Fanfic: The First | Tema: One Direction

Zayn passou o máximo de tempo possível no hospital antes de chegar a hora de sua viagem. Quando o dia chegou, passou antes para visitar Alice e se despedir de Alden prometendo voltar o quanto antes. Ele já estava em Boston há uma semana e não tinha recebido nenhuma notícia nova com relação ao estado da filha. Em Londres tudo continuava do mesmo jeito, com a exceção de que Alden estava sofrendo muito mais agora que não tinha o apoio de Zayn. A rotina de Zayn se resumia em fazer tudo o que era necessário para sua transferência.

***

Em cerca de duas semanas ele já tinha conseguido organizar tudo e seu processo foi encaminhado para a reitoria e agora ele só aguardava marcarem a data de sua reunião final com o reitor pra acertar definitivamente sua transferência.

Alice agora já apresentava melhoras significativas em seu quadro médico, e graças a isso as esperanças de todos aumentavam; e Alden era capaz de lidar melhor com a ausência de Zayn.

***

Embora difíceis, os dias passaram mais rápido do que eles imaginavam e finalmente - depois de cerca de um mês em Boston - Zayn estava na Universidade aguardando para ter sua tão esperada reunião. Ela estava marcada para começar em dentro de dez minutos, mas ele tinha certeza de que haveria atraso. Esperava ansioso no lado de fora da sala e quase acompanhava os ponteiros do relógio com os olhos.

Finalmente chegou sua hora, ele foi chamado para dentro da sala e conversou tudo com o reitor. Esse não se ocupou de tentar fazer Zayn desistir da transferência porque já estava tudo certo para que ela acontecesse. Eles então acertaram os últimos detalhes, assinaram os documentos necessários e em pouco tempo Zayn viu-se livre de tudo. Agora poderia voltar para Londres.

Quando estava chegando até seu carro, no estacionamento, foi surpreendido por alguém chamando-o. Virou-se para a pessoa e viu Perrie vindo em sua direção e rindo.

- Ora, então você finalmente voltou?

- Não, eu vim pra acertar minha transferência.

- Mas por quê? Seu pai não tinha dito que você terminaria o curso? Que manobra você utilizou pra fazê-lo mudar de ideia hein?

- Eu sofri um acidente de trânsito e minha filha está em coma...

- Minha mãe me disse meio por cima. Fico feliz que você esteja bem.

- Obrigado, Perrie. Mas voltando ao que você perguntou: meu pai achou que ter minha filha em coma, era motivo suficiente para eu permanecer em Londres ao lado dela.

- Ele está mais do que certo. E quanto tempo você pretende ficar?

- Só mais uns dois dias no máximo, já consegui minha transferência e preciso voltar o quanto antes.

- Nossa, mas quando você chegou aqui?

- Há um mês mais ou menos.

- Poxa, e não me disse nada? Poderíamos ter feito companhia um pro outro nesse tempo.

- Desculpe, às vezes eu me esqueço que você também estuda aqui.

- E moro no mesmo prédio que você morava e que o Harry ainda mora.

- Desculpe, falha minha.

- Podemos sair pra comemorar você ter conseguido a transferência que queria e pra nos despedirmos antes de você voltar pra Londres. E antes que você se negue e ache que estou forçando uma situação: pode chamar o Harry pra ir também. Vamos os três, que tal?

- Não sei, Perrie. Eu não tô com cabeça pra esse tipo de programa, minha filha no estado em que está, a Alden lá sozinha.

- Mais um motivo pra você ir. Assim pode se aliviar e voltar zerado pra Londres pra ajudá-las. Vamos, Zayn. É o mínimo que você pode fazer depois de não ter me dito que estava aqui.

- Vou pensar. Preciso ver pra quando consigo as passagens e te dou a resposta de acordo com a data da minha volta, ok?

- Ok, mas não fuja hein. Estarei esperando sua resposta. Mas agora eu tenho aula, até mais. - ela beijou o rosto dele.

- Até.

Zayn entrou no carro e Perrie seguiu para sua aula. Quando ele chegou ao apartamento, ligou imediatamente para a companhia aérea para marcar sua volta para Londres e ficou desapontado em saber que só poderia viajar no domingo à noite. Ele estava arrumando suas coisas quando Harry chegou.

- E aí Zayn, como foi lá?

