Fanfic: She was an Angel

Lucas

Arrastei Sam até o consultório médico. Ela me deu muito trabalho até lá dizendo que queria voltar e que não ia se consultar coisa nenhuma. Mas, no final, Jack e eu vencemos.

Ela entrou na sala do Dr. Jones. Ele era um cara jovem, alto e forte. Aparentava ter uns 30 anos e era muito simpático, até demais. Jack e eu sentamos no canto da sala enquanto o Dr. Jones observava Samantha sentar na poltrona a sua frente. Ela estava emburrada e ficava linda assim.

– Então Srta. Greene, qual o problema? - o doutor perguntou.

– Eu não tenho nada - ela respondeu cruzando os braços e batendo o pé no chão.

– Ela tem sentido dores fortes nas costas, entre os ombros e tem duas manchas roxas - expliquei. Samantha me fuzilou e eu entendi o que ela queria dizer com aquele olhar: Eu vou matar você!

– Bem, a senhorita pode ir até aquele provador e vestir...?

– Não! Eu não posso - ela o interrompeu.

– Samantha! - eu e Jack a repreendemos ao mesmo tempo.

– Vejo que a menina aqui está dando trabalho - ele disse a olhando de um jeito divertido.

– Eu nem queria vim. Eles me arrastaram até aqui a força - Sam estava se comportando como uma criança de cinco anos. Era até engraçado.

– Já parou pra pensar que se eles estão fazendo isso é porque realmente se importam com você? - ele disse sério - Não seja tão infantil. Vá até aquele provador e vista o que está lá.

Por incrível que pareça ela se levantou e fez o que ele pediu.

Em pouco tempo ela saiu do provador usando uma bata de hospital. O Dr. Jones fez um sinal com a mão para que ela se sentasse em uma maca. Ela se sentou de costas e ele começou a examiná-la. Abriu um zíper que tinha na parte de trás da bata deixando metade das costas de Sam a mostra e pôde ver as manchas que haviam escurecido mais desde a vez que as vi. Senti que Jack se assustava ao meu lado, e talvez, até o médico.

O Dr. Jones analisou as manchas por um tempo, passou a mão por cima e depois subiu o zíper novamente.

– Já pode vestir suas roupas Srta. Greene - ele falou e ela desceu da maca indo se trocar. Ele esperou ela voltar. - Bom, eu vou passar alguns exames para você fazer e assim que os fizer quero que volte aqui. Entendeu? - Sam apenas assentiu. Já tinha se acalmado.

– Quais os exames Doutor? - Jack perguntou.

– Só um minuto - ele anotou algumas coisas em um papel e ia entregá-lo para Sam, mas eu levante e peguei.

– Me desculpa, mas é melhor isto ficar comigo. - eu disse sem jeito e ele sorriu entendendo. Depois escreveu mais coisas em outro papel e depois me entregou.

– Este remédio é para quando ela sentir as dores novamente. Vai ajudá-la.

– Está bem, muito obrigado Doutor. - eu agradeci e esperei Sam e Jack levantarem.

– Se cuide Samantha, falo como amigo e não como médico. Lembre-se do que te falei - ele disse sorrindo e Sam também sorriu, mas não foi um sorriso qualquer foi aquele que mostrava até as covinhas dela. Por que ela estava sorrindo daquele jeito para ele? Eu saí sem dizer mais nada, fui calado até o carro. A consulta já estava paga.

Dirigi em silêncio até a primeira farmácia que vi, desci do carro com o papel na mão e comprei o remédio que o médico havia passado. Quando voltei pro carro entreguei a sacola com o remédio pra Sam que me olhou confusa.

– O remédio que o Doutor passou - expliquei enquanto dava ligava o carro.

– Ah. - ela não disse mais nada.

Segui até a casa dela, tinha um silêncio desconfortável no carro. Assim que chegamos Samantha saiu do carro e subiu para o apartamento dela, eu fui atrás junto com Jack. Ela chegou, deitou toda esticada no sofá abraçando um travesseiro que deduzi que ela tinha pegado do quarto.

– Sam? - chamei me sentando no sofá menor.

– Hum? - ela só resmungou.

– Você vai arrumar suas coisas agora, ou depois? - perguntei.

– Como assim? - ela levantou a cabeça pra me olhar.

– Você vai passar um tempo na minha casa, vamos ficar de olho em você.

– Eu não vou! - ela sentou.

– Sam, já percebeu que não adianta discutir não é? - Jack falou. - Então facilita e só responde o que ele te perguntou. - Sam suspirou cansada e me encarou.

– Depois eu arrumo. Vou tomar um banho - ela levantou e gemeu de dor.

– O que foi? Esta doendo? - Jack perguntou preocupado e ela assentiu.

– Vou pegar água pra ela tomar o remédio. - Jack saiu para a cozinha. Eu fui até Samantha e a fiz sentar novamente no sofá. Peguei a tabela de comprimidos, tirei um e entreguei para ela que pareceu hesitar, mas assim que Jack voltou com a água ela tomou.

Aconteceu tudo de repente. Ela saiu correndo para o banheiro, Jack e eu fomos atrás. Ela estava abaixada na frente do vaso sanitário e vomitava... só água e o comprimido, intacto. Levantou, lavou a boca e saiu do banheiro comigo e Jack que a olhávamos para ela sem acreditar.

Ela gritou, os joelhos dela fraquejaram, ela caíu. Foi ali que meu desespero começou. Jack tomou a iniciativa de tirar a blusa branca que Sam usava deixando a mostra o sutiã e as marcas extremamente roxas e que agora tinham sangue escorrendo. Jack me olhou tão assustado quanto eu. Samantha ainda gritava, chorava sem lágrimas, como se estivesse seca por dentro. Os olhos dela ficaram negros, mas dessa vez não mudou de volta.

Apareceram pequenos pontos pretos, saindo da pele de Sam. Foi crescendo, crescendo, crescendo. Então eu percebi o que realmente acontecia, os pontos pretos eram...

Asas?