Fanfic: Uma ultima noite AyA [terminada]
Pra minha leitora annytha que não me abandonou apesar de eu ter esquecido essa web
— Anahí Puente. — Alfonso tocou ao de leve no ombro de Anahí.
— Elizabeth Bentley.
— Anahí Puente? — repetiu Liz. — O nome e‑me muito familiar,
mas ainda não fomos apresentadas, pois não?
— Não, não fomos. — Anahí fez‑lhe um sorriso amistoso, apreciando
o interesse sincero nos olhos dela. — Quer um pouco de champanhe?
— perguntou, tirando um copo de outro tabuleiro. — É realmente muito
bom.
— Obrigada. — Liz olhou para o copo e depois de volta para Anahí.
— A Anahí tem estado a trabalhar comigo no meu livro novo — explicou
Alfonso. Podia perceber que Liz estava simultaneamente confusa e
intrigada.
— Ah, sim. — Finalmente fez‑se luz. — O Harry Rhodes mencionou
o seu nome num jantar uma noite destas. — Hesitou um momento. — Ele
disse que você era extraordinariamente inteligente.
— Isso foi porque eu o venci no snooker. — Os olhos de Anahí cinti104
laram divertidos por cima do copo quando ela o ergueu de novo. — Você
joga?
— Jogo o quê? Snooker? — Liz abanou a cabeça e franziu ligeiramente
o sobrolho. — Não. Você é arqueóloga?
— Não, antropóloga. — Anahí sorriu e não conseguiu resistir. — Arqueólogo
é quem estuda a vida e a cultura de povos antigos escavando
cidades antigas, relíquias, artefactos. Um antropólogo é quem estuda raças,
características físicas e mentais, distribuições populacionais, hábitos,
relações sociais. — Bebeu mais um pouquinho de champanhe. — O seu
vestido é maravilhoso — comentou, acenando com a cabeça a Liz. — É
francês?
…
—Conseguiste confundir completamente a Liz — afirmou Alfonso já
na pista de dança com Anahí nos braços.
— A sério? — Anahí desencostou a face da dele e riu‑se quando viu o
olhar de esguelha dele. — É uma rapariga muito bonita, Alfonso. E também
muito simpática. Gosto dela.
— És rápida a fazer juízos.
— Habitualmente poupa‑me tempo. — Sorriu enquanto ele a fazia
deslizar pela pista. — Também disse que eras um dançarino maravilhoso
— salientou ela. — E estava certa.
— Se eu te dissesse que nunca gostei tanto de dançar valsa, acreditavas?
— Talvez. — Riu‑se para ele.
— Vou ter de te deixar dançar com alguns homens que não conseguem
tirar os olhos de cima de ti. E não vou gostar.
Ela ergueu as sobrancelhas. — São assim tantos? — perguntou, brincando
com ele enquanto tentava perceber o que sentira ao ouvir aquela
afirmação.
— De mais. Entras numa sala e olham logo todos para ti. Incluindo
eu.
Anahí riu‑se e abanou a cabeça. — Tens a imaginação fértil de um
escritor, Alfonso.
— E a de homem — murmurou ele. — Não consigo tirar‑te da cabeça.
Ela olhou fixamente para ele, esquecendo a música que dançavam e
as pessoas que dançavam com eles. — E queres?
Alfonso não conseguiu desviar o olhar. — Não sei. — Não conseguia
pensar convenientemente quando a tinha nos braços, assim encostada a
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si. — Gostava que sim. Chega dizer‑te que nunca houve uma mulher tão
importante para mim como tu?
Era um passo cauteloso e Anahí não o levou adiante. Tocou‑lhe com
os dedos no rosto. — Sim, Alfonso.
Anahí nunca esteve sozinha durante toda a noite. Despertava interesse
onde quer que estivesse. Agradava‑lhe responder às perguntas que lhe
faziam e às insinuações sedutoras. Gostava tanto da elegância e do glamour
como gostava de ir ver um filme ao cinema da esquina. Pipocas com manteiga
ou champanhe, era tudo parte da vida.
— Menina Puente.
Anahí afastou‑se de uma conversa com um casal entusiasta de vela e
sorriu para Harry Rhodes. — Olá, Harry. Prazer em ve‑lo.
— O prazer é todo meu. Está linda.
