Hoje acordei com uma notícia péssima e surpreendente, a morte de Chorão, vocalista do Charlie Brown Jr.

Eu ando tão envolta, toda essa semana, nos meus próprios dramas e problemas e receber uma notícia dessas foi um baque, ainda me arrepio inteira cada vez que ouço alguma coisa na TV sobre ele. 

Chorão, para mim, era a própria imagem da juventude. E para nós, jovens entre vinte, vinte e poucos anos, ele é um marco, um registro, a voz da nossa época, a única banda de rock que realmente começou na nossa adolescência.

Ele era também uma referência, com palavras e atitudes de paz, fé, esperança e amor.

Engraçado que agora vivemos em um Brasil em que o que faz sucesso é "Camaro Amarelo", "Gatinha asssanhada", "Solteira sim, sozinha nunca", "Sinal disfarçado", "Ajoelha e Chora"... Temos que dar adeus, bem pertinho do dia da mulher, a um homem que escrevia coisas como "Mina linda, eu quero morar na sua rua, você deixou saudades...", "Ela é discreta e cultua bons livros e ama os animais..."

Agora o que resta é a saudade e as letras. E mais, a imagem de um homem sorridente, com pinta de menino que pareceu nunca envelhecer. Ainda tão cheio de ideais e poesia que parece ter morrido um pouco por amor.

E resta também uma tristeza por saber que meus filhos não conhecerão o Chorão pessoalmente, nem poderão vê-lo na TV, mas, com certeza, ouvirão suas músicas.