Fanfic: Rascunho | Tema: One Direction

Capítulo 29 - Fire

[Natália]

Caminhei lentamente até a porta, secando as lágrimas que ainda predominavam em meu rosto. Respirei fundo encostando minha mão na maçaneta e por fim abri. Era um homem, estava adequadamente vestido com um uniforme de carteiro. Só que uma coisa me incomodava nele, havia algo naquele homem vazio e frio que me assustava, e tinha outra coisa estranha.

– Olá! – falei botando metade do meu corpo pra fora da porta

– Olá senhorita, eu gostaria de entregar essa carta. – ele falou e esticou seu braço, em seus punhos pude notar uma tatuagem, era uma lua, ou algo parecido com a junção de lua e sol. Eu já tinha visto esta tatuagem antes, e não era num ótimo lugar. E então foi tudo muito rápido: Eu simplesmente olhei para a carta e nos correspondentes dados pude notar a letra, era a mesma letra que se encontrava no papel agora há pouco em que havia a foto de Fernanda morta. Escancarei a porta e botei meu corpo afora. Eu estava me arriscando.

– Muito obrigado! – peguei a carta fingindo que não tinha sacado nada, e então ele se virou e deu um passo, mas o chamei – Hey! – ele olhou, me aproximei dele – Carteiros não arrombam portões para entregar a correspondência para a pessoa nas mãos, eles deixam na caixa – apontei, ouvi ele engolir seco. Ele ia correr, antes que pudesse, não sei da onde tirei tal força, o puxei e instantaneamente fiz um chave de braço nele

– Entre agora ou eu quebro seu braço – disse entre dentes

– Natália? – Zayn apareceu pela porta

– ZAYN ENTRA! – gritei, ele só fez gesto para eu entrar com o ‘’carteiro’’ eu ainda o segurava, assim que Zayn fechou a porta, foi tudo meio complexo e confuso.

Havia umas fendas, que remexiam a madeira da lareira perto das portas, então, joguei o cara no chão, ele não se movia, continuava deitado encarando eu e Zayn. Peguei a fenda, ela era afiada. Ótimo. Fiz movimentos com ela tentando expressar confiança do que estava fazendo, mas eu não estava nada confiante, nunca estive tão beira-rio na minha vida.

– Eu vou perguntar, e espero que responda pelo bem. – encarei a fenda – Ou responderá por mal – tentei dizer amargamente

– Primeiro me diz o que está acontecendo Natália – Zayn veio até meu lado

– Esse indivíduo – apontei com a fenda para ele, o que o fez estremecer – Não é um carteiro, ele arrombou o portão e eu me lembro dessa tatuagem no pulso quando fomos sequestrados. É um deles. Abra a carta e me diga do que se trata Zayn.

E Zayn o fez. Abriu a carta leu em voz baixa e por fim:

– Diz que eles querem 10 milhões de dólares para nos deixar em paz – Zayn disse jogando de lado a carta e ficando no meu lado e incentivando a interrogar o cara

– QUEM SÃO VOCÊS – gritei, e bati com a fenda no joelho do carteiro falso. A sala foi tomada por gritos ensurdecedores – Dói não dói? – Me abaixei de modo que desse para sussurrar para ele – Então responda

– ELES VÃO ME MATAR – bati novamente, e mais gritos

– Não quer que eu faça isso Natália?

– NÃO ZAYN – pausa para respirar - Diga logo, ou quem vai te matar sou eu – fitei. O falso carteiro era careca, olhos castanhos da cor da noite, uma barba mal feita e aparentava ter uns 37 anos.

– ELES QUEREM DINHEIRO, ELES ADORARIAM A VINGANÇA, MAS A MAFIA TÁ DESTRUÍDA, ESTAMOS EM POUCOS MEMBROS. É TUDO QUE EU POSSO FALAR – absorvi cada palavra que ele disse, e por fim finquei aquela fenda em sua perna, fazendo atravessar sua pele e músculo, e ele então ficando preso ao chão – POR FAVOR EU FALO TUDO QUE VOCÊ QUISER MAS ME SOLTA, EU NÃO QUERO MORRER AQUI. TEM UMA BOMBA NO FOGÃO QUE VAI EXPLODIR EM POUCOS MINUTOS

Essa última frase aposto que fez eu ficar pálida, eu não conseguia raciocinar nem me mover. Apenas fui puxada por Zayn até a cozinha, minhas pernas estavam bambas. O falso carteiro gritava na sala algo como ‘’Me tirem daqui filhos da puta’’, mas eu não estava ciente de nada. Apenas quando Zayn abaixou a gaveta do fogão e lá continha um explosivo.

00:10

Zayn soltou a gaveta fazendo ela se fechar com tudo

00:09

Zayn toma impulso e corre me puxando em direção a porta da cozinha

00:08

A gente está próximo da porta

00:07

Pisamos na grama do jardim

00:06

Eu corria aos prantos ainda segurando a mão de Zayn, eu já chorava, estava cega por desespero

00:05

Estamos a metros da piscina

00:04

Olho para trás e vejo pela última vez aquela linda casa

00:03

Viro pra frente já instantaneamente ao pisar no carrara da piscina

00:02

Estou perto da piscina, olho para Zayn e ele está ofegante, acho que nunca corremos tão rápido assim na vida

00:01

Vamos dar o salto para a piscina, então prendemos a respiração

00:00

Simplesmente meu corpo estremeceu embaixo da água devido a temperatura estar congelante. Estamos no fundo da piscina, no canto, encostados com olhos abertos sendo cegados pelo alto nível do cloro, pedaços de concreto entre outras coisas estão surgindo onde a gente se encontra.

