Fanfics Brasil - Coração Selvagem DyC [terminada]

Fanfic: Coração Selvagem DyC [terminada]


Capítulo: 8? Capítulo

1507 visualizações Denunciar


- A sopa está pronta - ela anunciou, guiando-o de volta à cama.


Para Christopher, ainda era impossível apoiar o tornozelo machucado no chão. O médico falara que o frio fora o que provavelmente impedira que os ferimentos ficassem piores. A mulher ajudou-o a acomodar-se, colocou a tala para manter o pé imóvel e cobriu-o com um cobertor.


- Não estou com fome - Christopher declarou.


Ela o ajudou a vestir uma camiseta enorme, que devia usar como camisola.


- Mas vai comer.


Esse anjo vai me tornar humano, ele pensou. O carinho, o modo como me olha, fazendo-me desejá-la cada vez mais, a preocupação comigo, fazem com que eu me sinta estranho. Talvez isso não me faça nada bem.


Viu-a sair e voltar com um prato de sopa numa bandeja. Ela se sentou na cama e obrigou-o a comer.


- Obrigado, Irlandesa - Christopher agradeceu, assim que terminou a refeição. Ela lhe deu um copo de água e duas pílulas.


- "Obrigado", pelo quê? - indagou.


- Pelo jantar. A sopa estava deliciosa. Foi você quem fez?


- Foi. Como me chamou?


- Irlandesa.


- Por quê?


- Seus olhos são tão profundamente azuis como o mar que cerca a costa da Irlanda. Christopher fitou-os por alguns instantes, então lembrou-se de que tinha um trabalho a fazer e que, depois do trabalho terminado, venderia a fazenda, apagaria da mente as péssimas recordações e sairia daquela região para sempre.


Olhou ao redor do aposento, concluiu que a ruiva estava reformando a casa, e que o próximo passo seria encontrar alguém com quem dividi-la.


- Meu nome é Dulce Maria saviñon - ela informou.


- Saviñon. Parece familiar.


- Meus avós moraram aqui.


Christopher lembrava-se vagamente dos velhos Saviñon. Costumava cumprimentar os vizinhos, quando os via, mas nunca tivera oportunidade de socializar-se. Ele e o pai dificilmente saíam da fazenda.


Estava tão cansado que permitiu que Dulce o cobrisse, sem protestar. Fitou o rosto bonito e os cabelos ruivos. Disse a si mesmo que um homem arriscaria tudo para possuir uma mulher igual àquela.



CAPÍTULO IV


 


Dulce trocou o roupão de banho por um confortável conjunto de moletom flanelado, em rosa e preto, um dos presentes que recebera de Natal da mãe e do padrasto, calçou um par de meias e chinelos. Ao voltar para o quarto, colocou mais lenha na lareira, em seguida acomodou-se na poltrona.


Christopher Uckermann era um homem que possuía uma incrível capacidade de recuperação. Após o episódio no chuveiro, ela decidira dormir na poltrona, pois achava melhor não tentar o destino.


Destino? Eram seus próprios instintos rebeldes que precisavam ser dominados. Christopher revirou-se na cama, e o cobertor caiu no chão. Dulce levantou-se e cobriu-o de novo. Ele segurou-lhe os cabelos, assustando-a. Tinha reflexos muito bons. Mesmo dormindo, mantinha vigilância sobre tudo o que acontecia a seu redor.


Dulce tentou livrar os cabelos da mão forte.


- Fale comigo - ele pediu.


- Não está dormindo? - ela perguntou, pousando a mão na testa dele e percebendo que estava quente.


Olhou para o relógio de pulso e notou que estava na hora dos antibióticos.


- Não consigo dormir - Christopher falou. - Estou muito impaciente.


Abriu os olhos e soltou os cabelos de Dulce. Ela se sentou na cama e pegou do criado-mudo as cápsulas de antibiótico e um copo de água.


- O que está fazendo neste lugar isolado? - ele indagou. Ela sorriu. Fitou-o e, por um estranho momento, achou que seria sugada para dentro daquela alma turbulenta. Ele pareceu ter percebido, porque pestanejou e desviou o olhar.


- Sempre amei esta fazendinha - Dulce declarou. - Quando vinha para cá, no verão, meus avós me levavam para pescar e para piqueniques nas colinas. Eu detestava setembro. Era quando tinha de partir. Mas jurava que viveria aqui, quando crescesse.


