Fanfic: Coração Selvagem DyC [terminada]
Sentiu-se lisonjeada, mas ralhou consigo mesma por estar sendo idiota, como na noite anterior, quando achara que ambos pertenciam àquele lugar. Pensou nas razões pelas quais não devia contratá-lo.
- Pago dez dólares por hora - pegou-se dizendo. Devo estar ficando louca, pensou.
- Eu aceito - Christopher disse.
Aceitou tão rápido que Dulce não acreditou. Ela, então, lembrou que ele dissera que se hospedara numa estação de esqui, e a diária devia ser cara.
- Inclui quarto e comida - acrescentou.
- Tudo bem - ele concordou, inexpressivo. Dulce ficou magoada com aquele jeito negligente, porém concluiu que ele devia estar desesperado, mas que era muito orgulhoso para admitir.
De algum modo, o compreendia. Sabia o que era ter orgulho. Queria fazer daquela casa a melhor pensão da região.
- Posso pedir que tragam sua bagagem da estação de esqui para cá? - indagou.
- Não estou hospedado num hotel da estação de esqui, mas na casa de uns amigos. Vou telefonar e pedir que mandem minhas coisas para cá.
Dulce percebeu que ele colocara uma barreira entre eles, por isso apenas movimentou a cabeça afirmativamente e saiu. Foi para a cozinha, acendeu o fogão e colocou uma chaleira com água para ferver.
- Tem bolo de café - falou. - Quer um pedaço, para acompanhar o chá?
Quando não houve resposta, ela olhou ao redor. Christopher sumira tão silenciosamente quanto aparecera. Num impulso, ela correu para o quarto a tempo de vê-lo mancar na direção da cadeira em frente à lareira. Era incrível ver um homem com um físico como o dele mover-se sem fazer nenhum barulho, ainda mais com um pé machucado.
Questões sobre o passado de Christopher passaram pela cabeça de Dulce enquanto ela preparava o lanche da tarde, mas foram colocadas de lado.
Não o ouviu fazer a ligação para os amigos com quem estava hospedado, mas, uma hora depois, um veículo com o logotipo da estação de esqui trazia a bagagem dele. Um jovem, com o mesmo logotipo do carro no bolso direito da jaqueta, desceu, carregando uma mala e uma mochila de náilon.
Dulce, que abrira a porta ao ouvir o carro chegando, pediu-lhe que entrasse e indicou o caminho do quarto. O jovem informou que tinha um recado de Alfonso Herrera para Christopher e aguardou que ela se retirasse.
Desculpando-se, Dulce saiu do aposento e andou pelo corredor, perguntando-se quando Christopher ligara para seus amigos e por que o dono da estação de esqui mandara um recado para ele.
Ficou inquieta. Christopher Uckermann era um mistério. Ela sabia muito pouco a respeito dele. Talvez tivesse sido idiotice dar-lhe emprego e livre acesso a sua casa. Aquele lugar era seu sonho. Uma decisão errada, e arruinaria tudo. Dulce suspirou, pensando em outro sonho que tinha, o de dividir a vida com um homem especial.
Enquanto a neve caía, Dulce trabalhava nas paredes de um quarto, sempre ciente de Christopher caminhando pelos cômodos. Como um gato, ele se movia com flexibilidade, graça e em total silêncio. Muitas vezes, naquela manhã, encontrara-o bem próximo de si, encostado na parede, observando-a trabalhar.
Num determinado momento, ela captara uma estranha emoção nos olhos dele, que a fizera engolir em seco. Como um intruso, ele invadia seus pensamentos, noite e dia.
À tarde, terminado o serviço no quarto, ela foi olhar a alcova sob a escada. Aquele quartinho era sua próxima meta. Levou alguns objetos para o porão e varreu a sujeira do chão. Às cinco horas, dirigiu-se ao banheiro, louca por um banho.
Parou ao ouvir um barulho vindo do porão. Christopher devia estar lá embaixo. Ela rezou para que ele fosse cuidadoso e evitasse outro acidente. Imaginou-o deitado na neve, ferido na cabeça e no pé, deixado lá por algum bandido. Não acreditara na história da coruja que ele lhe contara.
