Fanfic: Romance em Paris

Eu não estava bem, precisava se libertar. Algo me machucava, algo chamado garotas. Nossa, essas ai conseguem me deixar louco sem ao menos dizer uma palavra. Cadê aquele Renan de antigamente que estava amando uma garota meiga e especial. Precisava achar ele antes que eu estragasse tudo.. novamente. 

E de repente todos os sentimentos ficaram confusos em mim, todas as lembranças pareciam passado. Todos sorrisos apenas imaginação. Todas as lágrimas secaram. Tudo me confudia. Bom, eu achava que isso ia passar logo, aliás, todas as coisas ruins passam e apenas sobram as boas, pelo menos eu pensava assim. Deixei o destino levar. 

[Lara]

Comecei a escrever tudo que eu sentia, eu já esquecera essa tal viagem. Estava perfeito demais pra ser verdade, eu me iludi e não pensei em mim e sim em Renan. Eu estava apegada demais, eu deveria ser menos assim e pensar em mim, mas não. Nossa que garota tola eu pensava. 

Lembrei de Daniel, nossa como ele me valorizava quando éramos amigos, como ele era perfeito e a garota que namorasse com ele com certeza seria especial e seria tratada como princesa. Ai que saudades dele me irritando nas aulas vagas, me enchendo... amizade especial a nossa. 

Fiquei uns dias sem ir ao colégio por motivos bestas mas iriam me deixar melhor, queria saber quem iria se importar caso eu faltasse. Poucas pessoas eu sei, mas eu ainda era namorada de Renan e todos prestavam atenção em nós e como nós nos tratamos. Éramos um casal romântico a ponto de todos terem inveja. 

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Fiquei uma semana sem comparecer no colégio, fiquei uma semana refletindo, uma semana de sufoco, uma semana de tristeza ... uma semana perdida. Algo de ruim iria acontecer mas o que? Algo trágico, talvez. Não sei.

Minha mãe passava todas as noites ao meu lado até eu adormecer em seus braços, como ela me amava e como eu amava ela. Minha família era perfeita, eu não precisava de mais nada.

-Mãe como você conheceu meu pai? -Eu disse, nunca toquei nesse assunto antes. 

-Quer mesmo saber? -Ela disse

Eu balancei minha cabeça dizendo algo positivo. 

-Bom, eu tinha mais ou menos 17 anos, e ele também. Somos da mesma idade e estudamos juntos. Foi um amor adolescente que depois ficou sério. Não sei como pude apaixonar por ele, nada me atraia a não ser seu olhar e seu sorriso. Ah, como era lindo seu sorriso. Até ai a gente não era amigos, mas saiamos juntos com a galera às sextas-feiras. Nunca desconfiei que ele gostava de mim, nunca reparei nele. Mas uma amiga minha que não vejo a anos, sempre achou que isso ia dar romance. Maldita Valéria, era o nome dela. Após uns meses virou romances mesmos e passamos a ser amigos primeiro, queríamos ir devagar. Ficamos uns anos amigos, tipo, bem amigos. E depois, bem depois, começamos a sair juntos. Ele era bem romântico. Tive sorte em ter ele, eu pensava. Mas isso ia acabar um dia, com certeza ia. Nada é pra sempre, mas deixei o destino me levar e não olhar muito pro futuro. Depois de estarmos bem firme na relação decidimos que iríamos construir uma família. E por ai foi até eu terem vocês três. Aliás, ele que escolheu teu nome. 

Que história linda eu pensei. Queria saber mais. Porém minha mãe parou de falar por segundos. 

-Continue.. -Eu disse

-Logo terem vocês três nossa relação continuou fortes, mas depois de um bom tempo começaram as brigas, algo trágico e por algo idiota. Ele não queria mais ficar aqui, éramos novos na época ainda. Ele decidiu sair fora, nem me deu motivos. Tentei mostrar o quão eu era forte pra vocês e nunca derramei uma lágrima na frente de vocês. Hoje não me lembro mais dele, muito menos aonde ele se encontra 

Eu olhei pra ela com espanto. Minha mãe era guerreira mesmo eu pensei, acho que nunca ouvi isso. Algo trágico. Depois disso ela me abraçou e fomos dormir. Não quis perguntar mais nada caso contrário ela iria sofrer mais com as lembranças. 

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Manhã seguinte fui ao colégio. Acordei cedo para procurar algo relacionado ao meu pai e onde se encontrava, eu queria saber como ele era, tive curiosidade. Procurei na internet, mas nada achei.

Desci e tomei leite depois fui de skate pra escola, era meu novo "transporte". No caminho, Renan me encontrara, ele era fofo comigo. 

-Ai que saudades pequena. -Ele disse me abraçando, quer dizer me matando né. 

-Anjo, me solta, ta me apertando demais. -Quase não saiu a fala, ele riu.

-Quer me matar mesmo é? 

-Claro que não, isso era mesmo saudades. O que aconteceu?

-Nada, mas decidi não ir ao colégio. Seria melhor pra mim. 

-Quer dizer que não foi a semana inteira? Nossa, eu só fui ao colégio na sexta  e pensei que estava vindo como sempre. 

-Ah sim, não fui a semana inteira. Queria um tempo pra mim mesma.

-Está dizendo que não me quer mais? -Disse ele saindo.

-Não, não é isso -Eu puxei o braço dele. E dei um beijo nele.

No caminho conversamos sériamente sobre nós e se tinha condições de seguir forte no futuro. Estávamos em crise, mas ao mesmo tempo não. Deveríamos dar um tempo para nós porém decidimos ir devagar na relação. Lembramos de todas as brincadeiras que fizemos, de todas as tardes que passamos, de todos os sorrisos... De tudo. E não valeria a pena terminar. 

-Ontem minha mãe me contou uma linda história trágica. 

-Sério, de quem? 

-Meus pais, muito fofa. Conto após a aula. Vamos ao parque e depois a sorveteria como antigamente?

-Sim, claro. -Ele sorriu. Nossa como eu amava aquele sorriso, não só o sorriso mas tudo nele se tornara perfeito. 

(Continua)