- Foi tudo bem, já está tudo certo. Acabei de ligar pra companhia pra marcar minha volta.

- E pra quando é isso?

- Domingo à noite. Eu tinha esperanças que já tivesse pra amanhã.

- Calma, cara. Hoje é sexta, são só poucos dias.

- É, estou mais tranquilo agora.

- Isso aí, cara.

- Harry, você não imagina o que aconteceu hoje.

- Tenho até medo de saber. Mas me conta, vai.

- Encontrei com a Perrie no estacionamento e ela me chamou pra sair. Disse que não era com segundas intenções e disse que como prova disso era pra eu te chamar.

- E você vai?

- Claro que não né, Harry.

- E por que não? Você precisa se distrair, sair um pouco desse clima de tensão em que tem estado. Você está exigindo demais de você.

- Não posso sair pra me divertir nessas condições. A Alden está aguentando tudo sozinha.

- Ela não está sozinha e você não está abandonando-a, você só está indo se distrair antes de voltar. E se você voltar mais relaxado, poderá ajudá-la ainda mais.

- Você e a Perrie combinaram? Ela me disse algo parecido quando eu disse que não estava no clima.

- Então vá com ela. Marque pra amanhã à noite em um bar legal, desses que sempre tem alguém tocando música legal. Um programa mais leve, mas que vai te ajudar.

- E você não vai com a gente?

- Não posso. Tenho que ir pra Nova Iorque amanhã de manhã. Minha mãe e minha irmã estão vindo pra cá e querem que eu vá lá para encontrá-las.

- Manda um abraço pra elas.

- Pode deixar. E você, vai ou não com a Perrie?

- Vou sim. Afinal, vocês estão certos.

Tomada essa decisão ele mandou uma mensagem pra Perrie, antes que se arrependesse e mudasse de ideia. Combinaram que iriam juntos a um bar escolhido por ela.

***

Eles passaram a noite no bar, conversando e rindo entre um drinque e outro. Zayn conseguiu distrair-se um pouco, mas a todo momento voltava a pensar e se perguntar como tudo estaria em Londres. Sabia que nada tinha acontecido, pois Alden diria assim que acontecesse qualquer coisa.

- Perrie, acho melhor irmos embora, já está tarde.

- Tarde? São só 3h.

- Eu sei, mas eu preciso descansar, ainda tenho uma viagem longa de volta pra Londres.

- Por mim você nem voltaria. - ela disse bêbada.

- Ok, está mesmo na hora de irmos embora.

- Não quero - ela fez birra.

- Mas eles estão quase fechando.

- Tá bom, tá bom, vamos.

Eles pagaram a conta, entraram no carro e foram rumo ao prédio.

- Zayn, eu estou com frio.

- Quer que eu ligue o aquecedor do carro?

- Não. Eu preciso tomar um vento no rosto, estou enjoada.

Ele riu do comentário dela.

- Tudo bem, peque meu casaco que está no banco de trás.

- Obrigada.

- Isso que dá beber demais.

Foram o caminho de volta praticamente em silêncio por conta do fato de Perrie estar enjoada demais para falar.

- Chegamos. - Zayn disse ao estacionar o carro. Olhou pra ela e a viu dormindo. - Perrie, acorda... - chamou várias vezes mas foi inútil.

Então ele pegou suas coisas, desceu e a pegou no colo. Foi com ela até o elevador, quando estavam chegando até a porta de seu apartamento, ela acordou.

- Onde eu estou?

- Quase na porta de casa. Onde está sua chave?

- Na minha bolsa.

Chegaram até a frente da porta e Zayn colocou-a em pé com delicadeza, ainda apoiando-a. Pegou a chave com ela e abriu a porta.

- Vem - ele disse pegando-a no colo novamente.

Colocou-a na cama com cuidado, tirou seus sapatos.

- Amanhã eu venho buscar meu casaco. Durma bem. Boa noite.

- Boa noite. - ela respondeu com a voz fraca.

Ele deixou-a lá e foi para o apartamento em que morava com Harry. Tomou uma ducha para relaxar e logo dormiu.

***

Alden estava dormindo em uma poltrona do lado de fora do quarto de Alice - devido a uma mudança em seu quadro clínico, não foi permitido que Alden ficasse dentro do quarto - quando foi acordada repentinamente por barulhos e movimentos no corredor. Demorou um pouco para se dar conta do entra e sai de enfermeiros e mais ainda para perceber que era no quarto de Alice que tudo estava acontecendo.

