Fanfics Brasil - Uma ultima noite AyA [terminada]

Fanfic: Uma ultima noite AyA [terminada]


Capítulo: 27? Capítulo

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O avô deixoua desabafar. Não a via sofrer daquela forma desde


criança. Manteve as mãos dela nas suas e esperou. Que tipo de homem seria


Alfonso, cujo filho ela carregava no ventre? Se o amava, porque estaria a


chorar ali sozinha em vez de estar a partilhar com ele a felicidade da paternidade


iminente?


O Dr. Brennan tentou recordarse de partes das cartas que recebera


dela. Ele sabia quem era Alfonso – o escritor com quem ela trabalhara no


final do Outono e início do Inverno do ano anterior. O Dr. Brennan admirava


o trabalho dele. As cartas de Anahí tinham sido simultaneamente entusiásticas


e confusas. Mas ele estava habituado a essas duas características


na neta.


Como é que lhe tinham escapado as entrelinhas? E agora, durante


meses, ela enfrentara sozinha a decisão mais importante da sua vida. Detestava


vela assim – perdida, a chorar. Outrora fora obrigado a mandala


para longe. Também nessa altura ela se sentira perdida e chorara. Ele achara


que a decisão que tomara sozinho fora a melhor para ela, e, quando a poeira


assentara, confirmarase que tinha sido. Mas o tempo intermédio tinha deixado


marcas. Ele era suficientemente intuitivo para saber que parte da decisão


dela resultava da própria experiência de vida. Ele só podia oferecerlhe


tempo, apoio e amor. Esperava que isso bastasse.


O choro tinha parado entretanto. Anahí manteve a cabeça pousada


na mesa enquanto descansava. Há meses que não chorava. Endireitouse


lentamente e começou a falar outra vez.


— Eu amavao… amoo. Foi esse um dos motivos que me levou a


tratar das coisas desta forma. — Suspirou. Sentira a necessidade de falar


com alguém desde o dia em que saíra do quarto de Beatrice, quatro meses


antes. — Deixame explicarte as coisas, talvez entendas.


A voz já estava calma, sem emoção, e ela pormenorizou os acontecimentos


na casa dos Herrera. Quando falou de Alison, ele viu imediatamente


o paralelismo e mantevese em silêncio. Só quando ela lhe contou o último


encontro com Beatrice é que ele explodiu.


— Estás a dizerme que ela te ameaçou?! — O Dr. Brennan levantarase


de um salto, esquecendo a dor nas costas. Estava pronto para o combate.


— Não a mim. — Anahí estendeulhe a mão e levantouse. — Ao


Alfonso, à Alison. A mim ela não podia fazer nada, nada de importante.


— Foi chantagem, Anahí. Chantagem pura e simples. — A voz dele


tinha enrouquecido com fúria. — Devias ter contado tudo ao Alfonso.


— Sabes o que é que ele teria feito? — Anahí deulhe o braço. — Teria


entrado lá de rompante, tal como tu gostarias de fazer agora. Teria sido uma


cena terrível com a Alison a assistir a tudo. Achas que eu podia arriscar uma


batalha judicial? Ela não passa de uma criança. Sei o que ela sentiria se visse


o nome e a fotografia estampados nos jornais, se ouvisse os mexericos. —


Os olhos de Anahí eram eloquentes e as lágrimas tinham secado. — Poete


no meu lugar, avô. Em tempos testemunhaste algo idêntico. Se tivesses de


mudar o que fizeste há tantos anos atrás, mudarias?


Ele suspirou e abracoua. — Anahí, nunca pensei que tivesses de voltar


a passar por uma situação destas.


Ela tinha sentido a necessidade de ir para casa, de sentir os braços


grandes e fortes e as mãos suaves. Precisara de uma rocha e não conhecia


nenhuma mais firme. — Amote, avô.


— E eu a ti, Anahí. — Abracoua por uns instantes sem dizer nada.


E, de repente, apercebeuse de que ela já não era nenhuma trincaespinhas.


Conseguia sentir as curvas do corpo da neta contra o seu. Sentiuse chocado


com a alteração. Ela já não era a sua menina mas uma mulher que


carregava o próprio filho. — Acabou de me ocorrer que vou ser bisavô.


— Sempre foste um avô maravilhoso — murmurou Anahí. — O melhor.


— Ficas cá até o bebé nascer.


Anahí suspirou e relaxou encostada a ele. — Sim.


Ele afastoua. — Estás a tomar vitaminas?


— Sim, senhor doutor. — Sorriu e beijouo na face.


— E a beber leite?


Ela beijoulhe a outra face. — Que achas de Bryan? — perguntoulhe.


— Dá para menino ou para menina. Acho que Bryan Puente soa bem. É


digno sem ser demasiado pesado.


Ele ergueu as sobrancelhas. — Estou a ver que não.


