Fanfic: Querido diário... | Tema: Casi Angeles

Faltam apenas três dias para o dia internacional da mulher. Eu não quero ser clichê, nem nada, nem ao menos me considero uma típica feminista, mas ser mulher é algo realmente muito bonito e especial.

É incrível parar para pensar que a mulher é o ser responsável por gerar outros seres e que, talvez justamente por isso, é quase sempre tão cuidadosa com as pessoas a sua volta, exalando o que chamam de extinto maternal.

E agora, para qualquer lugar que olho, há pelo menos uma mulher poderosa para admirar. E não importam se são machonas, delicadas, peruas ou fashionistas, o que importa é que são mulheres que se permitiram serem seres pensantes.

Não importa exatamente o que fizeram ou o que pensaram, mas importa que fizeram e pensaram. Sairam de suas posições de concordantes, esposas e mães que vivem simplesmente com o outro e para o outro, para pensar algo e agir algo também em vista de sua própria felicidade.

Para mim essa é a grande vitória da mulher, passar por cima de um passado (não tão longinquo assim) em que não eram consideradas cidadãs, não tinham voz, não possuiam vontades, desejos ou sequer pensamentos próprios. E agora onde estão?

Estão nas cadeiras presidenciais, estão nas delegacias de polícia, estão ensinando nas universidades, nas escolas, chefiando empresas... Estão vivendo, pensando, gritando, dizendo, descordando.

É isso que me orgulha, o simples fato de descordar, de se permitir pensar diferente. Ainda hoje, não é difícil ver mulheres que repetem os discursos de seus maridos, seja qual for o tema (política, sociedade, economia, vestimenta, criação dos filhos, religião...), mas, quando se vê uma mulher descordando, não necessariamente assumindo o autoritarismo ou implicancia (que se tornou natural no processo feminista), mas simplesmente se permitindo dizer, defender.

E, creio eu, esse processo de "possuir voz" começa em uma coisa muito simples (ou não): pensar! Creio que pensar e desejar! 

Quando uma mulher se dá ao trabalho de sair de suas conversas no salão de beleza sobre a novela das oito ou o último eliminado do BBB para então refletir há um processo mágico e perigoso aí.

Não estou dizendo que gostaria que todas as mulheres de repente parassem de assistir novelas ou de irem ao salão de beleza (o tempo no salão até pode servir para a reflexão), o que estou dizendo é que eu gostaria que elas fizessem qualquer coisas, desde que por opção e não por seguir a manada.

Ao se permitir uma reflexão, surgirão perguntas, surgirão respostas... Quando se analisa, já mais calma e com a cabeça fria, a discussão que se teve com o esposo no café da manhã, é mais fácil perceber quem está de fato certo, ou perceber as nuances e as estratégias de convencimento usada por ele.

Quando se analisa, criticamente, aquele programa, aquele música, ou aquela novela, a qual acabamos de ter acesso, fica mais fácil saber se é algo que realmente agrada ou se é algo que vem do "todo mundo assiste, então também assisto".

Quando uma mulher se permite pensar sobre seu emprego, sua vida, família, ela consegue concluir o que realmente quer, ou ao menos ter uma prévia disso. E so no meio dessa reflexão, ela chega a conclusão de que é a pessoa mais importante no próprio mundo dela, então a função passa ser a de se fazer feliz, de se satisfazer e de deixar seus desejos terem vez e voz acima de qualquer caráter social ou cultural.