Fanfics Brasil - Uma ultima noite AyA [terminada]

Fanfic: Uma ultima noite AyA [terminada]


Capítulo: 26? Capítulo

488 visualizações Denunciar


Anahí deixouse ficar exactamente onde estava. A ameaça de Beatrice


travoulhe o impulso de correr para os braços dele. — Como é que me


encontraste?


— Foi o Charles. — Virouse e colocou a corrente na porta. — Embora


tivesse tido de visitar alguns bares para o encontrar. Ele tinha a noite


de folga.—


Parece que andaste a aproveitar bem o tempo. — Ela reparou que


ele tinha andado a beber. Tinha de se manter calma. As mãos estavam a


começar a tremer e ela agarrouse ao bordo da cómoda que estava atrás.


Alfonso passou os olhos pelo pequeno quarto de hotel. — Estou a ver


que não escolheste o Hyatt.


— Não. — Vinham aí palavras duras, furiosas. Anahí levantouse e


pegou num cigarro. — Não é ridículo? Os hotéis têm sempre fósforos e eu


não consigo encontrar nenhum. — Susteve a respiração quando ele a agarrou


pelos braços e a virou de frente para si.


— Porque é que te vieste embora?


— Tinha de vir algum dia, Alfonso. — A voz dela ficou tensa com a


dor quando os dedos dele a agarraram com mais força. — Ambos sabemos


que a pesquisa terminou.


— Pesquisa? — Se ele não a estivesse a segurar com tanta força, receava


baterlhe. Ela magoarao mais do que ele achara possível. Ela expuserao


à dor. Abanoua com violência. — É só isso que existe entre nós?


Anahí estava a começar a tremer, mas ele não pareceu reparar. Nunca


o tinha visto assim – brutal, furioso. Ela desejava que ele lhe batesse, se isso


pusesse um fim à situação.


— Raios! — Ele abanoua de novo, quase levantandoa do chão. —


Não podias ao menos terme dito alguma coisa? Tinhas de te ir embora nas


minhas costas, sem dizer nada?


Anahí agarrouse de novo à borda da cómoda. O enjoo estava a voltar.


— É melhor assim, Alfonso. Eu…


Melhor?! — A palavra explodiu de dentro dele. Anahí deu um salto.


— Para quem?! Se não tiveste a decência de pensar em mim, podias ao


menos ter pensado na Alison!


Estava a ser praticamente insuportável. Anahí fechou os olhos por


um momento. — Eu pensei na Alison, Alfonso. Tens de acreditar que pensei


nela.


— Como posso acreditar nalguma coisa que tu digas? Ela ficou destroçada.


Olha para mim! — Agarroua pelos cabelos e puxoulhe a cabeça


para trás. — Fiquei uma hora a abracala, enquanto ela chorava, a tentar


fazela compreender uma coisa que eu próprio não compreendia.


— Fiz o que tinha de fazer. — Ela estava a começar a sentirse zonza.


Tinha de o fazer irse embora, e rapidamente. — Alfonso, bebeste demasiado.


— A voz estava impressionantemente calma. — E estás a magoarme.


Quero que saias.


— Disseste que me amavas.


Anahí engoliu em seco e endireitouse. — Mudei de ideias. — Viu a


cor esvairse do rosto dele.


— Mudaste de ideias? — disse ele lentamente, incrédulo.


— Isso mesmo. Agora vai e deixame em paz. Tenho um avião para


apanhar de manhã.


— Cabra. — Alfonso sussurrou a palavra no momento em que a puxou


violentamente contra ele. — Vou quando terminarmos. Temos um encontro


marcado.


— Não. — Ela contorceuse em pânico. — Não, Alfonso!


— Vamos terminar o que tu começaste — disselhe ele. — Aqui e


agora!


Cobriu a boca dela com a sua, interrompendo o protesto dela. Anahí


empurravao, cheia de medo. Até aquilo lhe seria tirado: as recordações


da felicidade de o amar e de ser amada por ele. Ele começou a arrastala


em direcção à cama e ela debatiase, mas ele era forte e estava dominado


pela raiva. O que é que estamos a fazer um ao outro? Pensou ela vagamente


quando ele lhe arrancou a camisa. As mãos dele percorriamna, puxando,


rasgandolhe a roupa enquanto ela tentava libertarse.


