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Capítulo: Paris.....

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Uma mulher sofisticada, com cabelos grisalhos e trajando um tailleur vermelho, parou em frente à Mona Lisa, acompanhada por um homem moreno, bem mais alto do que ela. Sem cerimônia, proferiu um comentário sarcástico, em bom francês, fazendo seu acompanhante rir. Pareciam inclinados a continuar ali parados por mais algum tempo, mas havia uma longa fila de turistas atrás deles, esperando com impaciência para ver a obra-prima de Da Vinci, no Louvre.


Um dos visitantes apontou sua câmera fotográfica para a peça, protegida por diversas camadas de vidro à prova de balas, mas o segurança o interceptou antes que o flash fosse disparado.


De seu ponto de vista privilegiado, em um banco próximo, Anahí Portilho considerava os visitantes tão interessantes quanto as obras de arte em si. Estava vestida com seu short e seu top preferidos, que realçavam o brilho incomum de seus olhos verdes. Com os cabelos dourados presos em uma trança e carregando uma mochila pendurada ao ombro, parecia exatamente o que era: uma estudante.


Estava com quase dezenove anos e era uma das melhores alunas da escola para garotas do distrito de Left Barik, à esquerda do rio Sena. Contudo, não se identificava muito bem com as outras estudantes, já que sua árvore genealógica não ostentava riqueza nem poder.


Sua origem era de classe média, e ela só estava tendo a oportunidade de levar uma vida mais suntuosa porque o segundo marido de sua mãe era Kurt Brauer, um magnata do petróleo. O milionário não gostava da enteada e, com a gravidez de Eve, sua esposa, quis ver Anahí ainda mais a distância. Por isso, o internato em Paris fora a opção escolhida para afastá-la.


O fato de sua mãe não haver protestado deixara Anahí muito magoada.


- Você vai gostar, querida - dissera ela, sorrindo para a filha com ar esperançoso. - E terá bastante dinheiro para gastar. Não será uma bela mudança? Seu pai nunca teve inclinação para melhorar de vida.


Aquele tipo de comentário piorava ainda mais a relação entre ambas. Elegante e com cabelos também dourados, Eve era linda mas egoísta. Estava sempre atrás de oportunidades, e aproximara-se de Kurt como um soldado em campanha, determinada a colocar seu plano em prática e conquistá-lo a qualquer custo.


Para espanto de Anahí, menos de cinco meses depois da morte de seu amado pai, sua mãe já estava casada e grávida. Então, de um humilde apartamento em Atlanta, elas haviam se mudado para um vilarejo em Nassau.


Kurt era rico, mas parecia impossível identificar a real origem de sua fortuna. Embora estivesse envolvido com exploração de petróleo, homens de aparência estranha e assustadora costumavam freqüentar seu escritório.


Além da mansão nas Bahamas, ele também possuía casas de praia em Barcelona e na Riviera, além de um iate para viajar de uma propriedade a outra.


Limusines com motoristas uniformizados e jantares de trezentos dólares faziam parte de sua rotina habitual. Eve parecia muito à vontade com tudo aquilo, vivendo em meio à riqueza pela primeira vez na vida.


Anahí, no entanto, sentia-se ultrajada. Por isso, não tardou para que Kurt a tomasse por um empecilho e a mandasse para o internato.


Soltando um suspiro, Anahí olhou a seu redor, voltando a admirar o interior do Louvre. Desde que chegara à "cidade luz", o museu se tornara seu local favorito. Adorava aquele lugar antigo, então reformado e modernizado. Gostava das exibições e ainda se julgava jovem o suficiente para não se importar em mascarar seu entusiasmo por lugares e experiências novos.


De fato, o que lhe faltava em histórico familiar lhe sobrava em espírito aventureiro.


De súbito, um homem lhe chamou a atenção. Estava observando uma das pinturas italianas, sem demonstrar muito entusiasmo. Na verdade, não parecia nem mesmo estar enxergando a tela diante dele. Os olhos negros encontravam-se fixos em um ponto. Sua expressão era a de uma pessoa consternada, como se estivesse sofrendo.