Além do mais, Christopher fora à fazenda Uckermann, na semana anterior, e com certeza tivera tempo suficiente para explorar a antiga propriedade. Dulce recordou o aviso da sra. Tall sobre terem visto luzes acesas na casa abandonada. Talvez devesse ser mais cuidadosa. Pé ante pé, e com uma pesada chave inglesa nas mãos, desceu ao porão.
Antes de girar a maçaneta da porta, saiu e fechou a porta atrás de si.
- O que está acontecendo? - ele indagou. Sentindo-se ridícula, Dulce baixou a chave inglesa e fitou-o.
- O que veio fazer aqui? - atacou, transformando sua preocupação em raiva, por ele tê-la assustado.
- Ligar o aquecedor.
- Está quebrado. Precisa de uma peça nova. –Christopher moveu a cabeça negativamente.
- Não. Os controles só precisam de um ajuste. Há uma etiqueta que diz que o gerador foi limpo e reparado há oito anos. Acho que não foi usado desde então.
- O eletricista disse que precisava comprar uma peça, mas que viria consertá-lo.
- Cancele - Christopher disse, sorrindo. - Ou, quando o eletricista aparecer, deixe que eu converso com ele.
Dulce comentou consigo mesma que jamais alguém se oferecera para cuidar de seus problemas. Aquilo trouxe uma estranha sensação, algo próximo da ingenuidade.
- Obrigada, vou cancelar o conserto - decidiu.
- É o melhor que tem a fazer. Há móveis no porão e no sótão.
Ela comentou consigo mesma que ele revistara a casa de cima a baixo. Procurando o quê? Talvez objetos de valor para roubar. Era engraçado, mas, no íntimo, ela achava essa idéia absurda.
- A maioria é sucata - observou. - Os melhores móveis foram levados há muito tempo.
- Por parentes, aposto.
- Não era justo que os móveis ficassem se estragando, embora fizessem parte de minha herança, como a casa. O juiz permitiu que a família levasse os móveis que quisesse.
- Mas a casa ficou para você?
- Ficou.
- Essa "sucata", como você diz, é de madeira de excelente qualidade: carvalho, freixo, nogueira. Se forem consertados e encerados, os móveis parecerão novos.
Dulce sorriu. Aquele sorriso fez com que Christopher sentisse paz e alegria. Ele franziu a testa. Não podia se permitir sentimentos daquela espécie. Tinha um trabalho a fazer: encontrar os ladrões que haviam usado a fazenda, limpar seu nome, então vender a propriedade e livrar-se daquelas tristes lembranças para sempre. Até lá, manteria distância da ruiva.
Mas, para se manter distante dela, era preciso estar ocupado. Enquanto explorava a casa, revia seus planos. A cabeça já não doía tanto, e a perna já aguentava seu peso, por isso ele pagaria seu débito, ajudando-a na reforma da casa.
Autor(a): theangelanni
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 220
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anne_mx Postado em 19/02/2022 - 03:43:40
Gente, que história PERFEITA! Eu fiquei apaixonada <3
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stellabarcelos Postado em 01/12/2015 - 23:28:36
Amei muito!! Muito lindos!
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anevondy Postado em 28/09/2012 - 04:33:48
Lindo d+!!!
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anevondy Postado em 28/09/2012 - 04:33:48
Lindo d+!!!
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anevondy Postado em 28/09/2012 - 04:33:47
Lindo d+!!!
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anevondy Postado em 28/09/2012 - 04:33:47
Lindo d+!!!
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anevondy Postado em 28/09/2012 - 04:33:47
Lindo d+!!!
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dullinylarebeldevondy Postado em 04/04/2009 - 15:03:40
Vc bem q podia escrever outra web adpatad!
amo de paixão web's assim!
kisses! -
natyvondy Postado em 21/03/2009 - 16:36:02
Lindo!!!!!!AMEI!!!!!!!!!! (2)
muitoOoOoOoOoOoOOoOoOOo MARAVILHOSA A WEB!!!
a história me encantou!!!
DyU forever!!!
bjix da naty -
natyvondy Postado em 21/03/2009 - 16:36:02
Lindo!!!!!!AMEI!!!!!!!!!! (2)
muitoOoOoOoOoOoOOoOoOOo MARAVILHOSA A WEB!!!
a história me encantou!!!
DyU forever!!!
bjix da naty