Fanfics Brasil - Your love can be on your side. Pra sempre com você.

Fanfic: Pra sempre com você. | Tema: Malhação


Capítulo: Your love can be on your side.

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– Vamos pra balada hoje, amiga? – perguntou Agatha empolgada – Um bofe lindo, que eu conheci na minha ultima ida à Porto Alegre acabou de me ligar e me chamou pra sair. Vamos? – disse Agatha se jogando sobre a cama e deitando de bruços ao lado da amiga.


– Não vou não amiga, vou estudar um pouco hoje. Preciso ler, distrair a minha mente. – disse Juliana dando um sorriso forçado. – Mas vai você com seubofe e divirta-se.


– Você precisa sair mais Juliana, você vive em casa, desde que terminou com o Daniel não sai mais, não se diverte, só quer saber de estudar, estudar e estudar. Não que isso seja ruim, mas você precisa se divertir amiga. Mas se você não quer, não vou insistir. Mas você sabe que eu te amo e te desejo toda felicidade e sucesso do mundo, não sabe? – disse Agatha abraçando a amiga


– Obrigada meu anjo, eu não sei o que seria da minha vida sem você, amiga. – disse Juliana apoiando a cabeça no colo da amiga.


– Vou me arrumar, ta? Qualquer coisa você pode me ligar e bom estudo. E amanhã nós vamos à praia. – disse Agatha dando um beijo na testa da amiga e indo se arrumar.


 


Juliana ficou parte da noite lendo um livro que parece que a cada parágrafo que ela lia ela chorava. E como Juliana chorava. Era um livro de romance. Contava a história de uma mulher que se apaixonou por um homem, ficaram juntos por 14 anos, tiveram 1 filho e depois foram descobrir que eram irmãos. Juliana não deixava ninguém ler aquele livro, a única parte da história que as pessoas sabiam eram essa. Ninguém chegava perto, devo ser porque tinha sido Juliana mesmo que escrevera aquele livro. O porquê desse tipo de história? Ninguém sabe. Juliana escrevia coisas assim mesmo, sem pé nem cabeça. Sem viver a história, ela escrevia. Livros e mais livros e nunca teve coragem de publica-los.


 


– Bom dia amiga, pode levantando. Está um sol lindo lá fora, a praia está ficando cheia e eu não quero passar o sábado em casa. Vamos ir logo para pegar um lugar bem pertinho dos quiosques. – disse Agatha puxando a coberta de cima da amiga e abrindo as janelas.


– Ah não amiga, me deixa dormir mais um pouco. Só mais cinco minutos. – disse Juliana puxando o cobertor.


– Nem cinco, nem sete e muito menos oito. Te dou cindo segundos pra você se levantar agora, se não te jogo água fria. – disse Agatha puxando o travesseiro que Juliana colocava sobre a cabeça.


 


Juliana reconhecia que precisava sair um pouco, espairecer a mente. Levantou, se arrumou e foi pra praia com a amiga, mas ao chegar lá às coisas não saíram muito bem como ela esperava. Juliana resolver se sentar um pouco abaixo dos quiosques. Agatha adora sentar-se lá por perto pra flertar. Sempre havia homens bonitos por lá sentados..


 


– Que merda, não olha pra onde anda não, seu babaca? – disse Juliana com raiva para um menino que acabara de passar por ela e jogado areia em cima da canga onde ela estava deitada.


– Desculpa gatinha, não tinha visto você aí. Da próxima vez, fica mais à vista. – disse o menino com um sorriso irônico


– Amiga, que bofe foi esse. Lindo demais e não para de te olhar. Se eu fosse você iria lá..


– Agatha, vai tomar banho e vê se me erra, ta? – disse Juliana interrompendo a amiga.


 


Juliana levou um susto quando abriu os olhos e viu aquele menino sentado do seu lado. Só poderia ser pra encher o saco dela.


– Eu devo ter jogado tijolo na cruz, porque não é possível meu Deus. – disse Juliana impaciente. – Com tanto lugar aqui na praia, você vem sentar logo do meu lado encosto?


– Nossa você é sempre nervosa assim? Eu só queria pedir desculpas por ter jogado areia em você, mas já vi que você não queria estar aqui, né? Desculpa de qualquer jeito. Tchau – disse o menino se levantando da cadeira e indo embora.


 


Juliana o observava de longe, sabia que tinha o tratado mal, sabia que fora um tanto agressiva, mas desde sua ultima decepção amorosa ela tratava os meninos assim, afastando todos eles, pra não se apaixonar e se decepcionar de novo. Ela tinha um coração muito frágil, se apaixonava facilmente.


– Vamos embora amiga? Estou passando mal. Deve ser por causa do sol. – disse Juliana para Agatha.


– Ficaria chateada se eu não fosse? A água está tão boa, vou ficar por aqui mesmo. – perguntou Agatha


– Lógico que não, a gente mora do outro lado da rua, pode deixar que vou embora sozinha. Divirta-se amiga. Cuida-se. – disse Juliana se levantando e arrumando suas coisas.


 


Ao chegar em casa, Juliana tomou um banho, ligou a TV, sentou no sofá e foi almoçar. Pegou no sono e só acordou quando Agatha chegou batendo na porta.


– Desculpa amiga, é que você trouxe minha bolsa e me deixou sem chaves, sem roupa e quase sem nada. Sorte que deixou meu chinelo e a minha canga. – disse Agatha sorrindo


– Sério amiga? Perdão. Eu nem me liguei. – disse Juliana dando uma gargalhada


– E aí, vamos sair mais tarde? – perguntou Agatha


– Estava pensando em ir à praia mais tarde. Sentar na areia e olhar o céu cheio de estrelas sabe amiga? Conversar com elas, me distrair um pouco. Você sabe que eu me sinto bem quando faço isso. – disse Juliana com um olhar esperançoso.


– Nossa, havia tempo que não te via assim entusiasmada. Se dissesse que iria à noite, eu nem tinha ficado à tarde na praia. Mas se quiser vou com você, amiga. Acho que precisamos disso. As duas juntas. Topa minha companhia? – disse Agatha devorando um pote de sorvete.


– Não. Não pode não. Lógico que sim né. Vai ser ótimo. – disse Juliana


 


20:55


O céu estava lindo. Cheio de estrelas, sem nenhuma nuvem e a lua impecável.


– Sinto falta da minha mãe. Falei com ela mais cedo e ela disse pra eu ir pra casa dela. Conversamos tanto. Chorei, desabafei e contei tudo que me chateou e que vem me chateando desde que ela foi embora. – disse Juliana olhando para o céu e admirando as estrelas.


– Tá vendo aquelas duas estrelas perto da lua, amiga? – perguntou Agatha apontando para o céu


– Estou sim. Elas estão sempre juntas e perto da lua. Sempre no mesmo lugar. – disse Juliana


– Então, somos nós duas. E como você pode perceber uma bilha mais que a outra, essa então é você e a outra sou eu. – disse Agatha com os olhos cheios de lágrimas


– Para com isso sua boa. As duas são iguais. Lindas e juntas sempre, que nem eu e você. – disse Juliana segurando a mão da amiga.


– É sério, dá pra perceber a que brilha mais. E é você e não tente discordar de mim. Desde que perdi meus pais naquele acidente você tem sido minha família. Você cuida de mim como ninguém, mesmo eu aprontando várias, mas você sabe que meu jeito sempre foi assim, sempre gostei de balada, na verdade depois que meus pais morreram eu procurei outras coisas pra fazer e ocupar minha mente pra não ficar triste em casa. – disse Agatha que não conseguiu segurar as lágrimas.


– Você também é a minha família. Eu não sei se conseguiria ser alguém tão forte e tão legal como eu sou hoje, se você não estivesse como todos esses anos. Eu te amo muito. – disse Juliana dando um abraço na amiga


– Vamos pra casa, amiga? Está ficando tarde e eu estou com fome. – disse Agatha fazendo bico.


 


Ao chegar em casa Agatha percebeu que havia esquecido o celular em cima da mesa, viu que tinham varias ligações perdidas.


– Caramba, amiga! O Rodrigo me ligou 10 vezes. – disse Agatha discando os números e ligando de volta para o irmão.


– Esse seu irmão é um mala. – disse Juliana colocando o dedo na garganta, mostrando ‘nojo’


– Não sei por que essa implicância que vocês têm um com outro, cara. – disse Juliana.


– Alô? – perguntou Rodrigo


– Oi maninho, você me ligou? Desculpa eu fui à praia com a Juliana e voltei agora e vi que tinha esquecido o celular.


– Na praia essa hora? – perguntou Rodrigo. – Eu achei que tivesse acontecido alguma coisa.


– Por que não ligou para o celular da Juliana? A gente foi só dar um volta mesmo. Deitamos na areia e ficamos conversando.


– Eu ligar para a Juliana? Até parece Agatha, você sabe que eu não falo com essa garota. – disse Rodrigo irritado. – Mas não liguei pra falar disso. Amanhã eu estou indo pro Rio e queria perguntar se você sabe de algum lugar aí perto pra eu ficar, quero ficar pertinho de você nesses tempos que vou ficar aí. – perguntou Rodrigo dando um sorriso.


– Ai maninho que notícia boa. Fica aqui em casa. Tem 1 quarto aqui de visitas. Você pode ficar aqui, sabe que é sempre bem vindo. – disse Agatha arrancando um olhar de espanto de Juliana.


– Sua amiga não vai achar ruim? Eu não quero brigar com ela. Quero ir me divertir. Mas se ela não ligar, eu vou por você. – disse Rodrigo dando um sorriso.


– Por ela não tem problema não. Pode vir. Te espero amanhã aqui. Só não vou ao aeroporto te buscar porque vou estar na rua. Amanhã tenho que resolver umas coisas e só chego em casa à noite. – disse Agatha


– Tudo bem então. Te amo maninha, até amanhã. Se cuida. Beijos. – disse Rodrigo.


 


Agatha não tinha nada pra fazer no outro dia, ela queria deixar seu irmão um pouco sozinho com a Juliana pra ver se os dois se davam bem pelo menos um minuto, mas ela também tinha medo dos dois se matarem lá dentro.


 


No dia seguinte…


Juliana acordou com a campainha tocando, ainda estava de pijama e levantou para abrir a porta.


– Oi, desculpa se te acordei. – disse Rodrigo


– Nada. Pode entrar. – disse Juliana saindo de frente da porta.


– Então, a Agatha já saiu né?


– Já sim, pode colocar suas coisas lá no quarto. – disse Juliana dormindo em pé praticamente.


– Tudo bem. Obrigada. – agradeceu Rodrigo.


 


Flashback


Ao terminar de preparar o café, Juliana colocou suas coisas em uma bandeja para levar para o seu quarto. Lógico que ela não iria sentar na mesma mesa que Rodrigo. Mesmo ele tendo sido gentil quando chegou, ela sabia que ele sempre a provocava, então ela achou melhor tomar café em seu quarto do ficar na mesa e correr o risco de jogar café quente em cima dele.


– Ei, não vai tomar café na mesa? – perguntou Rodrigo quando viu Juliana arrumando as coisas na bandeja. – Eu não mordo, pode ficar aí.


– Vou tomar café lá no quarto, aproveitar e ler um pouco. Mas fica à vontade. No guarda-roupa tem toalha, tudo que precisar. Qualquer coisa pode me chamar e bata na porta antes, por favor. – disse Juliana pegando a bandeja e indo para o quarto.


