Fanfics Brasil - One Shot Tesouro da Rosa

Fanfic: Tesouro da Rosa | Tema: xXxHOLiC


Capítulo: One Shot

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~~~ ~~~ ~~~ ~~~ ~~~ I ~~~ ~~~ ~~~ ~~~ ~~~



O ar gelado do inverno penetrava nos pulmões e fazia fumacinhas brancas sairem pela boca. As bochechas de Himawari estavam cor-de-rosa por causa do frio, e Watanuki a achava ainda mais linda!


- Ah! O inverno será realmente rigoroso! - disse Himawari, caminhando ao lado de Watanuki. Ambos carregavam sacolas de compra e vestiam roupas quentinhas.


- Himawari-chan! Eu farei sopa para você ! Combina perfeitamente com esses dias frios! - disse Watanuki.


- Coloque bastante batatas. - Disse uma terceira voz, ligeiramente atrás dos dois.


- Eu não estou falando com você, Doumeki folgado!! - gritou Watanuki, provocando risos em Himawari.


- Doumeki-kun, você não sente frio? - Perguntou Himawari, olhando para Doumeki que vestia apenas uma camiseta e calças leves.


- Sinto, mas não estou com frio agora. - Respondeu Doumeki, inexpressivo, carregando o dobro de sacolas que os outros dois.


- Ahhh! Olha isso! - Disse Himawari, parando ao lado do portão de uma casa, onde havia um jardim repleto de rosas brancas. - Como podem essas flores estarem tão bonitas numa época dessas?


- É verdade... - respondeu Watanuki, parando ao lado de Himawari.


- Nem as flores lá do templo resistiram ao outono. - Comentou
Doumeki.


- São tão bonitas... - Himawari olhava sonhadora para o jardim.


- Himawari-chan! Eu pegarei uma flor para você! - Disse Watanuki,
esticando a mão por cima do muro baixo para apanhar uma das rosas.


Nesse momento, Watanuki sentiu uma dor aguda no dedo e sua vista escureceu. Então, viu a imagem de uma garota de cabelos loiros e compridos, olhando para um pôr-do-sol e em seguida de um homem alto, de cabelos pretos, sentado em uma escrivaninha digitando em um computador. Quando voltou a si, segurava a mão direita pelo pulso e assistia seu dedo indicador sangrar.


- Você está bem? - perguntou Himawari.


- Estou sim, foi só um espinho. - Respondeu Watanuki, voltando a pegar a rosa, dessa vez com cuidado, e destacou-a da moita, retirando os espinhos antes de entregá-la a Himawari.


 


~~~ ~~~ ~~~ ~~~ ~~~ II ~~~ ~~~ ~~~ ~~~ ~~~


 


- QUE DEMORAAAAAAAAA! - Disse um bichinho preto e orelhudo pulando na cabeça de Watanuki. - Mokona está com fome!!


- Sai daí seu manju irritante. - Watanuki largou as sacolas e começou a bater na própria cabeça, pois Mokona já havia descido e estava futricando nas compras.


- Cadê o Sakê? - Perguntou Mokona, no momento que a mulher alta e magra de cabelos negros entrou na sala.


- Está aqui. - Respondeu Himawari, retirando a garrafa de uma das suas sacolas e entregando a Mokona. - Perdão por fazê-la esperar, Yuuko-san.


- Watanuki! Já devia estar preparando a sopa! - Disse Yuuko, antes de pousar o olhar no dedo machucado de Watanuki. - Que corte é esse?


- Nada, foi um espinho de roseira. - Respondeu


- Roseira? - Yuuko olhava para a flor agora presa no cabelo de Himawari. - Entendo. - Yuuko mantia o olhar sereno e misterioso de quando compreendia algo que os outros não conheciam. - Bom! Chega de enrolação, porque o Doumeki foi muito gentil em nos emprestar o templo para fazer a janta, e não devemos ir embora muito tarde.


- Não é verdade. - Disse Doumeki. - Vocês estão aqui porque eu não posso entrar em sua casa, Yuuko.


- Mas o ambiente do templo é inspirador, não acha? - Yuuko servia-se de Sakê e brindava com Mokona que já havia tomado meia garrafa.


 


~~~ ~~~ ~~~ ~~~ ~~~ III ~~~ ~~~ ~~~ ~~~ ~~~


 


Após o jantar e faxina de Watanuki, todos se despediram de Doumeki e seguiram para suas casas. Yuuko e Watanuki deixaram Himawari em casa no caminho e continuaram em direção à loja de Yuuko.


- Yuuko-san. - Disse Watanuki, em voz baixa.


- Sim?


