daquilo.


Ucker aproveitou a oportunidade para arrancar o outro banco e sentar ao lado de Dulce. A coxa dele acidentalmente encostou na sua, quando estendeu a mão para encher a caneca dela de café. Dul ficou atônita — embora atônita nem de longe se aproxime da palavra certa para descrever a súbita sensação de ardência que tomou vida abaixo do seu ventre. Aquela palavra nem mesmo combinava com a súbita explosão flamejante de imagens que davam voltas na sua cabeça. Imagens que lembravam a sensação daquela coxa quando nua, roçando contra a sua coxa nua, imagens da sua mão acariciando a extensão daquele feixe de músculos e da mão de Ucker realizando a mesma jornada sensual, através dos prolongamentos sedosos do seu corpo.


As velhas vibrações começaram, conturbando o seu sistema nervoso e aquecendo o ponto sensível do seu âmago. No esforço de disfarçar que aquilo simplesmente não estava acontecendo, alcançou uma fatia de torrada e a levou à boca. Mordeu mas não sentiu o gosto, tentou mastigar embora soubesse que teria que lutar para engolir. A boca estava seca demais e precisava daquele café.


Precisava que Ucker se afastasse para que não se sentisse daquela maneira. Precisava lembrar por que ele estava aqui! Oh, Deus, pensou. Estava envergonhada de si mesma — podia notar o cheiro dele, senti-lo, e até mesmo sentir o seu gosto! O que a impedia de controlar aqueles pensamentos aterradoramente pervertidos?


Sentiu a garganta apertar quando tentou engolir — lágrimas cálidas, ardentes, queimavam nos seus olhos. Desprezou-se; desprezou Ucker por vir até aqui e fazer aquilo com ela—por ter lhe revelado a pessoa superficial e sem força de vontade que ela devia ser, por permitir que ele a afetasse numa hora dessas quando...


— Leite? — ofereceu Luca.


Dulce olhou as duas canecas fumegantes, e recordou que sempre lhes custou muito pouco para desejarem se atirar um nos braços do outro. Um olhar, uma palavra, um toque acidental como aquele roçar ligeiro de coxas, e então poderiam se perder um tanto assustadoramente nos prazeres da carne. Fazer amor com ele fora sempre um ato apaixonado, ousado e desinibido. Ucker lhe mostrou um prazer que jamais soubera que existia, mergulhou-a tão fundo nos próprios sentidos que algumas vezes ela lutou para flutuar à tona.


De fato, só a machucara em duas ocasiões: na primeira vez em que fizeram amor e na última vez em que fizeram amor. Na primeira vez, Ucker não compreendia a espécie de mulher com quem estava lidando, e ela não se dera ao trabalho de lhe contar que era o seu primeiro amante e, por isso, Dul assumiu toda a culpa. Quando chorou um pouco posteriormente, Ucker a envolveu nos braços e lhe demonstrou um tipo diferente de amor, com um poder de reconfortá-la e uma necessidade de consertar o que considerou sua própria falha. Foi isso mesmo que Ucker fizera, obviamente, muitas vezes e de muitas, muitas maneiras.


— Não — Dul foi capaz de oferecer uma resposta à pergunta dele, ao mesmo tempo em que sua mente entrava em órbita para recordar a segunda vez em que Luca a machucou.


Estava cego pela fúria, perdido no interior de uma raiva assustadora causada pelos ciúmes. A chamou de todos os nomes, desde vagabunda até prostituta, e Dul estava tão aterrorizada que Ucker pudesse enxergá-la daquela maneira, que o exasperou ainda mais com um sarcasmo mordaz até Ucker lhe estalar uma bofetada.


E não foi o rugir compulsivo do sexo que se desenrolou que a machucou, mas o desprezo com o qual a pôs de lado, posteriormente, que triturou suas emoções até virarem pó. Desde então... nada. Nenhuma palavra, nenhum contato. Nem mesmo um agradecimento para dizer que havia recebido seu anel de volta.


Entretanto — sim, reiterou muito impiedosamente, ela havia esquecido Christopher Uckermann. O simples ato de relembrar aquela época sombria era o bastante para matar qualquer coisa que um dia sentira por ele. Mesmo se a verdade viesse à tona e acertasse o rosto dele agora, enquanto estavam sentados, se comportando como civilizados, e Ucker se curvasse de joelhos para suplicar pelo seu perdão, Dulce não o perdoaria.


Deixe que os seus sentidos respondam à proximidade dele, convidou a si mesma. Deixe que seu tolo coração acelere e a carne fraca vibre, e sua cabeça repleta de vergonha tente rememorar os bons tempos se achar que deve. Mas os maus tempos sempre iriam fazer sombra naqueles bons tempos.


— Vou fazer a mala. — Erguendo-se num rompante que deixou Ucker alarmado, Dulce se afastou, sem reservar aquele semblante mais do que imóvel, mais do que vigilante, um único e efêmero olhar.


 



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Autor(a): Amore

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Gente, estou sem net mas não vou abandonar a finc não. A partir de segunda volto apostar normalmente.


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Comentários da Fanfic 36



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  • karinevondyprasempre Postado em 23/02/2013 - 12:39:10

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  • dulcemaria10 Postado em 20/02/2013 - 20:23:24

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  • paty1987 Postado em 18/02/2013 - 00:49:02

    Vou te ajudar a divulgar a web nas webs que eu leio ta... ta mto boa... me admiro nao ter mta gente lendo... Posta mais !!!!


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