A imagem da calma e da expressão fria de Beatrice veiolhe ao pensamento.


Não vou deixar que nos faça isto.


Anahí parou de se debater. A sua boca rendeuse à de Alfonso. Posso


darte isto, disselhe ela em silêncio, sentindo o pânico desaparecer. Uma


última noite. Afinal, isso ela não nos tirou. Parou de pensar e entregouse ao


amor.


Anahí acordou com o quarto inundado de luz. Gemeu num protesto


automático e virouse para o outro lado. A mão tocou no vazio ao seu


lado. Abriu os olhos. Ele tinhase ido embora. Sentouse com alguma dificuldade,


perscrutando rapidamente o quarto em busca de algum sinal de


Alfonso. Quando pousou a mão na almofada ao lado, sentiua fria.


Quando é que ele teria saído? Só se recordava que se tinham amado


vezes sem conta durante a noite, em desespero e em silêncio. Ela achava que


ele tinha adormecido, tinha a certeza de que tinham tido algumas horas de


completa paz um junto ao outro. Precisava de saber que tinham tido.


Ninguém lhe poderia tirar essas horas. Se não tinha havido ternura,


pelo menos tinha havido desejo. Ele não vai sofrer mais. A sua última esperança


era que, se não tivesse acabado com a raiva, pelo menos a noite tivesse


acabado com o sofrimento dele. Anahí duvidava que Alfonso alguma vez a


perdoasse pela forma como pusera um ponto final às coisas. Levantouse


da cama. Ainda tinha um avião para apanhar.


Quando viu o bilhete em cima da cómoda, estacou. Talvez fosse melhor


não o ler, fingir que não o tinha visto. O que poderia ele dizerlhe que


não fizesse regressar a dor? Mas não conseguiu conterse e agarrou no bilhete.


Abriuo e leu:


Anahí,


Um pedido de desculpas pelo que aconteceu ontem à noite seria


pouco, mas não tenho mais nada a oferecer. A raiva não é desculpa


para o que aconteceu. Só posso dizerte que é do que mais


me arrependo de ter feito na vida.


Deixote um cheque pelo teu trabalho do mês passado. Espero


que percebas o que me deste, porque eu não tenho palavras


para o descrever.


Alfonso


Anahí releu a mensagem algumas vezes. Tinha razão quando pensara


que traria a dor de volta. Amarrotou a folha e largoua no chão. Arrependeuse,


pensou ela, pegando lentamente no cheque que tinha sido deixado


debaixo do bilhete. Estava gelada. Já não lhe restavam emoções. Olhou rapidamente


para o montante e deu uma gargalhada.


— Que generoso, Alfonso. És um homem generoso. — Rasgou metodicamente


o cheque em pedacinhos minúsculos e deixouo pairar até


ao chão. — Isso ia dar com o teu contabilista em doido. — Não ia chorar


outra vez. Não tinha mais lágrimas. Com um suspiro, pegou num cigarro.


— Montana — decidiu de repente. — Em Montana há neve e vai estar um


frio de morte. — Aquele não era o momento de ir para casa, pensou. Seria


demasiadamente fácil desmoronar em casa. Dirigiuse rapidamente ao telefone


e preparouse para alterar os planos.



O Dr. Edward Brennan desligou o motor do velho Pontiac. O Sol estava


a começar a porse e ele tinha tido um dia muito longo. As costas


diziamlhe isso. Estou a ficar velho, reflectiu. Outrora teria sido capaz de


trazer ao mundo três crianças, operar umas amígdalas, tratar de uma tíbia


partida e vacinar três famílias contra a gripe antes do almoço e sem perder


o ritmo. Mas já estava com setenta anos e a pensar que chegara a hora de


abrandar.


Talvez tivesse chegado a hora de arranjar um sócio, alguém jovem


com ideias novas. O Dr. Brennan gostava de ideias novas. Sorriu por um


instante e contemplou o pordosol. Era uma pena Anahí não ter seguido


medicina. Teria dado uma excelente médica.


Nas suas montanhas havia riscas de luz cordelaranja a atravessar as


copas das árvores. Ele era muito senhor do seu pequeno pedaço de terra. A


sua montanha, o seu pordosol. Era o que sentia quando estava sozinho.


