Fanfics Brasil - Coração Selvagem DyC [terminada]

Fanfic: Coração Selvagem DyC [terminada]


Capítulo: 17? Capítulo

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CAPÍTULO IX


 


Dulce passou por baixo da cerca de arame farpado, tomando o cuidado de não prender a parca. Sentia-se uma idiota. Precisava voltar para casa antes que Christopher aparecesse e descobrisse que ela quebrara a promessa de não interferir nas ações dele.


Estava preocupada, o que era natural, mas se convencera de que Christopher acordara cedo para ir pescar, esquiar ou dar uma caminhada. Queria parecer indiferente quando ele aparecesse, não perguntaria nada, não permitiria que ele soubesse de seu momento de desconfiança.


Abriu a porta da frente da casa, caminhou até o meio da antecâmara e notou que Christopher não havia chegado. Em pânico, pensou que ele nunca mais voltaria, então ouviu o rangido dos degraus da varanda. Correu para abrir a porta e viu-se frente a frente com Christopher.


- Onde esteve a noite toda? - indagou, furiosa por ele a ter deixado preocupada, esquecendo-se de que dissera a si mesma que seria indiferente.


- Esteve me espionando?


Dulce pensou nas longas horas que passara esperando-o, a desconfortável noite na cadeira, a nervosa e apreensiva busca no quarto dele, nos equipamentos roubados no celeiro da fazenda abandonada.


- Claro que não - negou, enrubescendo.


- Vi você vindo da fazenda. Prometeu não interferir. Deu sua palavra.


Quando ele avançou um passo, ela recuou. Dulce sentiu-se culpada por ter quebrado a promessa e por não saber o que fazer a respeito das mercadorias no celeiro, se as ignorava ou fazia uma denúncia. Sabia que a velha fazenda vinha sendo usada de modo ilegal e concluiu que uma pessoa inocente com certeza chamaria o xerife, a menos que quisesse capturar os bandidos sozinha.


A tensão entre eles aumentou com o silêncio. Por favor, acredite em mim, Dulce implorou em pensamento. Explique o que esteve fazendo. Conte seus segredos.


Olhando bem dentro dos olhos escuros, achou que podia estar sendo uma idiota, mas via neles bondade e honra. Enquanto ela o fitava, a expressão de Christopher mudou, tornando-se séria e distante.


- Onde esteve? - Dulce indagou.


- Isso importa? Você já não decidiu se sou culpado ou inocente?


Ela desviou o olhar, incapaz de admitir suas dúvidas.


- Fique fora de minha vida - Christopher ordenou. - Contanto que eu faça o trabalho para o qual você me contratou, o que faço com meu tempo livre é problema meu, entendeu?


Era difícil acreditar que aquele Christopher ríspido era o mesmo que a beijara apaixonadamente havia menos de vinte e quatro horas. Mas era um homem que vivera sozinho por muito tempo. Nunca dividia nada com Dulce, nem seus pensamentos ou sentimentos, nem mesmo sua paixão.


- Entendi - ela respondeu, erguendo o queixo, não se deixando intimidar. - O que devo fazer com suas roupas, se você desaparecer, como desapareceu ontem à noite, e não voltar?


Christopher surpreendeu-se com o tom de voz frio e com a pergunta. Hesitou alguns segundos antes de dizer:


- Dê-as para uma instituição de caridade. Dulce moveu a cabeça afirmativamente, virou-se e foi para o quarto, sentindo-se arrasada. Parou no meio do corredor, olhou por sobre o ombro e viu que Christopher permanecera na antecâmara, olhando pela janela.


Perguntou-se o que ele via lá fora. Estaria a montanha, com os cumes cobertos de neve, chamando-o para longe? Estaria o rio congelado dizendo-lhe para seguir outro caminho, para não ficar no mesmo lugar por muito tempo?


Christopher estava na casa de Dulce havia um mês e meio, e ela ainda não entrara em seu coração. Ele se recusava a ser defendido por ela, quando ouvia críticas, insinuações ou olhares acusadores do pessoal da cidade. Não desejava nada que viesse dela.


