Fanfic: Colegas de Quarto [PORTIÑON] | Tema: Portiñon

Washington D.C.

 O agente Enrique Puente encaixou a chave de seu apartamento na fechadura da porta de maneira cansada. Mal conseguia acreditar que finalmente tiraria férias depois de um longo período apenas trabalhando. Queria um pouco de paz, sossego, um tempo merecidamente seu. Não que Enrique não gostasse de trabalhar no FBI, ao contrário, ele amava. Mas havia muito tempo que não conhecia a palavra descanso.

Passou pela sala de estar, arrancou seu terno de maneira desleixada, e jogou-se no sofá, fechando os olhos e esfregando o rosto com as mãos. Seu celular começou a tocar, Enrique resmungou e olhou de onde vinha a ligação. Era uma antiga amiga do colegial, Milena Weber, com a qual não falava há um pouco mais de 5 anos, mas ainda tinha seu telefone, já que Enrique preferia ter todos os números possíveis, mesmo o de pessoas que não falava há um bom tempo.

– Alô, Enrique?– Disse a voz feminina do outro lado da linha.

– Milena? Aconteceu alguma coisa?

– Preciso falar urgente com você. É do seu interesse.

– E o assunto seria...

– Não dá pra falar pelo telefone.

– Certo... Então que tal nos encontrarmos em um restaurante?

– Acho melhor um local com menos gente. Talvez você possa surtar.

– Surtar? Do que você está falando, Milena? Não nos falamos há anos e de repente você liga dizendo que tem algo do meu interesse para me contar. E pior, que eu posso surtar com isso! Desembucha logo! O que você quer me contar?

– Já disse, homem! Não dá pra falar pelo telefone! Mas posso te adiantar um pouco. É sobre a Marichello.

Enrique respirou fundo, mal acreditando no que acabara de ouvir.

– Milena, ouça bem, Marichello e eu namoramos há quase 20 anos atrás. Éramos apenas dois adolescentes. Então como um assunto que envolva ela pode me interessar?

– É exatamente nesse ponto que não dá pra falar pelo telefone.

Enrique suspirou impacientemente mais uma vez.

– Ok Milena, como quiser. Ainda moro no mesmo apartamento. Já que é algo tão importante, venha pra cá.

– Estarei aí em 20 minutos! - Disse Milena antes de desligar o celular.

Enrique deu uma leve ajeitada na sala de estar enquanto esperava por Milena. Tirou dali seu par de sapatos e o paletó, e os colocou em seu quarto. Ele tirou a roupa social que vestia e colocou algo mais caseiro: Uma camiseta cinza simples, uma calça de moletom preta e chinelos. Vinte e cinco minutos depois o porteiro telefonou para seu apartamento avisando que Milena estava na recepção. Enrique pediu que a deixasse subir.

– Você está cinco minutos atrasada. - Disse Enrique quando abriu a porta para a antiga colega do colegial.

– Ninguém é perfeito, Enrique. Pelo visto você está ótimo! - Disse ao analisar o corpo do agente, estava bem mais musculoso do que lembrava, e isso era visível pela maneira que a camiseta marcava os músculos de Puente.

– Entra logo, Milena e diga logo o que quer me contar de tão importante sobre a Marichello.

– Claro. - Respondeu a mulher enquanto entrava no apartamento do agente.

– Bem, agente... Acho melhor o senhor se sentar, porque suas pernas vão ficar bambas. - Milena disse de maneira provocante. Enrique não respondeu. Apenas se sentou e ficou encarando a mulher morena que se sentava ao seu lado.

– Vou direto ao ponto. Lembra quando você e a Marichello deram uma escorregada e ela acabou ficando grávida? Meses depois ela disse que perdeu o bebê o foi embora para Nova York.

– Sim, me lembro. - Disse Enriquea inda mais confuso do que antes.

– Ela mentiu. - Disse Milena de maneira seca e rápida.

– Co...Como é que é? - Perguntou o agente completamente perplexo e confuso para a antiga colega.

– Exatamente o que eu disse, Enrique. Ela mentiu! Ela foi embora para Nova York e teve o bebê lá. Como ela não queria ficar com a criança, acabou colocando-a para a adoção. - Explicou calmamente.

Enrique encostou suas costas na poltrona e ele sentiu sua visão turva. Colocou a mão sobre a testa e começou a olhar para os lados, completamente desnorteado. Milena tinha uma leve satisfação presente em seu olhar.

– É mentira! Mesmo que ela não quisesse ficar com a criança, ela teria passado a guarda pra mim! Ela sabia que eu queria aquela criança. Com certeza essa é mais de uma das suas briguinhas que você está querendo fazer intriga acusando Marichello de algo muito mais sujo e grave do que seu veneno está acostumado.

– Sim, tivemos uma briga. Mas eu não estou mentindo. É a pura verdade. Eu me lembro bem, era uma menina.

– Menina? - Perguntou Enrique já com os olhos lacrimejantes e cheios de revolta.

– Sim, é a mais pura verdade. Se quiser confirmar com a própria Marichello, vai fundo! Duvido que ela negue. - Disse a mulher antes de pegar sua bolsa e sair do apartamento, deixando para trás, um Enrique confuso, revoltado e completamente colérico.