- Quando eu cortei o dedo hoje a tarde, vi flashes de duas pessoas, em lugares diferentes.


- As roseiras nunca machucam alguém sem um motivo. Normalmente elas ficam satisfeitas em ceder suas flores. - Respondeu Yuuko, olhando para o céu. - Uma roseira comum não se importaria em deixar que você desse uma flor à Himawari-chan.


- Roseira comum?


- Uma roseira sem propósito. As rosas são famosas pelo seu papel em romances, não é?


- Sim. Mas era uma rosa de jardim.


- Ela tem algum motivo para estar lá. Diga, Watanuki... Não acha estranho uma roseira dar flores tão lindas com esse tempo?


- Claro que sim. - Chegaram na mansão e Watanuki abria a porta da casa.


- Então, ela está viva por uma razão. Uma missão não cumprida. Isso deve ter alguma relação com as pessoas que você viu. - Yuuko entrou em casa e entregou o sobretudo de lã vermelha à Maru e Moro. - Boa noite.


- Boa noite, Yuuko-san.


 


 


~~~ ~~~ ~~~ ~~~ ~~~ IV ~~~ ~~~ ~~~ ~~~ ~~~


 



- Isso já é exploração. - Watanuki resmungava, andando pelos corredores do supermercado. - Cada vez que a Yuuko-san tem vontade de comer algo diferente, eu tenho que vir ao mercado. E isso acontece todos os dias!! - Watanuki carregava uma cestinha e lia a lista de compras. - Mais Sakê? - Reparava na caligrafia estranha no último item da lista. - Aquele orelhudo bêbado!


De repente Watanuki esbarrou com o carrinho de compras de outra pessoa.


- Perdão! - disse Watanuki, esfregando o braço batido.


- Perdoe-me você, por deixar isso no caminho. - Respondeu o moço, deslocando o carrinho para o lado.


Quando Watanuki olhou para o homem, reconheceu as feições do moço que vira no flash da tarde anterior. O homem pegou o carrinho e seguiu pelo corredor. Então, Watanuki apressou-se em pagar as compras e ficou do lado de fora do supermercado, esperando vê-lo novamente.


Alguns minutos depois o moço saiu pela calçada e virou na esquina seguinte. Watanuki foi atrás, pra ver onde o homem iria. Algumas quadras depois, percebeu que estava na frente da casa das rosas, e o homem estava parado na frente do pequeno prédio do outro lado da rua, procurando uma chave no meio de um molho. Quando viu Watanuki, franziu a testa sem compreender.


- Você mora por aqui? - perguntou o moço.


- Ah... não... mas é meu caminho! - Respondeu Watanuki, atrapalhado. - Por favor, o senhor conhece quem mora nesta casa? - Perguntou, apontando a casa das rosas.


- Atualmente não mora ninguém. - Respondeu o homem. - Há um ano atrás morava a família da minha namorada.


- Uma garota loira? De cabelo comprido? - Arriscou Watanuki.


- Exato! Você a conheceu?? - O homem agora prestava total atenção em Watanuki.


- Não. Eu... Eu acho que a vi entrando uma vez, há muito tempo.


- Ah. Certo. - O homem voltou a procurar a chave do portão.


- Mas.. Por que ela não mora mais aqui? - Decidiu perguntar, pois não tinha nada a perder.


O homem ficou olhando desconfiado para Watanuki, mas deve ter concluído que ele não representava nenhuma ameaça, então chamou-o para entrar, pois estava muito frio.


 


~~~ ~~~ ~~~ ~~~ ~~~ V ~~~ ~~~ ~~~ ~~~ ~~~


 


Lá dentro, o apartamento era uma peça só e um banheiro. Watanuki reconheceu a escrivaninha com o computador. O homem largou as compras sobre o fogão e sentou-se na mesa, indicando que Watanuki fizesse o mesmo.


- Bom, qual é o seu nome? - Perguntou o homem.


- Pode chamar de Watanuki. E o seu?


- Matsuo. E o nome dela era Keiko.


- Ela... morreu?


- Não! Keiko morava naquela casa desde pequena. Eu vim morar aqui pra fazer cursinho preparatório. Na época eu era um ronin de 19 anos e Keiko tinha 13 anos, mas eu nunca havia falado com ela, pois ainda era uma criança. Um dia, alguns anos depois de eu mudar para cá, os pais da Keiko haviam saido de casa e se atrasaram para voltar, e Keiko acabou ficando trancada para o lado de fora. Estava chovendo muito e eu estava chegando da faculdade, quando a vi sentada na frente da casa. Chamei-a para entrar, fiz um chá quente e emprestei roupas secas. Nós conversamos bastante enquanto ela esperava os pais voltarem, e descobri que ela era uma garota maravilhosa. Muito doce e inteligente. Quando ela voltou pra casa naquele dia, nós já estávamos apaixonados. Começamos a namorar escondidos, então o único tempo que tinhamos era o caminho da escola dela até em casa.