– Juliana eu posso conversar com você? - perguntou Rodrigo. - É que eu queria saber sobre a Agatha.


– O que você quer saber? - perguntou Juliana da porta do quarto com a bandeja na mão.


– Não quero conversar você na Lua e eu no Sol, né. Não precisa dessa distância toda, senta aqui na mesa. - disse Rodrigo dando um sorriso


– Agora me diz, o que quer saber sobre a Agatha, Rodrigo. - perguntou Juliana sentando-se à mesa


– Como ela está? Eu sinto muito falta da minha irmã, agora que eu terminei a faculdade de advocacia vou ver se venho morar no Rio e trabalhar por aqui e ficar mais perto dela.


– Ela está bem. - disse Juliana


– Ela tem saído muito? Só vivi na balada como sempre ou sossegou um pouco? - perguntou Rodrigo encarando Juliana


– Sua irmã tem 24 anos, trabalha, estuda é independente e tem todo o direito de se divertir. Ela saí sim, vai pra balada sim e acho que você está querendo se meter demais na vida dela. - disse Juliana impaciente. - E quer saber, eu preciso estudar e ler um pouco. Até mais tarde.


 


Juliana não se sentia à vontade na presença de Rodrigo. Apesar de terem sido apaixonadas um pelo outro na adolescência os dois nunca admitiram essa paixão e não se davam bem. Rodrigo era um cara durão, e Juliana não suportava isso. Ele era um cara impaciente, não deixava a irmã em paz, vivia querendo saber o que ela estava fazendo e também não ia com a cara de Juliana. A achava uma menina calma demais, paciente demais, quase uma tartaruga.


Fim do flashback.


 


– Oi maninho, cadê a Juliana? -perguntou Agatha dando um beijo no irmão.


– Está lá dentro do quarto, nem falou comigo direito, a chamei pra conversar e ela veio sendo grossa comigo, não entendi nada. - disse Rodrigo


– Ah, Rodrigo. Você sabe que a Juliana tem esse jeito. Você também adora provocar ela, duvido se não fez alguma coisa pra ela te tratar assim. Ela anda meio chateada mesmo, com saudade dos pais, problemas e tudo mais. Não liga pra isso. - disse Agatha dando um sorriso. - Estou muito feliz de ter você aqui perto de mim.


– Que bom maninha. O que acha de eu me mudar pro Rio? Agora que eu me formei na faculdade estava pensando em vir morar aqui perto de você. - disse Rodrigo sorrindo


– SERIA ÓTIMO. Eu iria me sentir muito bem se você viesse. - disse Agatha abraçando o irmão.


– Então tá, depois acertamos isso. Vou deitar, estou cansado. Eu te amo. - disse Rodrigo dando um beijo na testa de Agatha.


 


Rodrigo foi para o quarto e ficou pensativo. Nem se deu conta que estava pensando em Juliana. No quanto ela estava mudada, no quanto ela estava linda. Tentou dormir, mas nada o conseguia fazer parar de pensar em tantas coisas, então resolver pegar um copo de água.


– Que susto, nem tinha percebido que você estava aí na sala. Desculpa se te assustei. - disse Juliana ao ver Rodrigo sentado no sofá.


– É eu não estava conseguindo dormir e resolvi vir pegar um copo de água e sentei aqui no sofá. - disse Rodrigo olhando para Juliana. - Mas e você, o que houve? Está com uma carinha triste, com os olhos vermelhos.. Estava chorando? - perguntou Rodrigo se mostrando preocupado


– Nada, é que meu olho está ardendo porque eu estava no computador. Vou voltar pro quarto. Boa noite. - disse Juliana sem graça


– Vem aqui, vamos conversar, por favor. Já faz uma semana que eu estou aqui e você só me ignora todos os dias. - disse Rodrigo puxando Juliana para o sofá.


– Não é nada. Desculpa. É que eu não estou bem. Estou sentindo falta dos meus pais, e isso cada dia mais vai me machucando. - disse Juliana com um olhar triste.


– Vem cá, deita aqui. - disse Rodrigo colocando a cabeça de Juliana sobre seu peito descoberto. - Não fica assim, pelo menos você pode falar com eles, vê-los amanhã, depois ou talvez até semana que vem, e eu que nunca mais vou poder ver meus pais? Eu perdi meus Pais muito cedo, Juliana. Depois do acidente eu tive que cuidar da Agatha. Tive que ser pai, mãe, irmão tudo pra ela, e acho que isso me fez amadurecer muito e também ter essa postura que tenho hoje. Então não fica assim. - disse Rodrigo fazendo carinho no cabelo de Juliana


– Desculpa ter tocado nesse assunto, não deve ser nada fácil pra você, não é? - disse Juliana olhando pra ele.


– Com certeza não, mas eu não fico triste falando sobre isso. Meus pais já tinham feito muitas coisas boas, sabe? Eles eram pessoas de ouro e estão em um lugar muito melhor agora. Fico tranquilo quando penso que eles estão de lá de cima olhando por mim e pela Agatha. - disse Rodrigo sorrindo.


 


Juliana deitou-se novamente nos braços de Rodrigo, que estava sem camisa. Ela podia sentir o corpo gelado e ouvir o coração dele que batia mais forte que o normal. Ela queria sair dali pra que não acontecesse nada que ela pudesse se arrepender depois, mas também queria ficar. E ele igualmente. Estava adorando ter Juliana assim, tão perto.


– Acho melhor eu ir deitar. Já está muito tarde. - disse Juliana se levantando.


– Por quê? Fica mais um pouco. Está tão bom aqui. - disse Rodrigo puxando Juliana e dando um beijo nela.


– Você não podia ter feito isso. Eu não posso, você não pode. Por favor, nunca mais me beija assim. - disse Juliana indo para o quarto.


Juliana ficou pensativa. Não conseguia parar de pensar naquele beijo. E nada a fazia dormir. Nada tirava o rosto de Rodrigo da sua cabeça, o gosto bom daquele beijo. Rodrigo sentiu medo de que Juliana pudesse contar alguma à Agatha, ele sabia que a irmã iria zua-lo e dizer “Eu sabia, eu disse que ia acontecer”, pois Rodrigo odiava contrariar suas palavras.


 


No dia seguinte…


– Bom dias dormiram até tarde hoje. Aconteceu alguma coisa ontem? - disse Agatha dando um sorriso irônico e olhando para os dois.


– Aconteceu sim. - disse Rodrigo e no mesmo momento Juliana arregalou os olhos e seu coração bateu mais forte. - Eu não consegui dormir por causa do calor e vim tomar um copo de água e acabei dormindo no chão da sala e estou com uma dor na coluna que só eu sei.


– E com você Juliana? Aconteceu alguma coisa? - perguntou Agatha


– Não aconteceu nada amiga. Demorei pra dormir porque fiquei lendo o livro, depois fiquei na internet e depois fiquei mal lembrando umas coisas aí. A propósito, precisamos conversar. - disse Juliana tentando não se lembrar do que tinha realmente acontecido.


– Entendi. Vamos conversar sim amiga.


– Bom gente, tchau pra vocês que eu estou indo na praia. Beijos. - disse Rodrigo


– Pois então, o queria me dizer? – perguntou Agatha


– Vou para a casa dos meus Pais, vou ficar um mês fora. Toma conta da casa pra mim, por favor? – perguntou Juliana


– Lógico que sim amiga, mas poxa quando você vai? Nem me avisou nada. – disse Agatha meio triste


– Desculpa amiga, é que decidi isso ontem à noite. Vou hoje à noite, já comprei as passagens e minhas malas estão prontas. Diz para o Rodrigo que se ele quiser ficar aqui até arrumar um lugar pra ficar não tem problema, acho que o tempo que vou ficar fora dá tempo dele arrumar um canto pra ficar. Só me promete uma coisa? – disse Juliana sorrindo. – Não deixa ninguém entrar no meu quarto, por favor. Eu vou trancar e deixar a chave com você, caso precise de algumas coisas, mais, por favor, Agatha, você sabe que eu não gosto que ninguém mexa nas minhas coisas quando eu não estou.


– Lógico amiga, pode confiar em mim. Já estou sentindo saudades de você. Ficar sem você aqui um mês vai ser uma tortura, mas sei o quanto feliz você vai ficar quando chegar lá. Vou te levar no aeroporto, está bom? – disse Agatha abraçando a amiga.


 


Chegando ao aeroporto Juliana desceu do carro junto com Agatha, pegou suas malas e se despediu da amiga. As duas choraram. A amizade das duas sempre foi verdadeira. Se conhecem desde que se entendiam por gente, Juliana era muito importante na vida de Agatha, assim como Juliana também era para Agatha. – Agatha desejou Boa Sorte a amiga e chorou quando viu a amiga entrando na sala de embarque.


– Ué, está vindo de onde? Saiu e nem me avisou. – perguntou Rodrigo cumprimentando a irmã.


– Fui levar a Juliana no aeroporto. E você, chegou agora da praia? – perguntou Agatha.


– Cheguei faz 40 minutos. Levar a Juliana no aeroporto, pra onde ela foi? – perguntou Rodrigo sem entender nada.


– Ela foi passar um tempo na casa dos pais, ela estava precisando sabe Rodrigo? Estava muito triste. Lá ela vai encontrar o ex dela, vai ficar perto dos pais e vai se sentir bem. Espero que tudo dê certo pra ela e que ela volte melhor. – disse Agatha contente


– Vocês podiam ter me ligado né, que eu vinha e levava vocês lá. – disse Rodrigo angustiado. – E eu percebi que ela estava triste mesmo. Ela ainda gosta desse ex? – perguntou Rodrigo se mostrando curioso


– Não gosta não, mas sempre que ela vai pra lá ou ele vem aqui eles ficam juntos. Eles ficaram muito tempo juntos. – disse Agatha. – Porque maninho, está com ciúmes? – perguntou Agatha rindo


– Ciúmes da Juliana? Por favor né Agatha. Só perguntei por perguntar mesmo. – disse Rodrigo sem graça


– Por perguntar, sei. A Juliana terminou com o Daniel porque não estava dando mais certo, na verdade ela nunca gostou dele. Ela nunca deu sorte com os meninos, e quando achou um que fazia de tudo por ela, a amava como eu nunca vi homem nenhum amar uma mulher, ela não conseguiu retribuir o sentimento, mas mesmo assim ele quis ficar com ela. Eles namoraram 4 anos e mesmo assim ela não conseguiu esquecer um cara aí, que ela nunca quis me contar quem é. – disse Agatha desabafando com o irmão.


– Ela é sua melhor amiga e não quis te contar que cara é esse? Não entendi nada. Mas enfim, espero que ela se acerte com esse tal de Daniel aí. – disse Rodrigo levantando do sofá e indo tomar banho.


– Esse meu irmão, não me engana. Ai ai. – disse Agatha pensando alto.


 


Ao chegar em Salvador – BH, Juliana e seus pais não conteram a emoção de estarem juntos, todos reunidos mais uma vez. Se abraçaram muito e chorando também.


– Juliana minha filha, você está muito linda. Cresceu tanto. – disse Sr. Paulo, o pai de Juliana


– Que saudade que estava de vocês. Do colinho da mamãe e do chamego do papai. Eu amo muito vocês. – disse Juliana num abraço coletivo e bem apertado.


