Fanfic: Uma ultima noite AyA [terminada]
— Ela gostou mesmo — disse Alison, sorrindo para Alfonso por cima
do ombro de Anahí. — Acha que ela vai chorar se lhe dermos o seu?
— Porque não descobrimos? — Alfonso pegou numa pequena caixa
cúbica que estava debaixo da árvore. — Claro que ela pode não estar interessada
em mais presentes.
— Claro que estou. — Anahí libertou‑se dos braços de Alison. — Sou
muito gananciosa no Natal. — Tirou‑lhe a caixa das mãos e inspirou profundamente.
Quando a abriu, sentiu o coração saltar pela segunda vez naquela
manhã.
Segurou nos brincos de ouro delicadamente entalhados, impressionantemente
semelhantes aos que vira no dia em que comprara o unicórnio.
Olhou para ele e abanou a cabeça. — Alfonso, como é que te lembraste de
uma coisa destas?
— Não me esqueci de nada do que me disseste. Achei que combinavam
com isto. — Entregou‑lhe outra caixa, comprida e achatada, e depois
sorriu quando ela hesitou. — Pensava que eras gananciosa no Natal.
Anahí abriu a caixa e viu três finos fios de ouro, ingenuamente entrelaçados
para formar um. — É lindo — murmurou.
Ele tirou‑lhe o fio dos dedos e colocou‑lho no pescoço.
Anahí engoliu em seco e encostou o rosto ao dele. — Obrigada, Alfonso.
— Levantou‑se. — Vou ver se peço café.
— Ela também gostou do seu — disse Alison a Alfonso, pegando na
guitarra. — Estava a chorar outra vez.
Quando, quinze minutos depois, Millicent entrou na sala com o café
e os croissants, estacou, estupefacta, com o tabuleiro nas mãos. Em todos
os anos que já trabalhava em casa dos Herrera nunca vira nada igual. Papéis,
fitas e caixas por todo o lado. E o Sr. Herrera estava a lutar com um cãozinho
no meio da confusão. O Sr. Herrera! A Menina Alison e a Menina Puente estavam
a dar risadinhas. Não, ela nunca vira nada igual; não naquela casa!
Anahí tencionava manter‑se bastante ocupada quando deixasse Palm
Springs. Primeiro iria para casa. Já se decidira; a véspera de Ano Novo
seria o último dia com Alfonso. Só lhe faltava informar Alfonso. Depois de
analisar a situação sob todos os pontos de vista – o dela, o dele e o de Alison
–, Anahí decidira esperar pelo primeiro dia do ano. O voo já estava marcado.
Seria menos penoso se as horas que faltavam não fossem passadas
com o conhecimento de que eram as últimas. Iria fazer tudo o que lhe fosse
possível naquelas últimas vinte e quatro horas.
— Ter‑te‑ia vencido o terceiro jogo do segundo set se não tivesse falhado
dois serviços. — Balançou a raquete quando se afastava com Alfonso
do court de ténis. — E se não tivesses feito um ás no quarto jogo do segundo
set, eu também teria ganho esse. És realmente uma jogadora terrível;
aproximares‑te da rede daquela forma.
Alfonso pegou na raquete dela, um pouco desconfiado com o entusiasmo
que ela demonstrava ao balanca‑la. — Olha, a Alison está ali ao pé
da piscina. Parece estar muito aplicada a fazer os trabalhos de casa.
Alison ergueu os olhos quando os dois se aproximaram, acenou‑lhes
e depois votou a recostar‑se com um suspiro. — Tio Alfonso, não sei como
fazer este trabalho.
— Não? — Ele pousou as raquetes na mesa. — O que é?
— Tenho de enumerar cinco itens típicos dos anos oitenta. Coisas
que pusesse numa cápsula do tempo para mostrar às sociedades futuras
como era a nossa cultura.
— Alison. — Alfonso sorriu e passou a ponta de um dedo pelo nariz
dela. — Para quê perguntares a um escritor quando tens uma antropóloga?
— Oh, esqueci‑me! — Olhou para Anahí. — O que porias numa cápsula
do tempo?
— Vejamos. — Anahí semicerrou os olhos contra o Sol por um momento.
— Uma haste de trigo, um barril de petróleo, um chip MOS, uma
cassete de música punk rock e um par de mocassins Gucci.
Alfonso riu‑se. — E é essa a tua «encapsulização» dos anos oitenta?
Alison franziu o sobrolho enquanto escrevinhava. — O que é um
chip MOS?
— É um…
— Ah, não! — Alfonso interrompeu a explicação de Anahí. — Não a
faças começar, Alison!
