Fanfic: Fruto da Paixão-AyA [Finalizada] | Tema: AyA

Com muita força de vontade, Anahí manteve um sorriso no rosto pelo resto da noite, mas ao sentar no carro com Alfonso , para voltarem para casa, seu coração pesava no peito.
— Qual o problema... Está com dor de cabeça, chérie — Poncho perguntou.
Era tentador agarrar-se àquela desculpa. Sabia que ele reagiria com simpatia e, assim que chegassem à cobertura, insistiria para que fosse dormir.
Precisava ficar sozinha naquela noite. O encontro com Claudia tinha resgatado suas antigas inseguranças. Será que Alfonso era contra ter mais filhos para não aumentar o vínculo com ela? Estaria dormindo com Claudia ? Talvez pretendesse bancar o marido feliz, mantendo uma série de casos pelas costas dela.
— Estou bem — respondeu, recusando admitir que estava abalada.
Ficou em silêncio pelo resto do trajeto, ciente das olhadelas de Poncho  enquanto o elevador os levava até a cobertura. Já em casa, seguiu direto para o quarto, mas ele a puxou para que o encarasse.
— Parece ter perdido o senso de direção. Meu quarto é mais adiante. Qual o problema com você? — perguntou, vendo que Annie o encarava com olhos arregalados. — Parecia um fantasma essa noite. Está doente? Se não me disser o que há de errado, não poderei ajudar, chérie — acrescentou impaciente, o tom alertando que logo arrancaria a verdade dela.
A verdade — que amá-lo seria sua ruína — era impossível de ser revelada.
— Não há nada de errado — Annie mentiu. — Só prefiro dormir sozinha essa noite. — O orgulho a impedia de confrontar naquele momento as alegações de Claudia Se Alfonso  suspeitasse de que tinha ciúmes da modelo, perceberia que estava apaixonada por ele.
Ele considerou puxá-la para seus braços e beijá-la até vencer as barreiras erguidas, mas Annie parecia tão vulnerável que admitiu que fazer amor não seria a resposta.
— Certo — resmungou —, durma sozinha. Mas a partir da semana que vem será minha esposa e deitará na minha cama todas as noites. Não teremos quartos separados, entendeu?
— Oh, sim! — Annie  exclamou amargurada. — Entendi que meu papel nesse casamento é fornecer sexo sempre que você quiser... não como uma esposa, algo mais semelhante a uma notável prostituta. Diga, Alfonso, por que deseja casar comigo? Vi seu rosto quando Mayte mencionou a possibilidade de termos mais filhos — murmurou. — Concluí que logo vai se sentir sufocado pelas responsabilidades de ser marido e pai.
— Isso é ridículo — Poncho resmungou, mas não a encarava nos olhos, deixando-a desesperada.
— É? Seja honesto comigo, Alfonso. Pode se ver daqui a alguns anos vivendo satisfeito como um homem de família? Pode nos imaginar com outros filhos?
O silêncio era angustiante, abrindo um verdadeiro desfiladeiro entre eles.
— Não — ele admitiu. Uma simples palavra que despedaçou Annie.
Agora sabia a verdade. Mas era insuportável pensar em seu casamento como um contrato temporário para criar Luna. Engolindo um soluço,Annie correu para a porta.
— Anahí ! — Ele a agarrou, mas ela tentava fugir como se não suportasse seu toque. — Serei um bom pai para Luna, e um bom marido.
Annie  não conseguia esconder a amargura.
— Não duvido que cumprirá seu dever, Alfonso. Sei que assumirá suas responsabilidades com seriedade, como minha avó fez quando aceitou me criar. Mas quero mais do que isso. É demais querer ser amada? gritou. — É demais pedir que alguém um dia encontre um lugar para mim no coração, não por dever ou conveniência, mas porque sou especial? Ou será que nada em mim inspira amor e afeição... Alguma falha genética me torna repelente?
Alfonso ficou tenso, o rosto uma máscara insondável. Olhava para Annie como se ela tivesse perdido o juízo.
— Está dizendo tolices — falou calmamente. — Está cansada e excessivamente emotiva. Venha para a cama e mostrarei como nosso casamento será bom.
— Você se refere ao sexo. — Annie  resistiu à tentação de se deixar levar àquele mundo especial onde se comunicavam sem necessidade de palavras. Havia passado semanas iludindo-se de que seria capaz de fazer Alfonso amá-la. Era hora de encarar a realidade, mas não poderia fazer isso se compartilhassem a mesma cama. — Hoje não, Alfonso . Acho que eu não suportaria — sussurrou antes de entrar no quarto e fechar a porta.

Claudia é uma Cobra Mesmo Meninas.Mais terá o castigo dela.