Fanfic: Teen Wolf | Tema: Teen Wolf
TUDO ESTAVA UM BORRÃO A MINHA VOLTA E TENHO QUE CONFESSAR QUE A SENSAÇÃO DE SENTIR O VENTO EM MINHA PELE, ROÇANDO POR entre os pelos de meus braços... aquilo era mais do que divertido, era... prazeroso.
Paul ainda segurava o meu braço enquanto corríamos, ele parecia esperançoso demais, assim como Joe. Eu conseguia ouvir a respiração de Joe ― não ofegante mesmo correndo como estávamos ―, atrás de mim, nem mesmo Paul estava ofegante, nem eu... aquilo era maravilhoso.
Paul não diminuiu a velocidade, mas ele foi soltando o meu braço quando eu realmente comecei a correr com ele e com Joe. Eles seguiram floresta adentro e me perguntei até quando a floresta de Beacon Hills era tão imensa. Paul segurava em meu braço, agora, para me conduzir pelo caminho e Joe ria atrás de mim, o que me deixou completamente irritado porque ninguém havia dito alguma piada sequer. Ridículo.
Corremos mais alguns minutos e ele parou de correr, fazendo com que eu parasse automaticamente com ele, deparando-me com uma casa de dois andares abandonada a nossa frente. Havia uma pequena ponte de madeira sobre um rio que circulava aos arredores da casa.
O sol havia começado a sair a minha direita. Eu sabia que eu não iria torrar no sol como nos filmes antigos, pois ele nem Joe torraram quando saíram da escola no dia anterior, então me tranquilizei. Mas aquilo me fez lembrar que fazia uma noite fora de casa, Matt estaria em pânico, principalmente quando era o dia que ele faria plantão em seu serviço e eu não estava em casa. Ele falaria muito em meu ouvido depois, pensei. Mas tentei ignorar isso e me concentrar no agora, ao menos assim, se eu fizesse o que mandassem, eu iria para casa rapidamente.
Eles começaram a andar em direção a ponte, Joe saiu de trás de mim e seguiu, passando pela ponte de madeira, Paul ia em seguida, mas eu hesitei. O sol passou por sua jaqueta de couro preta, ele me olhou e pôs um sorriso amigável em seu rosto, e esticou sua mão esquerda para mim.
― Venha... ― disse ele.
Olhei para sua mão e aquilo me deu raiva. O que ele achava? Que eu iria tratá-lo bem depois de ter me mordido e me tornado algo que eu não queria? Mas é claro que não! Eu não o trataria bem, mas eu sabia que, como ele era o “meu criador”, eu tinha que obedecê-lo, ou coisas ruins poderiam acontecer comigo. Eu não era burro o suficiente para arriscar isso.
O olhei com os olhos fuzilados e passei por ele ― eu não precisava de nenhuma ajuda para passar sobre uma ponte de madeira ― e vi, pelo canto de olho, que ele baixou seu braço e ficara me olhando com um sorriso em seu rosto.
Reprimi o rosnado que se formou em minha garganta e segui em frente.
Passei pela ponte de madeira e parei de frente a porta da casa abandonada na espera dele. Assim que olhei para o lado, ele já estava automaticamente ali. Ele sorriu para mim, mostrando seus dentes perfeitamente alinhados e brancos, e abriu a porta.
― Entre. ― a porta rangeu e ele apontou para dentro da casa.
Assim que pus os olhos a minha frente, avistei uma escada no meio do caminho. Havia uma saída para a esquerda, direita e para o fundo. Eu entrei e ele logo em seguida. Ele foi para o lado esquerdo e eu o segui.
Havia três pessoas ali e uma delas era Joe, uma menina que aparentava ter a idade de meu irmão Kevin e mais um menino.
A menina tinha cabelos vermelhos, pele tão branca que quase parecia uma vela; o outro menino era do mesmo porte físico de Kevin ― forte e atlético ―, ele tinha cabelos pretos e pele bronzeada do sol. Eles estavam sentados na cadeira e na mesa, juntamente com Joe em pé.
Paul passou por mim, foi até eles e me olhou quando se virou para mim.
― Bem vindo ao clã, Ernie. ― disse Paul.
― O que diabos isso quer dizer? ― perguntei reprimindo a minha raiva.
Ele abriu a boca, mas foi a ruiva quem disse:
― Um conjunto de vampiros... somos um grupo, uma família, um clã. ― ela se colocou de pé e pude ver que ela tinha um corpo estrutural, belas curvas, pernas... ela era linda, no geral. ― Eu sou Alexia. ― disse ela.
― O clã nos faz especial... ― disse o menino de cabelos pretos. Ele parecia simpático. ― Sou Adrian. ― ele se pôs de pé e me cumprimento com a cabeça. Repeti o gesto para ele.
