Fanfics Brasil - Coração Selvagem DyC [terminada]

Fanfic: Coração Selvagem DyC [terminada]


Capítulo: 1? Capítulo

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CAPÍTULO I


 


- Tudo bem, mãe. Ontem nevou. A montanha? Está linda. Lembra o último Natal que passamos aqui com a vovó? O cenário é aquele, um cartão de Natal. Estou adorando.


Dulce Maria prendeu o telefone entre a orelha e o ombro, enquanto lia a lista de tarefas do dia. Olhou para uma das paredes parcialmente lixadas da sala de estar e bufou ao lembrar-se de que o sr. Peters ainda não chegara.


Olhou pela janela, para as colinas com os cumes cobertos de neve. Herdara aquela propriedade havia oito anos, da avó materna. A casa da fazenda possuía dez quartos, e Dulce pretendia alugá-los para pessoas que quisessem um lugar barato para passar uns dias, ou talvez para aquelas que desejassem morar num ambiente caseiro.


Ela começou a pensar em nomes para o local, como Pensão Rio Rogue, Pensão Riacho, Pensão da Vovó...


- Você me ouviu?


A voz da mãe trouxe-a de volta do devaneio.


- Oh, desculpe, havia um chiado na linha - Dulce disfarçou. - O que disse?


- Scott foi promovido. Ele é jovem para ser promovido a tenente-coronel.


- Estou feliz por ele.


Scott fora o primeiro candidato a marido de Dulce, que a Sra. Saviñon escolhera.


Era loiro, tinha olhos azuis e um corpo de Adônis, além de inteligência e bom humor, mas por que Dulce não se apaixonara por ele? Às vezes, ela mesma não entendia. Disse a si mesma que talvez quisesse alguém especial. Reconheceria essa pessoa especial, se ficassem frente a frente? A Sra. Saviñon acreditara que encontrara o genro quatro vezes, o que fizera com que Dulce fosse cautelosa quanto ao amor.


Apaixonar-se parecia fácil, continuar apaixonada era difícil. Queria um amor que durasse para sempre, como o de seus avós.


- Fomos à Casa Branca ontem à noite, numa recepção para o novo embaixador das Nações Unidas - a Sra. Saviñon contou.


Seu último marido, o coronel John G. Jones, fora transferido para o Pentágono havia poucos meses.


Dulce murmurava "sei", enquanto a mãe recitava a lista de convidados, incluindo a posição de cada um. Aliviada por estar fora de eventos sociais e políticos, não tinha nenhum interesse em voltar àquele círculo.


Mas a mãe não compreendia, não aceitava sua decisão, e ligava semanalmente para contar a Dulce o que ela estava perdendo, sem ver que essa estratégia não funcionava.


Uma movimentação no outro lado do campo chamou a atenção de Dulce. Ela se aproximou da janela e viu o homem na fazenda Uckermann. É ele de novo, pensou. Era a terceira vez que o estranho aparecia na antiga fazenda abandonada, e sempre ficava na orla do bosque de pinheiros.


A Sra. Saviñon terminou de fazer a descrição da recepção.


- Se vier para casa na Páscoa, apresento você a todos os jovens em quem tenha algum interesse - falou.


Dulce olhou para o homem alto entre as árvores. Já encontrara alguém que lhe havia despertado algum interesse.


- Pode vir de avião...


- Obrigada, mãe, mas não posso. E agora tenho que desligar. Cumprimente o general por mim, está bem?


A mãe despediu-se, desapontada. Ao colocar o fone no gancho, Dulce suspirou, aliviada. Por um momento, ficou recordando o passado, quando a mãe tentara insistentemente para que ela se encaixasse no cenário político.


Uma vez, um repórter dissera que conseguiria um emprego para Dulce, depois que ela questionara um senador sobre uma verba destinada a educação que fora desviada. Aquele incidente ocorrera numa festa, na mansão do senador, na Virgínia, o que deixara a Sra. Saviñon irada, claro.


Dulce riu e olhou ao redor da sala de estar, que exibia paredes escalavradas e nenhuma mobília. Transformar a velha casa em uma bela hospedaria era seu sonho. Por oito anos, trabalhara como analista de comunicações para um membro do congresso, economizando cada centavo de seu salário para mudar-se para aquela casa e começar seu próprio negócio.


Ninguém a impediria de concretizar seu sonho. Voltou a atenção para o homem caminhando entre as árvores. Pegou o binóculo, uma relíquia dos tempos em que observava os pássaros, e ajustou o foco. Conseguiu ver o rosto do estranho com clareza e ficou confusa, pois tinha quase certeza de que o conhecia de algum lugar.


Impossível. Nunca o vira. Mas o sentimento de familiaridade não a abandonou. Havia algo de poderoso e primitivo nele que a atraía. Ela movimentou a cabeça negativamente. O estranho não era nenhum galã de cinema, mas era muito atraente. Ela o imaginou como um caçador solitário, um homem com uma missão a cumprir. Ele tinha olhos e cabelos pretos e uma expressão de seriedade.


De repente, o estranho parou. Dulce ficou gelada e arrepiada. Ele olhou para a casa dela e seguiu em sua direção. Sentindo-se como uma heroína de um filme de Alfred Hitchcock, ela observou-o aproximar-se. Teria o estranho percebido que estava sendo espionado?


Talvez o sol tivesse feito com que as lentes do binóculo brilhassem. Não era possível, pois era de manhã, o sol estava a leste da casa, e o estranho, a oeste. Mas de alguma maneira, ele sabia que ela estava lá.


O estranho pousou o olhar exatamente na janela onde Dulce estava. Ela não ousou mover-se, como se estivesse hipnotizada. De súbito, ele voltou para a fazenda Uckermann. Ele desapareceu num piscar de olhos, como num sonho. Dulce ajustou o binóculo, mas não o viu mais. Colocou o binóculo na prateleira, e um sentimento de desespero dominou-a. Depois de enfiar no bolso da calça jeans a lista do que era preciso ser feito, vestiu a parca e pegou a bolsa. Tinha lugares para ir e pessoas para ver. Não tinha tempo para ficar sonhando.


Lá fora, a neve caía. Dulce seguiu trinta e três quilômetros até a estrada principal e chegou na cidade quinze minutos depois.


- Olá - o Sr. Tall cumprimentou-a, quando ela entrou na casa de materiais de construção, em seguida colocou outra tora na lareira e esfregou as mãos. - Aproxime-se, deve estar com frio.


Dulce limpou as botas sujas de neve no capacho e sorriu. Tinha certeza de que era uma das melhores freguesas do Sr. Tall por causa da reforma da casa.


- Bom dia - respondeu. - Aqui está tão quentinho! A manhã está muito fria.


- No meu alpendre, às seis horas da manhã, estava abaixo de zero. A estrada para sua casa está livre?


- Está.


Dulce tirou do bolso da calça a lista dos artigos que o Sr. Peters dissera que seriam necessários. Riverton tinha apenas uma mercearia, uma farmácia, um correio, um posto de gasolina, uma loja de materiais de construção, um mercadinho, um restaurante e duas lanchonetes.


Havia uma serraria, que era da mesma família havia seis gerações. Os homens da cidade trabalhavam lá, ou tinham pequenos negócios.


O velho sr. Peters era um carpinteiro aposentado, que trabalhava meio período, quando ele e a caminhonete estavam bem.


- Deixe-me ver - o Sr. Tall disse, pegando a lista. - Acho que tenho tudo, e você pode levar agora mesmo.


- Que bom - Dulce falou, aproximando-se da lareira. O Sr. Tall foi ao depósito, e Dulce passou a conversar com a esposa dele, uma senhora que tinha artrite, mas continuava a tricotar para os netos.


- Teve problemas para vir à cidade? - a Sra. Tall perguntou.


- Nenhum.


- Achei que nevou muito, esta madrugada. Não conheço nenhuma mulher que more por aqui sozinha, como você.



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Autor(a): theangelanni

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 220



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  • anne_mx Postado em 19/02/2022 - 03:43:40

    Gente, que história PERFEITA! Eu fiquei apaixonada <3

  • stellabarcelos Postado em 01/12/2015 - 23:28:36

    Amei muito!! Muito lindos!

  • anevondy Postado em 28/09/2012 - 04:33:48

    Lindo d+!!!

  • anevondy Postado em 28/09/2012 - 04:33:48

    Lindo d+!!!

  • anevondy Postado em 28/09/2012 - 04:33:47

    Lindo d+!!!

  • anevondy Postado em 28/09/2012 - 04:33:47

    Lindo d+!!!

  • anevondy Postado em 28/09/2012 - 04:33:47

    Lindo d+!!!

  • dullinylarebeldevondy Postado em 04/04/2009 - 15:03:40

    Vc bem q podia escrever outra web adpatad!
    amo de paixão web's assim!
    kisses!

  • natyvondy Postado em 21/03/2009 - 16:36:02

    Lindo!!!!!!AMEI!!!!!!!!!! (2)
    muitoOoOoOoOoOoOOoOoOOo MARAVILHOSA A WEB!!!
    a história me encantou!!!
    DyU forever!!!
    bjix da naty

  • natyvondy Postado em 21/03/2009 - 16:36:02

    Lindo!!!!!!AMEI!!!!!!!!!! (2)
    muitoOoOoOoOoOoOOoOoOOo MARAVILHOSA A WEB!!!
    a história me encantou!!!
    DyU forever!!!
    bjix da naty


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