— O senhor também. — Tocou na lapela do fato. Ele pigarreou.
— Queria dizer‑lhe o quanto gostei do livro que me emprestou.
— Sempre às ordens, Harry. — Ele tinha uma cara simpática, pensou
ela. Alfonso tinha sorte em te‑lo como amigo.
— Estive a treinar, sabia? Vou desafia‑la para outro jogo de snooker.
— Gostaria imenso. — Anahí sorriu. — Desta vez temos de tentar
oito bolas.
— Menina Puente… Kathleen… Anahí — decidiu ele, quando o sorriso
dela aumentou. — É assim que o Alfonso a trata, não é?
— É assim que todos os meus amigos me tratam.
Harry ajeitou os óculos e sorriu. Os olhos dele eram bondosos, pensou
ela, como os do pequeno ursito que ele lhe fazia lembrar.
— Anahí, importava‑se de conceder uma dança a um velho professor
senil?
— Não vejo aqui nenhum. — Anahí pousou o copo e deu‑lhe a mão.
— Mas adorava dançar consigo, Harry.
— O Alfonso é um homem de grande sorte por te‑la encontrado —
disse‑lhe ele quando se dirigiam para a pista.
— Mas foi o Harry que me encontrou, não foi?
— Então tenho de me congratular a mim próprio. — Ele gostava da
covinha na bochecha dela e da forma como os caracóis lhe caíam desordenados
em volta do rosto. — Espero que o Alfonso esteja satisfeito consigo.
— Ele é um homem muito generoso, não é? Generoso, amoroso e
carinhoso.
— Sabe, ele adorava o irmão. — Harry deu um suspiro. — Eram muito
chegados. Allen, o pai, era um grande amigo meu. Morreu alguns anos
antes, e a Beatrice nunca foi uma mulher maternal. Uma excelente anfitriã,
bem sei — acrescentou. — Mas não foi feita para a maternidade. Os rapazes eram uma dupla e tanto. Um bocado desvairados de vez em quando,
mas…
— Desvairado? — interrompeu Anahí com uma gargalhada de surpresa.
— O Alfonso?
— Teve os seus momentos, minha querida. — Recordando‑se de alguns,
Harry decidiu que seria mais discreto não os pormenorizar. — Foi
muito difícil para o Alfonso quando perdeu o irmão. Eram gémeos.
— Não sabia. — Perder um irmão já era complicado, mas perder um
gémeo devia ser como perder parte de si próprio, pensou ela. — Ele nunca
falou comigo sobre o assunto.
— Ele fechou‑se bastante depois do que aconteceu. Só muito recentemente
é que o vi abrir‑se de novo. — Harry olhou para Anahí. — Graças a
si. Gosta muito dele, não gosta?
Anahí fitou‑o directamente nos olhos. — Estou apaixonada por ele.
Harry acenou com a cabeça. Já não se surpreendia com a franqueza
dela. — Ele precisava de alguém assim para o devolver de novo à vida. Se
ele não tiver cuidado, pode transformar‑se num velho solteirão enrugado
como eu.
— O Harry é um homem lindo. — A música parou e Anahí beijou‑lhe
a face, abracando‑o por um momento.
— O que é isto? — Alfonso aproximou‑se deles e pôs um braço em
volta dos ombros de Anahí. — Viro costas por um minuto e já estás embrulhado
com a minha convidada? Pensava que podia confiar em ti, Harry.
Harry corou e pigarreou. — Não quando se trata desta senhora, meu
caro. Faço parte da competição. E ainda não perdi o jeito — anunciou antes
de se afastar.
— O que é que lhe fizeste? — Confuso, Alfonso observou o andar
bamboleante de Harry. — Acho que ele estava a falar a sério!
— Espero bem que sim. — Anahí virou o rosto de Alfonso para si. —
Ficavas com ciúmes? Isso seria um maravilhoso presente de Natal, Alfonso.
— Ainda não estamos no Natal — replicou ele. — Vamos lá para fora
antes que eu tenha de competir com mais alguém.
— A competição é uma coisa muito saudável — afirmou Anahí quando
atravessaram as portas do terraço. — Em estudos com ratinhos brancos…
Ele beijou‑a com firmeza, interrompendo a palestra iminente. —
Raios me partam se vou competir com ratos brancos — resmungou ele,
puxando‑a.
