Fanfic: She was an Angel

– Você consegue tomar banho só? - ela perguntou com a voz doce. O que?! É claro que ele vai se aproveitar. Não vi o que ele fez, mas ele deve ter assentido porque logo a vi saindo do banheiro.

Sam passou direto por mim e desceu, nem sequer me olhou.

Ah meu Deus! Sam e essa mania de ser boa até mesmo pra quem não merece.

– Sam, o que você vai fazer? - perguntei indo até a cozinha. Sam abria as portas do armário procurando alguma coisa.

– Vou fazer um café bem forte pro seu irmão - ela respondeu.

– Por que você se preocupa tanto com o Ryan? Ele não é mais criança e sabe muito bem o que ta fazendo - falei encarando-a.

– Deixe de ser infantil Lucas! Seu irmão estava quase inconsciente quando chegamos, estou apenas ajudando ele, ao contrário de você que só o fez chorar - ela falava apontando o dedo pra mim - O seu irmão deve está se sentindo só. Desde que eu cheguei não conheci nenhum amigo do Ryan e você mal dá atenção à ele - continuei a encarando. - Lucas... eu sei bem o que é solidão.

– Desculpa Sam. É que às vezes meu irmão passa dos limites. Ele não apareceu em casa desde a ultima vez que o vi, mais de 24 horas atrás.

– Claro! Já parou pra pensar que ele pode ter feito isso só pra chamar a sua atenção? Nessas 24 horas você pelo menos se importou de ligar pra saber se tinha acontecido alguma coisa? - ela perguntou e eu baixei a cabeça.

– Não...

– Você tem que pedir desculpas ao seu irmão.

– O quê?! - eu quase gritei.

– Ah, esqueci o quanto você é orgulhoso...

– Não! Eu vou pedir desculpas a ele - eu não acredito que disse isso - quando tudo estiver tranqüilo e ele estiver consciente.

Admito: nunca pedi desculpas ao meu irmão. Sempre fiquei com a razão e ele sempre me pedia desculpas e nunca me deixou na mão. Ele falava que eu era igual ao nosso pai. Certinho demais. Eu só tentava ser mais responsável, porque um irresponsável só já basta.

Sam terminou de fazer o café e nós fomos até o quarto de Ryan. Ele estava deitado na cama com uma calça de moletom cinza e tinha as mãos na cabeça, deduzi que sentisse dor.

– Toma Ryan. - Sam disse e ele se sentou pegando a caneca.

– Obrigado. - agradeceu com a voz baixa.

Sentei na cadeira da escrivaninha e observei Ryan tomar o café fazendo careta.

– Sente dor de cabeça? - Sam perguntou, lá estava a voz doce novamente. Ele assentiu. - Vou pegar um comprimido pra você. - ela disse e saiu do quarto.

– Desculpa Ryan, eu não queria ter falado com você daquele jeito.

– Anh? - ele me olhou sem entender. Revirei os olhos.

– Me desculpa.

– Não adianta pedir desculpas, você só está pedindo porque Sam brigou com você. - deu de ombros - Já não faz sentido Lucas, deixamos de ser irmãos há tempos. Apenas nos aturamos, porque temos que nos aturar. - ele parecia está realmente magoado, o que em surpreendeu, já que Ryan nunca demonstrava seus sentimentos.

– Eu estou pedindo desculpas porque Sam me abriu os olhos, não porque me obrigou. - fiz uma pausa - Você sabe muito bem que quem começou tudo isso foi você.

– Você não sabe por que eu fiz aquilo. Eu gostei dela desde o momento em que a vi, sempre fui apaixonado. Tive raiva de você porque ela não me quis Lucas!

– Por que não me disse?! - perguntei incrédulo.

– Ia adiantar? Você estava apaixonado assim como eu!

– Mas por que ela ficou com você? - perguntei sentido.

– Por que ela não prestava, nunca prestou. Eu estava tão cego que nem pensei... - ele parou - Ela veio atrás de mim Lucas.

– Então me diz por que você a deixou. - eu quase gritei. - O pior é que depois de tudo você a deixou ir!

– Quando você vai deixar de acreditar em boatos e escutar o seu irmão?! - Ryan me olhava indignado, como se já tivesse cansado de me dizer. - Ela que me deixou. Simplesmente deixou. Ela só queria brincar com nós dois, deixe de ser idiota!