— Bem, — disse Alison, olhando duvidosamente para a lista, — se
calhar é melhor pensar um pouco mais sobre o assunto. — Fez um olhar
a Anahí que a informou de que a sua ajuda fora de pouca valia, e depois
entrou em casa.
— Duvido que a Alison ou a professora dela estejam preparadas para
a tua opinião sobre a nossa sociedade — comentou Alfonso.
— É a minha análise estudada da nossa cultura como está nos dias de
hoje, da tecnologia à moda. Sabes, Alfonso, parece que ficaste mesmo acalorado
depois do jogo de ténis. Devias ir refrescar‑te.
Deu‑lhe um forte empurrão e fe‑lo cair de costas para dentro da piscina.
Ele veio à superfície, desviando o cabelo dos olhos. — Foi um impulso
— disse ela, agarrando‑se à barriga enquanto ria às gargalhadas. — Nunca
tive um controlo firme sobre os impulsos. — Sem dizer nada, ele semicerrou
os olhos e nadou até à borda. — Desculpa, Alfonso, mas parecias‑me
mesmo com calor. Tenho a certeza de que a água está uma delícia. Não estás
zangado, pois não? Eu ajudo‑te a sair.
Tinha acabado de lhe estender a mão quando se apercebeu do erro.
Ele agarrou‑a com firmeza e depois sorriu‑lhe quando lhe deu um súbito
puxão que a fez mergulhar de cabeça. Ela veio à tona cuspindo água.
— Acho que estava a pedi‑las.
— Estavas, pois. Como está a água?
— Óptima. — Anahí nadou com um braço enquanto com a outra
mão descalçava uma sapatilha. — Sempre achei — atirou a sapatilha por
cima da cabeça dele para fora da piscina — que quando nos encontramos
numa situação inevitável, devemos tirar o melhor partido dela. — Tirou a
outra sapatilha e depois mergulhou e nadou rente ao fundo.
Assustou‑se quando as mãos de Alfonso a agarraram pela cintura. Ele
voltou‑a para si, abracou‑a e beijou‑a debaixo de água. O ritmo cardíaco de
Anahí passou de normal a frenético, e ela agarrou‑se a ele. Quando subiram
à superfície, o pulso dela ainda estava descontrolado.
— Eu estava só a tirar o melhor partido de uma situação inevitável
— murmurou Alfonso mordendo‑lhe o lobo da orelha.
— Assustaste‑me. — Anahí respirou fundo. — Nunca devia ter visto
aquele filme do tubarão!
— No Inverno não temos tubarões. — Passou uma mão pelos cabelos
dela. — É praticamente cobre quando está molhado e o sol lhe bate. No primeiro
dia que estiveste aqui fiquei à janela a ver‑te nadar. Já naquela altura
não conseguia tirar‑te da cabeça.
Anahí encostou a cabeça ao ombro dele. Era tão difícil ser forte quan118
do ele era meigo. Queria dizer‑lhe que o amava, que lhe estava a partir o
coração deixa‑lo. E ainda não sabia o que faria se ele lhe pedisse para ficar.
Ou talvez soubesse e fosse por isso que planeara as coisas sem lhe dizer
nada. Não podiam continuar como estavam e ela não via futuro para eles.
Se ele a amasse… Mas abanou a cabeça e afastou‑se dele.
— Vou fazer uma corrida contigo — desafiou ela. — Sou muito melhor
nadadora do que tenista.
Ele sorriu. — Está bem, dou‑te algum avanço.
Anahí ergueu as sobrancelhas. — Isso é uma assumpção de superioridade
masculina. — Desviou o cabelo dos olhos. — Aceito.
Partiu como um foguete pelo meio de uma agitação de água. Mesmo
com o avanço dela, Alfonso chegou à outra extremidade duas braçadas à
frente. Anahí franziu o nariz. — Claro — começou ela, pondo‑se de pé na
parte menos profunda — se eu também tivesse crescido numa piscina…
Anahí reparou que ele não estava a prestar‑lhe atenção. Seguindo‑lhe
os olhos, olhou para baixo.
A T‑shirt que tinha vestido para a partida de ténis estava colada aos
seios. Em vez de a tapar, era um convite erótico. Os calções curtos molhados
estavam moldados às coxas e ancas. A água escorria‑lhe lentamente
pelo cabelo.
— Acho que este tipo de equipamento de natação é mais adequado
para águas profundas — decidiu Anahí, afastando‑se da borda.
Ele agarrou‑a antes de ela chegar a meio da piscina. A boca dele apossou‑se
da dela, faminta, desesperada. Mergulharam de novo, unidos. Anahí
agarrou‑se bem enquanto um misto de medo e paixão a invadia. Havia sensações
de leveza, de claustrofobia, de impotência. Anahí poderia ter lutado
contra elas, mas a vontade desaparecera e ela abracou‑se a ele com mais
força. Alfonso levou‑os à superfície e ela inspirou rapidamente.
— Estás a tremer — reparou ele subitamente. — Assustei‑te?
— Não sei. — Ela continuou agarrada a ele e deixou‑o mante‑los às
superfície. — Oh, Alfonso, quero‑te — disse ela, ofegante. A necessidade
surgiu inesperadamente urgente e poderosa.
A boca dele foi novamente ao encontro da dela. A excitação de Alfonso
redobrou com o desejo que ele sentia da parte dela. — Quanto tempo
consegues suster a respiração? — murmurou ele.
— Não o suficiente. — Ela deu uma gargalhada trémula e beijou‑o.
— Nem de perto. Vamos afogar‑nos?
— Provavelmente. — A mão dele desceu até à anca dela, depois até à
coxa e regressou à cintura. — Importas‑te?
— Neste momento, não. Beija‑me outra vez. Beija‑me e não digas
nada.
Ela não conseguia aguentar mais. No dia seguinte, por aquela hora,
estaria num avião. Não poderia toca‑lo nem sentir as mãos dele. Teria apenas
a recordação do seu sabor. Aqueles três meses da sua vida seriam engolidos
pelo que estivesse para vir. Como poderia partir? Como poderia ficar?
O preço que ia ter de pagar já parecia insuportavelmente elevado. Então
iria aproveitar até ao último instante. Uma última noite. Uma última noite
completa.
— Alfonso, não vamos hoje àquela festa. — Afastou‑se dele, querendo
ver‑lhe o rosto. — Preciso de estar sozinha contigo, como estivemos em
Nova Iorque. Não podemos ir para qualquer lado, só esta noite? Amanhã é
outro ano. Queria passar a última noite deste apenas contigo. Só contigo.
— Uma suite no Hyatt? — murmurou ele. — Champanhe e caviar?
Segundo me lembro, tu gostas bastante de caviar.
— Sim. — Abracou‑se rápida e desesperadamente ao pescoço dele
e encostou a face à dele. — Ou pizza e cerveja num motel. Não importa.
Amo‑te. — Não conseguiu evitar dize‑lo. — Amo‑te tanto! — A boca dela
atracou‑se à dele antes que ele pudesse falar.
— Alfonso!
A voz de Beatrice rompeu o silêncio. Alfonso afastou sem pressa a
boca da de Anahí.
— Mãe. — Olhou para cima, mantendo um braço em redor de Anahí.
— De volta tão cedo?
— O que estás a fazer?
— Ora, estou a nadar — disse‑lhe ele descontraidamente. — E a beijar
a Anahí. Deseja alguma coisa?
— Tens consciência de que temos criados que podem aparecer aqui
a qualquer momento?
— Sim. Mais alguma coisa?
Prévia do próximo capítulo
Os olhos de Beatrice faiscavam, mas ela manteve a dignidade. Anahí viu‑se forçada a admira‑la por isso. — O Harry Rhodes telefonou. Precisa de te ver dentro de uma hora para tratarem de negócios. Disse que é bastante urgente. — Está bem. Obrigado. — Enfureceste‑a, Alfonso — comentou Anahí ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 30
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Angel_rebelde Postado em 25/05/2014 - 00:52:29
Adooorei sua fic. No começo não tive tanto encantamento mas bastou mais uns capítulos para me encantar. Foi lindo ver o qnto Anny mudou a vida da pequena Allison com sua ternura e a de Poncho tbm pois o mesmo tbm era mto triste antes da chegada dela. A entrega q tiveram foi única e resultou em momentos únicos para os dois. Formaram uma linda família, quase foi estragada pela inveja da mãe dele mas o amor entre eles venceu as barreiras. Adoorei a história. =))
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kikaherrera Postado em 21/10/2009 - 01:42:38
LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
AMEI ESSA WEB. -
annytha Postado em 19/10/2009 - 18:34:15
adoro sua web, é demais
posta +++++++ -
annytha Postado em 14/10/2009 - 10:48:53
vai desiste dessa web?
por favor continua vai -
annytha Postado em 18/02/2009 - 15:03:38
posta +++++++++++++++++++
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mariahsouza Postado em 17/02/2009 - 19:45:05
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mariahsouza Postado em 15/02/2009 - 14:00:29
POOSSTTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
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mariahsouza Postado em 14/02/2009 - 17:26:49
Q
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M
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I
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vitoria10 Postado em 14/02/2009 - 17:08:41
AMEIIIII
POSTA MAIS!!!!!!!!!!! -
vitoria10 Postado em 14/02/2009 - 17:08:41
AMEIIIII
POSTA MAIS!!!!!!!!!!!