― Somos cinco com você. ― disse Paul. ― Entendo que está confuso, mas precisamos de irmãos aqui. Você se juntando a nós... nos dará mais chances de vivermos.
― Por que fez isso comigo? ― perguntei olhando-o com raiva.
― Ah, qual é... cale a boca, Ernie! ― disse Joe e me virei para olhá-lo com mais raiva ainda. ― Não finja que não gostou de correr daquela maneira. Eu sei que se sentiu maravilhado com aquilo como todos nós ficamos quando corremos pela primeira vez...
― Isso não é de sua conta. ― o cortei fechado às mãos e elas começaram a tremer de raiva.
Joe se colocou a dois paços de distância de mim e me encarou nos olhos. Inclinei um pouco a cabeça para cima com a mesma reação que ele estava para mim e aquilo fez minhas mãos tremerem ainda mais de raiva.
― Cuidado com o que diz, garotinho... ― ele deu um sorriso torto e me deu as costas.
Com uma velocidade inumana, cheguei a sua frente e pus a mão em seu pescoço, apertando-o.
― Do que me chamou? ― minhas palavras pareciam mais um rosnado do que minha própria voz.
― Ah, não dentro da casa... ― ouvi Alexia reclamar.
― Isso vai ser divertido... ― disse Adrian com excitação.
Joe pôs uma mão na minha que estava em seu pescoço e com a mão livre segurou o meu pescoço também. Pus a mão livre em sua mão e nos encaramos. Aquilo não me tirava a respiração, eu continuava a respirar normalmente, mesmo ele estando com a mão firme em meu pescoço.
― Joe, Ernie... parem. ― era como se as palavras dele estivessem sido impostas sobre mim. Eu era uma marionete, onde era ele quem puxava as cordas. Eu não consegui fazer outra coisa, senão, tirar as mãos do pescoço de Joe e olhá-lo com os olhos arregalados. ― resolvam isso lá fora.
― É para já! ― Joe saiu como um borrão porta a fora.
― O que foi isso? ― perguntei sem saber o porquê aquela sensação de controle dele havia sobre mim me fizera soltar Joe.
― Isso é o comando do chefe. ― disse Alexia sorrindo para Paul.
― Ainda tem muito que aprender, pequeno Ernie... ― ele me olhou com um sorriso torto em seu rosto.
Alexia foi o primeiro borrão sair da casa, seguido de Paul.
― Cuidado... Joe sabe lutar. ― disse Adrian.
― Ele não me conhece. ― falei firme. ― Eu também tenho meus truques.
Adrian saiu da casa junto comigo.
Em frente à casa abandonada, Paul estava de pé com as mãos juntas perto da pequena varanda; Alexia estava sentada no pequeno murinho que tinha na varanda; e Joe estava com as mãos fechadas olhando para mim e completamente imóvel. Aquilo não me deu medo, na verdade, eu não tinha nada do que ter medo. Ele só saberia em como se dar bem nisso melhor do que eu, pois ele tem mais experiência em ser vampiro. Eu sou apenas um novato. Mas eu me sairia bem... eu tinha meus truques ― os mesmo que eu usava em Kevin quando ele queria me bater quando brigava comigo. Eu sou espero! Eu vou conseguir., garanti a mim mesmo.
― Prestem atenção, os dois... ― começou Paul ― nada de mortes. Não quero ter que lidar com um enterro. Isso vai para você, Ernie. ― o olhei imediatamente serrando os olhos.
Joe bufou.
― Ele não vai se sair bem dessa. Prepare os primeiros socorros, Alexia ― ouvi a mesma rir.
Ele veio correndo em minha direção e corri para ele também. O borrão em minha volta foi facilmente ignorado... o que eu queria era bater em Joe, nada mais importava. Quando nossos corpos estiveram bem próximos um do outro ― tudo em fração de menos de um segundo e meio ―, pus uma mão em seu ombro e saltei dando um mortal, ficando onde ele estava antes de vir me atacar.
Joe parou de correr e olhou onde estava ― que era no lugar onde eu estava quando saí da casa. Eu fiquei imóvel em meu lugar e ele me olhou com fúria. Ele veio para cima de mim outra vez e dessa vez passei pelo seu lado e segurei em seu braço esquerdo, onde o girei e o joguei contra uma árvore, que a mesma se quebrou e caiu.
Fiquei parado olhando para ele caído no chão com os olhos semicerrados. Ouvi os outros três rindo de Joe por ele estar caído no chão e ele se levantou na mesma hora, me olhando com fúria. Eu ainda estava imóvel.
― Seu pirralho... ― ele veio como um borrão até a mim.
Esperei que seu braço se preparasse para me socar, mas, quando ia defender, ele me surpreendeu me dando um soco com a outra mão, o que me fez voar, literalmente, para trás, derrubando alguns galhos de árvores.
O ouvi rir e virar de costas para continuar andando até a casa. Minha deixa...