 


Os pais de Juliana estavam muito felizes em ter a filha perto deles, até tentou fazer com que ela se mudasse pra lá, mas ela não quer trocar o Rio de Janeiro por cidade nenhuma. Só que nem todo mundo ficou feliz com a chegada de Juliana..


“Marien é uma garota insuportável e invejosa. Ela mora ao lado da casa dos Pais de Juliana e a odeia. Na verdade ela sempre teve inveja porque Juliana sempre fez sucesso com os meninos, principalmente com os que Marien gostava. E ao descobrir a chegada de Juliana ela vai tentar fazer de tudo para que Daniel, o seu melhor amigo e ex-namorado de Juliana não saiba que a amada do menino está em Salvador.”


– Guilherme, o Daniel não pode saber que a Juliana está aqui. – disse Marien para o irmão.


– A Juliana está aqui? Como assim? Que saudade que eu estou dela. O Daniel é meu amigo Marien, ele precisa saber que ela voltou você sabe que o Daniel ama a Juliana e ele vai ficar chateado se eu não contar. – disse Guilherme um tanto quanto feliz, em saber que Juliana estava ao lado de sua casa.


 


Guilherme era o único irmão de Marien, era um menino bacana, muito fiel aos amigos e adora Juliana. Ele desde pequeno defendia Juliana de Marien, que nunca a suportou. Ele nunca tentou nada com Juliana pelo fato de seu melhor amigo amar incondicionalmente aquela menina.


– Daniel, preciso te encontrar agora. Vem aqui na rua. – disse Guilherme no telefone com o amigo.


– Está bem, daqui a pouco to chegando aqui. – disse Daniel


10 minutos depois..


– Que foi cara, aconteceu alguma coisa? – perguntou Daniel preocupado


– Aconteceu cara, aconteceu. E você vai adorar saber o que. – disse Guilherme sorrindo.


– Que foi cara, tá me deixando curioso, fala logo. – disse Daniel nervoso


– Adivinha quem acabou de chegar? – disse Guilherme fazendo suspense


– Cara, você me conhece há muitos anos e sabe que não sou adivinha, então fala logo. – disse Daniel


– Bem, nem vou precisar dizer. Olha ali pra janela e veja quem está ali. – disse Guilherme apontando para a janela da sala da casa dos pais de Juliana.


 


Ao ver Juliana, Daniel não conseguiu nem falar. Sua respiração ficou falha, sua cabeça deu voltas, seu coração bateu forte e ele não conseguiu segurar uma lágrima que caiu de seus olhos.


– Cara, eu não estou acreditando no que eu estou vendo. – disse Daniel impressionado.


– Ela chegou hoje, a Marien não queria deixar eu te contar, mas eu não pensei duas vezes em te contar, eu sei que você ama essa garota. – disse Guilherme colocando as mãos no ombro do amigo.


– Ela nunca mais me mandou notícias, me excluiu da rede, e mudou o número do celular. Desde que a vi pela ultima vez, não consegui falar com ela, cara. Porque será que ela voltou e não me procurou? – disse Daniel triste.


– Relaxa, ela chegou hoje à noite, amanhã você fala com ela. Eu vou tentar falar com ela amanhã. – disse Guilherme que prometeu ajudar o amigo.


Daniel decidiu não incomodar Juliana àquela hora, foi pra casa e ficou pensando na sua menina. Assim que ele a chamava, quando os dois namoravam. Daniel era um menino bom, romântico e carinhoso. Ele amava Juliana de um jeito que nunca conseguiu amar outra pessoa, um amor que já furava mais de 8 anos. Mesmo ela nunca tendo gostado dele, ele sempre a quis ao seu lado. E estava disposto a conquistar Juliana de vez.


 


Flashback


– Juh, voltou a chegar àquelas cartas anônimas pra você. – disse Agatha no telefone com sua amiga.


– Logo agora que eu estou viajando? Estranho – disse Juliana


– Sim, e veio junto com uma rosa.


– Pode colocar no baú que está em cima da mesa no meu quarto junto com as outras, quando chegar eu leio. – disse Juliana empolgada. – E as coisas aí, como estão?


– Está bem amiga, um pouco triste sem você, mas tá tudo bem. Estou com saudades. – disse Agatha desanimada. – Eu e Rodrigo vamos à pizzaria.


– Então tudo bem, ligo mais tarde pra te dar boa noite. Beijos. Te amo. – disse Juliana.


Juliana voltou a receber cartas anônimas. Ela recebe essas cartas, fazem mais ou menos, uns 4 anos. Mesmo depois de ter ficado quase 6 meses sem receber nenhuma carta, ele espera todos os dias pra receber. Cartas com poemas, frases, e versos lindos. E todo dia 13 de cada mês chegava um presente. E o porque disso, até hoje Juliana não consegue saber.


Fim do flashback


 


Daniel avistou Juliana de longe, que estava sentada na praça sozinha.


– Juliana? – Nesse momento, Juliana respirou fundo ao ouvir aquela voz e foi se virando para o rapaz.


– Oi Daniel. – disse Juliana sorrindo sem graça.


– Chegou e nem me avisou. Está aqui há muito tempo? – perguntou Daniel ser fazendo de desentendido.


– Não, eu cheguei ontem à noite. – disse Juliana


– Ata. E vai ficar por muito tempo? – perguntou Daniel


– Um mês.


– DANIEEEEEL!!!! – gritou Marien da entrada da praça, ao vê-lo conversando com Juliana


– Acho que alguém não quer te ver perto de mim, hein. – disse Juliana sorrindo.


– A Marien é gente boa, só não suporta o fato de eu ainda amar você, por isso ela implica tanto. – disse Daniel deixando Juliana muito sem graça.


– Acho que é melhor você ir antes que ela venha aqui brigar com um de nós dois. – disse Juliana dando um sorriso. – Depois nos falamos.


– A noite a gente se encontra aqui, no mesmo lugar. Vou estar te esperando às 21h. Beijos. – disse Daniel roubando um selinho de Juliana. – Foi muito bom te ver. Até mais tarde.


O telefone de Juliana começou a tocar, e era o mesmo número que sempre ligava quando ela recebia alguma carta. Era como se fosse a confirmação de que ela recebeu.


– Alô? - perguntou Juliana


– Alô? – perguntou novamente e ninguém respondeu.


 


Juliana pode ouvir um suspiro forte no telefone e logo após a ligação foi encerrada. A pessoa sempre ligava e depois desligava, até que Juliana atendesse. Mas ela só atendia se houvesse recebido alguma carta, caso contrário, ela deixava chamar. Depois de algumas mensagens ela recebeu um sms do número:


 



Aquelas cartas, mesmo vindo de um desconhecido, faziam bem à Juliana. Ela ficava feliz, pois em cada verso ela podia sentir que quem as escrevia a amava como ninguém. Era um amor puro, verdadeiro.


 


Juliana e Daniel ficaram juntos, o que não era novidade pra ninguém. Sempre que ela voltava pra Salvador eles ficavam juntos. Ela curtiu a viagem do lado dele, mas não conseguia tirar o ‘tal cara’ que ela estava gostando da cabeça. Mesmo assim resolveu ficar a viagem com o Daniel e aproveitar tudo aquilo que ela podia ter ali.


 


1 mês depois..


– Espero que volte mais vezes filha, ter você aqui esses dias foi muito bom, ficamos muito felizes com a sua vinda pra cá e quando quiser, é só vir de novo que vamos estar sempre aqui. – disse a Mãe de Juliana emocionada se despedindo da filha.


– Obrigada. Você e o papai são muito importantes pra mim, eu só não fico mais tempo porque tenho que trabalhar e estudar. Se não ficava mais dias aqui com vocês. Mas eu prometo que volto e quando tiver um tempo, vão me visitar lá no rio. Amo vocês. – disse Juliana abraçando os pais.


 


Juliana chegou ao Rio cheia de novidades para contar para Agatha, mas ao chegar em casa..


– Oi, quem é você? – perguntou Juliana para uma morena que abriu a porta.


– Oi, eu sou a namorada do Rodrigo, ele está no banho e a Agatha acabou de ir ao supermercado. – disse a menina.


– Namorada do Rodrigo? Ata. – disse Juliana fazendo cara de novo.


– E você, quem é? – perguntou a menina.


– Eu sou dona desse apartamento. – disse Juliana sorrindo para a menina e a deixando sem graça.


– Ah, desculpa. Eu achei que fosse outra pessoa. – disse a menina super. sem graça.


– Nada, tudo bem. Fica à vontade. Estou chegando de Salvador agora, vim da casa dos meus pais.


– Salvador? Que lindo, meu amigo mora lá. Falando nisso, tem um tempo que não falo com ele. – disse a menina


– Ata. Mas enfim, vou tomar um banho porque estou exausta. Fique à vontade. – disse Juliana indo em direção ao quarto.


– Ficou chateada por eu ter trago a minha namorada aqui? A Agatha disse que não teria problema e… – disse Rodrigo na porta no quarto de Juliana.


– Rodrigo, a Agatha conversou comigo e disse que você iria ficar aqui por um tempo até arrumar algum lugar, eu concordei e não é só porque o apartamento é meu e da Agatha que eu vou proibir você de trazer suas visitas. Você traz quem você quiser ok? Agora me dá licença que eu quero descansar. Bom passeio. – disse Juliana irritada batendo a porta na cara de Rodrigo.


 


Rodrigo ficou irritado quando Juliana fez aquilo, mas decidiu não discutir. E foi para a balada com a sua namorada.


– Você não me contou que morava outra pessoa lá no apartamento. – disse Fernanda, namorada de Rodrigo.


– Ela mora com a minha irmã. Aquele apartamento é dela e quando meus pais morreram ela chamou a Agatha para ir morar lá, e eu vim visitar minha irmã e decidi ficar por aqui mesmo, estou arrumando um apartamento que era da minha mãe, aqui perto mesmo. Está em obra, e quando acabar eu vou me mudar pra lá. – disse Rodrigo. – Mas não viemos aqui pra falar daquela louca, né?


– Rodrigo, a gente se conhece já faz 1 mês, e eu preciso saber algumas coisas sobre você. Fui sincera, te contei sobre minha vida, você sabe que eu gosto de um cara e quero que você também seja sincero comigo. Você e a Juliana já tiveram alguma coisa? – perguntou Fernanda deixando Rodrigo irritado.


– Entenda uma coisa, eu odeio aquela garota. Eu só falo com ela por que ela já ajudou e ajuda muito a minha irmã. É pela Agatha que eu faço esse esforço. Eu nunca tive e nem nunca vou ter nada com ela. – disse Rodrigo bebendo um gole de whisky.


– Tudo bem, desculpa. Só achei que.. – disse Jéssica sendo interrompida por Rodrigo.


– Vamos dançar? – chamou Rodrigo.


 


Depois de um tempo dançando..


– Rodrigo, aquela ali não é sua irmã e a tal da Juliana? Vamos lá falar com elas? – disse Fernanda apontando para uma mesa que estava as duas.


– A Agatha não me avisou que vinha pra cá, mas deixa elas duas lá. É melhor a gente ficar aqui, depois vamos lá falar com elas. – disse Rodrigo.