Fez uma pausa, recordando as noites que chorara na cama, ansiosa para voltar.


- Esta é minha verdadeira casa - concluiu.


-Veio para ficar? - Christopher perguntou, franzindo a testa.


- Vim.


- Sozinha?


- Não exatamente. Vou transformar esta casa numa pensão.


- Sei - ele murmurou, nitidamente não aprovando a idéia.


- Com o crescimento do turismo em Ashland, por causa do festival de Shakespeare, no verão, e com a popularidade das estações de esqui, meus negócios irão de vento em popa.


Christopher ajeitou-se contra os travesseiros, sentando-se, então passou a mão nos cabelos dela.


- Quais são seus sonhos? - ela ousou indagar.


- Desisti de ter sonhos há muito tempo.


- Quando tinha dezesseis anos e saiu de casa? –Christopher segurou com firmeza uma mecha dos cabelos ruivos.


- O que sabe a respeito? - indagou,


- Minha avó me falou sobre você, depois que seu pai... Quando você voltou para casa... Eu vi você no cemitério.


Dulce mais uma vez viu os olhos dele mostrarem angústia e não resistiu à tentação de deslizar um dedo pelos lábios firmes.


- Você parece tão triste... - comentou.


Christopher segurou-lhe as mãos e pousou-as em seu peito.


- Você pode fazer um homem esquecer tudo o que aprendeu na vida, Irlandesa - falou, e em seguida soltou uma risada carregada de cinismo. - Seus olhos convidam os homens a penetrar em sua alma.


- Não. Só convidam você.


Encararam-se. Ela percebeu a angústia que ele trazia dentro de si, a bondade que trancava em seu íntimo, o carinho que não queria admitir.


- Por quê? - Christopher perguntou.-Você não me conhece.


- Oh, conheço, sim.


Dulce percebera que ambos pertenciam àquele lugar. Os dois tinham voltado, dois peregrinos de volta ao lar.


- Voltou para reclamar sua herança? - ela indagou. Ele moveu a cabeça negativamente e soltou-lhe as mãos.


- Dê-me mais pílulas para aliviar a dor - pediu. - Talvez assim você se sinta mais segura para vir para a cama, e ambos teremos uma boa noite de sono.


Deitou-se, fatigado. Dulce deu-lhe as pílulas e tirou-lhe a temperatura. Christopher olhou-a como se estivesse procurando por algo que só ele sabia o que era, então sorriu e fechou os olhos.


Ela ficou sentada um bom tempo ao lado dele, na cama, observando-o. Eram como almas perdidas, que o destino colocara frente a frente. Pertenciam àquele lugar. Com essa certeza em mente, ela voltou para a poltrona, depois de colocar mais lenha na lareira.


- Vai viajar? Na casa de sua irmã? Na Califórnia? –Dulce repetia fragmentos de sentenças, enquanto o sr. Peters explicava por que passaria algum tempo fora da cidade e atrasaria o trabalho na casa dela.


- Passei aí na sexta-feira, para avisá-la - ele disse.


- Por que não entrou? Deixei a porta aberta.


- Não devia sair e deixar a porta aberta. Coisas estranhas acontecem na casa da fazenda ao lado.


- Sei.


- Eu a vejo na primavera.


Ao colocar o fone no gancho, Dulce olhou pela janela, para a neve que caía. Lutando contra a raiva e a frustração, decidiu terminar o serviço sozinha. Tudo o que precisava era de um livro que a ensinasse como tapar os buracos nas paredes e pintá-las.


Observando atentamente a alcova embaixo da escada, pensou como seria o hall de entrada. Se retirasse o quartinho, teria um amplo e conveniente espaço para a recepção.


Caminhando pelo corredor, parou na porta do quarto para ver Christopher. Ele estava sentado numa cadeira em frente à lareira, com os pés sobre um banquinho.


- O que está fazendo? - ela indagou, entrando no quarto e parando ao lado dele.


- Aquecendo os pés.


- Vou aquecer umas toalhas e...


- Estou bem assim. –Dulce apontou para a cama.


- Volte para lá, e agora! O médico disse que devia ficar na cama pelo menos três dias.


- Eu decido onde ficar e por quanto tempo. –Aturdida com a força do olhar dele, ela hesitou, incerta quanto ao que fazer. Para sua consternação, lágrimas encheram-lhe os olhos.


- Tudo bem - disse. - Vou preparar um pouco de chá.


- Irlandesa...


Dulce saiu do quarto o mais rápido que pôde, indo direto para a cozinha, antes que chorasse na frente dele. Parou na despensa e encostou a testa no vidro frio da porta do armário, procurando retomar a compostura.


A deserção do sr. Peters não é nenhum desastre, pensou. Encontrarei outra pessoa para me ajudar. Quanto a Christopher Uckermann, que vá para o inferno. Ousa me tratar com rispidez, enquanto ocupa minha cama e meu tempo. Da próxima vez que eu for brincar de Florence Nightingale, cuidarei de um cãozinho.


Coçou a nuca, passou a mão no rosto e percebeu que estava exausta por ter dormido mal. Ficara a noite toda colocando lenha na lareira, para que Christopher não pegasse uma pneumonia, devido à forte tempestade de neve que caíra. Por isso estava tão desanimada e frágil naquela manhã.


Christopher tivera um sono agitado, virara a cabeça de um lado para o outro e murmurara o tempo todo, sem contar que jogara o cobertor para fora da cama diversas vezes. Uma grande mão pousando em seu ombro a fez saltar de susto. Ela se virou e viu Christopher.


- Desculpe - ele pediu.


Dulce ergueu o queixo e olhou-o com frieza.


- Você tem razão - disse. - Não sou sua dona. –Christopher fitou-a com intensidade. Ela ficou tensa, engoliu em seco e desviou o olhar.


- Vou ajudá-la na reforma da casa - ele se ofereceu. Era óbvio, que ouvira a conversa ao telefone e deduzira que o sr. Peters não mais trabalharia na casa.


- Como? - ela perguntou, olhando para o pé machucado.


- Eu a ajudarei assim que meu tornozelo estiver curado - Christopher respondeu. - O inchaço já diminuiu. E realmente preciso de um emprego.


Dulce refletiu que ele devia estar mesmo precisando de dinheiro, porque a fazenda não produzia nada havia anos, e os impostos deviam estar atrasados.


- Tenho mãos hábeis - Christopher falou com sarcasmo, olhando o corpo esbelto de cima a baixo.


Dulce encarou-o, sem saber o que responder. Ninguém antes lhe falara daquela forma sedutora, como se ela fosse uma mulher incrivelmente sensual, tão desejável que um homem não era capaz de controlar-se.


 



 



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): theangelanni

Este autor(a) escreve mais 24 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

Sentiu-se lisonjeada, mas ralhou consigo mesma por estar sendo idiota, como na noite anterior, quando achara que ambos pertenciam àquele lugar. Pensou nas razões pelas quais não devia contratá-lo. - Pago dez dólares por hora - pegou-se dizendo. Devo estar ficando louca, pensou. - Eu aceito - Christopher disse. Aceitou tão rá ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 220



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • anne_mx Postado em 19/02/2022 - 03:43:40

    Gente, que história PERFEITA! Eu fiquei apaixonada <3

  • stellabarcelos Postado em 01/12/2015 - 23:28:36

    Amei muito!! Muito lindos!

  • anevondy Postado em 28/09/2012 - 04:33:48

    Lindo d+!!!

  • anevondy Postado em 28/09/2012 - 04:33:48

    Lindo d+!!!

  • anevondy Postado em 28/09/2012 - 04:33:47

    Lindo d+!!!

  • anevondy Postado em 28/09/2012 - 04:33:47

    Lindo d+!!!

  • anevondy Postado em 28/09/2012 - 04:33:47

    Lindo d+!!!

  • dullinylarebeldevondy Postado em 04/04/2009 - 15:03:40

    Vc bem q podia escrever outra web adpatad!
    amo de paixão web's assim!
    kisses!

  • natyvondy Postado em 21/03/2009 - 16:36:02

    Lindo!!!!!!AMEI!!!!!!!!!! (2)
    muitoOoOoOoOoOoOOoOoOOo MARAVILHOSA A WEB!!!
    a história me encantou!!!
    DyU forever!!!
    bjix da naty

  • natyvondy Postado em 21/03/2009 - 16:36:02

    Lindo!!!!!!AMEI!!!!!!!!!! (2)
    muitoOoOoOoOoOoOOoOoOOo MARAVILHOSA A WEB!!!
    a história me encantou!!!
    DyU forever!!!
    bjix da naty


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais