Fanfics Brasil - Prólogo Sem Palavras Para Descrever (My Little Pony)

Fanfic: Sem Palavras Para Descrever (My Little Pony) | Tema: My Little Pony: Amizade é Mágica


Capítulo: Prólogo

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Equestria — Canterlot — Tarde


 


Canterlot poderia estar mais ensolarado neste dia, mas por algum motivo as moléculas densas de gás das nuvens que rodeavam a cidade bloqueavam os raios solares do sol da Princesa Celestia e suas sombras cobriam todos os cantos, becos e vielas da cidade com uma cor escura e tenebrosa, dando uma sensação de frieza e solidão nos pequenos cidadãos.


Os abafados sussurros dos trovões demonstravam que uma pancada de chuva estava por vir, mas que ela ainda não havia embarcado para Canterlot. As árvores, as moitas e as flores se mexiam aleatoriamente mas não dançavam a favor do vento. Estavam robóticas demais; sem cor; sem coordenação; sem vida. Para onde foram as belas e radiantes cores de Canterlot? O que houve com as belas plantas e animais do parque? Por quê tudo está tão cinzento? Tão preto e branco? Tão incolor? Tão... morto?


Os Wonderbolts patrulhavam o céu cinzento de Canterlot, em alerta para qualquer ameaça natural que essa chuva possa realizar. Pode ser uma chuvinha qualquer, mas nunca se sabe o que realmente pode acontecer se essa ‘chuvinha’ não for tão pequena como se diz ao seu respeito. Do alto, os Wonderbolts podiam ver tudo o que se passava pela cidade. Eles estavam, por enquanto, vigiando os pôneis que andavam pelas ruas.


“Por que eles estão patrulhando a cidade? Não deviam estar fazendo algum truque ou show aéreo em algum lugar?”. Sim, mas os Wonderbolts fazem mais do que apenas truques, shows aéreos e aberturas de grandes eventos como no Grande Gala Galopante ou Competição dos Melhores Voadores-miríns. Eles são a elite da Força Aérea Equestriana(FAE), responsáveis pelas mais difíceis e arriscadas missões de patrulhamento e investigação em territórios selvagens e desconhecidos. Eles também dão suporte aéreo para o outro grupo da mesma elite, os pôneis guerreiros terrestres do BOTE(Batalhão de Operações Terrestres Especiais), em missões de confronto direto contra qualquer ameaça iminente. E quando a situação fica crítica para os pôneis guerreiros, os Wonderbolts partem para o ataque com seus voos rasantes e suas complicadas, mas precisas, evasivas. Assim, os pôneis guerreiros conseguem tempo para para se reagrupar ou, se ficar crítico demais, recuar.


Dois pégasos uniformizados com um collant azul, estampas amareladas e um par de óculos protetores estavam sobrevoando o parque que se encontra ao lado da Avenida dos Famosos, onde todos os pôneis famosos como Hoity Toity, Saphire Shores ou até mesmo Photo Finish, vivem e trabalham.


— “Praça. Limpa. Bolt, responde?” — disse uma égua de crina amarelada que pareciam labaredas. Ela falava ao minirádio em seu ombro.


Pode não parecer por olhares terrestres, mas, enquanto esses dois pégasos voavam, fazia muito barulho; o vento que atravessava em seus canais auditivos impedia de se comunicarem oralmente; a única solução era se comunicarem por via rádio.


— “Entendido. Bolt respondendo.” — respondeu o pônei de crina prateada ao rádio. Ele acompanhava a égua de crinas flamejantes, alguns metros atrás dela.


A égua e o Bolt já estavam sobrevoando a Avenida dos Famosos. Os dois olhavam para as casas, vendo alguns pôneis entrando ou saindo delas e outros que estavam andando pela rua. Nada de diferente ou anormal até agora. Bolt estava olhando do lado esquerdo da Avenida dos Famosos quando ouviu seu nome pelo rádio.


— “Bolt?” — era a égua de crinas flamejantes quem o estava chamando pelo nome.


— “Na escuta. Sim, Srta. Spitfire?”


— “Eu preciso pousar nessa parte da Avenida. Você poderia, por favor, ficar de tocaia enquanto estou no chão?”


— Bolt ergueu uma sobrancelha. — “Ela disse... “Por favor” ?!” — pensou ele, não acreditando no que acabara de ouvir.
Spitfire possuía um temperamento leve e caloroso com os outros pôneis, mas durante o seu trabalho como uma Wonderbolt, seu temperamento mudava absurdamente. De uma pônei gentil e atenciosa, ela se transformava numa mandona e casca-grossa; dura como aço e áspera como uma lixa. Muitos novatos saíam da academia onde se treinam os futuros Wonderbolts por... não conseguirem satisfazer as ordens dela.


Pouquíssimos profissionais eram encontrados quando conseguiam satisfazê-la. Bolt é um bom exemplo dos que raramente conseguiam. Aquele “por favor” da Spitfire foi o suficiente para deixá-lo irriquieto com sua súbita mudança de temperamento.


Bolt olhou para Spitfire. Ela voava alguns metros a frente dele; ela olhava para o chão. Bolt tentou ver no quê Spitfire estava tão focada. E então, ele entendeu com um leve aceno com a cabeça.
Bolt voltou a olhar para Spitfire. — “Entendido--”
Antes que ele pudesse terminar sua frase, Spitfire virou seu corpo a 90º graus para direita, diminuindo sua altitude até os telhados das casas na Avenida. Spitfire deixou Bolt para trás; ela pretendia fazer isso mesmo sem a resposta dele.


— “... Dispensada.” — Bolt rolou os olhos ao terminar a frase e não pôde conter seu suspiro.


 


***


 


Um peculiar pônei cinzento saía de uma casa. Ele estava usando uma capa de chuva transparente, dava para ver que ele estava carregando uma mochila por baixo da capa.


A casa de qual ele saíra era simples, possuía apenas dois andares. Em frente ao jardim de margaridas e pápoulas da casa, havia três caixas de correio; todas estavam cheias. O pônei cinzento trancou a porta com a chave em sua boca e guardou-a por debaixo do tapete de boas-vindas.


— “Aí embaixo não é o melhor lugar para se esconder uma chave. Falo por experiência própria...”


O pônei cinzento deu um sobressalto ao se assustar com a voz que vinha por de trás dele. Ele virou sua cabeça bruscamente e encontrou o rosto de Spitfire, com um sorriso maroto no mesmo. O pônei cinzento suspirou aliviado, mas não pôde conter uma pequena curva receosa em seu lábio inferior.


Spitfire ergueu os óculos protetores, seus olhos pareciam duas pedras âmbares, reluzentes perante as luzes da varanda.


— “Você está indo fazer uma visita a ele, não é?”


“Ele...” — pensou o pônei cinzento.


O silêncio permaneceu durante um tempo. O céu soltou um ou dois abafados trovões durante o mesmo. Finalmente, o pônei cinzento respondeu a ela com um aceno com a cabeça. Seu rosto era indistinguível, ele estava obscuro pela sua grossa franja escura. Além da franja, podia ver também uma longa crina preta saindo pelo capuz da capa de chuva.


Spitfire estava sem palavras. Ela não sabia o quê dizer ou o quê perguntar. Algo a incomodava.


O pônei cinzento friamente trotou até o portão do jardim, passando por Spitfire. A pégaso não disse nada, ainda que queira. Nada a impedia de falar, só a sua boca que não abria.


“Mas que--! Fale alguma coisa, boca maldita!” — pensou Spitfire, com uma forte tensão em seus lábios teimosos.


O pônei cinzento já havia alcançado o portão. Ao encostar o casco no portão para puxá-lo, Spitfire quebrou o silêncio:


— “Srta. Octavia...”


O pônei cinzento congelou, com o casco ainda no portão.


— “... Há um assunto que quero debater com a senhorita. Eu sei que você não quer responder... mas eu só gostaria que escutasse.”


O pônei cinzento virou o rosto para aquela pégaso alaranjada. Seus olhos profundamente roxos acinzentados encaravam os olhos amarelados da pégaso de crinas flamejantes. Octavia respondeu a ela com um aceno com a cabeça, junto com um leve sorriso em seu rosto.


Spitfire respondeu de volta com um sorriso rápido e frio. Octavia odiava esse tipo de resposta, mas ela já entendia o motivo por esse chulo sorriso.


Por algum motivo, aquela pégaso de olhos âmbar sentia-se nervosa ao olhar para os olhos roxeados da pônei acinzentada. Foi uma sensação estranha; e assustadora para ela. Spitifire nunca sentiu essa sensação de nervosismo antes, ainda menos vindo de um simples pônei. Na verdade, Octavia não é a primeira pônei a fazê-la ter essa sensação; Um outro já fez isso.


“Alguma coisa a incomoda.” — pensou Octavia enquanto Spitfire se aproximava para perto dela. — “E parece que eu não vou gostar do quê quer que seja que ela queira falar comigo.”


Spitfire acentiu com a cabeça. — “Obrigada, Srt. Octavia.”


A pégaso de crina flamejante passou pela pônei morena, atravessando o portão. Octavia seguiu-a e fechou o portão em seguida.


— “Por aqui, por favor.” — A Capitã dos Wonderbolts gesticulou gentilmente com seu casco para o lado esquerda da rua.


Por este caminho, elas chegarão ao Hospital Central de Canterlot. E é para lá que elas vão.





Fim do Prólogo


 



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Autor(a): Grivous

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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