- Alguém pode me dizer o que está acontecendo?

- No momento pedimos para que a senhorita fique tranquila que estamos tomando todas as atitudes correspondentes a essa situação.

- Me digam o que está acontecendo com a minha filha, pelo amor de Deus!

- Não podemos dizer-lhe nada agora, desculpe.

Ela começou a ficar aflita, tentou olhar pelo vidro do quarto mas ele estava coberto pela cortina. O entra e sai cessou, mas ela ainda nada sabia do que se passava no interior do quarto. Os minutos correram e a angústia dela só crescia. Pensou inúmeras vezes em ligar para Zayn, mas lembrou-se que eram cinco horas a menos em Boston.

(Alden`s pov)

Essa espera está me matando, eu preciso saber o que está acontecendo. Não posso falar com Zayn porque em Boston ainda é de madrugada, não posso falar com Niall e Liam porque eles provavelmente saíram com as namoradas na noite anterior e ainda estão dormindo. Minha avó sem chances de ser também, ela ficaria nervosa e só pioraria a situação. Trisha e Yaser eu não faço a menor ideia de que horas acordam num sábado, mas com certeza não é tão cedo assim. O jeito é aguentar tudo sozinha mesmo. "Força, Alden!", é o que não paro de dizer pra mim mesma.

Muito tempo depois de eu acordei e que começou o entra e sai, alguém abriu a cortina do quarto e eu pude ver que o médico e mais um enfermeiro ainda estavam ao lado da cama dela. Um dos enfermeiros saiu do quarto e me disse:

(Música http://www.youtube.com/watch?v=DI5uiNDBhKY)

- Sua filha está acordando.

Eu juro que não consegui acreditar no que ele dizia, pensei por um momento, estar sendo enganada pelo sono e pela minha vontade de ver Alice bem novamente.

- O quê? - eu questionei, perplexa.

- Sua filha está acordando. O doutor está tomando os cuidados para que não haja nenhum trauma. Olhe pelo vidro e você poderá ver o momento em que ela acordar definitivamente.

Meu Deus, minha filha está acordando. Depois de dois meses meu bebê vai finalmente acordar. Minha filhinha... eu mal posso acreditar que seja verdade. Já estou chorando descontroladamente, mal pisco diante do vidro para não perder o instante em que ela abrirá os olhos. Eu mal consigo me sustentar em pé, mas não posso ceder agora.

Então eu vi a cena que veio habitando meus sonhos nos últimos meses: ela se mexeu enquanto abria os olhos - exatamente como fez todas as manhãs em seu berço. Então ela começou a chorar, um choro que eu não ouvia, mas eu eu podia enxergar por sua expressão. Assistir a isso tudo foi como ver minha filha nascendo. Não há em mim alegria maior do que a de agora. Ela está viva, ela está acordada. O pesadelo finalmente acabou. Meu bebê renasceu e voltou pra mim. O médico olhou para mim sorrindo, como se afirmando que estava tudo bem com ela. O enfermeiro que até alguns minutos estava com o médico, me surpreendeu ao atrair minha atenção pra ele, ao falar comigo:

- A senhorita pode entrar no quarto para vê-la, mas precisa do traje certo. Todo cuidado é pouco nesse momento.

Eu balancei a cabeça assentindo e o segui para me vestir. Eu não conseguia dizer nada, mal sabia como estava me mantendo em pé. Eu entrei no quarto e fui para o lado da cama. Ela está ainda com a mesma aparência frágil de todos os dias, mas está com os olhos abertos, está resmungando, está VIVA!

- Alden, eu definitivamente não consigo explicar essa melhora repentina dela, foi como um milagre. Ela está ótima! Acredito que em algumas semanas ela poderá ir pra casa. Se a minha intenção era recuperar todo o seu organismo colocando-a nesse coma, eu jamais poderia que daria tão certo.

- Ela acordou pra comemorar seu aniversário de um ano. - eu disse sorrindo e encarando minha filha.

O médico sorria para nós também. E Alice me olhava como se tivesse me visto pela última vez, há apenas algumas horas. Só que agora essas horas infinitas acabaram, ela voltou pra mim.