Pude notar que a água já não refletia um azul céu, e sim um laranja avermelhado fulminante. Eu queria chorar, mas eu ainda estava debaixo da água isso era impossível. Meu fôlego estava acabando. Olhei para Zayn e seus olhos se encontraram aos meus, fiz uma expressão de que já não aguentava mais ficar debaixo da água. Ele assentiu. Num impulso em segundos já estávamos em ar, assim que inalei o ar, um alívio me percorreu. Ainda estava perto de Zayn, sua expressão era terrível. Ele olhou para o lugar onde foi sua casa um dia, percebi que ele iria desabar a qualquer momento. No local onde ainda era a velha mansão, só tinha sobrado destroços de concreto e madeira ainda queimando, ainda estava em chamas. O jardim era repleto também por destroços fulminantes, e a piscina era como um rio de lavas, estava pelando. Se ficássemos mais um pouco iríamos ficar com queimaduras.

Zayn tomou força e saiu da piscina, e estendeu seu braço para que eu pudesse sair. Minhas roupas estavam encharcadas, óbvio. Ainda não acreditava no que tinha acontecido.

– E agora Zayn?

– A gente espera o socorro.

[..]

Demorou mais ou menos uns 40 minutos para chegar ambulâncias e carros de bombeiros, e consequentemente a polícia. Não fazia a mínima idéia do que dizer, então falei que estávamos ainda muito abalados para dar depoimento e que visitaríamos a delegacia no dia seguinte. Isso nos dava um tempo para criar um álibi. Agora eu me encontrava sentada num banco de uma ambulância que estava parada em frente de onde foi um dia um lar, e enquanto isso bombeiros tentavam apagar as chamas. Zayn estava na ambulância logo em frente.

Me peguei perdidas em pensamentos, e por um momento esqueci todo terror e voltei meus pensamentos para Harry. E ..

– Harry – sussurrei para mim mesma – HARRY! – gritei já levantando da cadeira e sendo chamada pelos médicos. Corri em direção ao Zayn – O HARRY ZAYN, ELE ESTAVA COM A GENTE. ELE ESTAVA NO QUARTO – Eu já chorava. Zayn fez a mesma coisa que fizemos. Saímos correndo até os bombeiros, tentaram nos impedir mas a adrenalina do momento nos deu forças para enfrentar qualquer barreira

– TEM UMA PESSOA LÁ DENTRO. HARRY STYLES, VOCÊ SABE QUEM ELE É. – Zayn estava a beira de ter um ataque cardíaco assim como eu

– Desculpe senhor, estamos fazendo o possível – respondeu o bombeiro que segurava uma mangueira que jorrava água nas chamas.

Fomos retirados ao berros pelos seguranças e tacados na ambulância.

Eu estava repleta em lágrimas, não tinha chão, faltava uma coisa em mim: Harry

Não poderia acreditar que algo de ruim tenha acontecido com ele, tinham que encontrá-lo. Eu não poderia viver sem ele. Ele é tudo o que eu penso. Seu rosto, seus olhos, seus cabelos, seu jeito, e seu sorriso que eu tanto amo. Eu chorava, um monte de fato, meus olhos ardiam quando as dolorosas lágrimas caiam.

Ao longe pude ver Zayn sentado na ambulância igual a mim. Dava pra enxergar suas lágrimas escorrendo pelo rosto. Não conseguíamos pensar na idéia de ter perdido Harry. O cachinhos.

Minha mente formava imagens de sua pele queimando e despedaçando devido ao fogo. E mais lágrimas vinham ao eu imaginar que um dias seus olhos verdes não iriam mais abrir e me encarar, eu nunca mais iria olhar para eles novamente?

Um bombeiro apareceu até mim, e Zayn caminhou até onde a gente se encontrava para escutar. Sua expressão era péssima.

– Apagamos as chamas, mas nenhum corpo foi encontrado. Nenhum corpo vai ser encontrado! – O bombeiro falou e se retirou

E então eu quebrei, e comecei a soluçar de novo. Zayn estava em choque, e simplesmente saiu andando. Eu experniava.

Alguns dizem que o amor é a emoção mais poderosa que uma pessoa pode sentir. Ele alcança todas as fibras do seu ser, traçando seus caminhos através da sua alma e vai te matando de dentro para fora. Ele deteriora o seu senso comum. Eu estava perdendo minhas fibras. Eu amava ele e não pude dizer para ele.

Meu coração está derramado nessa ambulancia, e meu coração é dele. Tentavam me acalmar mais eu não conseguia

– Por que você não pode simplesmente voltar? – gritei comigo mesma.

– Natália o que está acontecendo aqui? – Olhei de relance pra cima e vi Harry, ele estava como eu o vi pela última vez, seus cabelos bagunçados, a blusa do ramones que ele tanto gosta, uma calça jeans. Só que sua expressão também era de apavorado.

– Ótimo, agora o menino que morreu sem saber que eu o amo é um espírito que vai ficar até o resto dos meus dias comigo – disse irônica ainda chorando

– Quem morreu Natália? – ele estava sério

– Você Harry, você. Você não conseguiu sair a tempo da casa e morreu olha – apontei

– Não, Natália, eu saí a tempo. Eu tinha saído sem vocês verem, eu pulei a janela. Eu estou bem, olha – ele me tocava e fazia eu tocá-lo.

– Harry?

– Sim sou Natália – Ele me abraçou. E então, um grande alívio e felicidade surgiu dentro de mim. Fazendo saltar do banco e pendurar em seu pescoço. Niall e Dayane surgiam aos fundos junto com Liam e Louis que ainda não entendiam nada.