A mão estava no cabelo dela e a boca exigente. Anahí cedeu, sentindo
que era daquilo que ele precisava. Beijou‑o com suavidade e abracou‑o pelo
pescoço. Uma submissão do momento; mais tarde haveria tempo para o
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desafio, para a agressão, para o confronto de forças. Naquele momento ele
precisava de algo diferente da sua parte. Era fácil render‑se a ele quando
conhecia o próprio poder. Sentiu o coração dele bater contra o peito.
Alfonso afastou‑a ligeiramente para a fitar nos olhos. — Quem és tu?
— disse por entre dentes. — Nunca sei quem tu és.
— Estás mais perto de saber do que a maioria — murmurou ela, virando‑se
para se encostar ao parapeito. — Isto aqui é lindo, Alfonso. O ar é
leve, e consigo sentir o aroma de… acho que é de lucia‑lima. — Anahí levantou
a cabeça. — As estrelas estão próximas. — Suspirou e perscrutou‑as.
— Lá em casa eu costumava sentar‑me horas a fio no campo a descobrir
as constelações. O avô acabou por me comprar um telescópio. Eu ia ser a
primeira mulher a ir à Lua.
— Mudaste de ideias? — Ouviu‑se o clique do isqueiro e depois o
aroma de tabaco no ar.
Anahí encolheu os ombros. Iria para sempre recordar aquele aroma.
— Tentei viver à base de comida desidratada durante uma semana. É um
pavor. — Ele riu‑se e ela apontou para o céu. — Ali está Pégaso. Vês? Ele
voa na vertical. A cabeça de Andrómeda toca‑lhe na asa. — Desceu a mão
e suspirou. Sentia‑se agradavelmente sonolenta. — Maravilhoso, não é?
Aquelas imagens todas ali em cima. É confortante saber que vão ali estar
amanhã.
Alfonso aproximou‑se para lhe tocar no ombro. A pele dela era macia
e estava ligeiramente fria do ar nocturno. — É por isso que investigas o
passado? Porque é uma ligação ao futuro?
Ela encolheu outra vez os ombros. — Talvez.
Alfonso atirou fora o charuto e puxou‑a de novo. Anahí pousou a cabeça
no ombro dele. — Dança comigo outra vez, Alfonso — murmurou.
— A noite está quase a acabar.
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Véspera de Natal. Magia. Anahí queria magia. Tinha palmeiras em vez
de neve, mas já tinha passado outros Natais sem neve. Desta vez tinha
algo mais valioso. Passaria o dia com o homem que amava e com uma
criança que pulava de excitação. Era magia suficiente para si.
Estava ciente de que o seu trabalho estava concluído, ou, pelo menos,
quase concluído. Alfonso passava cada vez mais tempo a trabalhar sozinho.
Aquilo em que ela naquele momento o auxiliava podia perfeitamente
ser feito por carta ou por telefone. Anahí estava a adiar a partida e sabia que,
consciente ou inconscientemente, Alfonso também o estava a fazer. Quando
acabasse a quadra festiva, ela faria os seus planos, as malas e depois informa‑lo‑ia.
Por essa ordem. Seria melhor se estivesse já tudo preparado antes
de as palavras serem proferidas.
Com um plano firme em mente, sentia‑se melhor. Disse a si mesma
que tinha direito a uma semana. No primeiro dia do ano, afastar‑se‑ia dele,
de Alison e recomeçaria a sua vida. Era uma mulher forte; já tinha enfrentado
outras perdas. Mas agora era Natal e ela tinha uma família, mesmo que
por apenas mais uma semana.
Sentou‑se no tapete da sala a observar Alison vasculhar o monte de
presentes debaixo da árvore de Natal. A menina arrulhava como um pombo.
O que seria isto? O que era aquilo? Quantas horas faltavam?
— Fizeste essa mesma pergunta há menos de uma hora — disse‑lhe
Alfonso sentando‑a no colo. — Porque não abrimos já tudo?
— Ah, não, tio Alfonso! Não podemos! — Olhou para Anahí.
— Não, não podemos. O Pai Natal ficaria muito aborrecido — disse
Anahí.
Alison riu‑se e aconchegou‑se na curva do braço de Alfonso. — Anahí,
sabes que o Pai Natal não existe mesmo.
— Não sei nada disso. A menina é uma céptica.
— Sou? — Alison digeriu a palavra. Pegou numa pequena bola de
vidro que continha um cenário de uma floresta em miniatura. Virou‑a ao
contrário e viu a neve cair. — Nunca tinha visto isto.
— Pois não. — Alfonso tinha‑se perguntado quando é que ela iria reparar.
— Encontrei‑a no sótão hoje de manhã. Era do teu pai quando éramos
crianças.
— Verdade?
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— Sim. Verdade. Pensei que talvez gostasses de ficar com ela.
— Para mim? — Alison agarrou na bola e olhou para ele.
— Para ti.
Alison olhou de novo para a bola de vidro e viu a neve pairar. — Ele
gostava de neve — disse. — Quando vivíamos em Chicago, fazíamos batalhas
de neve. Ele deixava‑me ganhar. — Encostou‑se ao peito de Alfonso e
virou a bola outra vez.
Anahí observava‑os em silêncio. Ele tinha ido à procura de alguma
coisa do pai de Alison para lhe oferecer pelo Natal. Se ela não o amasse já,
apaixonar‑se‑ia naquele momento. É um bom homem, pensou. Acima de
tudo, é um bom homem.
Levantou‑se para lhes dar algum tempo a sós.
— Anahí? — Os olhos de Alfonso ergueram‑se até aos dela e fixaram‑se.—
Acho que ainda tenho algumas coisas para embrulhar — disse‑lhe
ela. Ele sorriu, percebendo‑a.
— Não houve alguém que falou em fazer cordões de pipocas?
— Pipocas? — Os olhos de Alison iluminaram‑se. — Para a árvore?
— A Anahí disse‑me que uma árvore não estava adequadamente
ornamentada se não tivesse pipocas — afirmou Alfonso. — O que é que
achas?
— Podemos ir fazer agora?
— Por mim, tudo bem, mas parece que a Anahí tem outras coisas
para fazer. — Alfonso mantinha os olhos nela, ainda sorrindo.
— Sou flexível — respondeu Anahí olhando em seguida para Alison.
— Precisamos de vários metros de fio e de três agulhas. Consegues tratar
disso?
— Também podemos comer algumas?
— Claro.
Prévia do próximo capítulo
Alison levantou‑se e saiu apressadamente da sala levando consigo a bola de vidro. — Às vezes és tão transparente, Anahí. — Alfonso levantou‑se e aproximou‑se dela. — Ias chorar e não querias faze‑lo à frente da Alison. Nem à minha. — Foi maravilhoso, o que tu fizeste. &mdas ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 30
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Angel_rebelde Postado em 25/05/2014 - 00:52:29
Adooorei sua fic. No começo não tive tanto encantamento mas bastou mais uns capítulos para me encantar. Foi lindo ver o qnto Anny mudou a vida da pequena Allison com sua ternura e a de Poncho tbm pois o mesmo tbm era mto triste antes da chegada dela. A entrega q tiveram foi única e resultou em momentos únicos para os dois. Formaram uma linda família, quase foi estragada pela inveja da mãe dele mas o amor entre eles venceu as barreiras. Adoorei a história. =))
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kikaherrera Postado em 21/10/2009 - 01:42:38
LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
AMEI ESSA WEB. -
annytha Postado em 19/10/2009 - 18:34:15
adoro sua web, é demais
posta +++++++ -
annytha Postado em 14/10/2009 - 10:48:53
vai desiste dessa web?
por favor continua vai -
annytha Postado em 18/02/2009 - 15:03:38
posta +++++++++++++++++++
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posta +++++++++++++++++++
posta +++++++++++++++++++
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mariahsouza Postado em 17/02/2009 - 19:45:05
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mariahsouza Postado em 15/02/2009 - 14:00:29
POOSSTTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
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mariahsouza Postado em 14/02/2009 - 17:26:49
Q
U
E
R
O
M
A
I
S -
vitoria10 Postado em 14/02/2009 - 17:08:41
AMEIIIII
POSTA MAIS!!!!!!!!!!! -
vitoria10 Postado em 14/02/2009 - 17:08:41
AMEIIIII
POSTA MAIS!!!!!!!!!!!