Fanfic: Uma ultima noite AyA [terminada]
— Eu preferia uma bebida. Tem tequila?
Com um meneio de cabeça, Alfonso dirigiu‑se ao bar. — Acho que não; pode ser vermute?
— Serve perfeitamente, obrigada.
Anahí perscrutou a sala. Era ampla e perfeitamente quadrada, com as paredes forradas com bonitos painéis de madeira e a mobília forrada a seda. Uma lareira de mármore intrincadamente esculpida dominava uma parede. Porcelana de Dresden era refletida num enorme espelho emoldurado a mogno que se encontrava sobre a lareira. A carpete era espessa, os cortinados pesados.
Demasiado formal, pensou ela, observando a elegância estruturada. Ela teria preferido cortinados abertos ou, melhor ainda, nada de cortinados mas antes algo menos sombrio. E havia provavelmente um bonito chão de madeira por debaixo da carpete.
— Menina Portillo. — Alfonso acordou‑a dos pensamentos quando lhe estendeu um copo. Os seus olhares cruzaram‑se, cada um curioso com o outro, e em seguida um movimento à porta distraiu‑os.
— Alfonso, a Millicent disse‑me que a Menina Portillo já chegou, mas ela deve ter… Oh. — A mulher que entrou na sala estacou assim que viu Any. — A menina é Any Portillo? — Com a mesma desconfiança que demonstrara a criada, examinou a mulher de calças cinzentas e blusa azul forte brilhante.
Any bebericou e sorriu. — Sim, sou. — Observou também atentamente a elegante dama de sociedade. A mãe de Alfonso, Beatrice Herrera, estava cuidadosamente aperaltada, impecavelmente arranjada e elegantemente trajada. Beatrice Herrera sabia bem quem e o que era, pensou Any.
— Perdoe a minha confusão, Menina Portillo. Só a esperávamos amanhã.
— Organizei as coisas mais depressa do que contava — disse Any, e bebeu mais um pouco. — Apanhei um vôo mais cedo. — Sorriu de novo. –Não vi qualquer necessidade de perder tempo.
— Claro. — O sobrolho de Beatrice enrugou‑se por momentos. — O seu quarto está pronto. — Virou os olhos para o filho. — Instalei a Menina Portillo no quarto com mobiliário do período da Regência.
— Ao lado da Alison? — Alfonso parou quando se preparava para acender um charuto e olhou para a mãe.
— Sim, pensei que a Menina Portillo talvez gostasse da companhia. A Alison é a minha neta — explicou a Any. — Vive connosco há três anos, desde que o meu filho e a mulher morreram. A pobrezinha tinha apenas oito anos. — A atenção dela voltou‑se de novo para Alfonso. — Se me dão licença, vou tratar da sua bagagem.
— Bem. — Alfonso sentou‑se no sofá quando a mãe saiu da sala. — Talvez devêssemos tratar de negócios.
— Claro. — Any acabou de beber o vermute e pousou o copo na mesa ao lado. — Gosta de horários rígidos? Tipo, das nove às duas, das oito às dez. Ou gosta de flutuar ao sabor da maré?
— Ao sabor da maré? — repetiu Alfonso olhando em seguida para Harry.
— Sim. Ao sabor da maré.
Alfonso anuiu com a cabeça. Aquela não era definitivamente a cientista austera e discreta que imaginara. — Porque não tentamos um pouco de ambos?
— Ok. Amanhã gostava de dar uma olhadela no seu resumo e perceber um pouco melhor o que tem em mente. Podia dizer‑me o que considera mais prioritário.
Any estudou Alfonso por um momento enquanto Harry se servia de mais um martini. Muito atraente, num suave estilo Wall Street, decidiu ela.
Cabelo bonito; castanho‑claro, apenas com algumas madeixas mais claras. Ele deve sair deste museu de vez em quando para apanhar sol, pensou ela, mas duvidava que ele fosse muito dado a praia. Any sempre gostara de olhos azuis num homem, e os de Alfonso eram muito escuros. E muito frios, pensou. Rosto delgado. Boa ossatura. Indagou‑se se ele teria algum sangue Cheyenne a correr‑lhe nas veias. A estrutura do crânio era muito similar.
As roupas e modos sofisticados eram salientados por uma certa sensualidade em redor da boca. Ela gostava do contraste. Ele tinha a constituição física de um tenista, refletiu Any. Bons ombros e mãos fortes e bem tratadas.
