Te esperaré Capítulo 1 - Um aniversário, uma promessa
Cena I
Marianella Rinaldi Talerico, para os íntimos Mar, cumpria seus 18 anos no alto da torre Eiffel. Em Paris, França, a cidade do amor. Ela sempre quis ir à Paris, mas não naquela situação, não naquelas circunstâncias.
Vendo a vista lá de cima, as pessoas parecendo formiguinhas e sentindo o cheiro de croissant no ar... Aquilo podia parecer o sonho de qualquer garota, mas nesse caso não era. Mar relembrava momentos bons e abria um grande sorriso, mas quando lembrava que estava lá sem ele, seu sorriso desaparecia por completo. Seu melhor amigo a consolava, mas percebeu que nada adiantaria para animá-la.
Gastón_ Mar, é seu aniversário, vamos aproveitar - ele praticamente implorava - O que me diz? - Ela olhou-o com total desprezo e voltou a se debruçar na grade da enorme torre.
Mar_ Gastón, como eles puderam fazer isso comigo? - ela chorava indignada - Como? Nesse momento eu deveria estar no Brasil me encontrando com ele! - cada vez ela ficava mais inconsolável.
Gastón_ Mar, olha pra mim - ele disse sério e ela se virou para ele - Eu prometo que assim que voltarmos à Madrid eu te dou uma passagem de avião para o Brasil, seus pais não vão fazer a desfeita de não te deixarem ir! - ele limpava as lágrimas dela - Tudo vai dar certo!
Mar_ Você me promete? - perguntou esperançosa - Promete mesmo que eles vão me deixar ir? - ela se recuperava do choro.
Gastón_ Eu não prometo nada, mas por mim, se você estiver feliz, poderia ir até a Lua - Ela abraça Gastón.
Mar_ Obrigada Gás - Ela parecia mais feliz - Como você é meu melhor amigo não vou fazer você ficar o dia inteiro aqui em cima comigo - Mar puxou-o pelo braço em direção ao elevador.
Gastón_ Calma, eu quero continuar vivo! - disse exagerando e Mar o olhou séria - Sim, eu exagerei. - Ela tirou a expressão séria do rosto e voltou a sorrir.
Cena II
No Brasil...
Thiago Bendoya Agüero a esperava, como todos os dias, na praça. A única diferença é que estava chovendo, um clima que combinava com o dia, que foi de ótimo a horrível. Já eram seis da tarde e nada dela. Perguntava-se a cada segundo se ela chegaria. Enquanto apreciava a chuva se lembrava de quando se conheceram, ainda tinham 6 anos, ele era um simples menino e ela uma simples aluna nova, mesmo com apenas 6 anos tudo era mágico...
Em 2000...
Thiago estava brincando com seu melhor amigo, Gastón, dentro da casinha procurando formigas para assustar as meninas.
Thiago_ Eu achei uma bem grandona - ele dizia fascinado.
Gastón_ Eu achei uma aranha - dizia com ar de superioridade - Formigonas não estão com nada - ele dizia sapeca e Thiago o olhava enciumado.
Thiago_ Pelo menos a minha vive sem cabeça! - ele disse tentando parecer melhor - Elas vão se assustar muito mais. - ele saiu da cabana totalmente confiante de si, quando avistou Mar.
Gastón_ O que foi? - ele estava ainda dentro da cabana observando Thiago, que estava com cara de idiota - Não vai me responder não? - quando Gastón saiu da casinha para ver teve a mesma reação de Thiago, Mar estava caminhando em direção as meninas, tentando se enturmar.
Gastón_ Ela está brincando com as meninas.
Thiago_ E o que tem? - Thiago entra na casinha “nervoso” e voltou a procurar formigas.
Gastón_ O que deu em você? - ele perguntou sem entender nada.
Só no colegial Gastón foi receber a resposta. Mar estava olhando Marcio abobada depois de cumprimentar as meninas. Ele ODIAVA Marcio, mas era realmente passado, ele odiava e não odeia mais.
Atualmente...
Thiago lembrava claramente da cena, ficou nervoso e ciumento, mas ao mesmo tempo maravilhado. Depois de anos Mar foi lhe contar que na verdade já estava olhando Thiago bem antes de entrar no parquinho.
De repente ele olhou no relógio e arregalou os olhos desesperado.
Thiago_ A faculdade! - Guardou as flores que segurava dentro do casaco e saiu correndo em rumo à adorada faculdade.
Thiago fazia faculdade com seus amigos e queria muito se formar. Ele nunca tinha perdido uma aula sequer. Então, pegou um táxi e rapidamente chegou à faculdade. Era um enorme prédio colorido, mas o edifício parecia ser cinza por causa da chuva.
Cena III
Em Madrid...
Emilia Rinaldi se lamentava, afogando suas mágoas em um imenso pedaço de bolo de chocolate com sorvete, enquanto sentava no sofá e assistia novela mexicana. Nicolas Talerico, entretanto, tentava não perturbar-se e acalmar Emi, ao mesmo tempo.
Nico_ Calma, meu amor! Ela está melhor assim! - Nico tentava fazê-la parar de choramingar.
Emi_ Não, Nico! Ela não está melhor. Ela deveria estar no Brasil, e você sabe disso! - Emi estava a ponto de chorar.
Nico_ Aquele menino era má influência Emi! - Nico estava ficando bravo - O Gastón é uma pessoa bem melhor pra cuidar dela, além de ela gostar dele!
Emi_ Será que você não percebeu que ela só gosta do Gastón como amigo? Nico, eu quero ver minha princesa feliz!
Nico_ Eu também, mas eu quero o bem dela! Aquele menino ia fazê-la sofrer, ela viveria feliz por 2 meses e logo depois chegaria em casa com o coração em pedaços.
Emi_ E se não nos mudássemos? E se ela ficasse feliz com ele? E se ele for uma boa pessoa Nico? - Emi se levanta.
Nico_ Se você se sentir melhor, quando ela chegar aqui eu posso deixá-la visitar o Brasil - disse ele com certas dificuldades.
Emi_ Não é essa a questão! Se você deixá-la visitar, a única coisa que vai dar nela são mais saudades!
Nico_ Então o que você quer que eu faça? Diga-me, pelo amor de Deus!
Emi_ Não sei! Você que fez tudo isso, você que resolva! - Emi pega o seu prato de bolo e sorvete - Com licença, vou engordar mais! - ela volta à cozinha e Nico se joga culpado no sofá.
Cena IV
Na casa de Jazmin...
Jazmin Suarez Romero estava sentada em um “apoio americano”, aquelas coisas que parecem camas e ficam encostadas na janela.
Ela desenhava corações no espelho, recém-embaçado pela tenebrosa chuva de verão. Ela chorava enquanto olhava as gotas escorrerem pela parte de fora do vidro da janela, relembrava o que, um dia, a fez feliz. Relembrava uma pessoa, que foi embora e levou seu coração junto. Sua mãe já gritava a meia hora do andar debaixo para ela descer e ir jantar, mas Jazmin estava distraída demais com seus pensamentos.
Justina_ Meu amor! Desce daí, por favor! Vem comer, querida. Não quero te ver anêmica - a mãe de Jazmin gritava do topo da escada - Meu amor! Por favor, queridinha! - Candela, também filha de Justina, sobe a escada e chega até onde sua mãe estava.
Candela_ Calma mãe! Deixe que eu cuido disso. - Cande entra no quarto de Jazmin, fecha a porta e fica parada - Posso ficar aqui com você?
Jazmin_ Vem aqui maninha! - ela abre os braços em um gesto de abraço e Cande a abraça - eu já liguei pro Thiago, a Mar não voltou...
Candela_ Calma Jaz! Só porque a Mar não voltou, não significa que ele não tenha voltado. - ela falava numa voz doce, de tranquilizar qualquer um.
Jazmin_ Mas eu sinto que ele não voltou - elas param de se abraçar e Jazmin engole o choro.
Candela_ Já que você tem tanta certeza, de que adianta discutir com o coração? - Cande sorri - Mas você vem comer? Não quero ver minha irmã no hospital - Jazmin sorri.
Jazmin_ Vamos - elas descem para jantar.
Cena IV
Na faculdade...
Melody, Pablo, Marcio, Luca e Caridade conversavam sobre Mar.
Caridade - Estou louca pra conhecer essa menininha!
Melody - Com razão, a Mar sempre foi um doce de pessoa, tomara que não guarde rancor.
Marcio - Só quero ver como ela vai reagir quando ver o Marcinho aqui!
Pablo - Eu acho que ela vai sair correndo pra vomitar!
Luca - Eu a conheço melhor que todo mundo aqui... E o Pablo tem razão.
Marcio - Mas não foi pelo Pablo que ela se apaixonou quando chegou à escola.
Caridade - Mas vocês não tinham só 6 anos?
Melody - Tínhamos, e com certeza a Mar naquela época não batia muito bem a cabeça.
Pablo - Isso é verdade! Eu nunca entendi, mas ela preferia pegar formigas com os meninos ao invés de brincar com as garotas.
Marcio - Tudo culpa da Melody! Ela odiava andar com a Mel!
Melody - Ela tinha inveja! Sempre fui mais popular...
Caridade - Vocês brigam muito! Nós estamos tão preocupados discutindo sobre quando vocês tinham 6 anos, que nem pensamos em como o Thiago deve estar feliz.
Melody - Quando a Mar voltar ela vai ter que me agradecer!
Luca - Pelo que?
Melody - Por não roubar o Thiago!
Pablo - Diz Melody, como se algum dia tivera chance com Thiago no lugar de Marianella, seu grande amor.
Melody - Para seu idiota, tudo bem que você quer ser escritor, mas não precisa me humilhar com sua narração!
Caridade - É, o Pablo dá uns foras sofisticados em você.
Luca - Nossa Marcio, ficou quieto de repente!
Marcio - Estou com um pressentimento estranho!
Caridade - Para com isso, quando você fala assim sempre acontece algo errado com a nossa mãe!
Marcio - Eu não tenho culpa maninha! Sou profundo! (todos seguram o riso)
Luca - Ah tá! Você? Profundo? Conta outra.
Cena V
Na praia de Copacabana...
Lá não estava chovendo, mas já estava escurecendo, e um vento frio fazia qualquer um, que se atrevesse a entrar no mar, sentir calafrios. Mas Rocio e Tato não sentiam o efeito, entravam no mar e até sorriam. Isso causava uma estranha impressão em quem caminhava nas redondezas. Rocio e tato estavam na água, mas logo voltaram à areia e se deitaram completamente molhados debaixo de um guarda-sol que, naquela hora, já não servia pra nada.
Rocio_ Está frio - Rocio tremia e Tato sorria - Do que está rindo seu palhaço?
Tato_ De você, chegamos hoje e já viemos à praia, e a única coisa que você disse o dia todo foi isto: “Está frio” - Tato zombava do silêncio de Rocio.
Rocio_ O que importa é que nos divertimos - ela se senta na areia e relembra - Viajamos pra cá pra nos divertirmos, não pra falarmos. - Tato se senta também.
Tato_ Você está certa - concordou e se levantou - Vamos? - ele estendeu a mão em um gesto de levantá-la.
Rocio_ Vamos - ela pegou a mão dele e se pôs em pé - Ficou mais frio - ela começou a bater o queixo, logo eles juntaram as coisas de praia e voltaram andando ao grande hotel que se localizava perto da praia, o famoso “Copacabana Palace”.
Cena VI
No orfanato “Luz do Sol”...
Hope e Sol estavam na “sala de jantar” do orfanato servindo os lanchinhos da tarde para as crianças.
Hope_ Ei, minhas kids lindinhas venham comer o lanchinho que a Sol preparou - só Stefano, as outras crianças estavam muito ocupadas vendo Bob esponja.
Stefano - Se cuida Sol, hoje eles estão umas ferinhas - disse Stefano, o mais velho, que tinha 17 anos, sentando-se à mesa.
Sol_ Obrigada, sei me cuidar - disse tentando mostrar que já era independente, ela trabalhava lá desde os 14, quando a recolheram e, como ela precisava de dinheiro, começou a trabalhar lá mesmo.
Hope_ Hey, é sério meus bombons, venham comer os lanchinhos, nós fizemos com muito carinho. - Hope tentava animar suas “formiguinhas” enquanto sentava a mesa e pedia para Sol com gestos para pegar a bandeja de lanchinhos.
Sol_ Minhas luzes venham comer - Sol foi buscar a bandeja, quando chegara a onde Hope estava uma enxurrada de pequenos tourinhos esfomeados quase derrubaram Sol e todos se sentaram a mesa.
Hope_ Quando ela pede vocês vem, né? - Hope fazia cara de dengosa indignada.
Guadalupe_ Calma querida Hope, nós te amamos em nome de Deus - Guadalupe faz o sinal da cruz.
Nazareno_ É, Esperança, gostamos das duas - as crianças começam todas a atacar os lanchinhos, quando Sol percebe que uma das menininhas caçula estava de bico.
Sol_ Ei, Belén, o que foi? - Sol perguntou preocupada.
Belén_ Não sobrou nenhum lanchinho pra mim - disse a menina com uma voz de fazer chorar.
Hope_ Ai, querida, a tia Hope faz outro lanchinho pra você. - Hope já ia se levantar, quando Sol coloca sua mão em cima da de Hope impedindo-a.
Sol_ Esperem ai, eu fiz um lanchinho pra cada um, tenho certeza! Então... Quem está com o lanche da Belén? - Bruno dá um sorriso sapeca. - Bruno, devolva. - ele tira o lanchinho de dentro do casaco e dá para Belén.
Belén_ Isso não se faz Bruno, foi uma coisa muito feia isso! - Bruno era um ano mais velho que Belén, ela tinha 7 anos.
Bruno_ Calma, você não ia ficar sem comer! É que eu gosto de implicar com você! - Bruno a abraça e faz um cascudo nela.
Belén - Ai! - A menina faz uma cara feia, desaprovando o cascudo. Então Sol e Hope se entreolham com um ar de cumplicidade.
Stefano_ Vocês duas hein? - disse ele com um tom de repreensão e Sol e Hope riem.
Cena VII
Thiago entra na faculdade completamente molhado e logo que percebe que o seu relógio estava ainda no horário de verão, ele vai falar com seus amigos.
Luca_ Uau! Vamos matar a sede no mundo espremendo suas roupas - eles estavam no refeitório e Thiago senta-se à mesa junto com os outros.
Thiago_ Ela não voltou! - Thiago disse quase chorando - Não voltou. - ele repetiu mais triste, a cada vez que ele falava aquilo em voz alta se tornava pior.
Marcio_ Como assim ela não voltou? - disse Marcio indignado - Mas ela é a Mar!
Caridade_ Todo mundo aqui sabe que ela é a Mar, Marcio. - disse Caridade um pouco triste.
Luca_ O que ele quis dizer não foi isso. - disse Luca explicando - Nós usamos o nome dela como se fosse um adjetivo, pra dizer que uma pessoa é determinada, cabeça dura, teimosa, engraçada, atrapalhada e amiga.
Thiago_ Nunca achamos ninguém igual a ela pra substituí-la, por isso o adjetivo ficou só pra ela - disse Thiago relembrando o passado - Ela era perfeita.
Melody_ Sinto por você, eu queria vê-la, queria que ela me perdoasse. - Melody estava quase chorando - Eu não posso me sentir culpada por mais tempo! - ela desabou em cima de Pablo chorando.
Pablo_ É, ela era perfeita! - eles se lamentavam entre si e Caridade, mesmo sem entender algumas coisas, também chorava pela grande amiga que ainda não conhecera.
Cena VIII
Na torre Eiffel...
Mar e Gastón iam entrar no elevador, quando Mar diz:
Mar_ Não, tive uma ideia! Você fica aqui, eu desço, compro o croissant e depois subo aqui! Pelo menos ai agente aproveita o lado bom de Paris! - ela disse, agora, animada.
Gastón_ Então tudo bem! - disse Gastón feliz por Mar. Ela entrou no elevador e Gastón ficou lá em cima, esperando ver Mar pela rua andando até a loja, mas só esperou.
Logo que Mar entrou o elevador, ele foi descendo normalmente. Depois de descer um metro o elevador parou, fez um barulho estranho. De repente, o elevador despencou, Mar se sentia caindo de um penhasco, agarrou as barras de segurança e se segurou em pé. A pressão em cima de sua cabeça aumentava a cada centímetro que descia, seu salto alto também não ajudava a manter o equilíbrio. Ela sentou no chão do elevador, praticamente a força. Seus gritos de agonia estavam entalados em sua garganta. O elevador devia estar a uns 200 km por hora quando chegava perto do chão.
Suas mãos estavam escorregando das barras, finalmente ela deitou no chão do pequeno espaço e se viu pronta para morrer, sua vida passou todinha em frente dos seus olhos. Vendo sua vida, percebeu que não queria morrer, que não PODIA morrer. A única coisa que pensava eram as coisas que ela já quis, mas nunca pode falar.
Quando o solo chegou, parecia que aquele momento tinha durado anos, mas a menina já não sentia nada, estava de olhos fechados, no elevador com a porta estraçalhada, bem no térreo da torre Eiffel. Estaria bem? Desmaiada? Em coma? Era isso que se perguntavam os turistas que viram a cena. Mas, na realidade, será que a menina, que completara 18 anos hoje, estaria morta em seu aniversário? Será que deixou no mundo pessoas que a amavam?
Minhas princesitas(os) DESCULPEM MEEEEEEEEEEEEEEEEEESMO! Eu fiquei fora o dia todo hoje e vou postar o cap 1 de uma vez! Mas amanhã posto um pelas 2/3 horas da tarde e outro pelas 20/21 da noite! A boa parte é que eu fui no cabeleireiro e fiz uma franjinha igual a da Mar!
Dedicado à:
Carla_esposito: Matei sua curiosidade? Desculpa mesmo!
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Na torre Eiffel...
Mar e Gastón iam entrar no elevador, quando Mar diz:
Mar_ Não, tive uma ideia! Você fica aqui, eu desço, compro o croissant e depois subo aqui! Pelo menos ai agente aproveita o lado bom de Paris! - ela disse, ...