– Tá bem, vou ao banheiro tá? – disse Fernanda.


 


Agatha foi em direção ao irmão…


– Se divertindo muito aqui maninho? – disse Agatha.


– Estou sim. Estou muito feliz. – disse Rodrigo olhando para Juliana que havia ficado sentada na mesa.


– Perdeu alguma coisa lá na minha mesa? – disse Agatha sorrindo.


– Eu? Ta maluca. Não perdi nada não. Só estava olhando. – disse Rodrigo desconversando.


– Sei, como se eu não conhecesse você. Mas não vamos entrar nesse assunto de novo. Vou voltar pra mesa, porque a Juliana precisa conversar comigo. Qualquer coisa, vai lá sentar com a gente. – disse Agatha


– Por que o seu irmão ficou olhando pra minha cara? Estava falando de mim? – perguntou Juliana.


– Não estávamos falando nada de você não, pode ficar calma. – disse Agatha. E pode começar a me contar o que rolou na viagem.


– A viagem foi maravilhosa, só não foi melhor porque eu tive que voltar. – disse Juliana sorrindo.


– E você e o Daniel? Ficaram juntos de novo né? – perguntou Agatha segurando a mão da amiga.


– Ficamos. Ele disse que ainda me ama e que ainda é louco por mim. No segundo dia que eu cheguei lá a gente se beijou e… – disse Juliana dando uma pequena pausa na respiração e logo em seguida respirando fundo.


– E aí, depois você se arrependeu, mas não resistiu. Continuou ficando com ele todos os dias, né? Foi isso.. – disse Agatha.


– Não é que eu tenha me arrependido, mas esse cara das cartas me deixou mal. Toda vez que eu ia deitar ele me mandava uma mensagem. Como ele sabia que eu ficava com o Daniel? Como ele sabia tudo o que eu estava fazendo? Ele está magoado comigo, deu pra ver nas mensagens dele. Eu estou ficando mal com isso, é como se eu namorasse uma pessoa que eu não sei quem é. Eu o magoei, ele disse isso pra mim, por isso ele ficou esse tempo todo sem me escrever. Eu não me sentia bem beijando o Daniel, mas eu também não conseguia parar. O Daniel foi um príncipe comigo, a gente saiu, se divertiu muito. E ele me pediu.. em casamento. – disse Juliana desabafando.


– Juliana, está na hora de você viver a sua vida e deixar essa cara das cartas pra lá. E se for alguém que só quer atrapalhar a sua vida? Ele já está nessa vai fazer 5 anos e nunca revelou quem é. Se ele te amasse de verdade, você não acha que ele iria aparecer e querer ficar junto contigo amiga? – disse Agatha levantando o rosto de Juliana que estava com uma aparência triste.


– Eu amo a pessoa que me escreve essas cartas. Não tem como explicar porque você não está sentindo o que eu to sentindo Agatha. Eu estou muito mal. É como se eu tivesse traído ele. E se ele não me escrever nunca mais? – disse Juliana chorando.


– Você o que? Amiga, eu nunca ouvi você falando desse jeito. Porque você não me contou antes que você.. – disse Agatha triste por ver a amiga daquele jeito.


– Eu nunca falei antes porque eu mesma não queria admitir que estava apaixonada outra vez, e por um cara que eu não faço a mínima ideia de quem seja, mas ele me conhece tanto. – disse Juliana limpando as lágrimas que não paravam de cair. – Vamos embora? Vamos continuar a conversa em casa.


– Vamos, deixa eu só me despedir do Rodrigo. – disse Agatha levando a amiga em direção ao irmão.


– Rodrigo já estamos indo embora. – disse Agatha.


– Mais já? Está cedo. Eu levo vocês depois. – disse Rodrigo que não conseguia desviar seu olhar de Juliana.


– Não, nós vamos embora. Quero conversar com a Juliana lá em casa. Não chega muito tarde, tá? – disse Agatha dando um beijo no irmão.


– Tudo bem. Daqui a pouco eu estou indo. – disse Rodrigo dando a mão para Juliana apertar que o deixou no vácuo. Foi embora sem cumprimentar o rapaz.


– Agora se sente aí e vamos conversar. Mostre-me o que estava escrito na carta que ele te mandou quando você estava viajando. – disse Agatha.


– Leia você mesmo. – disse Juliana entregando a carta para Agatha.


 


“Juliana desculpa ficar esse tempo todo sem te escrever, mas é que precisei viver um pouco a minha vida e deixar de viver a sua. Agora você já voltou de viagem e não sei como vão ser as coisas. Sei que você ficou com o seu ex novamente e isso está doendo aqui em mim. Eu te amo como nunca fui capaz de amar outra mulher, e estou magoado ainda, porque sei que você nunca vai pertencer a mim, por isso nunca apareço. Queria pedir desculpa por te fazer ler minhas cartas todos esses anos, mas tudo que queria era fazer você ser minha. Quero te amar, te ter pra mim, te fazer carinho, caminhar com você, enfrentar meus medos do seu lado, mas meu maior deles é aparecer na sua frente e me revelar e você não me aceitar, mas como não vou fazer isso, te desejo toda a felicidade desse mundo e que você não se importe comigo. Eu vou ficar bem, não melhor e mais feliz que você, mas vou ficar, ou pelo menos tentar. Até qualquer dia.”


 


Agatha terminou de ler a carta chorando. Ela ficou emocionada com aquelas palavras. Como alguém poderia saber tudo o que se passava com a Juliana? Todas as cartas que ela recebia ela mostrava para Agatha, que sempre ficava emocionada.


– Agora me diz, como eu posso fica bem, sabendo que tem alguém que está sofrendo por mim? Eu não sei mais o que fazer. – disse Juliana deitando no colo da amiga.


– Eu nem sei o que falar.. – disse Agatha ainda emocionada.


– Tudo bem gente. Agatha, Juliana… aconteceu alguma coisa? Porque vocês estão chorando? – perguntou Rodrigo sem entender nada ao ver as duas no sofá com caras tristes.


– Não aconteceu nada. Estou cansada e vou me deitar. Boa noite. Amanhã nos falamos Agatha. – disse Juliana indo para o quarto.


– O que houve com ela? Primeiro ela me deixa no vácuo na boate e agora me trata assim? O que eu fiz dessa vez? – perguntou Rodrigo chateado.


– Rodrigo, já te pedi pra não ligar. A Juliana não está bem. – disse Agatha


– Mas todo dia ela está assim? Já faz um tempo que eu estou aqui e ela me trata assim. Eu juro que estou tentando ser legal. Quer saber, amanhã mesmo eu vou embora. Ela deve estar assim por minha causa. – disse Rodrigo se jogando no sofá.


– Rodrigo, a Juliana recebe umas cartas anônimas durando quase cinco anos, de um cara que ela nunca conseguiu descobrir quem é. Ele ficou um tempo sem escrever, mas voltou a escrever agora e a Juliana está triste. Hoje ela me confessou que… – disse Agatha pensando e achou melhor não continuar. – Nada não. Vou ir deitar. Boa noite.


– Vem aqui, me fala. O que ela te confessou? – perguntou Rodrigo curioso.


– Nada Rodrigo. Eu não vou te falar. E vem cá, porque quer saber tanto? – perguntou Agatha desconfiada


– Por nada. Só fiquei preocupado. – disse Rodrigo se levantando. – Pode ir deitar, não vou perguntar mais. Boa noite, te amo.


 


Rodrigo pegou um copo d’água e se deitou no sofá e ficou muito pensativo. E resolver ir falar com Juliana.


– Oi, posso entrar? – disse Rodrigo batendo na porta do quarto de Juliana.


– Lógico que não. Você ainda não foi dormir? Saí daqui antes que a Agatha te veja. – disse Juliana empurrando Rodrigo pra fora do quarto.


– Eu não vou sair. Me diz uma coisa, porque você não fica perto de mim quando a Agatha está perto da gente? – disse Rodrigo entrando no quarto e trancando a porta.


– O que você está fazendo? Me dá essa chave agora Rodrigo. – disse Juliana nervosa.


– Eu só quero conversar com você. Não quero brigar. Por favor me escuta. – disse Rodrigo sentando na cama ao lado de Juliana. – Olha pra mim.


– Eu não tenho nada pra falar com você, por favor vai embora. – disse Juliana indo para a janela.


– Me escuta por favor. – disse Rodrigo no ouvido de Juliana e colocando as mãos sobre o ombro de Juliana fazendo-a ficar arrepiada da cabeça aos pés.


– Isso não é certo. Saí do meu quarto, por favor. – disse Juliana se contorcendo de nervoso. Ela sabia que não conseguiria resistir. Rodrigo era um homem charmoso e quando ele queria, era carinhoso e também muito sedutor.


– O que não é certo? Você sabe que quer e sabe que eu também quero. A gente precisava conversar, olha pra mim. – disse Rodrigo segurando na cintura de Juliana e virando-a pra ele empurrando seu corpo na parede.


– Não é certo a gente ficar aqui trancado no meu quarto. Vamos pra sala, conversar lá. – disse Juliana tentando empurrar Rodrigo, que a segurou pela nunca e deu um beijo sem que ela pudesse falar mais nada.


 


Os dois ficaram ali se beijando, naquele canto do quarto. Juliana não conseguia parar, ela queria tanto aquele beijo quanto ele. Rodrigo foi tirando a blusa de Juliana a fazendo se arrepiar completamente, Juliana também tirou a blusa de Rodrigo e os dois se deitaram na cama juntos e se entregaram de vez um ao outro. Se amaram de uma forma tão verdadeira e intensa, como se aquilo já houvesse acontecido várias vezes, mas Rodrigo não conseguia negar o desejo que sentia por Juliana. Quando eles chegavam perto um do outro, os corpos pareciam imãs, se chocavam quando ficavam sozinhos e até que deu no que deu.


– Isso não podia ter acontecido. – disse Juliana enquanto Rodrigo dava beijos no seu pescoço.


– Você não sabe por quanto tempo eu esperei por isso. Eu desejei tanto ter você assim… – disse Rodrigo dando um selinho em Juliana.


– Como assim, Rodrigo? Não fala essas coisas, você sabe o que vai acontecer amanhã. – disse Juliana empurrando Rodrigo.


– Eu só estou falando o que eu estou sentindo. Foi bom pra mim e sei que pra você também foi. E amanhã eu vou embora.. – disse Rodrigo com a cabeça baixa.


– Então foi por isso que você fez isso? Qual é a sua Rodrigo? Aquele dia você me beijou e no outro dia ficou jogando piadinha, aí eu chego de viagem a sua namorada está na minha casa e você entra no meu quarto e fica comigo e depois fala que amanhã vai embora e dá a entender que só quis brincar comigo? Me fala a verdade, qual é a sua? – disse Juliana muito irritada, segurando as lágrimas.


– Desculpa. Eu não sabia que ia acontecer isso. Eu só queria conversar, saber o porquê você estava triste. Tentar te ajudar. Conversei com a Agatha e ela me disse sobre umas cartas que você recebe e que te deixou triste e eu fiquei preocupado. – disse Rodrigo chateado.


– Preocupado? Como você consegue ser tão ridículo assim? Isso que a gente fez não foi brincadeira, Rodrigo. Isso foi sério. Muito sério. Mas eu sou burra mesmo, vocês homens são todos iguais. Dá pra ver no seu olho que você se arrependeu e quer saber, eu me arrependi também. Vai embora, some daqui e nunca mais olha na minha cara. – disse Juliana chorando de raiva.