– Eu não acredito. - falei por não ter o que falar. Eu estava em choque. Me sentia mal por ter culpado o meu irmão esse tempo todo, sem ele ser culpado. - Me desculpa Ryan. Eu realmente não queria ter te culpado. Você nunca me contou isso.

– Não tem problema - ele suspirou - eu deveria ter contado. Estamos bem agora? - ele perguntou e sorriu. Retribuí.

– Claro! - levantei e o abracei que estava de pé bem a minha frente.

Soltamos o abraço assim que Samantha entrou no quarto. Ela tinha um sorriso lindo no rosto, acho que ela escutou a nossa pequena reconciliação.

– Aqui o remédio Ryan - ela deu o comprimido e o como com água a ele. - Tome e se arrume que você vai com a gente pra festa.

– Ah não Sam, não agüento. - ele falou emburrado. Eu ri.

– Ah sim Ryan, você agüenta. Se arrume que eu vou pra casa e na volta passamos aqui pra te pegar. - ela mandou.

– Ah é? - perguntei.

– Claro! Não escutou? Ta surdo? Coitado... - ela fez um biquinho e nós rimos.

– Vamos...

Passamos no meu quarto e eu peguei uma roupa. Fomos pra casa de Sam e ela foi tomar banho primeiro já que demoraria mais. Não demorou e ela saiu vestida em apenas uma toalha. Fui tomar meu banho enquanto ela se arrumava, sai do banheiro já vestido e fui esperar Sam na sala.

Depois de um tempo Sam apareceu usando um short jeans curto com a bandeira dos EUA, uma blusa branca, uma jaqueta de couro com taxinhas e uma bota preta com um salto pequeno. Ela estava linda e sexy.

– Como estou? - ela perguntou com um sorriso na boca, que tinha um batom vermelho e deu uma voltinha.

– Está maravilhosa. - eu disse, me levantei e a abracei pela cintura. - Você não vai sair de perto de mim, está ouvindo? - ela sorriu.

– Eu nem pensei em fazer isso. - a beijei.

Saímos no meu carro e enquanto eu dirigia Sam ligou para Jack. Ela disse que ele já nos esperava na minha casa com Ryan. Quando chegamos em casa Jack estava em cima da moto de Ryan e já estavam de partida.

Seguimos até a boate aonde aconteceria a festa. Estacionei o carro na garagem da boate. Sam desceu do carro primeiro e foi falar com os garotos. A segui.

– Sam você está mais linda do que nunca! - Jack piscou o olho pra ela e depois veio falar comigo - E ai homem de sorte - apertamos a mão um do outro.

– Oi cara.

– Vamos entrar? - ele perguntou.

– Vamos nessa - entramos na boate e o DJ tocava Like a G6 do Far East Movement.

Logo Sam e Ryan começaram a dançar no ritmo da musica. Jack e eu fomos pegar algumas latinhas de coca e voltamos. O lugar estava lotado de adolescentes, não havia ninguém com mais de 18 anos ali. Bem, isso não importava. Eu estava feliz por está com meus amigos e por ter feito as pazes com meu irmão, isso era mais importante do que qualquer coisa.

Tudo corria bem, até uma loira dos olhos cor de mel e nariz empinado aparecer com uma gangue de patricinhas logo atrás. Pietra.

Ela veio em minha direção e sorriu.

– Oi Lucas - espere, ela me chamou de Lucas?

– Oi Pietra - Sam falou antes de mim.

– Oi Samantha.

– Está curtindo a festa? - Samantha perguntou.

– Sim, e estou vendo que você e Lucas também estão - Pietra cruzou os braços.

– Estamos mesmo - respondi. Chega de Sam responder por mim. Eu não sou tão inofensivo.

– Ah, legal. Bem, vou indo. Até mais - ela se foi.

– Nossa. Quem é essa garota e onde está a Pietra que conhecemos? - Jack perguntou.

– Ela está aprontando alguma coisa. - Ryan falou e nós olhamos pra ele - O que? Eu conheço essa daí. Ela nunca muda!

– Ah meu Deus! - Sam disse e suspirou - Eu vou pegar uma bebida. - ela disse e saiu.

...