Fanfics Brasil - O Lago dos Sonhos AyA [TERMINADA]

Fanfic: O Lago dos Sonhos AyA [TERMINADA]


Capítulo: 21? Capítulo

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Ainda assim, com toda a intimidade de suas vidas passadas, nesta vida ela o mal tinha conhecido, e era relutante a deixar que as coisas fossem tão longe, tão rápido. Ele viu a negativa em sua expressão antes que ela pudesse falar, e murmurou uma maldição em voz baixa.


-Faz isto todas as vezes,- disse ele com crua frustração.  -Deixa-me louco.  Ou me faz esperar quando estou morrendo para tê-la, ou me provoca para que lhe faça o amor quando sei condenadamente bem que não deveria.


-É isso assim?


Any se escapuliu de seu colo e lhe dirigiu um audascioso olhar sobre seu ombro.  Nunca antes tinha dirigido a ninguém um olhar audacioso, e estava benignamente surpreendida de si mesma por sequer saber como fazê-lo, mas o gesto tinha chegado naturalmente.  Talvez, no passado, tinha sido um pouco tentadora.  Gostava da idéia.  Sentia-se correto.  A personalidade de Alfonso era tão forte que ela necessitava algo que ajudasse a mantê-lo na linha.


Ele a olhou jogando faíscas pelos olhos, e suas mãos se fecharam em punhos.  Se tivessem estado mais adiante em sua relação, pensou ela, ele não teria aceito um não por resposta, ao menos não ainda.  Primeiro teria feito um bom esforço para seduzi-la  um esforço que normalmente tinha tido êxito.  Qualquer fosse seu nome, e qualquer fosse o tempo, Alfonso tinha sido sempre um devastadoramente sensual amante.  Mas ele também sentia as restrições da novidade, sabia que ela estava ainda muito nervosa para o que ele queria.


Rigidamente ele se levantou, fazendo uma careta com desconforto. 


-Nesse caso, devemos sair daqui, talvez conduzir até o povoado para o almoço, ou o café da manhã,- corrigiu-se, olhando seu relógio de pulso.


Any sorriu, ao mesmo tempo divertida e comovida por sua consideração.  Estar em público com ele parecia muito mais seguro que ficar aqui. 


-Quase como uma entrevista,- disse ela, e riu.  -Nunca fizemos isso antes.


 


Foi um dia encantador, cheio da alegria do redescobrimento.  Depois de tomar o café da manhã em um solitário café no pequeno povoado próximo, conduziram pelos caminhos secundários, detendo-se ocasionalmente para sair e explorar a pé.  Alfonso evitou cuidadosamente todos os arroios e lagos, por isso Any estava relaxada, e se pôde dedicar a uma vez mais aprender a conhecer este homem que sempre tinha amado. Tantas coisas que ele fazia disparavam lembranças, algumas delas deliciosas e outras perturbadoras.  Dizer que suas vidas passadas tinham sido turbulentas teria sido tirar importância ao assunto.  Surpreendeu-se ao recordar o momento em que tinha usado uma faca para defender-se dele, um encontro que tinha terminado em derramamento de sangue: o dele.  E em fazer amor.


Mas com cada nova lembrança, sentia-se mais completa, quando as partes perdidas se deslizavam em seu lugar. Sentiu-se como se tivesse sido somente unidimensional durante os vinte e nove anos de sua vida, e só agora se estivesse convertendo em uma pessoa completa, real.


E havia novas coisas para descobrir sobre ele.  Ele não havia congelado; era um homem moderno, com lembranças e experiências que não a incluíam.  Ocasionalmente ele usava um término ou frase arcaica que a divertia, até que se surpreendia a si mesma fazendo o mesmo.


-Pergunto-me por que recordamos, desta vez,- refletiu ela enquanto passeavam por um caminho deserto, com as árvores crescendo tão estreitamente em quão alto formavam um agradável, escurecido túnel.  Tinham deixado o jipe de Alfonso uns cem metros atrás, a um lado do caminho para não bloquear o inexistente tráfico.  -Nunca o fizemos antes.


-Possivelmente porque esta é a última vez.


Ele sustentou sua mão na dela.  Ela queria simplesmente olhá-lo, absorver os detalhes de seu ostentoso, porte militar, o arrogante ângulo de sua escura cabeça, a teimosa protuberância de sua mandíbula.  O pânico a encheu ante o pensamento disto sendo o fim, de perdê-lo para sempre se não conseguissem serem mais rápidos que o destino.


Apertou seus dedos sobre os dele.  Isso era o que tinha que fazer: lutar contra o destino.  Se ganhava, teria uma vida com este homem que tinha amado durante dois milênios. Se perdia, morreria.  Era assim, simples.


 


Capítulo 8


À manhã seguinte, Any jazia imóvel antes do amanhecer, sua respiração deslizando-se dentro e fora no profundo, fácil ritmo do sonho.  O sonho começou a desenvolver-se, quando cenas de muito tempo se desdobraram em sua inconsciência.


 


O lago estava silencioso e misteriosamente belo no amanhecer.  Ela estava parada sobre o cais e observava ao dourado sol elevar-se dos altos, escuras árvores, observava ao lago transformar-se de negro a um rosa profundo quando refletia o fulgor do céu.  Amava o lago em todos seus estados, mas o amanhecer era seu favorito.  Esperou, e foi premiada pelo encantado grito de uma cegonha enquanto o lago despertava e dava a bem-vinda ao dia.


Seu filho se moveu dentro dela, um suave bater de asas quando as pequeninas extremidades se estiravam.  Ela sorriu, e sua mão se deslizou para baixo para descansar sobre o delicado movimento.  Saboreou o sentimento dessa preciosa vida.  Seu filho e dele.  Durante cinco meses agora o tinha albergado em seu interior, deleitando-se em cada dia que passava enquanto seu corpo mudava mais e mais.  O ligeiro aumento de seu estômago só agora se estava tornando perceptível, mas logo sua condição seria impossível de ocultar.  Enfrentaria esse problema, e a ira de seu pai, quando fora necessário, mas não deixaria que nada machucasse aquele menino...


Ainda despertava sofrendo pela presença de seu amante, chorando por ele, pois isso poderia ter sido se ele tivesse sido qualquer outro, se ela tivesse sido qualquer outra.  Malditos homens, e malditas suas guerras.  Ela o teria escolhido a ele, se lhe tivesse dado a oportunidade, mas não o tinha feito.  Em troca tinha cavalgado fora de sua vida, não confiando em que ela o amasse o suficiente.  Não sabia sobre a nova vida que tinha deixado em seu interior.


O cais vibrou repentinamente debaixo dela quando pés calçados com botas caíam pesadamente sobre as pranchas.  Alarmada, ela se voltou, e então permaneceu imóvel com assombro, perguntando-se se estava sonhando ou se seu desejo de alguma forma o tinha conjurado fora do amanhecer.  Débeis vestígios de bruma se formavam redemoinhos ao redor dele enquanto andava a grandes passos para ela.  Seu coração se comprimiu dolorosamente.  Inclusive se não era real, deu graças a Deus por esta oportunidade de vê-lo tão claramente outra vez – seu grosso cabelo escuro, seus vibrantes olhos da cor do mar, a atlética perfeição de seu corpo.


A cinco pés dela ele se deteve, tão repentinamente como se tivesse se chocado contra uma parede.  Seu incrédulo olhar baixou rapidamente por seu corpo, tão claramente delineado pela fina camisola que era tudo o que ela vestia, com o sol brilhando detrás dela.  Ele viu sua mão descansando protetoramente sobre seu avolumado estômago, no instintivo toque de uma mulher grávida.


Ele era real.  Deus querido, era real.  Tinha voltado para ela.  Viu seu assombro refletido em seus olhos quando enfrentou a realidade da iminente paternidade.  Olhou fixamente seu estômago durante um longo, silencioso momento antes de subir arrastando seu olhar de volta a dela.


 -Por que não me disse isso?- perguntou com voz rouca.


-Não sabia,- disse ela.  -Até depois que se foi.


Ele se aproximou dela, tão cautelosamente como se estivesse enfrentando a um animal selvagem, estendendo lentamente sua mão para pousá-la sobre seu estômago. Ela se estremeceu ante o calor e a vitalidade de seu toque, e quase gemeu em voz alta enquanto a dor de meses sem ele se aliviava de sua pele.  Não podia ele sentir quanto a tinha ferido?  Não podia distinguir que sua ausência quase a tinha matado, que somente a compreensão de que estava esperando a seu filho tinha dado uma razão para viver?


E então sentiu o estremecimento que o percorria, também, enquanto suas mãos se fechavam sobre seu corpo.  Calor puro crepitou entre eles.  Ela emitiu um profundo, tremente suspiro de desejo, seu corpo suavizando-se e esquentando-se, voltando-se mais e mais molhado em instintiva preparação.


-Me deixe ve-la,- gemeu ele, já atirando sua camisola para cima.


De alguma forma ela se encontrou descansando sobre o cais, seu corpo nu banhado na luz perolada de amanhã. A camisola descartada protegeu sua suave pele da madeira áspera baixo ela. A água murmurava brandamente ao redor dela, baixo ela, mas não tocando-a. Sentia como se estivesse flutuando, ancorada só por essas mãos firmes.  Fechou os olhos, lhe dando privacidade para ficar à corrente com todas as mudanças em seu corpo, as mudanças que ela conhecia tão intimamente. Suas ásperas mãos escorregaram sobre ela como seda ligeira, tocando seus obscurecidos, inflamados mamilos, cavando o peso mais cheio de seus peitos em suas palmas. Logo se moveram ao longo de sua barriga, emoldurando o pequeno, tenso montículo de seu filho.


Não abriu seus olhos, mesmo quando lhe separou as pernas, elevando seus joelhos e as abrindo para assim podê-la olhar.  Conteve o fôlego ante o ar fresco que sentiu sobre sua carne mais íntima, e o desejo por ele se intensificou.  Não podia ele sentir quanto o necessitava, não podia sentir a vivacidade de seu corpo sob suas mãos?  É obvio que podia.  Nunca tinha podido disfarçar seu desejo por ele, mesmo quando tinha tratado de escondê-lo desesperadamente.  Ouviu o ritmo de sua respiração tornar-se trabalhosa, e resplandeceu ante o conhecimento de seu desejo.


-É tão preciosa, dói lhe olhar,- murmurou ele.  Ela sentiu um comprido, caloso dedo explorar a delicadeza entre suas pernas, acariciando e esfregando antes de deslizá-lo delicadamente para dentro.  Seus sentidos giraram com a sacudida dessa pequena invasão; suas costas se arquearam sobre o cais, e ele a apaziguou com um profundo murmúrio.  E então o sentiu movendo-se mais perto, posicionando-se entre suas pernas, ajustando sua roupa, e ela jazeu ali em uma agonia de antecipação em espera do momento quando estariam juntos outra vez, quando seriam um outra vez, quando estaria completa outra vez.  Ele a encheu tão brandamente que poderia ter sido parte dela, e ambos ficaram sem fôlego ante a perfeição disso.  Logo o tempo para o pensamento racional passou, e só podiam mover-se juntos, unir-se juntos, a força dele complementada por sua delicadeza, varão e fêmea, para sempre casal.


 


Any gemeu em seu sonho quando seu amante de sonho a levou a êxtase, e logo fico quieta outra vez quando o sonho se alterou, continuou.


 


A água se fechou sobre sua cabeça, uma espuma branca marcando a superfície onde ela se afundou. A sacudida disto, depois do êxtase que logo tinha conhecido com ele, paralisou-a por compridos, preciosos momentos.  Então pensou no bebê que levava, e silenciosamente gritou sua fúria por estar em perigo.  Começou a lutar grosseiramente contra o agarre inexorável que a devorava para baixo, fora do ar, fora da vida.  Não podia deixar que nada ocorresse a este bebê, sem importar o que seu pai tinha feito.  Apesar de tudo, ela o amava, amava a seu filho.


Mas não poderia derrubar a patadas o laço que a arrastava para baixo.  Sua camisola seguia enroscando-se ao redor de suas pernas, em lugar de flutuar para cima.  Seus pulmões exalavam em agonia, tratando de aspirar ar.  Opôs-se ao impulso, sabendo que só inspiraria morte.  Lutar.  Tinha que lutar por seu bebê.


Poderosas mãos estavam sobre seus ombros, empurrando-a mais profundo na água.  Desesperando-se, sua vista falhando, ela ficou olhando através da água esverdeada aos frios, remotos olhos do homem que amava tanto que voluntariamente o teria seguido em qualquer lugar.  Ele a obrigava a baixar, mais abaixo, fora do ar vivificador.


-Por que? –gemeu ela, a palavra inaudível.  A água mortífera encheu sua boca, as janelas de seu nariz, baixou rapidamente por sua garganta.  Não poderia continuar muito mais tempo.  Só o bebê a dava a força para seguir lutando, enquanto se debatia contra essas fortes mãos, tratando de apartá-lo à força.  Seu bebê... tinha que salvar a seu bebê.  Mas a escuridão aumentava, nublando-se sobre seus olhos, e ela soube que tinha perdido.  Seu último pensamento nesta vida foi um fraco, interno grito de desespero: -Por que?


 


 


Soluços indefesos sacudiram o corpo de Any enquanto despertava.  Curvou-se sobre seu flanco, afligida pela pena, pena por sua criatura não nascida, pena pelo homem que tinha amado tanto que nem ainda sua destruição em suas mãos tinha podido matar seus sentimentos por ele. Não tinha sentido.  Ele tinha feito o amor com ela, e logo a tinha afogado.  Como podia um homem sentir a seu próprio menino chutando na barriga de sua mãe, e logo deliberadamente apagar de um sopro essa indefesa vida?  Independentemente de como sentia a respeito dela, como podia ter matado a seu bebê?



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Autor(a): theangelanni

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 30



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  • jl Postado em 13/06/2011 - 10:11:32

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA eu li *--*
    Amei a historia, finalmente um final feliz =)

  • jl Postado em 13/06/2011 - 10:11:28

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA eu li *--*
    Amei a historia, finalmente um final feliz =)

  • jl Postado em 13/06/2011 - 10:11:25

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA eu li *--*
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  • jl Postado em 13/06/2011 - 10:11:22

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA eu li *--*
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  • jl Postado em 13/06/2011 - 10:11:18

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA eu li *--*
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  • jl Postado em 13/06/2011 - 10:11:15

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  • jl Postado em 13/06/2011 - 10:11:13

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    Amei a historia, finalmente um final feliz =)

  • jl Postado em 13/06/2011 - 10:11:10

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA eu li *--*
    Amei a historia, finalmente um final feliz =)

  • jl Postado em 13/06/2011 - 10:11:06

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA eu li *--*
    Amei a historia, finalmente um final feliz =)

  • jasmine Postado em 12/03/2009 - 08:15:53

    Uau!!
    com a sua maneira de escrever dá pra fazer um livro :D
    muito linda ficou!!!
    parabéns!!


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