Era um homem solitário e independente. As duas palavras o descreviam com exatidão, ao mesmo tempo que excluíam Dulce. Ela vestiu um macacão surrado e disse a si mesma que havia muito trabalho a ser feito e que, daquele momento em diante, manteria a mente centrada nos negócios, não se deixando levar pelo coração.


Dulce alisou a última folha de papel de parede do quarto de hóspedes. Fechou a lata de cola e dirigiu-se ao banheiro, para lavar-se.


O cheiro de sopa que sentiu ao entrar na cozinha fez com que ela se lembrasse de que ainda não almoçara. Olhou para o relógio e viu que já eram duas horas da tarde. Christopher estava trabalhando no andar superior. Eles não haviam trocado mais do que dez palavras, desde o dia em que ela fora à fazenda Uckermann.


Dulce preparou torradas e encheu dois pratos com sopa. Depois de colocar tudo na mesa, saiu da cozinha, subiu a escada e foi ao aposento onde Christopher pintava o parapeito da janela. Parando no vão da porta, observou-o por alguns instantes.


- Nunca vi ninguém que precisasse de um binóculo para pintar parapeitos de janela - falou com ironia.


Christopher virou-se, segurando um pincel numa das mãos e o binóculo na outra, então caminhou até a mesa. Pousou o binóculo ali, depois jogou o pincel num balde com água e tampou a lata de tinta.


- Eu estava observando algo que me pareceu um urso - explicou. - Já terminei de pintar.


Dulce sabia que ele estivera observando sua fazenda, mas preferiu não fazer comentários.


- Que bom que terminou - disse. - O almoço está pronto.


Ficou feliz por manter uma atitude indiferente, pois daquela maneira Christopher não poderia acusá-la de estar interferindo em sua vida. Voltou para a cozinha e acomodou-se à mesa. Ele apareceu minutos depois, após lavar-se. Comeram em silêncio.


- A sopa estava boa - Christopher elogiou ao terminar.


- Obrigada.


Ele notou que ela se recusava a encará-lo, não apenas durante as refeições, mas sempre que se encontravam. Disse a si mesmo que aquilo pouco importava. Estava certo de que Dulce vira o equipamento roubado no celeiro da fazenda. Era óbvio que ela suspeitava de que ele fazia parte do bando de ladrões.


Sentira-se magoado, mas o que esperava? Que ela confiasse cegamente num sujeito de passado duvidoso? Por que ele não contava a verdade, já que a missão acabaria em breve? O xerife já entrara em contato.


A mercadoria seria retirada do celeiro dentro de vinte e quatro horas, de acordo com o informante da polícia. A armadilha para pegar os ladrões estava armada. Logo, todos, inclusive Dulce, saberiam da verdade.


Por alguma razão, aquilo não o deixava satisfeito. Olhou para a fumaça saindo da chaleira, no fogão. O problema era Dulce, com sua atmosfera caseira. Ele ficaria feliz, quando saísse dali. Talvez pedisse demissão do serviço secreto imediatamente.


Ou, melhor, talvez visitasse seu velho amigo, Christian Chaves, e a esposa dele, na Virgínia, antes de decidir o que faria. Teve a impressão de que sua vida seria vazia e sem sentido e sentiu-se vulnerável, sentimento que nunca o havia incomodado antes.


Vejam o que a irlandesa fez comigo!, pensou. Preciso sair desta casa. Preciso ir à cidade, ver o xerife, jantar fora. Isso me manterá ocupado por algumas horas. Levou os pratos e talheres para a pia, passou um pouco de água neles, então colocou-os na máquina de lavar louça.


- Escute, desculpe por algum problema que eu tenha causado - falou. - Não planejei encontrá-la, não planejei a atração entre nós.


Dulce percebeu que ele estava com pena, e isso era algo que ela não aceitava.


- Não tem importância - declarou.


- Não? - Christopher sorriu. - Pois eu queria que as circunstâncias fossem diferentes.


- Estou bem. Atração não significa que tenhamos de passar a vida inteira devotados um ao outro.


Depois daquela frase, Dulce levantou-se da mesa e saiu da cozinha. No quarto, caminhou de um lado para o outro, inquieta. Sentiu que precisava sair de casa e decidiu ir à cidade, fazer compras, assistir a um filme, ficar longe dali por algumas horas.


