Fanfic: Fruto da Paixão-AyA [Finalizada] | Tema: AyA

ALfonso não estava em casa quando ela acordou. Annie tentava convencer Luna a tomar café-da-manhã quando Laurent informou que Poncho fora chamado para tratar de um assunto urgente na empresa. Ela recebeu a informação em silêncio, tentada a dizer que Alfonso dificilmente sairia para uma reunião de negócios num domingo. Passou o dia entorpecida, forçando sorrisos quando Ruth começou a contar os planos para a cerimônia de casamento.
Poncho  tinha contratado uma renomada organizadora de eventos para ajudar a mãe a preparar a cerimônia, que seria realizada na vila. Um magnífico vestido de noiva em cor marfim esperava pela prova final e Luna roubaria a cena com um vestidinho de tule rosa. Estavam reunidos todos os ingredientes para um casamento de conto de fadas... Exceto pelo detalhe principal Annie refletiu desanimada. Não havia amor.
A segunda-feira passou sem qualquer notícia de Poncho Na terça, seis dúzias de rosas vermelhas foram entregues — sem qualquer mensagem, apenas um cartão com o nome dele rabiscado. Annie estava quase em lágrimas quando enterrou o rosto nas pétalas para sentir o perfume delicado. Era a primeira vez que alguém lhe dava flores e imaginava se Alfonso tinha idéia do quanto o simples gesto significava para ela. Rosas vermelhas queriam dizer amor, mas evitou interpretar qualquer coisa pela escolha das flores. Estava cansada de nutrir esperanças, Poncho provavelmente tinha pedido que a floricultura lhe enviasse um buquê.
Sentia tanta falta de Alfonso que naquela noite foi para a cama dele, sem se importar com o que pensaria caso voltasse para casa e a encontrasse lá. As noites longe dele tinham sido um purgatório, mas o leve perfume masculino nos lençóis a confortou o suficiente para que dormisse.
Acordou de madrugada com o ruído da porta da frente, seguido pelo som de passos no corredor. Alfonso  estava em casa! Anahí  sentiu-se entusiasmada e conteve a respiração enquanto esperava que ele entrasse no quarto. Estava nervosa de encará-lo depois de sua explosão histérica, então fechou os olhos para fingir que estava dormindo. Com sorte, ele entraria entre os lençóis e a tomaria nos braços, pensou sentindo um arrepio. Não o rejeitaria. O orgulho não era um bom companheiro, não lutaria mais contra seus sentimentos.
Mas Alfonso não aparecia. Os minutos passaram e Annieabriu os olhos. E se tivesse parado para tomar uma bebida e dormido no sofá? Incapaz de conter a tensão, ela pegou o robe e saiu para o corredor. Todos na casa dormiam e a sala estava deserta, mas a escada que levava ao jardim estava iluminada. Annie  hesitou um momento antes de subir os degraus.
—Alfonso!
Ele estava do outro lado da piscina, largado numa cadeira com uma garrafa de conhaque. Estava... em frangalhos, completamente desalinhado. Não usava gravata, a camisa estava aberta no pescoço. A barba por fazer aumentava seu sex appeal.
— Ouvi você chegando e... pensei que viria para a cama. — Anahí contornou a piscina e ofereceu um vago sorriso.
ALfonso estreitou os olhos e tomou um gole da bebida em sua mão.
— Duvido que estivesse esperando por mim, chérie. Provavelmente será melhor se eu passar a noite aqui.
— Para ficar bêbado? — Annie perguntou zangada, enquanto Poncho  se servia de mais conhaque.
— Prefiro pensar nisso como um anestésico — ele resmungou. — Descobri nos últimos dias que a vida fica mais fácil quando se está embriagado.
— Isso não faz sentido. — Annie respirou fundo. — Qual é o problema, Poncho ?
Anahí imaginou que ele não tinha escutado, mas então Poncho
levantou  como se um dobre fúnebre anunciasse o fim de todos os seus sonhos.
— Decidi adiar o casamento.