O fato era obviamente exclusivo e conservador. Que pena, pensou ela de novo. Mas cuidado, disse para si mesma, há aqui mais do que possa parecer à primeira vista. Any tinha um pressentimento de que havia uma personalidade forte debaixo daquela sofisticação toda. E sabia, por ter lido os livros dele, que Alfonso era um homem inteligente. O único defeito que encontrara no trabalho dele fora uma certa frieza.
— Estou certa de que trabalharemos muito bem em equipa, Sr. Herrera. –disse ela em voz alta. — Estou desejosa por começar. É um ótimo escritor.
— Obrigado.
— Não me agradeça, não tive nada a ver com isso. — Sorriu.
Os lábios de Alfonso curvaram‑se numa resposta instintiva no preciso momento em que ele se interrogava no que é que se teria metido.
— Tenho muito prazer em poder ajuda‑lo na pesquisa — continuou ela. — Acho que tenho de agradecer ao Dr. Rhodes por lhe ter sugerido o meu nome. — O olhar dela virou‑se na direcção de Harry.
— Bem… as suas credenciais eram impecáveis. — Harry gaguejou ao tentar ligar Any Portillo, cujos artigos tinha lido, com a mulher esbelta de cabelo encaracolado que estava a sorrir para ele. — Licenciou‑se com distinção na universidade de Maryland?
— Exato. Especializei‑me em antropologia na Maryland e depois fiz o mestrado na Columbia. Trabalhei com o Dr. Spalding na expedição que ele fez ao Colorado. Acho que foi o meu artigo sobre essa expedição que chamou a sua atenção.
— Com licença, senhor. — A criada negra apareceu à porta. — A bagagem da Menina Portillo já foi levada para o quarto. A Sra. Herrera sugere que talvez ela gostasse de descansar um pouco antes do jantar.
— Dispenso o jantar, obrigada. — Any falou diretamente para a empregada e depois voltou‑se de novo para o Dr. Rhodes. — Mas vou subir. Viajar cansa‑me. Boa noite, Dr. Rhodes. Acho que nos veremos várias vezes durante os próximos meses. Até amanhã, Sr. Herrera.
Saiu como entrara, deixando ambos de olhar embasbacado.
— Bem, Harry. — Alfonso estava perplexo. — O que é que me estavas a dizer sobre distrações?
Prévia do próximo capítulo
Depois de seguir a criada escada acima, Any parou à porta do quarto. Rosas claras e dourados dominavam o esquema de cores. Cortinados cor de rosa pendiam sobre paredes tom de pérola; almofadas ornadas a rosa e dourado almofadavam cadeiras da Regência. Havia uma mesinha de toucador orlado a dourado e uma chaise longue estofada num tom de rosa 10 mais escur ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 30
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Angel_rebelde Postado em 25/05/2014 - 00:52:29
Adooorei sua fic. No começo não tive tanto encantamento mas bastou mais uns capítulos para me encantar. Foi lindo ver o qnto Anny mudou a vida da pequena Allison com sua ternura e a de Poncho tbm pois o mesmo tbm era mto triste antes da chegada dela. A entrega q tiveram foi única e resultou em momentos únicos para os dois. Formaram uma linda família, quase foi estragada pela inveja da mãe dele mas o amor entre eles venceu as barreiras. Adoorei a história. =))
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kikaherrera Postado em 21/10/2009 - 01:42:38
LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
AMEI ESSA WEB. -
annytha Postado em 19/10/2009 - 18:34:15
adoro sua web, é demais
posta +++++++ -
annytha Postado em 14/10/2009 - 10:48:53
vai desiste dessa web?
por favor continua vai -
annytha Postado em 18/02/2009 - 15:03:38
posta +++++++++++++++++++
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mariahsouza Postado em 17/02/2009 - 19:45:05
++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
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mariahsouza Postado em 15/02/2009 - 14:00:29
POOSSTTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
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mariahsouza Postado em 14/02/2009 - 17:26:49
Q
U
E
R
O
M
A
I
S -
vitoria10 Postado em 14/02/2009 - 17:08:41
AMEIIIII
POSTA MAIS!!!!!!!!!!! -
vitoria10 Postado em 14/02/2009 - 17:08:41
AMEIIIII
POSTA MAIS!!!!!!!!!!!