Tomou banho e vestiu-se, escolhendo um suéter com listras vermelhas, brancas e azuis e calça jeans. Prendeu os cabelos com uma fita vermelha e maquilou-se. Olhou-se no espelho e sorriu.


Pegou a parca e as luvas e seguiu para a porta da frente. Christopher descia a escada. Eles se olharam, surpresos.


- Eu ia pedir a caminhonete emprestada, mas vejo que vai sair - ele disse.


Ela achou que havia um brilho intenso no olhar de Christopher, quando ele a examinou de cima a baixo, mas acabou decidindo que fora sua imaginação.


Ele vestia calça jeans preta, camisa branca e jaqueta de couro.


- Vou até Ashland - Dulce informou. – Fazer compras. Não voltarei tão cedo.


- Eu também tenho umas coisas para fazer lá.


- Talvez eu vá assistir a um filme.


- Tudo bem.


Desistindo de tentar convencê-lo a não pegar carona, Dulce tirou da bolsa as chaves da caminhonete, e os dois saíram juntos de casa.


Dirigindo pela estrada escorregadia, ela se perguntava que tipo de jogo Christopher tinha em mente, pois, se tentava confundi-la, estava conseguindo.


Ao chegarem na cidade, ela encontrou uma vaga em frente a uma pequena loja e estacionou a caminhonete ali.


- A que horas e onde nos encontraremos? - indagou, desligando o motor.


Christopher olhou para o relógio.


- Aqui mesmo, daqui a duas horas? - sugeriu.


- Tudo bem.


Ambos desceram do veículo e seguiram caminhos opostos. Quando Dulce olhou para trás, já não viu Christopher. Ele tinha a habilidade de desaparecer sem deixar vestígios.


Ela recordou o dia em que o encontrara. Mesmo machucado, ele se mantivera alerta. Em muitas ocasiões, mostrara ter reflexos rápidos e atenção aguçada. Apenas alguém que vivia em constante perigo agia daquela forma.


Dulce tentou imaginar a vida de um adolescente de dezesseis anos de idade, sozinho no mundo, sem ninguém em quem confiar. Christopher sobrevivera, mas a que preço?


De súbito, uma triste sensação de tempo esgotando-se dominou Dulce. Colocando esses pensamentos de lado, ela entrou numa loja, olhou as roupas expostas e escolheu uma saia longa, preta. Comentou consigo mesma que, com uma camisa branca, formaria um conjunto perfeito para receber os hóspedes. Provou a saia e decidiu comprá-la.


Entrou em mais quatro lojas, antes de encontrar a camisa que desejava, branca, de seda. Olhando para o relógio de pulso, ao sair da loja, viu que estava dez minutos atrasada. Christopher já estava a sua espera ao lado da caminhonete.


- Fez as compras? - perguntou. Pegou as chaves da mão dela e abriu a porta do motorista, para que Dulce guardasse as sacolas. - Que tal um jantar?


Ela o fitou, surpresa, pois comida era a última coisa que passava por sua cabeça. Sentiu os lábios secarem, enquanto movimentava a cabeça afirmativamente. Xingou-se de idiota, pois seria um simples jantar. Fazia um mês e meio que comiam juntos, três vezes por dia. Ir a um restaurante não seria muito diferente.


Christopher segurou-a pelo braço e guiou-a até um pequeno restaurante a duas quadras de onde a caminhonete estava estacionada. A iluminação do estabelecimento era tênue, e ele pediu uma mesa isolada.


Dulce olhou-o. Uma "mesa isolada" soara muito íntimo. Ele a fitou e não fez nenhum comentário. Ela ficou arrepiada. A noite indicava mil possibilidades. Quando estavam acomodados à mesa, os dois olharam-se, sabendo que aquela noite seria diferente.


- Vou fazer amor com você aqui mesmo, se continuar a me olhar assim - Christopher alertou-a.


- É como você está olhando para mim.


- Eu sei, mas um de nós precisa ser sensato.


- Por quê?


- Precisam de mais alguns minutos? - o garçom indagou educadamente.


Dulce olhou para o cardápio.


- Gosta de lagosta? - Christopher perguntou.


Ela assentiu, movendo a cabeça. E o que iriam comer importava?


Ele fez os pedidos, e o garçom afastou-se. Dulce sorriu, com receio de confiar naquela estranha atmosfera de intimidade que se criara entre ela e Christopher.


Quando o prato de entrada chegou, junto com o vinho e o pão quente, ele cortou uma fatia, passou manteiga e entregou-a a Dulce.


Ela tentou esconder o nervosismo que aquele gesto carinhoso provocou, mas seus dedos trêmulos traíram-na.


- Você também me deixa nervoso - ele confessou. Dulce tentou imaginar como aquele delicado jogo amoroso iria terminar. A distância entre eles já não mais existia, assim como as regras que Christopher impusera, embora ela não entendesse por quê.


Não pense, ordenou a si mesma. Apenas aproveite este momento.


- A temperatura parece estar aumentando, não? - comentou, pois o silêncio incomodava-a.


- E está.


- Acho que a primavera chegará mais cedo. Christopher sorriu. Dulce ficou excitada e baixou o olhar, com medo de expor-se. Ele estendeu o braço e afagou-lhe o rosto.


- Acho que uma onda de calor já está se aproximando - disse.


- Christopher...


Ela não sabia o que dizer, embora houvesse muito a ser dito.


- Eu gosto disso - Christopher falou.


- Do quê?


- Do som de meu nome em seus lábios. Quando estivermos sozinhos, talvez você o diga de novo.


- Direi.


- Uma simples palavra que oferece muita coisa - ele murmurou, introspectivo, em seguida suspirou e franziu a testa. - Isto não devia estar acontecendo. Não agora.


- Por quê?


Dulce sentia que o que acontecia entre eles era inevitável, como o movimento dos planetas ao redor do sol.


- Não posso ficar tão vulnerável - Christopher respondeu.


- Desejá-la faz doer meu coração. Durmo com essa dor, acordo com essa dor. Não há como escapar.


Ela ficou arrepiada, pois ele acabara de confessar que, mesmo sendo forte e independente, precisava dela tanto quanto ela precisava dele.


- No que está pensando? - Christopher indagou.


- Nunca conheci um homem como você. Eu o seguiria até o fim do mundo.


Dulce sentia que seria capaz de desistir de seu sonho só para seguir Christopher. Mas não estaria abandonando um sonho, e sim embarcando em outro, porque era preciso um homem e uma mulher para formar um lar, um porto seguro cercado de amor, como aquele que seus avós haviam tido.


- Nunca pensa em se proteger? - Christopher perguntou de repente.


- Claro que pensaria, se eu ao menos soubesse do que devo me proteger.


- Eu a deixo confusa, não? Não se sinta mal. Eu também estou confuso.


- O que quer de mim?


- Tudo e nada.


- Ah, agora está tudo muito claro - Dulce ironizou.


- Você tem coragem, Dulce Maria. Se estivéssemos em outra época, em outro lugar...


- O que há de errado com o aqui e o agora?


- Aqui e agora, sem pensar no futuro e no passado? As mulheres, em geral, exigem dos homens um bom nome, querem saber quanto eles ganham...


- Bem, eu sei quanto você ganha - Dulce brincou. Christopher, porém, não sorriu.


- Você me conhece melhor do que muitas pessoas que me viram crescer. Isso é enervante.


Dulce prendeu uma mecha de cabelos atrás da orelha.


- Viver na mesma casa faz diferença - falou. - Já o vi resmungando e impaciente, já o ouvi assobiar quando está feliz. Você tem hábitos pessoais muito bons e é organizado, me ajuda a lavar a louça...


- Sou um modelo de perfeição.


- Um bom homem.


Christopher suspirou.


A comida chegou, jantaram em silêncio e, ao terminarem, recusaram a sobremesa, mas aceitaram café.


- Vamos embora? - ele convidou após pagar a conta.


- Vamos.


Caminharam de volta à caminhonete e notaram, admirados, a quantidade de carros estacionados ou circulando pelas ruas, fora o grande número de turistas que enchiam as calçadas.


- Ashland está crescendo - Dulce comentou. - Já não é mais uma cidade estudantil e uma comunidade rural.


Christopher ajudou Dulce a entrar na caminhonete pelo lado do passageiro, antes de acomodar-se atrás do volante. Minutos depois, estavam a caminho de casa.