– Juliana, me perdoa, por favor. Eu não disse que me arrependi me escuta.. – disse Bruno tentando acalmar Juliana.


Te escutar? Você se aproveitou que eu estava triste e veio aqui me provocar. Vai embora, por favor. – disse Juliana abrindo a porta do quarto.


– Tudo bem. Eu vou. Mas sabia que eu… – Rodrigo tentou terminar, mas Juliana bateu a porta na cara dele.


 


Rodrigo ficou chateado pelo que havia acabo de acontecer. Ele parecia triste, chateado, magoado, como se quisesse contar alguma coisa e não tivesse tido coragem. Ele gostou de ficar com Juliana, gostou de sentir o corpo dela junto ao dele, ele amou aquilo tudo, mas não conseguiu se expressar e ficou frustrado ao ver Juliana falando aquele monte de coisas e decidiu ir embora, e antes de sair deixou um bilhete pra irmã.


 


“Oi Agatha, desculpa não esperar você acordar pra me despedir, mas resolvi vir embora logo hoje pela manhã. Depois mando vir buscar o resto das minhas coisas, já estou no meu apartamento. Venha me visitar quando puder e agradece a Juliana por ter me recebido aí. Obrigada por tudo maninha, te amo.”


 


Agatha ficou sem entender o porquê o irmão tinha ido embora sem falar nada com ela e desconfiou que pudesse ter acontecido alguma coisa.


– Juliana o que houve? – perguntou Agatha num tom agressivo.


– O que houve porque Agatha? – disse Juliana sem entender nada.


– O Rodrigo deixou esse bilhete aqui em cima da mesa pedindo pra te agradecer por ter o deixado ficar aqui e disse que se mudou pro apartamento dele.. você viu ele indo embora? Aconteceu alguma coisa Juliana? Me fala por favor. Meu irmão não iria embora sem se despedir de mim. – disse Agatha.


– Eu não sei de nada do Rodrigo, e por que está falando assim comigo? Eu não tenho nada haver com o seu irmão. É bom ele ter ido embora logo, só assim ele não fica mais trazendo essas pessoas estranhas aqui. – disse Juliana se sentando no sofá.


– Olha Juliana, eu sei que esse apartamento aqui é seu, eu moro aqui de favor. Mas depois que meu irmão chegou seu comportamento mudou comigo. Você chegou ontem, a gente conversou numa boa, ficamos juntas, te ajudei, você desabafou comigo e eu te conheço o suficiente pra saber que você está escondendo alguma coisa de mim, eu sempre fui sincera com você e te peço pra ser do mesmo jeito comigo. Me fala por favor, o que aconteceu entre você e o Rodrigo? – disse Agatha quase chorando


– Para de falar que você mora aqui de favor. A gente já está aqui faz mais de sete anos Juliana. Isso tudo aqui também é seu, quanto meu. Cuidamos disso aqui juntas, para de falar essas bobeiras. Você sabe que eu nunca me dei bem como seu irmão, ele sempre me irritou. Ontem nós brigamos, porque ele falou uma coisa que eu não gostei, foi só isso e nada mais. Não sei porque ele se irritou e foi embora, se foi por isso mesmo. – disse Juliana tentado acalmar a amiga. – Desculpa se mudei com você, mas não foi minha intenção. Eu te amo, e não estou te escondendo nada.


– Desculpa, mas eu não consigo acreditar. Mas tudo bem, um dia eu vou descobrir. E se estiver rolando alguma coisa entre você e o meu irmão, eu te conhecendo bem do jeito que te conheço, quero te dizer, caí fora. O Rodrigo não merece você. Meu irmão é muito diferente de você amiga, e eu quero te ver feliz, mesmo ele sendo meu irmão, eu sei como ele é. O Rodrigo nunca conseguiu ter nada sério com ninguém, não deixa ele te magoar. – disse Agatha abraçando Juliana.


– Relaxa amiga, eu nunca tive e nunca vou ter nada com o seu irmão e também nunca senti nada por ele a não ser raiva. – disse Juliana dando um beijo na amiga e indo pra rua. – Vou à praça pegar um ar. Estou sufocada aqui dentro.


 


Juliana ficou pensativa e ao lembrar-se de tudo que Agatha havia acabado de dizer sobre Rodrigo, começou a chorar. De raiva, de tristeza e de… saudade. Ela sabia que Rodrigo era daquele jeito, sabia que não podia confiar nele. Mas ela não conseguia resistir. Ele era encantador, sedutor demais e quando chegava perto, Juliana começava a tremer, ele fazia o seu coração bater mais forte. E Juliana estava disposta a esquecer de tudo que havia acontecido e resolveu tomar uma decisão. Voltou pra casa e conversou com Agatha.


– Agatha, vamos sair hoje. Quero dançar, beijar na boca. Ficar com o primeiro cara que aparecer, não quero mais ficar em casa chorando por alguém que eu nem sei se existe mesmo. Chega de ser assim idiota. – disse Juliana


– Como assim? Você não vai a lugar nenhum. A única pessoa que faz isso aqui sou eu, isso não tem nada a ver com você Juliana. – disse Agatha surpresa com a amiga.


– Eu quero sair. Por favor, me leva pra boate? Quero me divertir. – disse Juliana pegando roupas do armário e jogando em cima da cama. – Me ajuda a escolher um vestido que fique bem.


– Tudo bem, se é o que você quer. Coloca esse preto. Fica lindo em você. – disse Agatha


 


Juliana e Agatha se arrumaram. As duas estavam lindas demais. Foram para uma boate que Agatha sempre costumava a ir e ao chegar lá Agatha encontrou alguns amigos.


– Oi meninos, essa aqui é a minha irmã, Juliana. – disse Agatha apresentando Juliana para os amigos que estavam na mesa.


– Então você é a famosa Juliana? A Agatha fala muito bem de você, e ela estava certa, você é linda. Muito prazer em te conhecer. – disse Marcelo, o mais lindo de todos.


– O prazer é todo meu. – disse Juliana encarando Marcelo.


– Vamos dançar? – disse Marcelo levantando segurando a mão de Juliana, que não pensou duas vezes e foi dançar com o amigo de Agatha.


 


Os dois dançavam na pista, quando de repente Juliana avistou Rodrigo entrando na boate com a namorada, e ao ver Juliana com aquele cara, vestida daquele jeito, ele ficou boquiaberto. Ela estava linda, impecável. E Juliana fingiu que não havia visto o rapaz e continuou dançando, até que Marcelo tentou beijá-la.


– Desculpa, você é lindo e tudo, mas não quero que as coisas se apressem. – disse Juliana se esquivando do beijo.


– Mil desculpas, é que você é tão linda, tão cheirosa que me perdi o controle. Foi mal mesmo. – disse Marcelo um pouco sem graça.


– Quero beber alguma coisa, vamos voltar pra mesa? – disse Juliana


– Ué, já cansou amiga? – disse Agatha quando Juliana sentou-se do seu lado.


– Não, meu pé está gritando dentro desse salto. Amiga o Marcelo tentou me beijar, eu fiquei sem reação. Ele é lindo demais, só que eu não quero apressar as coisas. – disse Juliana que olhou para Marcelo e viu que ele estava a encarando.


– Ué, o que você disse quando saiu de casa? O Marcelo é uma boa pessoa, eu sempre falei de você pra ele. Ele está fazendo faculdade de Advocacia, é da sala do Rodrigo. Eles estudam juntos, e o Marcelo não gostava de balada, só veio parar aqui por que a namorada o traiu e ele se revoltou. Quase a mesma coisa que você. – disse Agatha sorrindo.


– Da sala do Rodrigo? Bom saber. – disse Juliana dando um sorriso irônico. – Marcelo, vamos dançar? – disse Juliana arrancando sorrisos e olhares ao levantar da mesa.


– Decidiu vir dançar agora, porque? – disse Marcelo sorrindo.


– Por nada, só quero curtir. – disse Juliana que sem notar, deu beijo em Marcelo. E quando as coisas estavam começando a ficar quente, ela decidiu chamar o rapaz pra ir pra fora da boate. – Vamos lá pra fora? Aqui está calor.


– Lógico. Como você quiser. – disse Marcelo.


– Amiga, vamos ficar lá fora, qualquer coisa me liga. – disse Juliana piscando o olho para a amiga.


 


Juliana segurou na mão de Marcelo e ao passar por Rodrigo decidiu parar e cumprimentar a namorada do rapaz.


– Oi Fernanda, tudo bem? – disse Juliana ironicamente.


– Tudo bem Juh, você está linda. – disse Fernanda dando um beijo no rosto de Juliana.


– Obrigada, vocês também está. – disse Juliana


 


COLOQUEM A MÚSICA PARA CARREGAR. QUANDO EU AVISAR, DEÊM PLAY.


Rodrigo cumprimentou Marcelo, e não conseguia tirar os olhos de Juliana. Como ela estava linda. Mais linda que o normal, mas que pena que não estava assim pra ele.


 


Juliana e Marcelo foram pra fora da boate e entraram no carro dela. Conversaram, ela contou que estava gostando de um cara e ele confessou que ainda amava a ex-namorada, se beijaram e depois de muito tempo ela decidiu ir pra casa, chamou Agatha que decidiu ficar mais um pouco. E como as duas estavam em carros separados, resolveu ir embora sem a amiga. E ao chegar em casa…


– O que você está fazendo aqui? Sua irmã não veio comigo, ficou na boate. – disse Juliana para Rodrigo, que estava sentando num banco que havia ao lado da porta de seu apartamento.


– Eu não estou esperando a Agatha, quero falar com você. E nem tente bater a porta na minha cara. – disse Rodrigo


– O que você quer Rodrigo? Acho que deu pra você entender bem tudo o que eu te disse ontem. Eu também falei que nunca mais era pra você aparecer na minha frente não falei? – disse Juliana não deixando Rodrigo falar nada.


– Eu só queria te dizer que o Marcelo ama a ex-namorada dele. Ele não quer ficar com você, só quer curtir. – disse Rodrigo arrancando gargalhadas de Juliana.


– Eu não te pedi satisfações, ao contrário de muitos que eu já fiquei, o Marcelo foi sincero comigo, me disse que ainda ama a ex-namorada dele, e a gente só ficou. Não foi nada demais e eu também disse que amo o meu ex-namorado. Então se era só isso, você pode ir embora. – disse Juliana entrando no apartamento e falando com Rodrigo da porta.


– Então, é isso. Você ama o seu ex? Tem certeza? Então por que vocês não estão juntos? – disse Rodrigo afim de irritar Juliana.


– Eu não te devo satisfações da minha vida. Ta pensando que você é quem? Mas se você quer mesmo saber, nós iremos nos casar no final do ano. Pode deixar que eu te mando convite, pra você e pra sua namorada. – disse Juliana dando um sorriso.


– A Fernanda não é mais minha namorada. Ela decidiu voltar com o ex dela, e eu também disse que ia tentar… – disse Rodrigo se mostrando meio triste com o que tinha acabo de ouvir. Ele não conseguia falar mais nada a decidiu ir embora.


– Tentar o que? – perguntou Juliana.


– Nada. Eu não deveria nem ter vindo aqui. Desculpa por ontem, por hoje, por tudo. Vou te deixar em paz. Felicidades. – disse Rodrigo indo embora.


 


Juliana ficou sem entender o porquê Rodrigo havia ido lá falar com ela. Ela percebeu que ele estava triste, mas sabia que ele podia estar carente e querendo brincar com ela de novo e decidiu deixa-lo ir.


– Bom dia amiga. Toma, chegou mais uma carta pra você hoje. – disse Agatha entregando a carta para Juliana que foi correndo para o quarto ler.


 



DEÊM PLAY NA MÚSICA.



“Oi, fiquei dois dias sem te escrever porque fiquei procurando palavras e tentando juntar algumas coisas para te escrever essa carta. Eu não sei por onde começar, pela primeira vez está me faltando palavras. Meu coração está apertado, magoado, quebrado em pedacinhos, mas eu vou ser forte e falar tudo de uma vez. Sei que você está achando estranho, hoje é dia 13 e não chegou nenhum presente pra você junto com a carta, vou explicar. Esse dia hà muitos anos atrás foi muito importante pra mim e todos esses anos que te escrevo tentei fazer com que fosse pra você também, mas infelizmente não consegui. Sei que você ama outro e que nunca vai conseguir gostar de mim, por isso decidi que não irei mais te mandar cartas. Eu sei que pode ser bobagem, mas queria que você soubesse que eu não sou mais nenhuma criança e eu amo você de verdade, um amor que não é novo, é um amor antigo, porém que renova a cada dia e te ver apaixonada por outro está doendo muito em mim. Não sei se você fica feliz em receber essas cartas, e queria te dizer pra não sentir medo de mim. Eu tenho uma pessoa que olha você por mim, por isso sei de tantas coisas. Queria também que guardasse todas essas cartas, por que um dia eu vou voltar a te escrever, eu prometo. Mas eu preciso me afastar um pouco. Preciso fazer loucuras por outra pessoa que dê valor à elas. Obrigada por me fazer feliz, pode acreditar que você me fez. Sou o homem mais feliz desse mundo por ter tido a oportunidade de amar uma mulher incrível como você. E olha, não se entrega pra quem não te merece, tá? Não se entrega pra nenhum cara, nem que ele seja lindo, bonito, o seu tipo de garoto, nem que ele seja.. o irmão da sua amiga. Não se entrega por quem não merece. Seja feliz. E olha, também fiquei sabendo que o seu ex-namorado te pediu em casamento, aceite. Pois ele deve te amar de verdade, e pode te ter e te fazer feliz todos os dias. E não espere por alguém, que talvez nunca virá; Adeus… ou não. Eu te amo, pra sempre.”


 


Agatha entrou no quarto e viu a amiga aos prontos, nunca havia visto Juliana chorar daquele jeito. Ela ficou sem reação, e Juliana abraçou a amiga. Sabe aqueles abraços que dói de tão apertado que é? Um abraço doloroso mesmo, que parece que a pessoa tá querendo te mostrar a dor que está sentindo?


– O houve amiga, fala o que aconteceu. – disse Agatha desesperada.


– Acabou Agatha, ele não quer mais saber de mim. – disse Juliana soluçando


– Como assim não quer mais saber de você? De quem você está falando Juliana?


– Quem me escrevia as cartas. Lê e me diz o que você acha. – disse Juliana


Agatha leu a carta e se emocionou mais uma vez.


– Agora me diz, como eu vou viver sem receber essas cartas? Como esse cara pode me conhecer tanto? Como ele pode sumir assim do nada? Aparecer do nada e mudar toda uma vida e agora querer ir embora assim? Você sabe que eu só consegui superar muitas coisas por causa dessas cartas, foram elas que me deram e que me dão forças. Como Agatha, me diz como… – disse Juliana abraçando a amiga.


– Juliana, se acalma e me explica. Esse cara das cartas parece estar magoado com alguma coisa, e no final ele deixa bem claro isso. O que ele quis dizer, quando escreveu: ”Não se entrega pra nenhum cara, nem que ele seja lindo, bonito, o seu tipo de garoto, nem que ele seja.. o irmão da sua amiga.” E não tenta mentir pra mim. – disse Agatha.


– Tá bom Agatha, me desculpa por não te contar. Mais enquanto seu irmão estava aqui nós ficamos juntos e… transamos. – disse Juliana deixando Agatha surpresa.


– O QUE? VOCÊS O QUE?- disse Agatha abrindo um sorriso e surpresa com a amiga.


– É Agatha, pode brigar comigo agora. Eu sei que seu irmão não vale nada, mas eu estava carente, e acabou acontecendo. – disse Juliana


– Eu já desconfiava. Você gosta dele, né? – perguntou Agatha


– Lógico que não. Tá maluca? Você sabe que eu gosto do Daniel, e nunca senti nada pelo seu irmão. Foi só… carência. – disse Juliana tentando cortar a conversa.


– Tudo bem, amiga. Eu vou ir almoçar com o Rodrigo agora. Quando eu voltar, conversamos ta? Fica bem. Beijos. – disse Agatha.


Na casa do irmão..


– Olha só, pode sentando aqui e me contando que história é essa de você e a Juliana ficarem juntos lá em casa. Porque você fez isso? Eu te falei que ela estava triste e você se aproveitou disso, Rodrigo? Como você pode fazer isso com a minha amiga? – disse Agatha dando um sermão no irmão.


– Agatha, por favor. Eu não me aproveitei de ninguém. Eu e a Juliana sabíamos bem o que a gente estava fazendo. E eu só quis conversar com ela, saber o que estava acontecendo. Tentei me aproximar dela pra ficar bem enquanto eu estava na casa de vocês, mas aconteceu. E foi só aquilo, acabou. Nunca mais vai acontecer. – disse Rodrigo mostrando-se impaciente.


– Eu não vou deixar você machucar a Juliana que nem você já fez com as suas namoradas. Se você não gosta dela, fica longe dela por favor. Eu amo a minha amiga o suficiente pra saber que você nunca conseguiria fazê-la feliz. Você não quer compromisso com ninguém Rodrigo. Não sei por que você é assim. – disse Agatha se mostrando triste com o irmão.


– Tudo bem Agatha, chega. Não precisa brigar comigo. Eu vou ficar longe dela, pode deixar. – disse Rodrigo.


 


Depois de passar à tarde com o irmão, Agatha voltou pra casa e encontrou a amiga vendo filme.


– Oi amiga, tudo bem? Melhorou? – perguntou Agatha deixando as chaves em cima da mesa e dando um beijo na testa da amiga.


– Estou melhor amiga. – disse Juliana sorrindo.


– Nossa, que sorriso é esse? Perdi alguma coisa? – disse Agatha


– O Daniel me ligou e disse que está vindo aqui pro Rio me ver. – disse Juliana dando um sorriso.


– Sério? Que bom amiga. Estou tão feliz por você. – disse Agatha feliz com a amiga.


 


Daniel ficou hospedado em um Hotel perto da casa de Juliana e os dois decidiram namorar. Juliana estava feliz com ele ali. E Daniel também estava feliz por ter Juliana junto com ele novamente. Os dois se entregaram a paixão de vez.


– Juh, eu te faço feliz? – perguntou Daniel.


– Lógico que sim. Por que está perguntando isso? Você não está feliz? – disse Juliana


– Lógico que estou amor, é que às vezes você está comigo, mas parece que está tão longe. Às vezes eu te beijo e parece que você não me beija sabe? Não me beija com vontade. – disse Daniel de cabeça baixa.


– Não é nada disso, desculpa amor. Mas sei lá, eu gosto de você, de ficar com você e você sabe disso. Não inventa coisas. – disse Juliana dando um selinho em Daniel.


Os dois ficaram abraçados e Juliana pode ver Rodrigo do outro lado da rua, observando os dois e quando ele percebeu que Juliana tinha visto ele ali, decidiu ir embora.


– Oi, posso conversar com você Agatha? – disse Rodrigo aparecendo na casa da irmã.


– O que houve? Aconteceu alguma coisa que você está assim? – disse Agatha preocupada ao ver que o irmão estava triste.


– Eu acho que vou voltar pra São Paulo. – disse Rodrigo chateado.


– Como assim voltar pra São Paulo Rodrigo? Você tem seu trabalho aqui, seu apartamento, como assim você quer voltar? – disse Agatha sem entender a decisão do irmão.


– Eu preciso voltar pra São Paulo. Lá eu estava bem, com meus amigos, aqui eu não me sinto bem. Não estou à vontade. E ultimamente as coisas não têm dado muito certo. Não quero continuar. – disse Rodrigo chateado com alguma coisa.


– É por causa do que aconteceu com você e com a Juliana? Se for, fica despreocupado. Ela voltou com o ex-namorado. Ela está bem e feliz com ele. Dorme aqui hoje, fica aqui perto de mim, vai te fazer bem. Melhor do que você ficar naquele apartamento. – disse Agatha abraçando o irmão.


– Desculpa por ter trago problemas pra você? Eu juro que não queria. – disse Rodrigo deitando no colo da irmã.


– Fica tranquilo, já passou. Eu fiquei triste pela Juliana, porque ela estava magoada e você não deviam ter feito aquilo, mas já fizeram, não tem como voltar atrás. Agora com o Daniel aqui, ela vai ficar bem. – disse Agatha que podia sentir as lágrimas do irmão caindo sobre a sua perna, enquanto ele estava deitado em seu colo.


– Eu nunca me dei bem com a Juliana, você sabe disso, sempre a odiei, mas depois desse tempo que fiquei aqui eu vi que ela é uma boa pessoa e não merece o que eu fiz com ela. Ela tem razão em ter ficado chateada comigo. Eu só queria deixa-la feliz. – disse Rodrigo chateado.


– Ei, eu já falei que passou. Ela está feliz agora, e você precisa ser feliz também. Porque não liga para a Fernanda? – disse Agatha sorrindo para o irmão.


– A Fernanda? Eu não. Ela deve estar namorando ainda. – disse Rodrigo limpando o rosto.


– Você vai ligar pra ela hoje e vai marcar um encontro com ela aqui em casa, pode falar pra ela vir aqui. Amanhã a gente almoça junto. A Juliana vai trazer o Daniel e é bom que todo mundo se conhece. – disse Agatha dando o telefone na mão do irmão.


 


No dia seguinte…


– Juh, tem certeza que você não ficou chateada por eu ter convidado a Fernanda pra vir almoçar com a gente? – perguntou Agatha


– Lógico que não amiga, eu estou muito feliz com o Daniel e nada vai estragar isso. Eu nem vou perceber que tem mais alguém aqui, a não ser nós dois. – disse Juliana sorrindo.


– Nossa, desculpa. Não sabia que O Daniel era tão importante assim. – disse Agatha. – Acho que o Rodrigo e a Fernanda chegaram. Vou abrir a porta.


– Juliana, vem aqui na porta. – gritou Agatha.


– O que foi…. – Juliana ficou espantada ao olhar pra porta e não acreditava no que estava vendo. Era uma caixa vermelha, com uma faixa escrita: de seu fiel e eterno escritor.


– Me ajuda a colocar isso no meu quarto, antes que o Daniel chegue e pergunte o que é isso. Não quero que ele veja essas coisas. – disse Juliana empurrando a caixa.


– Nossa, o que será que tem aí? Essa caixa é enorme. – disse Agatha surpresa.


– Não sei, vou abrir e ver. Fica na sala, quando alguém chegar, bate na porta do meu quarto. – disse Juliana trancando a porta e indo ver o que tinha dentro.


 


Ao abrir a caixa Juliana encontrou muitos presentes e cartas. Tinha um monte de presentes, entre eles chocolates, pulseiras, anéis, joias lindas, e cartas… muitas cartas. E Juliana decidiu pegar a maior de todas e única de cor diferente. Era vermelha e as demais eram todas brancas. E ao ler o que estava escrito..


“Eu sabia que você iria ler essa primeiro, coloquei ela em destaque por isso mesmo. Aqui estão todas as cartas que eu fiquei sem te mandar todos os dias, pois é, mesmo sem mandar nenhuma, eu escrevia todos os dias e fui guardando. Desculpa também por aquela ultima carta que eu te mandei, acho que não estava me sentindo bem. Eu jamais deixaria você. Espero que leia com calma todas as cartas, na ordem certa e nelas você irá encontrar pistas sobre quem eu sou. Junte todas elas e quem sabe um dia você poderá chegar até mim.”


 


– Amiga todos já chegaram. – disse Agatha batendo na porta.


– Já vou amiga. Já vou. – gritou Juliana colocando as coisas na caixa e indo pra sala almoçar. – Oi amor. – disse Juliana dando um beijo em Daniel. Cadê a sua namorada Rodrigo?


– A minha amiga já deve estar chegando. Marquei de encontra-la aqui. – disse Rodrigo tentando desviar o olhar.


– A campainha está tocando, deve ser ela. – disse Rodrigo indo abrir a porta.


– Oi gente, com licença. – disse Fernanda envergonhada, se sentando à mesa.


– Fernanda? – disse Daniel espantado.


– Vocês se conhecem? – perguntou Juliana olhando para o namorado.


– Sim. Eu encontrei com ela uma vez no carnaval de Salvador. Ela é amiga da Marien. – disse Daniel surpreso. Ele já havia ficado com Fernanda.


– Como esse mundo é pequeno né, gente. – disse Agatha olhando para Rodrigo e dando um sorriso irônico.


– É verdade. Mas vamos almoçar? – disse Juliana tentando acabar com a conversa.


 


Enquanto eles almoçavam, Rodrigo não tirava os olhos de Juliana. E ela sentiu alguma mexendo nos seus pés. Achou que era Daniel, mas ele estava de tênis e não poderia ser ele. Então, que ela olhou para Rodrigo e ele mexeu com a cabeça, fazendo sinal de que era ele. Ele fazia carinho na perna de Juliana, que estava gostando daquilo, mas quando acabou de comer chamou Daniel e o restando do pessoal para assistir um filme.


– Vamos assistir Pra Sempre Ao Seu Lado? – disse Juliana. – Vou buscar o filme e já volto. Juliana havia acabado de ganhar o DVD do filme. Na capa do DVD estava escrito que ela tinha que assistir o filme hoje com os seus amigos e se sentar do lado esquerdo do sofá.


– Esse filme é lindo, com certeza vou chorar. – disse Fernanda


– É, eu também. – disse Agatha.


 


COLOQUEM A MÚSICA PARA CARREGAR, QUANDO EU AVISAR, DEEM PLAY.


 


Agatha ligou o ar-condicionado e se sentou com os amigos. Agatha deitou na poltrona, Daniel se sentou do lado direito do sofá, ao lado dele estava Juliana, que logo em seguida tinha Rodrigo e depois Fernanda. Ela ficou nervosa quando Rodrigo se sentou ao lado dela, mas resolveu não se levantar pra ninguém desconfiar de nada. Eles estavam cobertos com um edredom fino, que ficava forrado no sofá. Eles não, Juliana que sentia frio à toa. Era a única que estava com frio ali, até que ela sentiu alguém pegando em sua mão. Ela respirou fundo, sabia que era Rodrigo que estava fazendo aquilo e tirava a mão e toda hora ele pegava na mão dela de novo, até que ela resolveu deixar, viver aquele romance momentâneo seria bom. Não tinha nada demais, ninguém estava vendo. E mesmo achando estranho, fazia carícias na mão de Rodrigo e ele o mesmo.


 


Quando acabou o filme, todos foram embora. Daniel se despediu de Juliana e Fernanda de Rodrigo, que decidiu ficar mais um pouco.


– Agatha, posso falar com você um minuto? – perguntou Rodrigo.


– Lógico maninho, vamos lá no meu quarto. – disse Agatha indo conversar com o irmão. – Me conta, o que aconteceu. Está com uma carinha triste.


 


Rodrigo começou a desabafar com a irmã e contou coisas que Agatha nunca esperou ouvir do irmão.


– Como assim Rodrigo? Isso que você está me dizendo é muito sério. É verdade mesmo? – disse Agatha que não sabia se ria, se chorava, se brigava com ele… estava sem saber o que fazer. – Você é maluco? Como você pode ter feito isso? Alguém mais sabe?


– Sim, algumas pessoas que eu não posso contar agora. Mas por favor, não conta isso pra ninguém. Por favor. – disse Rodrigo segurando na mão da irmã que ainda estava surpresa com o que acabou de ouvir.


 


Os dois voltaram pra sala e Rodrigo se despediu de Juliana.


– Tchau Juliana, obrigada por ter recebido a Fernanda aqui. – disse Rodrigo dando um beijo no rosto dela.


– De nada. Pode aparecer quando quiser. – disse Juliana olhando para a televisão.


– Tchau maninha, amanhã antes de eu ir viajar, você vai lá em casa? Minhas coisas já estão arrumadas, queria ficar com você um pouquinho antes de ir. – disse Rodrigo abraçando o irmão.


– Lógico que vou maninho, pode deixar que apareço lá de manhã. O voo é que horas? – perguntou Agatha segurando a mão do irmão.


– Às 14h. Agora deixa eu ir.. e olha, segredo tá? – disse Rodrigo sorrindo.


– Tudo bem, segredo. – disse Agatha cruzando os dois dedos.


– Seu irmão vai viajar, é? – perguntou Juliana


– Não, ele vai voltar pra São Paulo; - disse Agatha


– Como assim voltar pra São Paulo? Ele não está morando e trabalhando aqui? Ele também não sabe o que quer. – disse Juliana


– Sabe sim, Juliana. Ele sabe melhor do que ninguém o que ele quer. Mas ele veio pra cá na intenção das coisas melhorarem, mas não deu certo, e ele decidiu voltar e eu apoio. É melhor mesmo que ele vá e fique longe… – disse Agatha que se calou para não falar mais.


– Ficar longe de que Agatha?


– De nada amiga. Ele quer voltar porque está sentindo falta dos amigos. E lá ele vai voltar para a empresa dele e pra casa dele e vai ficar melhor. – disse Agatha tentando acabar com a conversa.


– Tá né. – disse Juliana indo para o quarto ler as cartas.


 


DEEM PLAY NA MÚSICA.


Revirou as cartas, colocou-as em ordem e começou a ler.


 


CARTA_01 - “Mas vou ficar aqui. Até que o dia amanheça. Vou me esquecer de mim. E você, se puder, não me esqueça.”


 


CARTA_02 - “Você sente falta, eu sei que sente. Pode até andar por aí soltando gargalhadas e fingindo se divertir tudo isso pra todos acharem que não se importa com o passado, com as minhas cartas, mas eu sei que quando volta pra casa sozinha lembra-se de tudo que eu te escrevia. Sei que esse vazio no teu peito é saudade de recebê-las, que pra tentar fugir disso foi em busca de coisas diferentes, mas os vinte amigos novos que encontrou são iguaizinhos os vinte amigos velhos que você tinha, e te fazem lembrar de mim, das minhas palavras, da minhas declarações de amor. Os meninos que agora correm atrás de você não conseguem te preencher e nem te fazer esquecer o que sente por mim. Era tua vida, era boa, teus sorrisos eram sinceros, não havia dor, só que tudo desmoronou, e agora você vive assim, vazia. E agora que as tem em suas mãos, poderá quem sabe me encontrar e viver comigo esse amor que você sabe que sente, e que também sabe que não é pouco.”


 


CARTA_03 - “Me desculpe se alguma vez eu disse pra você me esquecer, sendo que a intenção era fazer você lembrar de mim todos os dias.”


 


CARTA_04 - “Talvez você case, talvez não. Talvez tenha filhos, talvez não. Talvez se divorcie aos quarenta, talvez dance ciranda em suas bodas de diamante. Faça o que fizer não se auto congratule demais, nem seja severa demais com você, as suas escolhas tem sempre metade das chances de dar certo, é assim para todo mundo.”


 


CARTA_05 - “Eles brigavam muito, não concordavam em muitas coisas. Na verdade não concordavam em quase nada. Se provocavam o tempo todo, mas apesar das diferenças eles tinham algo muito em comum: eram loucos um pelo outro!”


 


– Amiga? – disse Agatha abrindo a porta do quarto.


– Oi amiga, pode entrar. – disse Juliana limpando o rosto que estava molhado pelas lágrimas que não parava de cair à cara palavra que ela lia naquelas cartas.


– Tudo bem? – perguntou Agatha.


– Agatha, eu vou aceitar o pedido de casamento do Daniel. – disse Juliana de cabeça baixa.


– Como assim Juliana? Você sabe que se casar é um passo muito adiante. Você tem certeza? E o cara das cartas? Como ele vai ficar? – perguntou Agatha sem reação com o que Juliana acabou de dizer.


– E se esse cara for o Daniel? É Agatha.. eu não te contei. Mas quando a gente tava junto em Salvador ele disse que tinha que fazer uma coisa muito importante, aí eu segui ele e o vi entrando no correio. Aí eu fui até lá e ele disse que foi ver se tinha alguma encomenda pra ele. Mas eu percebi que era mentira, porque ninguém vai ao correio saber se chegou correspondência. É ele Agatha, eu tenho certeza. – disse Juliana com um olhar esperançoso.


– Só porque você o viu no correio está achando que é ele? Eu acho que você não deveria fazer isso. – disse Agatha impaciente.


– Não estou entendo você. Você sempre me deu força pra ficar com o Daniel e agora está colocando tudo contra? O que aconteceu? – perguntou Juliana sem entender o porque a amiga estava assim.


– Nada, não aconteceu nada. Foi o que eu disse. Casamento é uma coisa séria, um passo muito em diante, esse cara das cartas te ama muito, se não amasse não iria te escrever tantos anos assim, ele te conhece como ninguém. E se não for o Daniel? E se depois que você se casar ele continuar te mandando essas cartas? Você vai ficar perdida, sem saber o que fazer e você sabe que vai. E você nem tem certeza se é o Daniel. – disse Agatha segurando Juliana pelo braço.


– Eu não vou ficar tentando desvendar esse mistério. A minha vida não é um jogo de adivinha. Eu vou me casar com o Daniel. – disse Juliana. – Já me decidi.


– Então tá bom, você que sabe. Vou sair. Beijos. – disse Agatha saindo do quarto chateada.


 


Flashback


– Você não quer ir embora né? – perguntou Agatha sentando na cama e vendo Rodrigo arrumar as coisas.


– Quero. Eu preciso ir embora. Não estou me sentindo bem aqui. – disse Rodrigo arrumando as coisas.