— Ou então Paul — continuou ela enquanto ele se dirigia ao frigorífico.


— Claro que, nesse caso, teria de ser um menino. — Anahí viuo encher


um copo alto com leite. — Podemos comer agora algumas das guloseimas


da Sra. Oates? — Anahí abriu o saco. — Isto são ameixas em conserva?


— perguntou ela pegando num frasco. — Adoro ameixas em conserva.


— Ainda bem. — O Dr. Brennan entregoulhe o copo de leite e sorriu.


— Podes comer algumas com o leite antes de eu te examinar.


Julho chegou em menos de nada. Havia flores silvestres nos bosques e


gerânios nos vasos da janela da cozinha. À noite os grilos cantavam sem


parar. Anahí deixouse ficar deitada a ouvilos enquanto o bebé se mexia irrequietamente


dentro dela. Está com pressa de sair, pensou ela. Ou estão. O


avô tinha quase a certeza absoluta de que eram dois. Ela recusara a sugestão


dele de irem ao hospital para terem a certeza. Queria ser surpreendida.


Já há muito tempo que não dormia profundamente. O bebé não o


permitia. Os bebés não permitiam. Anahí não precisava que nenhum equipamento


sofisticado lhe dissesse que eram dois. Nenhum bebé podia ser


assim tão activo. Quando um estava a dormir, o outro estava bem acordado


e a dar pontapés. E a barriga dela estava enorme.


Pousou as mãos na barriga. Não vou chegar ao final da gravidez, pensou.


Geralmente os gémeos chegam mais cedo. Fechou os olhos e começou


de novo a devanear. Gostava dos movimentos dentro dela, gostava de saber


que havia vida a desenvolverse lá dentro, impaciente para vir ao mundo.


Quase conseguia imaginalos: um menino e uma menina, com cabelo castanho


e olhos azuisescuros. Quando olhasse para os olhos, lembrarseia


de Alfonso.


Ajeitouse de novo ao sentir uma cotovelada inequívoca. O que estaria


ele a fazer naquele momento? Que horas seriam na Califórnia? Suficientemente


cedo para ele ainda estar a trabalhar? Teria já concluído o


livro? Anahí queria muito encontrar o livro numa livraria, levalo para casa


e fecharse com ele. Isso traria Alfonso de volta, assim como todas as horas


que tinham passado juntos no gabinete dele. Podia guardalo para os filhos.


Nunca saberiam que tinha sido escrito pelo pai, mas aprenderiam a


admiralo e a respeitalo através das suas palavras. Ela queria isso para eles


e para Alfonso.


E Alison. Anahí virouse de barriga para cima. Tinha escrito à menina,


tal como prometera. As constantes viagens que fizera pelo país tinham


impossibilitado qualquer resposta por parte de Alison. Já não devo tardar


a ter notícias dela, pensou. Já aqui estou há quase dois meses. Escrevilhe há


praticamente três semanas.


Levantouse da cama e dirigiuse à janela. A noite estava quente e


abafada, dificultando ainda mais o sono. Seria melhor se ela me esquecesse.


Agora não posso convidala a vir visitarme. Acariciou a barriga. Não have134


ria forma de lhe explicar nem de ter a certeza de que Alfonso não descobriria.


Ele vai tomar conta dela. Eu vou fazer o mesmo pelos nossos filhos.


O movimento dentro da barriga parou. Anahí regressou para a cama


e adormeceu.



O Dr. Brennan observava Anahí ajoelhada no chão entre fiadas de vegetais


e ervas daninhas. Ela estava resplandecente. Ele não tinha quaisquer


preocupações com ela a nível físico. Ela era a imagem de uma mulher


saudável e forte. Tinha de novo tomado as rédeas da vida com o entusiasmo


que lhe era característico. Ele sentia muito orgulho dela.


Mas tinha algumas dúvidas acerca da sensatez da decisão da neta,


embora ela não. Ele fazia tenção de falar novamente com ela acerca de Alfonso,


mas esperaria até depois do parto, quando ela se sentisse recuperada.


O bebé era a sua principal preocupação. E a mãe.


— Não sei porque plantei favas — resmungou ela arrancando uma


erva daninha. — Detesto favas, mas gosto de as ver todas dentro de um


saquinho gordo. Acho que as podia mandar torrar. — Apoiouse nos calcanhares


e sacudiu a terra das mãos. — Alguns dos tomates já estão maduros.


Podíamos comelos hoje ao jantar com o milho que o Lloyd Cramer te deu


pelo apêndice. — Tapou o Sol com a mão e sorriu para ele.


— Eu fiz um bom negócio. O apêndice dele estava em mau estado.


— És tão mercenário. — Anahí levantou uma mão para o avô a ajudar


a levantarse e depois beijouo com a habitual exuberância. — Achas


que devia regar o jardim? Não choveu a semana toda.


Ele olhou para o céu. — Se regarmos o jardim, vai chover de certeza.


Davanos jeito. O calor não te tem deixado dormir de noite.


— O calor, entre outras coisas. — Deu umas pancaditas na barriga.


— E, não, não estou cansada. — Riuse, antevendo a pergunta dele. — Tenho


energia suficiente para todos nós.


— Já bebeste o teu leite hoje?


— As minhas cenouras não estão a desenvolverse em condições


— respondeu Anahí. — Vou buscar a mangueira.


— Eu regoas esta noite quando estiver menos calor. Vai agora beber


o leite.


— Vou vomitar — ameaçou ela.


— Isso não resulta desde os teus doze anos.


Anahí semicerrou os olhos, avaliandoo. Sabia que ele era tão teimoso


quanto ela. — Vou fazer batatas gratinadas para o jantar. E pudim de baunilha.


Isso tem leite suficiente para qualquer pessoa.


— Vais engordar.


— Já estou gorda. — Correu para dentro de casa antes que ele tivesse


tempo de comentar.


Anahí estava sentada à mesa da cozinha a descascar batatas. Uma


pequena montanha crescia à sua frente. Havia algo de tranquilizador na


simples tarefa e ela estava a descascar mais do que os dois poderiam comer


numa só refeição. Vamos ficar com sobras, concluiu olhando para o monte


de batatas. Para a semana toda. É a última, garantiu a si mesma abanando


a batata na mão. Ou teremos de convidar a vizinhança toda. Não ergueu os


olhos quando a porta se abriu, e continuou a descascar. — Talvez tenhas


de arranjar uns pacientes esfomeados — disse ela em voz alta. — Entusiasmeime


com isto. Sabes, já não descascam batatas no exército; uma terrível


lacuna na tradição. Têm umas máquinas…


Ergueu os olhos e paralisou.


Alfonso viu a cor esvairse lentamente do rosto dela. Viu puro choque


nos seus olhos, e medo também. O medo provocoulhe um aperto no estômago.


Anahí largou a faca e enfiou as mãos debaixo da mesa.


Oh, meu Deus! – pensou desesperada. O que é que eu digo? O que é


que eu faço?


Ele não disse nada, mas os olhos estavam fixos no rosto dela. O cabelo


estava mais comprido, já quase a tocarlhe nos ombros, reparou Alfonso.


Quando é que ela tinha ficado assim tão linda? Ela já era atraente, interessante,


inesquecível. Mas quando é que tinha ficado linda? Não conseguia


tirar os olhos da cara dela. Quanto tempo esperara para a ver de novo? Para


a ver iluminarse para si. Mas, naquele momento, o rosto de Anahí não estava


luminoso e a expressão era de terror. A culpa era sua, mas ainda não


era tarde de mais. Não podia ser. Todos aqueles meses de desespero não


podiam ter sido em vão.


Seria a pele dela tão macia quanto se lembrava? Encolherseia ela se


tentasse tocarlhe? Alfonso estava com medo de experimentar e só conseguia


olhar para ela.



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Anahí entrelaçou as mãos com força por debaixo da mesa. Tinha de fazer alguma coisa, dizer alguma coisa. Esperou um momento até ter a certeza de que a voz não iria vacilar. — Olá, Alfonso. — Sorriu para ele enquanto cravava as unhas nas palmas das mãos. — Estás de passagem? Ele deu alguns p ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 30



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • Angel_rebelde Postado em 25/05/2014 - 00:52:29

    Adooorei sua fic. No começo não tive tanto encantamento mas bastou mais uns capítulos para me encantar. Foi lindo ver o qnto Anny mudou a vida da pequena Allison com sua ternura e a de Poncho tbm pois o mesmo tbm era mto triste antes da chegada dela. A entrega q tiveram foi única e resultou em momentos únicos para os dois. Formaram uma linda família, quase foi estragada pela inveja da mãe dele mas o amor entre eles venceu as barreiras. Adoorei a história. =))

  • kikaherrera Postado em 21/10/2009 - 01:42:38

    LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
    AMEI ESSA WEB.

  • annytha Postado em 19/10/2009 - 18:34:15

    adoro sua web, é demais
    posta +++++++

  • annytha Postado em 14/10/2009 - 10:48:53

    vai desiste dessa web?
    por favor continua vai

  • annytha Postado em 18/02/2009 - 15:03:38

    posta +++++++++++++++++++
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  • mariahsouza Postado em 17/02/2009 - 19:45:05

    ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

  • mariahsouza Postado em 15/02/2009 - 14:00:29

    POOSSTTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

  • mariahsouza Postado em 14/02/2009 - 17:26:49


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  • vitoria10 Postado em 14/02/2009 - 17:08:41

    AMEIIIII
    POSTA MAIS!!!!!!!!!!!

  • vitoria10 Postado em 14/02/2009 - 17:08:41

    AMEIIIII
    POSTA MAIS!!!!!!!!!!!


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