Fanfic: She was an Angel

Samantha

 

Quando você erra e se arrepende, você vai lá e corrige o erro.

Era assim que eu estava me sentindo: com vontade de corrigir meu erro. Tratei o Lucas muito mal e eu estava mal por isso também.

Raphael me aconselhou a ir pedir desculpas a Lucas e eu fui a casa dele determinada a isso. Ele me deu uma carona até lá.

 

– É bem aqui - apontei para uma casa grande a nossa frente com o jardim mais bem cuidado que já existiu. A mãe do Lucas adorava rosas, por isso tem um jardim na frente da casa dele.

– Que bela casa ele tem - Rapha riu.

– Obrigada pela carona. Depois eu te ligo.

 

Dei um beijo no rosto dele e sai. Toquei no interfone três vezes e ninguém atendeu. Ótimo, pensei. Sentei No chão apoiada no portão da frente da casa e pra piorar as coisas começou a chover. Eu não liguei se fazia frio lá fora, eu ia ficar lá até que Lucas chegasse ou até eu cansar.

Uma hora depois eu já estava cansada de esperar. Fiquei de pé e resolvi voltar pra casa. Antes do meu terceiro passo, um carro com luz alta parou a minha frente.

Lucas estava nele.

 

 

Lucas

 

Era mais ou menos 22h00min quando começou a chover e eu decidi ir para casa.

Assim que dobrei a esquina da rua em que eu morava, vi uma sombra se levantando da calçada, o que eu achei bem estranho, já que só um louco ficaria sentado ali naquelas condições.

Parei o carro.

Samantha estava de pé me esperando descer. Ela estava em péssimas condições - molhada, tremendo e com os lábios arroxeados. Sai do carro o mais rápido possível e a abracei forte, me deixei levar pela preocupação e por um momento esqueci que ela tinha me expulsado da casa dela. Mas eu não ia deixar a garota morrer congelada.

 

– Você é maluca? - a soltei e perguntei. Peguei a chave para abrir o portão.

– Eu vim aqui me desculpar, mas não tinha ninguém em casa.

– Então você teve a idéia brilhante de me esperar na chuva? - perguntei irônico enquanto entravamos em casa.

– Quando eu cheguei não estava chovendo - Samantha não tinha nenhuma expressão no rosto.

– E por que não foi embora quando começou a chove? Por que não me ligou?

– É que não ia fazer diferença eu ficar aqui ou sair no meio da chuva. Você quer mesmo que eu diga por que não liguei? Tudo bem, não existe celular a prova d’água, Luquinhas.

– Não seja irônica Sam, deveria ter pego um táxi! - eu estava possesso de preocupação e ela ficava brincando?

– Relaxa Lucas... - ela disse calma. Tirou o moletom que usava e me entregou.

– Como você quer que eu relaxe se quando cheguei aqui te encontrei a ponto de ter um ataque hipotérmico? - ela revirou os olhos e sorriu como se estivesse se divertindo.

– Não precisa exagerar Lucas. - ela disse e acabou rindo. A olhei sem entender - Uma hipotermia não vai me matar.

– O que?! - ela só podia estar brincando.

– Esquece! - ela falou. Eu respirei fundo e fui até a lavanderia deixar o casaco de Sam.

– Olha Sam, você está muito estranha, não vai poder fugir sempre. - eu estava sem paciência - tenta me entender, tenta imaginar como está minha cabeça agora. Primeiro acontece àquelas coisas estranhas com você e depois eu te vejo com asas, como se... - eu parei. Tudo se encaixava, como se eu acabasse de montar um quebra-cabeça. A grande força de Sam, os olhos mudando de cor, as cicatrizes nas costas, as asas. Seria possível? - Fala logo de uma vez Samantha! Poupa tempo! - ela me olhou e arregalou os olhos percebendo que eu já sabia.

– Eu sou um...

– Anjo caído! - eu a interrompi. Por um lado eu queria que ela risse na minha cara, dissesse que era mentira e que eu estava ficando louco, mas não. Ela simplesmente suspirou e me olhou nos olhos.

– Sim. Eu sou um anjo caído. A primeira mulher a cair, e única.

– Eu não esperava que você confirmasse isso - admiti estático.

– Vou entender se quiser se afastar, se preferi até posso mudar de escola. - ela estava com a feição cansada. - Você tem medo de mim, Lucas? - A olhei incrédulo.

– É claro que não, mas isso é novo. É estranho entende? - ela assentiu com a cabeça e eu vi os olhos dela ficarem negros.

– Me desculpa, mas eu preciso fazer isso. Só quero ter certeza de que você não vai entrar em pânico. - ela disse e tirou a camisa ficando só de sutiã.

 

Então eu as vi aparecer, grandes e negras. Ela brilhava com uma luz prata ao redor. Estava perfeita, eu nunca sentiria medo de Sam, ela era linda.

 

– Fez alguma diferença para você? - ela perguntou.

– Você só fica mais linda do que já é. - eu disse e ela corou. Sim, aquilo foi bem estranho.

– Então... - ela suspirou e voltou ao normal, encolhendo as asas.

– Eu mereço uma explicação, né? - perguntei.

– Podemos deixar pra outro dia? Estou muito cansada. Foi coisa demais em apenas um dia! - ela falou, realmente estava com as feições cansadas.

– Tudo bem, estou curioso, mas posso aguentar até amanhã. - dei ênfase no “amanhã”.

– Seu chato! - ela me xingou. - Preciso de um banho, cara.

– Eu também. Suba até o quarto de hóspedes e use aquele banheiro, vou deixar uma roupa lá para você.

– Tudo bem. - ela falou e subiu. Eu a segui.

– Sam? - eu a chamei no corredor. Ela estava na minha frente e se virou inesperadamente fazendo nossos corpos se chocarem. Eu agora olhava para a boca dela. A beijei. Era uma beijo desesperado, morri de saudades daqueles lábios. Segurei Sam pela cintura e a puxei para mim. Nos beijamos até precisarmos de ar. Ela me encarava ofegante - Agora pode ir tomar banho. - sorri e beijei-a no topo da cabeça.

 

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