Era uma boa sensação e faziao andar com a vida para a frente.


Abriu a porta do carro e retirou o saco com pão caseiro e conservas


que a Sra. Oates lhe tinha enfiado nas mãos quando ele lá fora para tratar


da papeira do filho. Ia apreciar o pagamento com uma chávena de café.


Depois, talvez tomasse apenas um copito do whisky ilegal que o Sr. Oates


lhe passara antes de ele sair. Oates tinha a melhor casa na encosta leste da


montanha.


A porta de casa nunca estava trancada e ele empurroua já a salivar


pelo pão.


— Olá, avô.


O Dr. Brennan deu um salto e ficou pasmado a olhar para a mulher


que estava sentada à mesa da cozinha. — Anahí! — Estava abalado por a ver


ali e surpreendido por ela não ter corrido até si para um abraço apertado e


um beijo sonoro. Era a forma habitual de ela o cumprimentar, quer tivessem


estado separados um dia ou um ano. — Pensei que ainda estivesses no


Tennessee.


— Não, estou aqui. — Sorriu para ele e depois olhou para o saco que


ele trazia. — Cheirame a pão fresco. Parte dos honorários?


— Da Sra. Oates — respondeu ele, atravessando a cozinha para o


pousar na mesa.


— Ah. — Anahí sorriu para o avô. — Então imagino que devas ter


recebido algo um bocadinho mais estimulante do Sr. Oates. Como tem andado


o teu estômago?


— Suficientemente resistente para um ou dois copitos.


Pousou uma mão sobre a dele. — Como tens passado, avô?


— Muito bem, Anahí. — O Dr. Brennan examinou cuidadosamente


a cara da neta com um misto de afecto e de profissionalismo. Havia algo


que não estava a bater certo. Apertoulhe a mão em resposta. Ela dirlhoia


quando estivesse pronta, à sua maneira. Conheciaa há demasiado tempo


para esperar outra coisa. — E tu? O que tens andado a aprontar? Há quase


um mês que não recebo uma das tuas cartas de seis páginas.


— Nada de especial. — Anahí encolheu os ombros. — Estive duas


semanas em Montana. Comprei lá um casaco fantástico; capaz de nos manter


quentes nas Aleutas. Estive um tempo com a família Phiefer no Utah. A


Molly Phiefer está rija como sempre. Festejou o sexagésimo oitavo aniversário


na escavação. Fiz uma palestra em St. Paul e andei à pesca de trutas


no Tennessee. E deixei de fumar. — Os olhos dela escureceram. — Avô…


estou grávida.


— Grávida? — O Dr. Brennan esbugalhou os olhos. — O que queres


dizer com isso?


— Avô… — Anahí seguroulhe na mão. — És médico. Sabes muito


bem o que isso quer dizer.


— Anahí. — O Dr. Brennan percebeu que precisava sentarse. —


Como é que isso aconteceu?


— Da forma tradicional — disse ela, tentando sorrir. — Até porque


mesmo os métodos modernos nem sempre são fiáveis — acrescentou, antecipando


a pergunta inevitável.


Ele ia deixar passar isso por enquanto. — De quanto tempo estás?


— Que dia é hoje?


Ele estava habituado à indiferença descontraída da neta à passagem


do tempo. — Dezassete de Maio.


— Quatro meses e dezassete dias.


— Muito específica — reparou ele com um aceno de cabeça.


— Tenho a certeza. — Anahí entrelaçava e desentrelaçava as mãos.


Observando o movimento nervoso, ele optou pelo profissionalismo:


— Já consultaste algum médico? Tens sentido desconforto? Algum efeito


secundário?


— Sim, já fui ao médico. — Ela sorriu de novo, acalmada pelas perguntas


objectivas. — Não, não tenho sentido nenhum desconforto, e depois


de um infeliz mês de enjoos matinais não tive mais nenhum efeito colateral.


Estamos de óptima saúde.


— E o pai?


Ela entrelaçou as mãos outra vez. — Tenho a certeza de que também


está muito bem de saúde.


— Anahí. — O avô poslhe uma mão sobre os dedos para os fazer


parar. — Quais são os planos dele em relação ao bebé? Como é óbvio, resolveste


levar a gravidez até ao fim. Tu e o pai da criança devem ter chegado a


algum tipo de acordo.