– É por causa dela não é? Porque você não a procura e conta que está sentindo alguma coisa por ela? Ela vai ficar sentida e vai desistir de se casar com o Daniel. – disse Agatha pegando a roupa que o irmão segurava na mão.


– Então ela vai mesmo se casar? – disse Rodrigo.


 


Naquele minuto passou várias coisas na cabeça dele. Como ela iria se casar com outro cara? Será que ela já tinha esquecido o que havia acontecido entre eles? Será que ela se arrependeu mesmo de ficar com Rodrigo? Começou a passar um filme na cabeça dele, e tudo que ele queria era esquecer o que estava sentindo por Juliana e ir embora.


– Ela me disse que acha que ele é o cara das cartas, disse que o viu entrando no correio, sei lá, uma coisa assim. Mas talvez se você procurar ela…


– Esquece Agatha. Eu não vou procurar ninguém. O que eu sinto pela Juliana é ódio. E eu espero que esse Daniel seja mesmo o cara das cartas, porque só assim ela fica com ele e nunca mais a gente se fala. Eu cansei de tentar ajudar. Tentar lembrar, tentar esquecer. Eu to confuso. Preciso voltar. – disse Rodrigo


– Eu vou com você. – disse Agatha se levantando.


– Como assim você vai comigo, Agatha? E a Juliana? – disse Rodrigo segurando o braço da irmã.


– Eu não vou te deixar ficar em São Paulo sozinho. Eu sei que você está sentindo alguma coisa pela Juliana e eu não te quero ver sofrendo. Quando a Juliana se casar, o Daniel deve ir morar com ela e eu vou pra São Paulo com você. É isso. Está decidido. – disse Agatha abraçando o irmão.


– Por que logo ela Agatha? Porque não outra garota? Eu sinto raiva cada vez que me afasto da Juliana e que dá vontade de voltar pra perto dela. Eu não posso e não quero gostar dela. Nós nos odiamos, e eu nunca vou atrás dela. Nunca mais. – disse Rodrigo com um pouco de raiva.


– Porque tinha que ser assim Rodrigo. Vocês ficaram juntos várias vezes, era de se esperar que isso ia acontecer. – disse Agatha levantando a cabeça do irmão.


– Você acha que eu devo ir me despedir dela? – perguntou Rodrigo dando um sorriso.


– Acho. Vai ser ótimo. Passa lá em casa às 22h. Eu vou sair e deixar vocês sozinhos. – disse Agatha piscando para o irmão.


Fim do Flashback.


 


– Tem certeza que você tem que voltar amor? Fica mais um pouco. – disse Juliana para Daniel.


– Tenho amor. Mais vai ser por pouco tempo, eu volto para a gente resolver as coisas do casamento. Falei com seus pais hoje, e eles ficaram muito felizes. E eu estou muito feliz também por você ter aceitado o meu pedido. Eu vou mais eu volto, ta? Fica bem meu amor. Se cuida. – disse Daniel dando um ultimo beijo em Juliana e indo embora.


 


– O Daniel já foi? – perguntou Agatha saindo do banheiro toda arrumada.


– Foi sim, ele disse que depois volta para resolver as coisas do casamento. – disse Juliana sentada na mesa e viajando nos pensamentos.


– Eu vou sair e não vou dormir em casa hoje, tá? – disse Agatha


– Vai dormir na casa do seu irmão? – perguntou Juliana.


– Não sei. Te mando notícias. Beijos, se cuida. – disse Agatha saindo de casa.


Não demorou 30 segundos e a campainha tocou. Juliana achou que era Agatha, mas não…


– Esqueceu alguma coisa amiga? – disse Juliana abrindo a porta e dando de cara com Rodrigo.


– Posso entrar? – disse Rodrigo.


– Pode sim, entra. Só que a Agatha acabou de sair e disse que não vai dormir em casa, então acho melhor você voltar outra hora. – disse Juliana nervosa com a presença de Rodrigo.


– Eu sei que ela não vai dormir aqui e é por isso que eu estou aqui. Vim pra gente conversar. Eu vou embora pra São Paulo amanhã de manhã e queria conversar com você antes. – disse Rodrigo chagando perto de Juliana.


– A Agatha me disse que você vai voltar. Boa viagem, ta? Acho eu quero ficar sozinha. – disse Juliana indo em direção à janela da sala.


– Então você vai se casar, né? Aquele tal de Daniel? – perguntou Rodrigo colocando a mão sobre os ombros descobertos de Juliana e fazendo-a se arrepiar.


– Lógico que eu amo. Descobri que é ele que me escreve as cartas. Ele é homem da minha vida. – disse Juliana que fechava os olhos com força.


– Falando em carta, eu esqueci. O porteiro mandou te entregar isso. Ele disse que chegou faz poucas horas. – disse Rodrigo entregando uma carta para Juliana.


– Achei que eu ficaria sem cartas hoje. Obrigada. Agora me dá licença que eu vou ler. – disse Juliana se sentando no sofá.


Enquanto Juliana lia a carta, Rodrigo a observava da janela da sala. Ela estava com uma carinha tão linda, com um olhar tão doce até que ele percebeu que ela deixou lágrimas caírem pelo rosto.


– O que houve? – perguntou Rodrigo se sentando de joelhos em frente de Juliana.


– Nada, eu quero ficar sozinha. Vai embora por favor Rodrigo. – disse Juliana empurrando Rodrigo para trás o fazendo cair no chão.


– Eu não vou embora. Eu quero me despedir de você, e talvez se eu não te ver nunca mais pelo menos quero que você tenha uma lembrança boa de mim. – disse Rodrigo segurando Juliana.


Rodrigo e Juliana estavam cada vez mais com desejo de ficarem juntos outra vez. Ele a jogou no sofá e deitou em cima dela. Deram um beijo quente, desse de tirar o fôlego. Foram tirando a roupa. Juliana não conseguia parar, mesmo tendo se magoado da ultima vez. Rodrigo a pegava de um jeito tão quente, tão bom, que a fazia se arrepiar toda.


– Vamos para o meu quarto. – disse Juliana beijando o pescoço de Rodrigo.


Ao chegar no quarto, Rodrigo fechou a porta e jogou Juliana em cima da cama e começaram a se beijar. Ele dava beijos no pescoço de Juliana fazendo – a ficar totalmente arrepiada e ela arranhava as costas dele com força, sem se importar se no dia seguinte ficaria marcas ou não. Os dois se queria, se desejavam, até que Juliana resolveu tentar parar.


– Rodrigo isso não é certo. – disse Juliana cravando as unhas nas costas de Rodrigo.


– Eu quero, você quer. Nós dois desejamos isso e desde a ultima vez eu sei que você sempre quis ter uma noite comigo de novo, eu também senti saudades de ficar assim com você. Deixa acontecer. – disse Rodrigo beijando a barriga de Juliana, arrancando gemidos fracos.


– Eu vou me casar e eu amo o meu namorado. – disse Juliana


– Então, responde uma coisa: ele te dá tanto prazer como eu te dou? Ele te arrepia toda como eu faço? Ele te faz perder a cabeça e ficar louca de paixão? Me responde olhando nos meus olhos.


Juliana não conseguia dizer, ela já havia transado com Daniel antes, mas foram duas vezes apenas, de todas as vezes ela se arrependeu. Ela não se sentia bem depois de fazer sexo com Daniel, ela sentia que faltava alguma coisa. Faltava carinho, faltava tesão, faltava amor, faltava paixão. Faltava tudo que ela sentia quando estava com Rodrigo.


Eu sabia que não. – disse Rodrigo puxando o cabelo de Juliana e beijando os seios dela.


Juliana resolver inverter a situação e se deitou em cima de Rodrigo. Tirou a boxer que ele usava e ficou se mexendo pelo corpo de Rodrigo, que logo virava os olhos de tanto tesão que ele estava sentindo. Juliana arranhou a barriga de Rodrigo e logo em seguida foi dando beijos totalmente molhados por todo seu corpo, até chegar próximo ao seu membro. Nessa hora Rodrigo não se aguentava mais, estava mordendo os lábios e puxando o cabelo de Juliana com muita força.


– Você quer ficar comigo? – perguntou Rodrigo puxando Juliana pela cintura.


– É tudo que eu quero, nesse momento. – disse Juliana puxando Rodrigo para um beijo.


Rodrigo então juntou seu corpo no de Juliana e fizeram amor. Aquilo não se podia chamar de sexo. Sexo é meio contraditório, eles estavam se amando, dava pra perceber em como os dois ficavam juntos. Pareciam que já estavam juntos faziam anos. Juliana gemia e Rodrigo cada vez mais fazia movimentos leves, que eram torturosos para Juliana. Que implorava por velocidade.


– Me leva no paraíso que só a gente conhece. Me faz mulher por um segundo, só agora Rodrigo por favor. – disse Juliana dando um beijo molhado no ouvido de Rodrigo.


– Só se você olhar nos meus olhos e disser que o Daniel vai te fazer mais feliz do que eu. – disse Rodrigo mordendo a boca de Juliana.


 


Juliana não respondeu e aproveitou mais um pouco. Mas ela sabia que não podia seguir em frente com aquilo. Ela estava decidida, ela queria se casar com o Daniel e parar de pensar que poderia gostar de um cara de novo e sofrer como foi das outras vezes.


– Vai embora Rodrigo, por favor. – disse Juliana colocando a blusa.


– Por que você está fazendo isso? Foi bom pra você e pra mim também. Você não quer que eu vá embora. – disse Rodrigo segurando Juliana pela cintura.


– Eu odeio você. Isso aqui foi um erro, e nunca mais vai acontecer. E desse vez eu estou falando sério. – disse Juliana


– EU QUE ODEIO VOCÊ. – gritou Rodrigo indo embora.


 


Rodrigo foi embora arrasado chateado. Juliana também ficou chateada. Os dois não podiam ter deixado às coisas chegarem nesse ponto. Se tinha sido tão bom, porque tinha que doer tanto assim? Porque não podia ter sido mais calmo? Rodrigo foi para São Paulo e decidiu esquecer tudo que tinha acontecido no Rio, mesmo sabendo que iria ser difícil. Juliana parou de receber as cartas, e ficou mal com isso, mas mesmo assim estava decidida que iria se casar com Daniel, ela ainda tinha esperanças de que fosse ele que escrevia todas aquelas cartas. Agatha conheceu um cara bacana, e começou a namorar. Juliana conseguiu se tranquilizar e ficar mais segura em relação a Daniel, Rodrigo ficou só em São Paulo sem querer namorar outra pessoa.. Tão cedo.



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Autor(a): welovefanfics

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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São Paulo, sexta-feira, 21:45 – Oi Rodrigo, tudo bem? – perguntou Agatha com uma voz triste no telefone. – Tudo sim e com você? Que voz é essa? Aconteceu alguma coisa? – perguntou Rodrigo preocupado – Briguei com a Ju e estou na casa do meu namorado. – disse Agatha com uma voz cansada. – Brigaram por quê ...


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Comentários do Capítulo:

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  • giovana74 Postado em 06/02/2013 - 23:47:12

    Posta mais!!! Posta mais!! E agora??

  • giovana74 Postado em 06/02/2013 - 23:46:58

    Posta mais!!! Posta mais!! E agora??


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