Fanfic: Fruto da Paixão-AyA [Finalizada] | Tema: AyA

O coração de Anahí  pulou no peito quando viu a porta sendo fechada à chave. Quando Poncho deu a volta na escrivaninha, Annie  afastou-se e atendeu ao pedido para que sentasse.
Alfonso  a observou por alguns instantes, mas os olhos não encaravam os dela diretamente.
— Devo-lhe desculpas — ele disse bruscamente.
Surpresa, ela o encarou como se duvidasse ter ouvido corretamente. Era a primeira vez que agia assim com Annie , o que indicava que devia realmente lamentar ter feito amor com ela.
— Tudo bem — Annie murmurou, fixando os olhos no próprio colo. — Também não estou orgulhosa do meu comportamento. Deixamo-nos levar, mas é óbvio que é uma experiência que nenhum de nós quer repetir...
Poncho  ergueu as sobrancelhas.
— Não pedi desculpas pela noite passada, chérie — Alfonso  murmurou, os olhos brilhando de divertimento. — Foi uma experiência incrível que tenho toda a intenção de repetir. Você também gostou — acrescentou antes que Annie pudesse fazer qualquer comentário —, então não banque a mártir comigo porque você é uma gata selvagem na cama e os arranhões nas minhas costas provam isso.
— Oh! — Vermelha, Anahí desejava ser engolida por um buraco. Queria acima de tudo arrancar aquele sorriso presunçoso do rosto dele.
— Só me arrependo de ter sido bruto com você — Alfonso continuou, a voz rouca carregada de sotaque. — Como você disse, me deixei levar por minha urgência. Eu a machuquei, ma petitel.
As palavras evocaram na mente de Annie  sua própria imagem implorando para que ele fosse mais impetuoso. O arrependimento de Poncho  não era nada comparado ao dela.
— Não — ela respondeu com voz abafada —, não me machucou. Mas o que aconteceu na noite passada foi um erro do qual me arrependo amargamente.
Annie  passou a mão trêmula pelos cabelos, forçando-se a olhar para ele.
— Se não foi... por isso, então por que está pedindo desculpas?
Em resposta, Alfonso pegou um documento na gaveta e o estendeu para ela. O coração de Anahí  parou de bater por alguns segundos antes de disparar por completo. Sabia que era o resultado do teste de paternidade, por isso encarou Alfonso sem abrir o documento.
— Já sei o que diz. E agora você também sabe. Anahí  examinou o rosto dele à procura de algum sinal que indicasse como ele se sentia por saber que Luna era sua filha, mas sua expressão era vazia. Devia ser um momento de triunfo para ela, mas também se achava vazia por dentro. Tinha fantasiado nos últimos dois anos que um dia Alfonso  descobriria ser o pai de Luna e pediria desculpas pela maneira como a tratara antes de tomá-la nos braços e implorar para que vivessem juntos como uma família — um verdadeiro final feliz.

Mas o rosto taciturno destruía seus sonhos e a pequena semente de esperança que carregava no coração morreu.
— Maldição, Alfonso— Annie explodiu quando o silêncio tornou-se intolerável. — Não precisa ficar tão horrorizado. Não quero um centavo do seu dinheiro. Tudo o que sempre quis foi que Luna  tivesse um pai que a amasse e protegesse, mas é claro que este não será você. Mas sou capaz de fazer isso. Serei mãe e pai e irei levá-la para casa agora. — Ela o encarou furiosa, um calafrio correndo pela espinha quando Alfonso  levantou-se para dar a volta na escrivaninha.
— Não, chérie — ele disse, os olhos estreitando-se quando Annie afastou-se dele com sobressalto. Alfonso  podia ver a confusão nos olhos dela e sentiu uma ponta de remorso. Mas quando venceu o espaço entre eles, notou a pulsação na base do pescoço e sentiu certa satisfação. A alquimia sexual era uma força potente que a escravizava, por mais que Annie se ressentisse disso.
Não havia razão para negar que estava profundamente chocado com o resultado do exame. Luna  era sua filha, uma Herrera  que, como ele, poderia ser portadora do gene que provocara a morte de suas irmãzinhas. Seu único alívio era Luna  já ter 18 meses e não correr mais o risco de desenvolver a doença, que geralmente causava a morte antes que os bebês completassem um ano de idade.

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