Fanfic: Garoto 69 | Tema: Terror; Suspense; Mortes; Amor; Psicopatas.
Os dias se passavam mas para mim era tudo parado. Eu passava todo o tempo sentada olhando para a janela que antes eu tentei fuigir por lá, ela estava toda enfaixada com uma fita durex prateada. Navi tentava falar comigo mas eu não o respondia, nem se quer o olhava. Ficava lá, balançando o meu corpo para frente e para trás. Passei até algumas noites sem dormir, devia ter passado duas semanas desde toda aquela matança, pensava "Há só mais uma semana e nossos pais vai dar falta da gente e vão querer nos procurar.". Mas parecia a semana mais distante que existia, o ponteiro passava tão devagar que causava ódio. Todas as noites Navi chorava, pedia perdão para mim e sempre murmurava algo de que não queria eu daquele modo e eu apenas ignorava como se ele nem estivesse presente ali. Eu havia parado de comer e beber, não era por minha culpa, nada descia pela minha garganta. Passei a me sentir tonta todos os dias algumas vezes até desmaiava e quando acordava eu me deparava com o Navi chorando, eu já não lembrava da face dele sorrindo ou expressando qualquer outra coisa a não ser a tristeza. No meio da noite sempre ia no banheiro, tentava me suicidar, mas não dava certo... Navi sempre me socorria no momento final.
Devia ser sábado, olhei para o lado e vi o Navi dormindo e vi mais uma vez minha chance. Levantei da cama e fui até o banheiro e parei de frente ao espelho e foi a primeira vez que realmente me vi. Meus cabelos estavam opacos não tinha mais o brilho que eu fazia de tudo para ter, minhas olheiras estavam assustadoras quase iam até a metade da bochecha, minha pele estava pálida sem qualquer sinal de vida. Tinha uma dor tão forte no meu estômago que me deixava tonta a cada pontada de dor, tentei vomitar mas não veio nada pois não tinha nada para vomitar. Meu estômago estava completamente vazio. Olhei novamente o meu reflexo no espelho e eu estava acabada, um pouco de beleza que eu tinha já sumido.
Liguei a banheira e deixei que a água enchesse até uma altura razoavel. Me certifiquei que o Navi ainda dormia e voltei ao banheiro, tirei minha roupa permanecendo apenas de calcinha e sutiãn e mergulhei na água da banheira. Fiquei lá de olhos abertos embaixo d`água, é realmente verdade que vemos a vida se passar nos seus olhos antes de morrer. Vi minha família, minha mãe e meu pai de mãos dadas e o meu irmão Vinicius correndo ao redor deles dois.. tão alegres. Vi também dona Fernanda, mãe do Rafa, como sempre deslumbrande ela era a mulher de quarenta anos que barrava qualquer garotinha de quinze. Vi a dona Lúcia, mãe de Nicole e Nathália, ela e seu marido andava lado a lado em um parque. Vi a família do Tavares, do Miguel, do Cauan e Marcelo... sempre sorridentes. Chorei embaixo d`água ao imaginar como eles reagiriam depois da notícia de seus filhos, engoli muita água e nem me importei. Quando a água penetrava minhas narinas provocava um dor que dava agonia mas eu permanecia ali. Lembrei de todos os meus amigos de tudo que passamos e a última coisa que eu vi foi uma lembrança dos meus quartorze anos. Estava apenas eu, Tavares e Rafa, estavamos conversando no meu quarto. Lembro que fiquei acordada naquele dia até ver que eles estavam dormindo, cubri eles e dei em cada um beijo de boa noite na testa e dormi entre eles dois. Me desgarrei em qualquer laço que tinha da vida e me acorrentei com a escuridão da morte. Meus olhos começaram a pesar e eu os fechei e no fim, apaguei.
Mas algo me puxou de volta, relutei a ficar embaixo d`água mas eu estava fraca e não podia lutar contra. Navi me puxou para fora da banheira e me deitou no chão e começou a fazer massagem cardiaca, fechei minha boca pois queria morrer. Desejava a morte. Mas ele me forçou a abrir a boca e cuspi toda água que havia dentro de mim, ele me puxou para um abraço e ficou me balançando e um lado para o outro. Ficamos em completo silêncio o que eu apenas escutava era o barulho do seu choro, eu estava começando a ficar tonta. Pensei "De qualquer jeito eu ia morrer mesmo, afogada ou com fome". Apoiei meu corpo no de Navi e fiquei olhando cada traço dele, toquei sua boca com meus dedos fazendo o calar do choro.
-- Porque você faz isso?
Me peguntou e voltou a chorar, não tinha força para responder, mas eu queria tanto responde-lo. Forcei meu corpo para que eu conseguisse colocar minha boca perto de sua orelha.
-- Você me forçou a isso.
Sussurei em seu ouvido, seu choro aumentou e vários pedidos de desculpas vinheram e eu vinha ficando cada vez mais tonta.
-- Alícia, não diga isso... me desculpe, eu, eu... te amo.
Eu tinha escutado claramente o que ele disse mas fingi que nada tinha saido de seus lábios, coloquei de novo minha boca próxima ao seu ouvido.
-- E eu desejo a morte.
Sussurei de volta, desta vez minha forças já tinham acabado e eu comecei a me deitar no chão. A última coisa que eu senti foi seus lábios nos meus e eu apaguei. Novamente. E desta vez queria que fosse para sempre.
Autor(a): Julinha
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POV`s ON Navi. Ela estava lá, jogada no chão tão fraca, tão fria. Levei o corpo dela até a cama e tentei de tudo mas ela não acordava, cai sobre seu corpo e chorei. Chorei mais do que todos os dias passados, meus olhos queimava, parecia que as lágrimas cortava minha pele. Me levantei desesperado e comecei a derrubar tudo. Tudo culpa minha. Tudo culpa minha. Tudo culpa mi ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 3
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nicole Postado em 26/01/2013 - 21:23:27
Nova leitora *-* Posta mais =) Estou adorando >.< :*
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louisemalkovich Postado em 25/01/2013 - 19:34:57
Posta, rss
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louisemalkovich Postado em 24/01/2013 - 14:55:02
posta linda, to adorando :D