Fanfics Brasil - 9 Uma prova de amor (Vondy - adaptada)

Fanfic: Uma prova de amor (Vondy - adaptada) | Tema: RBD (Vondy)


Capítulo: 9

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Um grande legado para Dul se refestelar, acaso algum dia descobrisse que o convertera num impotente, pensou, fazendo uma cara feia conforme dirigiam pela chuva corno por lâminas de gelo.


Se ele me lançar mais uma espiada repulsiva, acho que posso até me virar e lhe dar um tapa, decidiu Dul, sentada observando o perfil de Ucker através do reflexo na janela lateral. Até agora havia observado Ucker incisar nela um olhar de pleno e ofuscante escárnio, vários de animosidade e mais dois de fervilhante pronúncia sexual. As estradas já eram ruins o bastante, sem Ucker se distraindo na direção com pensamentos lascivos e odiosos.


Um escravo da sua libido eternamente devastadora, concluiu Dul. Sexo era tudo o que Ucker conhecia. Não Amor, mas Sexo — me dê, eu preciso, eu quero, eu tenho que ter. Físico, insaciável, inventivo e tão bom naquilo que não era de admirar a reputação que tinha. Variedade — costumava dizer, sorrindo impune quando geralmente o interpelava com tagarelices íntimas — é mesmo, definitivamente, o tempero da vida. Devia ter atinado na ocasião que ela não significava nada além de uma novíssima e excitante variedade, da qual Ucker simplesmente ainda não provara.


Amor? Não este sujeito. Ucker não fazia idéia do conceito se não o vinculasse a algum ato físico. A palavra? Oh, sabia como usar as palavras necessárias para obter as reações desejadas. Eu amo você. Ti amo, sere per sempre il tuo innamorato. Palavras sussurradas em um italiano sensual que poderia aliciar qualquer mulher ao pieguismo.


De repente, Dul era uma vadia e prostituta, uma mulher aluém da dignidade de conhecê-lo. Um erro — nem mesmo seu erro — e fora jogada no frio tão rapidamente, que ainda lidava com aquele choque dois anos mais tarde. Esqueceu-o?, perguntou-se. Não, não o havia esquecido. Ainda estava muito zangada, amarga e faminta de extrair sangue para estar em qualquer ponto próximo de ter superado o que Ucker fez com ela.


— Nós nunca decolaremos com este tempo — disse ele.


Lágrimas espetaram os olhos dela à súbita percepção de que se permitira concentrarem Ucker, ao invés de Maite, mais uma vez. Oh, que Deus me perdoe, pensou, e precisou esquadrinhar a bolsa à procura de um lenço.


— Você está bem? — Ucker ouviu a pequena fungada delatora.


— Estou bem — respondeu.


— Não estamos longe do aeroporto — disse ele.


Sabia que Dul estava chorando. Mas agora, a conhecia bem demais. Por dentro, por fora, cada detalhe que um homem podia conhecer de uma mulher com a qual viveu e dormiu por um ano e meio, antes de jogá-la fora. Rangendo os dentes bem rentes, Ucker se retirou para o seu interior, os olhos sombrios ardentes enquanto penetravam a chuva torrencial, procurando alcançar o aeroporto e se manter fora de contato com o ódio da sua vida. Nunca se sentiu mais aliviado do que no momento em que enxergou as luzes do aeroporto particular, onde seu avião aguardava por eles. Necessitava de algum espaço — ar para respirar que não estivesse contaminado pelo perfume dessa mulher.


O estacionamento do carro de aluguel estava coberto. Deixando o veículo, Ucker conduziu Dul para o saguão de espera dos vôos em partida, depois se encaminhou na direção oposta para devolver as chaves do carro oficialmente. No instante em que procurou por ela, Dul havia removido o chapéu e o casaco, e estava de pé diante da janela panorâmica do saguão de espera, vislumbrando a chuva cair com força do céu.


Um metro e setenta e dois era uma altura generosa o suficiente para uma mulher, porém, ao lado de Ucker, Dul sentia-se pequena, frágil, delicada. Essa noite, quando fez uma pausa para estudar as pernas esguias no brim e o suéter pálido que ela vestia, Ucker pôde detectar uma nova fragilidade causada pela vulnerabilidade e pelo temor, e concatenar isso fez com que se sentisse a pior espécie de imbecil, por deixar que os sentimentos por Dul lhe tomassem o que tinha de melhor dentro dele.


Abrandando a ânsia de soltar um suspiro enraivecido contra si mesmo, decidiu facilitar as coisas para ambos. Caminhando na direção do bar, solicitou uma bebida forte e então permaneceu recostado ali, olhando para o drinque sem beber, alheio ao fato de que Dul observava seu reflexo na janela, a cada passo soturno da jornada.