- Escondidos? - Perguntou Watanuki,


- Sim. Keiko estava para fazer 16 anos e eu tinha 22. Os pais dela nunca aceitariam. Decidimos esperara até que ela fizesse 18 anos, assim poderiamos assumir o namoro e até pensávamos em casar. - Disse Matsuo, corando a face.


- Vocês se amavam mesmo!! Fazer planos para tantos anos! - surpreendeu-se Watanuki, imaginando-se casado com Himawari.


- Muito. - Sorriu Matsuo. - Acontece que um dia, a aula de Keiko acabou mais cedo e ela me ligou para buscá-la. Resolvemos vir aqui para minha casa, pois ainda tínhamos um tempinho pra ficar juntos, e não seria seguro ficar na frente de casa. Quando subíamos a escada aqui do prédio, a Keiko escorregou e caiu do meio da escada. Eu fiquei com muito medo, e ela não conseguia mexer um braço. Chamei uma ambulância e atravessei a rua para avisar os pais dela. A segurança era mais importante naquele momento. A mãe foi na ambulância para acompanhá-la, e eu fui por conta até o hospital. Uma enfermeira me informou que ela apenas tinha fraturado o braço, que estava engessado e ficaria tudo bem em um mês. Esperei na saída do hospital para vê-la, mas os pais a carregaram até o carro e não deixaram que conversasse comigo. Fui encontrá-la na escola no outro dia e só pude vê-la entrando no carro dos pais, lançando-me um olhar triste e acenando com as mãos.



- No dia seguinte, resolvi conversar com os pais dela. Explicar o plano que tínhamos para o futuro. Que eu esperaria até ela ter 18 anos para continuar namorando, apenas não podia deixar de vê-la. Na volta da faculdade, comprei um buquê de rosas brancas e toquei a campainha. Toquei várias vezes e ninguém me atendeu. Pulei o muro e dei a volta na casa. Percebi que todas as janelas estavam sem cortinas, e a casa estava sem móveis. Keiko tinha ido embora. Tinha sido levada embora. Peguei as rosas e enterrei no quintal da frente e, como você pode ver, nasceu uma roseira linda.


- Ela não tentou entrar em contato com você?


- Não. Há um ano. Agora eu estou trabalhando, e Keiko já fez 18 anos há alguns meses. Não consigo parar de pensar nisso nem por um minuto.


- Matsuo-san. Talvez haja um jeito de encontrá-la.


- Como?! Eu faria qualquer coisa!


 


~~~ ~~~ ~~~ ~~~ ~~~ VI ~~~ ~~~ ~~~ ~~~ ~~~


 


- Temos um cliente! Temos um cliente! - Disseram Maru e Moro em uníssono.


Yuuko vestia uma de suas roupas espalhafatosas e tinha aquele ar de pessoa poderosa e séria. Muito diferente do bêbada e risonha habitual.


- Yuuko-san! Este é Matsuo-san. - Apresentou Watanuki.


- Olá. - Disse Yuuko, soltando a fumaça da piteira.


- Bom, eu... - Disse Matsuo, nervoso diante da presença de Yuuko.


- O seu desejo, eu posso realizar. - Adiantou-se. - Mas você deve pagar um preço.


- Qualquer coisa! - Respondeu desesperadamente!


- Cuidado!! - Disse Watanuki. - Essa mulher é louca!


- Eu quero a roseira. - Respondeu Yuuko.


- O QUÊ? Só isso? - Watanuki ficou pasmo.


- A roseira representa o amor que você cultivou por ela todos esses anos. Ao me dar a roseira, esse amor perderá a força acumulada.


- Qual o significado disso? - Perguntou Matsuo, tenso. - Ela esquecerá de mim?


- Não. Ela lembrará de todos os momentos que passaram juntos. E dos sentimentos que tinha por você. Mas você deve entender que passaram-se muitos anos e ela mudou bastante. Me entregando a roseira, você saberá onde ela está. Mas terá que reconquistá-la. Você acha que pode fazer isso?


- Absolutamente.


- Então, que seja. Watanuki, pegue uma pá e traga a roseira para mim. Cuidado para não estragar as raízes.


- Sempre eu! - Resmungou Watanuki.


- Obrigada, senhora. - Disse Matsuo.


 