Mas havia algo de familiar nele. De algum modo, Anahí reconheceu aquele porte atlético e os ombros largos. Apesar de refinado, o traje que ele usava tinha um aspecto esportivo, com a calça marrom e a camisa branca realçadas por um blazer bege. Estava sem gravata, com o colarinho desabotoado ao pescoço.


Era possível ver um relógio dourado em seu pulso direito, o que, para Anahí, pareceu bastante incomum. Ao observar a mão esquerda do atraente desconhecido, notou que ele segurava um cigarro apagado, e deduziu que ele devia ser canhoto. Observou também que ele usava uma aliança de casamento.


Ao vê-lo se virar, admirou o brilho daqueles espessos cabelos negros, que combinavam com o rosto de traços fortes e com a pele bronzeada. Havia uma covinha bem no meio do queixo, atribuindo-lhe um charme especial. Sim, ele era fascinante.


Foi então que conseguiu se lembrar de onde o conhecia: vira-o na festa de casamento de sua mãe! Tratava-se do famoso arquiteto Alfonso Herrera, dono da construtora e do grupo empresarial Herrera. Pelo que se lembrava, ele era o maior especialista do mundo na construção de plataformas marinhas para exploração de petróleo. Também era especialista em projetos arquitetônicos e participara da construção de alguns dos arranha-céus mais sofisticados do mundo.


Antes da festa, Anahí já tinha ouvido falar dele nos círculos estudantis. Alfonso Herrera era um arquiteto famoso, admirado por muitos ecologistas e criticado por alguns industriais e políticos que não se importavam com a preservação do meio ambiente.


As mulheres presentes na festa de casamento haviam feito comentários mais pessoais. Na época, havia se passado apenas algumas semanas desde que a esposa dele morrera.


Mesmo três meses depois, segundo Anahí pôde notar naquele momento, a expressão dele continuava a mesma: triste e desolada.


Como que hipnotizada por aquela figura enigmática, Anahí se aproximou devagar. A atenção dele estava tão focada em um único ponto da tela, que sua aproximação foi ignorada.


- É uma obra muito famosa. Não gostou do trabalho do artista? - indagou, parando ao lado dele.


Parecia fascinante ficar ao lado de alguém tão alto e forte. Mesmo sendo alta, Anahí notou que era superada em doze ou quinze centímetros por ele. O olhar que recebeu em resposta foi tão frio quanto a voz que lhe foi dirigida.


- Je ne parle pas votre idiome.


- Não adianta dizer que não fala meu idioma, porque sei que não é verdade – retorquiu Anahí. Não creio que se lembre de mim, mas nos conhecemos na festa de casamento de minha mãe e Kurt Brauer, em Nassau.


- Minhas condolências à sua mãe - respondeu ele, já no idioma dela. - E então? O que deseja?


Os olhos verdes de Anahí perscrutaram o tom escuro dos dele.


- Eu só queria dizer que sinto muito por sua esposa - respondeu ela. - Durante a festa, ninguém falou nada a respeito do que aconteceu a ela. Acho que todos se sentiram receosos em fazê-lo. As pessoas costumam agir assim quando sabem da perda de alguém, não é mesmo? Tentam fingir que nada aconteceu, ou então ficam com um ar constrangido e murmuram algum comentário idiota e incompreensível. Foi assim quando meu pai morreu, enquanto eu queria apenas que alguém me abraçasse e me deixasse chorar... - Ela suspirou e sorriu de maneira tímida. - Mas acho que não são muitas pessoas que têm a sorte de serem compreendidas em um momento assim.


A expressão dele não se suavizou nem um pouco.


- O que está fazendo na França? Brauer está trabalhando nos arredores de Paris outra vez?


 


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Autor(a): mariahsouza

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • SweetcandYCandysweeT Postado em 16/02/2009 - 17:41:43

    Vou seguir a guriazinha ai de baixo : POSTA LOGOO!!

    Passa lá na minha web ta?
    Meu assaltante é um principe!
    Prometo que a web é melhor do que o nome!
    BEIJIJINHOS @@:

  • vitoria10 Postado em 16/02/2009 - 17:24:35

    POSTA LOGO!!!!!!!

  • vitoria10 Postado em 16/02/2009 - 17:24:35

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  • vitoria10 Postado em 16/02/2009 - 17:24:35

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