Ele odeia estar aqui comigo, tanto quanto odeio que esteja aqui, pensava Dul arduamente, e desejou compreender por que saber disso lhe causava uma dor tão terrível bem lá no fundo. Não o amava — nem mesmo queria estar perto dele de novo, por isso se alegrou quando Ucker permaneceu no bar em vez de se aproximar dela — não foi?


Forçando a vista para focar mais adiante noite afora, Dul se concentrou em observar a chuva golpeando as luzes do aeroporto, com um poder quase suficiente para dilacerar o vidro, ao passo que o vento açoitava a tudo louca-mente. E dentro dela, rezou fervorosamente para que o tempo clareasse, a fim de que pudessem seguir a caminho do que realmente importava. Mai, sua amada Mai, o recém-nascido.., e o pobre, pobre Chris. Talvez o destino tenha decidido se apiedar deles porque, meia hora mais tarde, Ucker apareceu por trás do seu ombro. — Eles acham que existe um vácuo acompanhando a tempestade — informou. — Se conseguíssemos embarcar e ficar prontos, possivelmente teríamos uma chance de sair daqui.


Sair dali soou tão bem para Dul que ela instantaneamente se virou, e foi recolher os pertences da cadeira próxima onde os depositara. Se encolhendo dentro do casaco, colocou o chapéu enquanto Ucker colocou o casaco. Cinco minutos depois estavam andando lado a lado, embora a um milhão de quilômetros de distância em todos os outros sentidos.


Magicamente, a meio caminho do jato da família Uckermann, a chuva repentinamente parou, o vento esvaneceu e, olhando para o alto, Dul viu as estrelas surgirem através de um buraco nas nuvens que passavam apressadas. O intervalo no mau tempo ajudou a suspender alguns dos seus temores em relação a Mai. Ela iria ficar boa, Dul prometeu a si própria com convicção — desejando que assim fosse.


— Escolha um assento e afivele o cinto — instruiu Ucker, assim que entraram no avião. — Vou checar o resto com o meu piloto.


Logo que terminou de falar, Ucker desapareceu porta afora do outro extremo do camarote, e um comissário de bordo surgiu para cuidar da bagagem de Dulce. O sujeito parecia saber que aquela não era uma viagem de lazer porque a sua expressão permaneceu sóbria e, assim que calmamente sugeriu a ela o melhor lugar para se sentar naquele suntuoso ambiente revestido de couro bege, desapareceu, deixando que se acomodasse em paz.


Dois minutos depois, o avião deixou o solo e se lançou rumo ao buraco esparso de estrelas entre as nuvens. Uma hora mais tarde e nenhuma aparição de Ucker. Concluindo que ele se mantinha afastado da sua vista, do mesmo jeito como fizera no saguão de espera do aeroporto, Dul afinal sentiu-se capaz de relaxar e, quase imediatamente, sentiu as pálpebras começarem a fechar.


Talvez tenha ajudado ter dormido boa parte da viagem. Consolou-se, depois de tentar lutar contra o impulso do sono por um curto espaço de tempo. Sentia como se houvesse abandonado algum tipo de vigília pela irmã, mas o bom senso lhe dizia que, presa lá em cima, não haveria como se tornar mais vulnerável, nem mesmo se tentasse.


Por isso, deixou estar, sonhou com a leve risada familiar de Mai e com bebês docemente perfumados. Manteve a vigília nos sonhos, onde todos eram inteiros e saudáveis, e nenhuma força sinistra poderia se aproximar para perturbar a beleza de tudo aquilo.


Ucker sentou, observando-a por um momento, sentindo-se estranhamente conturbado por Dul se quedar tão serena. Costumava dormir assim, recordou-se. Deitada tão quieta e imóvel ao lado dele que, às vezes, precisava lutar contra a ânsia de se inclinar sobre ela para checar se estava respirando. Um capricho tolo de quando a segurava nos braços, e podia sentir o calor da sua pulsação vital contra a dele.


Dio, pare de pensar nisso, ordenou a si próprio, empurrando a cabeça para trás contra a almofada do assento, então fechou os olhos e tentou relaxar. Mas cenas execráveis começaram a se desenrolar no verso das pálpebras, forçando Ucker a abri-las novamente.


 


Chris... Chris... Revirando-se. Homens não choram. Ucker queria chorar. Queria o irmão de volta para que lhe contasse pela última vez o quanto representava para ele.


As lágrimas começaram a arder como ácido. Levantou, correu pela área do camarote, depois virou para marchar agitadamente mais uma vez na volta. Esse foi o pior dia da sua vida, e ainda nem havia acabado. Sentia-se como se houvesse passado o dia viajando pelo mundo, propagando más notícias como o anjo da morte. Deu a notícia à mãe, às irmãs Belinda e Anahi e, então, carregou consigo a recriminação delas ao voar para Londres para dar a notícia para Dul. Agora aqui estava Ucker, voando de volta para casa com aquela passageira que, claramente, encontrou no escape do sono uma opção melhor do que ficar acordada para conversar com ele.


Queria conversar com Dul sobre alguma coisa?, indagou-se repentinamente.


Não, não queria.


Queria que ela acordasse?


Não, igualmente para essa pergunta.


Marchou compassado outra vez, depois se virou e inexoravelmente traçou o caminho de volta para o lado dela. Ainda não movera um único cílio. A face estava relaxada porém muito pálida. Os lábios unidos, macios, e rubros com aquele viço usual semelhante ao das rosas, mas respirava pelo nariz, Ucker não podia notar nenhuma evidência disso, nenhuma pista de que os seios estivessem se movendo.


Não seja tolo, homem! — Aconselhou a si mesmo com rispidez. — Você sabe como ela dorme — você sabe! Apesar disso, ainda se encontrou inclinado sobre Dul para encostar as pontas leves dos dedos contra a face pálida.


Dul emergiu do seu refúgio no sono para encontrar Ucker diante dela. Estava tão perto que podia sentir o hálito dele no seu rosto. Os olhos se entrechocaram, dois anos atirados para longe com a força de um estampido de revólver, e Dul procurava ver dentro do rosto de Ucker como ele se parecera minutos depois daquela investida amorosa, que a deixou estilhaçada para sempre. Viu rancor, o tormento e a consternação. Viu os olhos se tornarem negros com a mesma emoção que o impelia, e sentiu o absoluto impacto miserável da mágoa desencadear mais uma vez. Lágrimas inundaram os seus olhos.


— Odeio você. — Engasgou e disparou para ele num impulso, com um trêmulo punho cerrado.


— Odeia? — arremedou Ucker, e segurou o punho dela antes que aterrissasse, apertando-o com uma garra de ferro.


— Você não compreende o significado da palavra — mordeu de volta, grosseiramente. — Isso, cara mia, é ódio...


Com um puxão, a atraiu vigorosamente para ele, almejando trazer a boca até a sua de um jeito que os dois colidiram, e Ucker abafou o esganiçado grito de protesto de Dul com a estocada exigente da sua língua. Ele a beijou com raiva, a beijou como castigo, mas foi o calor da sua paixão que fez com que a moça se debatesse ferozmente para se libertar. Um braço serpeou em torno da sua cintura, e Dul se encontrou paralisada, com a frente do corpo pregada na dele. Ucker soltou o pulso de Dul, pois assim ele podia amparar a sua nuca e manter a pressão do beijo.


Ele violentou sua boca; proferiu pesadas imprecações fundo na sua garganta. Os cabelos dela se soltaram até tombar em volta dos dedos de Ucker. Ele a beijou e beijou até que ela parou de lutar e começou a tremer. Dois anos de abstinência e as razões para aquilo não importavam mais, porque estavam de volta ao ponto de partida, em guerra um contra o outro e usando o sexo como arma. Arranhou com as unhas pela frente da camisa, cravou-as no cabelo dele, os lábios de ambos se movendo num festim voraz e sensual — e então, subitamente como havia iniciado, aquilo terminou.



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Autor(a): Amore

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Ucker a repeliu para longe, tão violentamente que Dul aterrissou aos trancos de volta no assento. Tonta e desorientada, chocada, além de tentar pensar no que se passara, Dul o viu dar meia volta e, com uma passada larga, deixar o camarote. Quando atingiu o fim do corredor, pegou o que parecia ser uma garrafa de whisky, derramou um pouco do líquido em um ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 36



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  • karinevondyprasempre Postado em 23/02/2013 - 12:39:10

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  • dulcemaria10 Postado em 20/02/2013 - 20:23:24

    http://fanfics.com.br/?q=fanfic&id=22861 quem pude da uma olhadinha Casamento Arranjado - D&C O que você faria se fosse obrigada a casar-se com uma pessoa que você nunca viu antes para que sua família não morresse? O que você faria se descobrisse depois do casamento que você está perdidamente apaixonada pelo filho de um assassino frio e calculista? "O amor só é amor, se não se dobra a obstáculos e não se curva à vicissitudes... é uma marca eterna... que sofre tempestades sem nunca se abalar."

  • paty1987 Postado em 18/02/2013 - 00:49:02

    Vou te ajudar a divulgar a web nas webs que eu leio ta... ta mto boa... me admiro nao ter mta gente lendo... Posta mais !!!!


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