Levantei-me rapidamente de onde eu estava e corri até ele. O borrão claro a minha volta me fez pensar que já era manhã e eu estava ali, brigando com Joe e me esquecido de meus irmãos. Ignorei aquele fato, eu tinha uma coisa mais importante para resolver ― terminar aquilo com Joe.
Assim que cheguei perto dele, o dei uma rasteira e o mesmo caiu de costas ao chão. Peguei-o pelo pescoço e o girei umas três vezes, e o soltei na primeira árvore que estava em meu campo de visão. Ele ficou deitado no chão por algum tempo e me perguntei se vampiros morriam facilmente.
Um urro de raiva rasgou o silêncio que se formou. Joe estava vindo em minha direção e eu me pus em posição de ataque, e parti para cima dele com o punho levantado e ele com o punho levantado para mim...
De repente, Paul estava entre mim e entre ele, com uma de suas mãos em nossos troncos.
― Acabou por aqui. Ernie venceu, Joe. Encare isso. Fim de briga. ― disse Paul sério.
― Mas... ― Joe começou completamente raivoso.
― Sem “mas”, Joe. Acabou! ― eu pude sentir a autoridade dele em mim também. Eu sabia que se eu tentasse desobedecer a sua ordem, eu poderia arcar com a vida. Aquilo era uma ordem. E eu não conseguia e não poderia desobedecer a ordem dele.
Meu punho caiu e virei-me para a casa e me sentei no pequeno muro que havia na sacada.
― Ernie, vá para casa.― disse Paul me olhando com um sorriso no rosto, mas aquele sorriso não durou muito e ele me olhou preocupado. ― Dê sinal de vida. Adrian irá com você, caso você precise... de ajuda. ― disse Paul olhando para Adrian e fazendo um breve aceno com a cabeça.
― Tudo bem. Vamos. ― falei sem vida para Adrian e ambos corremos para minha casa.
Eu já esperava pelo belo esporro de Kevin quando eu chegasse a minha casa. Ou pior, de Matt.
A minha sorte foi saber que não seria só eu que levaria aquela culpa. Kevin havia chegado tarde a minha casa, assim como eu. Mas eu havia chegado a nossa casa no dia seguinte, Kevin havia chegado às três da manhã. Quem estava pior? Eu sei, era eu.
Mas Kevin não havia brigado comigo como eu havia esperado, ele ficara de cabeça baixa o tempo todo. Ele só concordava com Matt quando ele falava que o que havia feito era inadmissível.
― Entendeu o que eu disse, Ernie? ― olhei para Matt após ele ter feito um belo discurso sobre a minha irresponsabilidade. Ele estava vermelho de raiva. Seus olhos cor de oceano haviam ficado tão escuros que eu conseguia sentir a densidade gélida deles. Seus cabelos louros não ficavam bem naquela pele vermelha como um camarão. ― Que isso sirva de lição para você, entendeu? ― perguntou ele com o dedo indicador levantado e com a outra mão em sua cintura.
― Sim, Matt. ― sussurrei em resposta, ignorando o desejo de cravar meus dentes em seu pescoço e drená-lo até a morte.
Adrian tinha razão sobre a vontade de sangue. Eu queria beber o sangue de Matt desde que eu o avistara na sala de estar, onde estávamos. Eu conseguia me distrair desse desejo ouvindo seu sermão e sentindo um cheiro horrível de cachorro molhado que vinha de Kevin ― ainda me pergunto o porquê ele estava com aquele cheiro, mas aquela não era a hora de perguntar aquilo, eles saberiam que algo de errado estava acontecendo comigo.
Eu conseguia ouvir a respiração de Adrian lá fora, ele estava, precisamente, em pé em um galho de árvore no alto. Ele não era visto por conta das folhas das árvores, estavam muito verdes e havia uma grande quantidade de folhas. Ele era quase invisível.
― Quero que você entenda o que fez e o porquê está sendo punido, entendeu? ― disse Matt, agora com suas mãos em sua cintura. Assenti com a cabeça, olhando para o chão, contendo a vontade de voar em seu pescoço. ― Vá para o seu quarto e depois eu decido que castigo eu darei a você.
O quê?
― Ah, qual é, Matt...
― Vá, Ernie! ― ele praticamente berrou comigo, interrompendo-me, o que me fez tremer um pouco e subir as escadas, indo em direção ao meu quarto. Ao menos lá, eu não teria tanta vontade de beber o seu sangue.
Sentir as veias pulsando em seu pescoço, todas cheias de sangue quente e fresco, era tentador demais. Agradeci por ele me por para cima, lá eu não o atacaria, tampouco colocaria a minha nova identidade em risco.
De uma coisa eu tinha certeza: eu sempre seria tentado em querer beber o sangue de Kevin e de Matt.
― Droga. ― foi o que eu disse quando me joguei na cama, após entrar em meu quarto.
Autor(a): GleekLikeYou
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