Ao chegarem, após desligar o motor, ele segurou as mãos dela entre as suas e disse:


- Não vai acontecer nada.


- É disso que tenho medo.


- E se algo acontecer?


Dulce não tinha resposta. Eles desembarcaram e, ao se aproximarem da porta da casa, Christopher parou e virou Dulce, de modo que ficassem frente a frente.


- Se este foi um encontro, nosso primeiro encontro, vou deixá-la aqui - ele declarou.


- Sem um beijo?


- Com.


Christopher abraçou-a e beijou-a apaixonadamente, deslizando as mãos até a cintura delgada, pressionando o corpo dela contra o seu. Dulce enlaçou-o pelo pescoço largo, afagando os cabelos pretos.


- Vamos entrar - ele sussurrou, abrindo a porta. Foram para o quarto dela, de mãos dadas.


- Vou acender a lareira - Christopher disse. Dulce pendurou a parca no mancebo e jogou a bolsa sobre uma poltrona.


- Tudo bem. Que tal se eu preparasse...


Ela não sabia que bebida oferecer numa ocasião como aquela.


- Chocolate quente - Christopher decidiu.


Dulce correu para a cozinha. Enquanto aquecia o chocolate, encostou-se na pia e pressionou as mãos frias contra as faces. Por um momento, longe do fascínio de Christopher, tentou pensar com clareza, julgar o que estava fazendo, ou o que planejavam fazer. Colocou o chocolate quente em duas canecas, que levou para o quarto.


Christopher tinha tirado a jaqueta de couro, enrolado as mangas da camisa e aberto três botões. Aproximou-se de Dulce e pegou uma caneca de chocolate quente.


Ela hesitou ao escolher um lugar para sentar, olhando do sofá para a poltrona. Ele resolveu o dilema, acomodando-se no sofá, deixando um espaço obviamente destinado a ela. Dulce sentou-se ao lado dele e olhou para o fogo na lareira.


Christopher colocou a caneca na mesinha de canto e pousou as mãos nas coxas. Depois de um longo silêncio, Dulce percebeu que sua caneca estava vazia e entregou-a a Christopher, que pousou-a na mesa. Assustou-se, quando ele passou um braço por seus ombros.


- Também estou nervoso - ele confessou. - Isto não fazia parte do plano.


Ergueu o queixo dela com um dedo. Ela passou a língua nos lábios, preparando-os para o beijo. Ele os fitou e sorriu.


- Pronta? - indagou.


- Pronta.


Daquela vez, Christopher não foi gentil. Seu desejo falou mais alto, e o beijo foi ardente, possessivo, enquanto ele introduzia as mãos hábeis sob o suéter dela.


- Tire tudo - murmurou.


Dulce concordou, movendo a cabeça. Ele a ajudou a tirar o suéter, o sutiã e a calça jeans, jogando-os no chão.


- Onde está seu penhoar? - perguntou.


- Na primeira gaveta da cômoda.


Christopher levantou-se, abriu a gaveta, pegou o penhoar e entregou-o a Dulce, ajudando-a a vesti-lo, mas não permitiu que ela o abotoasse.


- Você é linda - sussurrou. - Quando olho para você...


- Eu também acho você muito bonito.


- Aquela noite, no chuveiro, quando olhou para mim... Toda noite penso em tocá-la... Tire minha camisa. Quero senti-la contra meu corpo.


Apesar de seus vinte e oito anos, ela nunca despira um homem. Todas as vezes em que chegara àquele ponto, algo a alertara de que não encontrara a pessoa especial. Mas com Christopher era diferente, o que simplificava tudo. Dulce abriu os botões da camisa e tirou-a, deslizando as mãos pelo peito vasto.


- Vou tirar esta também - ele declarou, referindo-se à camiseta.


Arrancou-a e lançou-a num canto do aposento. Colocou Dulce em seu colo, afagou-lhe os cabelos, o pescoço, os ombros, o colo e os seios, enquanto a beijava apaixonadamente, fazendo-a gemer de prazer.


- Você não tem idéia de quantas vezes imaginei-a tocando meu corpo, desde aquela noite no chuveiro - ele murmurou.


- Você devia ter me contado. Diga o que gosta. Ensine-me a lhe dar prazer.


- Você me dá prazer até quando respira.


As carícias continuaram. Passou-se uma hora. Muito vagamente, Dulce ouviu o relógio da sala badalar e percebeu que era tarde. Desejava mais do que beijos e afagos sedutores.


- Não está na hora de irmos para a cama? - sugeriu.


- Está, sim.


Christopher carregou-a nos braços até a cama, cobriu-a e, em seguida, colocou mais lenha na lareira para manter o quarto aquecido. Aproximou-se da cama, tirou os sapatos, deitou-se e se cobriu. Dulce franziu a testa, não gostando da barreira de cobertores entre eles.


- Não, deixe-os - ele falou, quando ela tentou afastá-los. - É mais seguro assim.


- Não quero segurança.


Christopher sorriu e acariciou-lhe o rosto.


- Uma virgem apressadinha e imprudente - murmurou.


- Eu quero...


- Eu sei, mas não esta noite. Não vou fazer amor com você.


- Por quê?


- Não é uma boa idéia.


- Por quê?


Por um momento, Christopher mostrou-se frustrado, sentou-se, beijou-a de leve nos lábios, então abotoou-lhe o penhoar.


Dulce não acreditava no que ele estava fazendo. Prendeu os cabelos atrás das orelhas, num gesto de raiva. Ele pegou as mãos dela e beijou-as.


- Existem coisas que você não entende - disse.


- Explique, para que eu possa entender!


- Não posso, não agora. Há muitas pessoas envolvidas.


- Você não confia em mim. Christopher franziu a testa.


- Confiei em poucas pessoas em minha vida - falou.


- Aprendi que não se pode confiar em todo mundo, algo que você precisa aprender também.


Fez com que Dulce se sentisse ingênua e inocente, como uma criança que esperava que todos os seus desejos fossem realizados. Mas ela não estava pedindo promessas ou compromisso, ao contrário, não fizera nenhuma exigência.


- Acho que vou passar a odiá-lo - disse. Christopher olhou para a lareira.


- Era melhor que tivesse me odiado desde o começo - declarou.


Levantou-se, suspirou, pegou o casaco e os sapatos e cruzou o aposento, parando no vão da porta e olhando para trás.


- Talvez eu não esteja mais aqui, quando você acordar - murmurou. - Tchau, irlandesa.


Longos momentos após ele ter saído, Dulce ainda não conseguia pensar com clareza.


Pressionou as mãos no peito, recordando as carícias que haviam trocado. Lembrou que Christopher não dissera "boa noite", ou "eu te vejo amanhã de manhã". "Tchau" poderia significar uma despedida final?



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Autor(a): theangelanni

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oi pessoal! no momento estou sem pc por isso não poderei postar as webs. assim que tudo se resolver voltarei a postar. ok! bye!


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 220



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  • anne_mx Postado em 19/02/2022 - 03:43:40

    Gente, que história PERFEITA! Eu fiquei apaixonada <3

  • stellabarcelos Postado em 01/12/2015 - 23:28:36

    Amei muito!! Muito lindos!

  • anevondy Postado em 28/09/2012 - 04:33:48

    Lindo d+!!!

  • anevondy Postado em 28/09/2012 - 04:33:48

    Lindo d+!!!

  • anevondy Postado em 28/09/2012 - 04:33:47

    Lindo d+!!!

  • anevondy Postado em 28/09/2012 - 04:33:47

    Lindo d+!!!

  • anevondy Postado em 28/09/2012 - 04:33:47

    Lindo d+!!!

  • dullinylarebeldevondy Postado em 04/04/2009 - 15:03:40

    Vc bem q podia escrever outra web adpatad!
    amo de paixão web's assim!
    kisses!

  • natyvondy Postado em 21/03/2009 - 16:36:02

    Lindo!!!!!!AMEI!!!!!!!!!! (2)
    muitoOoOoOoOoOoOOoOoOOo MARAVILHOSA A WEB!!!
    a história me encantou!!!
    DyU forever!!!
    bjix da naty

  • natyvondy Postado em 21/03/2009 - 16:36:02

    Lindo!!!!!!AMEI!!!!!!!!!! (2)
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