Fanfic: Colegas de Quarto [PORTIÑON] | Tema: Portiñon

Dulce entrou no chuveiro e sentiu a água quente cair sobre seu corpo enquanto passava o sabonete pelo mesmo. Anahi achava melhor tomar banho depois do almoço, mas Dul queria se livrar logo dessa obrigação. Ela desligou o chuveiro, se enxugou e enrolou-se na toalha enquanto saia do box pisando cuidadosamente no tapete do banheiro, morria de medo de escorregar. Ela preferiu vestir suas roupas ali mesmo, não ficaria nua para uma garota que acabou de conhecer nem morta.

Enquanto se vestia, ela ouviu a voz de Anahi conversar animadamente do lado de fora. Deduziu que estivesse no telefone, odiaria ter que conviver com uma maluca. Neste momento se lembrou de Sharon.

Aí você descobre que na verdade ela é uma psicopata e tenta te matar enquanto você dorme.

Dulce engoliu em seco. Definitivamente Sharon era o seu pior pesadelo. Só mesmo a mais alta para fazê-la se preocupar com coisas tão fúteis, mesmo que tenha sido apenas sarcasmo. Respirou fundo, abandonando seus pensamentos nada produtivos e secou o banheiro antes de sair. Quando abriu a porta do quarto, viu Portilla sentada na cama desligando animadamente seu celular. Quando viu Dulce, levantou-se e a desafiou extremamente animada:

– Advinha com quem eu estava falando!

– Tom Cruise? - Ironizou Dulce por causa da animação da colega.

– Não, isso seria realmente uma Missão Impossível.– Ironizou de volta. - Era o Poncho.

– Poncho? Você pegou o celular dele?

– Sim. E advinha? Estamos no mesmo prédio!

– Não brinca! - Exclamou a morena arregalando os olhos.

– É sério! Eles deram um jeito de ficarem aqui por causa da não-prima deles. Disseram para procurarmos por eles quando descermos.

– Graças a Deus que achamos esses garotos para não ficarmos totalmente rodadas. - Declarou Dulce.

– Ah, muito obrigada pelo elogio. - Disse Anahi meio sentida pelo rodadas.

– Oh... Desculpe, não falei por mal. Apenas fiz um comentário inocente. É que estava um pouco preocupada em ser difícil conseguir me socializar logo de cara.

– Tudo bem, sei que não falou por mal. Venha, coloque um sapato e vamos descer. - Disse a loira com uma voz doce e sincera.

– Certo. - Respondeu Dulce sorrindo em resposta.

As duas pegaram o elevador e desceram até o térreo do belo prédio da VDC. Ele parou algumas vezes, e mais alunos entraram. Quando saíram, foram procurar pelo refeitório do local. O que não foi muito difícil, já que a maioria dos alunos estavam indo para lá. Portilla pegou seu celular e ligou para Poncho, que orientou a loira para onde se encontravam.

Estavam sentados à mesa, os Bychowiecs e mais alguns garotos. Christopher estava procurando por algo, ou alguém, esticando seu pescoço para ver melhor, enquanto falava ao telefone. As meninas se sentaram e Poncho as cumprimentou gentilmente. Ele bateu de leve com o cotovelo no braço do irmão, chamando-lhe a atenção. Christopher virou seu olhar para o Bychowiec mais velho e depois para as garotas, cumprimentando-as com um aceno de cabeça e um sorriso. Logo depois, voltou a fazer o que estava fazendo antes. Poncho se irritou e tomou o celular do irmão.

– Relaxa, cara. Logo ela acha a gente. - Disse o gêmeo mais velho. Christopher apenas bufou.

– Desculpe-me a intromissão, mas de quem vocês estão falando? - Perguntou Dulce.

– A nossa prima Celina, aquela que falamos pra você. - Respondeu Christopher.

– Ela não é nossa prima. - Protestou Poncho.

– É só uma brincadeira, velho. Larga de ser ranzinza. - Disse o Bychowiec caçula. - Ei! Celina! - Gritou em seguida assim que avistou a prima, acenando para ela.

Dulce se concentrou na figura que acenou sorrindo de volta. Ficou bem admirada com a beleza da garota, mesmo que ainda vendo-a de longe. Celina era bem gordinha, mas exalava elegância. Seu modo de andar era suave, feminino, e até um certo ponto, felino. Lembrava um gato persa caminhando solenemente enquanto balança sedutoramente sua cauda. Ela sentou-se no meio dos irmãos, de frente para elas. Permitindo que Dulce visse os detalhes de seu rosto. Estava delicadamente maquiada, dando destaque aos olhos, que eram sem dúvida, o que mais chamavam a atenção. Eram grandes e de um azul claríssimo. Felino, assim como seu andar. Dulce podia até estar exagerando, mas naquele momento pensou que nunca havia visto uma mulher tão linda quanto aquela. Não por sua aparência em si, mas pela elegância natural de seu ser, não era forçado. Era a maneira com que olhava, andava e se vestia. Parecia que Celina era uma das musas pintada em óleo sobre tela por algum artista renascentista que saiu de um dos quadros. Dulce desviou seu olhar para Anahi, e por um momento, podia jurar que a loira engolia a garota com os olhos, como se a despisse apenas com o olhar.

– Priminhos! - Exclamava a ruiva enquanto abraçava os dois irmãos ao mesmo tempo, com um braço em volta de cada pescoço.

– Não somos primos. - Insistia Poncho.

Celina se virou para ele e apertou suas bochechas.

– Oi pra você também, meu Batman lindão! - Dizia com uma voz manhosa e fazendo biquinho.

– Celina, deixe eu te apresentar nossas amigas. Dulce Dulce e Anahi Portilla. Meninas, essa é Celina Disaro. - Disse Christopher.

– Muito prazer, garotas! - Celina cumprimentou cada uma com um aperto de mão e um belo sorriso, formando volumosas bochechas.

– O prazer é todo nosso! - Respondeu Portilla igualmente gentil para a ruiva. Dulce concordou com a loira balançando a cabeça.

– Sabia que Anahi foi minha parceira de vôo e Dulce a de Christopher? E aí depois fomos apresentá-las e as duas já se conheciam. Colegas de quarto. - Informou Poncho.

– Não brinca! - Exclamou Disaro arregalando seus olhos felinos.

– Pois é, o mesmo curso, e pra finalizar, morando no mesmo prédio. - Enfatizou Dulce.

– Uau! Não se presenciam coincidências assim todos os dias. Talvez seja um sinal de que seremos bons amigos. - Disse Celina.

– Então Celina, você faz veterinária? - Perguntou Anahi tentando puxar assunto, já que via que o anterior estava encerrado.

– Sim, há dois anos. Vocês podem achar que estou sendo ridícula, mas os animais são melhores que muita gente. Não ligam para aparência, status, nem nada disso. Apenas querem amar e serem amados. Me sinto bem perto deles.

– Isso significa que você está fazendo o que ama. É muito bom - Respondeu Anahi.

– Você tem algum animal, Celina? - Perguntou Dulce meio que se intrometendo na conversa.

– Animal? Ela tem um monstro! Um demônio! - Exclamou Christopher também se intrometendo. Celina riu sem pudor algum e Dulce lançou um olhar confuso para Anahi.

– Bem... - Começou Celina se acalmando - Eu tenho um cachorro. Meu pai queria um cão de guarda, então sugeri que arranjássemos um cruzamento bem ousado de raças. Felizmente um amigo dele tinha uma cadela Rottweiler que cruzou com um Pit bull. Então pegamos um machinho pra gente.

– Rottweiler com Pit Bull? - Perguntou Dulce perplexa.

– Sim. Rottweiler gigante com Pit bull. - Enfatizou Celina.

– E qual o nome dele? - Perguntou Anahi.

– Cérbero. - Respondeu Celina tranquilamente.

– Co...Como? - Gaguejou Dulce.

– É eu sugeri esse nome. Então você imagina quando vai gente lá em casa, e tem aquele cachorro enorme e monstruoso latindo e a gente grita: "Sossega Cérbero!".- Disse primeiramente rindo - Mas aquela coisa só tem tamanho e feiúra, é mais manso que um gatinho.

– Meio difícil de acreditar. - Declarou Dulce se encolhendo na cadeira.

– Gente, a conversa está muito boa... Mas eu estou com fome! - Reclamou Poncho depois de um bom tempo em silêncio.

– Oh coitadinho! - Disse Celina acariciando os cabelos lisos do garoto, enquanto o mesmo lhe fuzilava com o olhar. - Vamos lá gente. - Completou enquanto se levantava.

Eles se serviram e ficaram conversando sobre diversos assuntos aleatórios durante a refeição. Quando terminaram, seguiram para seus quartos a fim de descasarem um pouco, porque ás 14:30 aconteceria um excursão pelo campus para que os alunos conhecessem melhor o local.