~~~ ~~~ ~~~ ~~~ ~~~ VII ~~~ ~~~ ~~~ ~~~ ~~~


 


Matsuo ajudou Watanuki no transplante da roseira para uma caixa e despediu-se.


- Obrigado, Watanuki-kun.


- Não foi nada! - Respondeu, acenando com uma mão e carregando a caixa com a outra.


Então, Matsuo entrou em casa e jogou-se na cama. Um sono muito forte veio de repente, e fez com que caísse em um sonho profundo.


- Matsuoooo! - Sorria a garota loira, correndo pela praia.


- Keiko, seu chapéu! - Matsuo ria, pegando o chapéu de Keiko que vinha voando com o vento.


- Matsuo! Venha logo!. - Ela dizia.


- Mas... onde você está, Keiko? - Ele perguntou, correndo na direção dela, parecendo não alcançá-la.


- Preste atenção, Matsuo! Você é sempre desligado! - Ela riu, virou de costas para ele e olhou para o horizonte dourado do mar. Olhou de volta para Matsuo, tirando o cabelo esvoaçante da frente do rosto. - Eu... Eu realizei o meu sonho, Matsuo! Você pode ver??



O despertador tocou irritantemente. Já era de manhã. Matsuo levantou apressadamente e foi para a estação de trem. De lá pegou um trem para uma cidade litorânea não muito distante. Em algumas horas de viagem, chegara a seu destino. Pediu informações em alguns lugares e chegou á um prédio muito bonito , com arquitetura ocidental antiga e jardim muito grande, cheio de jovens sentados sob as árvores. Seu coração batia depressa, seu corpo tremia. Aquela era a única faculdade de veterinária que ficava no litoral. O sonho de Keiko era cuidar de animais e morar na praia. Ela tinha que estar alí...TINHA! Matsuo andava pelo pátio da universidade, olhando para todos os lados. Alguns grupos de garotas acenavam e davam risadinhas. De repente, um vento forte balançou as árvores ao redor e Matsuo foi atingido por algo. Virou-se no momento que uma garota vinha correndo em sua direção.


- Perdão, moço!! Meu chapéu foi lev... - A garota parou, a alguns metros de Matsuo, que agora levantava a cabeça após juntar o chapéu do chão.- Ma..MATSUO! - A garota desatou a chorar.


- Keiko! Você conseguiu! - Disse, abraçando-a com vontade.


- Não, Matsuo! Você conseguiu! Você me encontrou! - A garota abraçava ainda mais forte.


- Eu sonhei com você essa noite! De alguma forma eu sabia que você estava aqui agora! Mas, você ficou feliz?? Achei que... Bem. Faz tempo.


- Na verdade fazia tempo que eu tinha desistido, Matsuo. Quando consegui sair do domínio dos meus pais, imaginei que você já havia mudado. Mas eu fiz uma promessa. De que esconderia meu amor em uma parte do meu coração, de forma que ele fosse preservado. E se a gente se encontrasse novamente, meus sentimentos seriam os mesmos.


- Keiko... - Matsuo acariciou a face da amada, e beijou-a. Naquele momento ele sentiu que todo o amor entre eles não poderia ser preservado por uma roseira. Que mesmo que este amor fosse espalhado por todas as flores do mundo, ainda seria forte e vivo. Que o amor verdadeiro não é mensurável, é brilhante e inofuscável.


 


~~~ ~~~ ~~~ ~~~ ~~~ VIII ~~~ ~~~ ~~~ ~~~ ~~~



- Yuuko-san... - Chamou Watanuki.


- Sim?


- Sem ofensas, mas você cobrou um preço muito estranho pelo pedido do Matsuo-san. Você não faz nada se não puder tirar vantagem!


- Isso é sem ofensas, Watanuki? - Perguntou Yuuko séria, mas não conseguiu se segurar e riu freneticamente.


- Mas o quê...?


- Watanuki, o amor é o maior produto de beleza que existe! Com essa roseira eu tenho uma poção fan-tás-ti-caaa para o ano inteiro!


- Ahh, Yuuko-san! Você precisa arrumar um namorado, hein? Já tá ficando pra titia!!


- Considere sua pena DOBRADA, Watanuki! - Disse Yuuko serenamente, bebericando o sakê.


- Que injusto!! - Watanuki levantou correndo para a cozinha, onde sua panela transbordava com a fervura.


- Ei Yuuko, você sabia que o amor deles ficaria tão intacto? - Mokona virava a garrafa maior do que ele, na boca.


- Acho que eu ainda não entendo esse poder, Mokona. - Yuuko tomou o resto de sakê do copo. - Mas podemos considerar isso um segredo nosso, não é?


 


~~~ FIM ~~~


 



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Autor(a): holic

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).




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