— Não, não chegámos a acordo nenhum. — Olhouo directamente


nos olhos, deixando transparecer alguma vulnerabilidade. — Não lhe contei.


— Não lhe contaste?! — Estava mais chocado com esse facto do que


com o resto. Não era nada típico dela. — E quando é que tencionas fazelo?


— Não tenciono. — Pegou num cigarro e começou a desfazelo em


pedacinhos.


— Anahí, ele tem o direito de saber. É filho dele.


— Não. — Olhou de novo para ele. — O filho é meu. O meu filho tem


direitos e eu tenho direitos. O Alfonso pode ir para o diabo que o carregue.


— Anahí, tu não és assim — disse ele calmamente.


— Por favor. — Ela abanou a cabeça e esmagou o resto do cigarro


na mão. — Pára. Não tomei esta decisão da noite para o dia. Pensei nisto


durante meses. Sei que é a atitude certa a tomar. O meu bebé não vai ser


disputado porque o pai dele e eu cometemos erros. Eu sei o que aconteceria


se contasse ao Alfonso.


A voz estava a começar a tremerlhe e ela parou um momento para


a estabilizar. — Ele ia pedirme em casamento. É um homem digno. E eu


recusaria porque não suportaria… — Calouse de novo e abanou impacientemente


a cabeça. — Não suportaria que ele mo pedisse por obrigação.


Depois ia querer darme algum tipo de assistência financeira. Eu não preciso


disso. O meu filho não precisa disso. Teria de se fazer um calendário de


visitas e o bebé ia estar constantemente a saltar de uma costa para a outra,


sem saber onde é que era o lugar dele. Não é justo. Não quero isso. O bebé


é meu.O Dr. Brennan pegou outra vez nas mãos dela e olhoua intensamente.


— Amas o pai?


E viua desmoronar. — Sim, muito. — Anahí deitou a cabeça sobre a


mesa e chorou.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a):

Este autor(a) escreve mais 3 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

O avô deixou‑a desabafar. Não a via sofrer daquela forma desde criança. Manteve as mãos dela nas suas e esperou. Que tipo de homem seria Alfonso, cujo filho ela carregava no ventre? Se o amava, porque estaria a chorar ali sozinha em vez de estar a partilhar com ele a felicidade da paternidade iminente? O Dr. Brennan tentou recordar‑ ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 30



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • Angel_rebelde Postado em 25/05/2014 - 00:52:29

    Adooorei sua fic. No começo não tive tanto encantamento mas bastou mais uns capítulos para me encantar. Foi lindo ver o qnto Anny mudou a vida da pequena Allison com sua ternura e a de Poncho tbm pois o mesmo tbm era mto triste antes da chegada dela. A entrega q tiveram foi única e resultou em momentos únicos para os dois. Formaram uma linda família, quase foi estragada pela inveja da mãe dele mas o amor entre eles venceu as barreiras. Adoorei a história. =))

  • kikaherrera Postado em 21/10/2009 - 01:42:38

    LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
    AMEI ESSA WEB.

  • annytha Postado em 19/10/2009 - 18:34:15

    adoro sua web, é demais
    posta +++++++

  • annytha Postado em 14/10/2009 - 10:48:53

    vai desiste dessa web?
    por favor continua vai

  • annytha Postado em 18/02/2009 - 15:03:38

    posta +++++++++++++++++++
    posta +++++++++++++++++++
    posta +++++++++++++++++++
    posta +++++++++++++++++++
    posta +++++++++++++++++++
    posta +++++++++++++++++++
    posta +++++++++++++++++++
    posta +++++++++++++++++++

  • mariahsouza Postado em 17/02/2009 - 19:45:05

    ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

  • mariahsouza Postado em 15/02/2009 - 14:00:29

    POOSSTTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

  • mariahsouza Postado em 14/02/2009 - 17:26:49


    Q
    U
    E
    R
    O

    M
    A
    I
    S

  • vitoria10 Postado em 14/02/2009 - 17:08:41

    AMEIIIII
    POSTA MAIS!!!!!!!!!!!

  • vitoria10 Postado em 14/02/2009 - 17:08:41

    AMEIIIII
    POSTA MAIS!!!!!!!!!!!


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais