Fanfic: O Lago dos Sonhos AyA [TERMINADA]
Capítulo 6
Any se afastou aos trancos da mesa e fugiu para a porta dianteira. Ele a apanhou ali, simplesmente envolvendo seus braços ao redor dela por trás e apertando-a contra ele. -Meu Deus, não tenha medo de mim-, murmurou ele dentro de seus despenteados cachos, com sua voz rouca pela emoção. -Nunca a machucaria. Confia em mim.
-Confiar em você!- repetiu ela incrédula, perto das lágrimas enquanto lutava contra seu abraço. -Confiar em você? Como posso fazê-lo? Como poderia alguma vez?
-Está certa nisso, ao menos-, disse ele, um tom duro beirando as palavras. –Rebaixou-se a para me deixar tocá-la, lhe dar prazer, mas nunca confiou em mim para amá-la.
Ela riu grosseiramente, com crescente histeria.
–Conheci você ontem! Está louco... ambos estamos loucos. Nada disto tem sentido.- Arranhou suas mãos, tentando afrouxar seu abraço. Ele simplesmente reajustou a pressão, apanhando suas mãos e unindo seus dedos aos dela de modo que não pudesse lhe fazer nenhum dano, e ainda mantendo seus braços envoltos a seu redor. Ela estava tão efetivamente dobrada que tudo o que podia fazer era lhe chutar as pernas, mas como ela vestia tênis e ele tinha postas botas, duvidava que lhe causasse muito mal. Mas ainda sabendo que era inútil, retorceu-se e lutou contra sua força superior até que ficou exausta. Ofegando, incapaz de suportar o esforço outro segundo, deixou que seus trementes músculos se afrouxassem.
Imediatamente ele a abraçou mais perto, inclinando sua cabeça para roçar sua boca contra sua têmpora. Manteve seus lábios pressionados ali, sentindo seu pulso contra a frágil pele.
-Não foi ontem que nos conhecemos-, murmurou. -Foi há uma vida... Várias vidas. Estive aqui esperando por você. Sabia que viria.
Seu toque operava uma insidiosa magia nela; sempre o tinha feito. O presente estava apagado, misturado com o passado de forma que não estava segura do que estava passando agora e o que tinha passado antes. Da mesma forma ele a havia sustentado aquela noite quando deslizou para dentro do acampamento do exército de seu pai e entrado às escondidas a sua antecâmara. O terror tinha palpitado através dela como as asas de um abutre, mas tinha estado tão indefesa como o estava agora. Ele a tinha amordaçado, e carregado silenciosamente através da noite até seu próprio acampamento, onde a tinha mantido refém contra o ataque de seu pai. Ela tinha sido virgem quando ele a tinha seqüestrado. Quando a havia devolvido, um mês depois, ela já não era inocente. E tinha estado tão estupidamente apaixonada por seu em outro tempo captor que tinha mentido para protegê-lo, e por último traído a seu pai.
A cabeça da Any voltou a cair sobre seu ombro.
-Não sei o que está passando,- murmurou, e as palavras soaram espessas, sua voz drogada. As cenas que estavam em sua cabeça não podiam ser lembranças.
Os lábios dele procuraram o pequeno oco debaixo de sua orelha.
-Encontramo-nos um ao outro novamente. Any. -Como tinha feito a primeira vez, ele pronunciou seu nome como se o saboreasse. -Any. Eu gosto deste nome mais que todos.
-É... é Anahí.- Ela sempre se perguntou por que seus pais lhe tinham posto um nome tão fora de moda, tão pouco comum, mas quando tinha perguntado sua mãe só havia dito, bastante atordoadamente, que simplesmente lhes tinha gostado. Os irmãos de Any, por outro lado, tinham os perfeitamente confortáveis nomes de Lee e Jason.
-Ah. Eu gosto desse inclusive mais.- Mordeu-lhe o lóbulo da orelha, seus afiados dentes atiçando-lhe brandamente.
-Quem eu fui antes?- Ouviu-se a si mesma perguntar, logo sacudiu apressadamente a cabeça. -Não importa. Não acredito em nada disto.
-É obvio que acredita,- admoestou-a, e delicadamente lambeu a exposta, vulnerável linha de seu arqueado pescoço. Ele estava excitado outra vez, percebeu ela, ou possivelmente nunca se aplacou, para começar. Sua dura longitude aninhava contra seu traseiro. Nenhum outro homem havia nunca respondido a ela com tal evidente desejo, tinha-a querido com tanta força e incessantemente. Tudo o que tinha que fazer era mover seus quadris contra ele naquele brincalhão balanço que sempre o enlouquecia de luxúria, e ele a tomaria agora, empurrando-a contra a parede do castelo e levantando suas saias...
Any sacudiu sua mente à deriva do sonho, mas a realidade era escassamente menos provocadora, ou precária.
-Já não sei o que é real-, chorou.
-Nós somos, Any. Nós somos reais. Sei que está confusa. Logo que a vi, soube que começava a recordar. Queria te abraçar, mas sabia que era muito cedo, sabia que estava assustada pelo que estava acontecendo. Bebamos nosso café, e responderei todas as perguntas que tiver.
Cautelosamente ele a liberou, deixando Any sentindo-se estranhamente fria e abandonada. Voltou-se para enfrentá-lo, elevando a olhar para os fortes ossos de suas feições, a intensa espera de seus vívidos olhos. Sentiu sua fome emanando dele como um campo de força, envolvendo-a em uma primitiva calidez que rebatia a sensação do frio de não estar mais entre seus braços. Outra lembrança a tomou por assalto, de outro tempo quando ela tinha estado de pé e estudando seu rosto, e visto o desejo tão explicitamente em seus olhos. Naquele momento ela tinha estado surpreendida e atemorizada, uma inocente, protegida jovem dama que tinha sido repentinamente empurrada dentro de brutais condições, e tinha tido sozinho seu duvidoso amparo contra o perigo. Duvidosa não por alguma falta de habilidade, mas sim porque pensava que ele podia ser um perigo maior que qualquer ameaça externa.
Any fez uma lenta, profunda inalação, sentindo outra vez aquele interno borrão enquanto o passado e o presente se fundiam, e abruptamente soube quão inútil era seguir lutando contra a verdade. Tão incrível como era, tinha que aceitar o que estava passando. Tinha passado sua vida inteira – esta vida, em qualquer caso – segura em um pequeno marco de tempo, ignorante de todo o resto, mas agora as lentes tinham desaparecido e estava vendo muito mais à frente. A total enormidade disto a afligia, pedia-lhe que atirasse pela amurada os cômodos limites de sua vida e desse um passo para o perigo, porque isso era o que Alfonso Herrera havia trazido consigo quando tinha entrado em sua vida novamente. Ela o tinha amado em todas suas reencarnações, sem importar quanto tinha lutado contra ele. E ele a tinha desejado, violentamente, arrogantemente ignorando o perigo para ir a ela uma e outra vez. Mas apesar de todo seu desejo, pensou atormentadamente, ao final ele sempre a tinha destruído. Seus sonhos tinham sido advertências, familiarizando-a com o passado de modo que soubesse evitá-lo no presente.
Ir-se. Isso era tudo o que tinha que fazer simplesmente empacotar e ir-se. Em troca o deixou levá-la de retorno à cozinha, onde seus cafés ainda fumegavam brandamente. Ela estava desconcertada ao compreender quão pouco tempo tinha passado desde que se escapuliu da mesa.
-Como soube onde me encontrar?- Perguntou ela abruptamente, tomando um revigorante sorvo de café. -Durante quanto tempo soube de mim?
Lhe dirigiu um reflexivo olhar, como se calibrasse sua disposição a aceitar suas respostas, e se acomodou na cadeira frente a ela.
-Para responder sua segunda pergunta primeiro, soube de você durante a maior parte de minha vida. Sempre tive estranhos, muito detalhados sonhos, de diferentes vidas e diferentes tempos, por isso aceitei tudo isto muito antes de ser o bastante grande para pensar que era impossível.- Emitiu uma áspera risada enquanto ele também procurava fortaleza na cafeína. -Saber de você, esperar por você, arruinou-me para outras mulheres. Não mentirei e direi que fui tão casto como um monge, mas nunca tive sequer uma aventura de adolescente.- Ele ergueu o olhar para ela, e seu olhar era sombrio. -Como podia uma adolescente de risinho tolo competir? - sussurrou. -Quando tinha as outras lembranças, quando sabia o que era ser um homem, e fazer amor contigo?
Autor(a): theangelanni
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Ela não tinha tido essas lembranças até recentemente, mas ainda assim tinha ido pela vida romanticamente ilesa, sua parte mais profunda incapaz de responder aos homens que tinham estado interessados nela. Desde o começo, entretanto, não tinha sido capaz de manter nenhuma reserva contra Alfonso. Tão mental como fisicamente ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 30
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jl Postado em 13/06/2011 - 10:11:32
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA eu li *--*
Amei a historia, finalmente um final feliz =) -
jl Postado em 13/06/2011 - 10:11:28
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA eu li *--*
Amei a historia, finalmente um final feliz =) -
jl Postado em 13/06/2011 - 10:11:25
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA eu li *--*
Amei a historia, finalmente um final feliz =) -
jl Postado em 13/06/2011 - 10:11:22
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jl Postado em 13/06/2011 - 10:11:18
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jl Postado em 13/06/2011 - 10:11:15
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jl Postado em 13/06/2011 - 10:11:13
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA eu li *--*
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jl Postado em 13/06/2011 - 10:11:10
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA eu li *--*
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jl Postado em 13/06/2011 - 10:11:06
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA eu li *--*
Amei a historia, finalmente um final feliz =) -
jasmine Postado em 12/03/2009 - 08:15:53
Uau!!
com a sua maneira de escrever dá pra fazer um livro :D
muito linda ficou!!!
parabéns!!