Fanfic: Es todo sobre el dinero ~AyA [adp-finalizada] | Tema: Ponny

- Só não entendi uma coisa ainda. – eu disse enquanto sentava no sofá junto com Poncho.
- O que? – ele rolou os olhos, visivelmente entediado com o assunto.
- A Dul disse que Ucker terminou com ela por causa de uma namorada. – eu disse, Poncho me puxou para seu peito, colocando seus braços em minha volta. – Se ele tem namorada, porque está querendo ficar com a Dul?
- Any. – Poncho suspirou. – Eles terminaram depois de um mês que começaram a namorar. – Ele beijou minha cabeça. – Agora chega desse assunto? - Tudo bem. – sorri e suspirei. – E sobre o que conversaremos agora?
- Quem disse que eu quero conversar? – olhei para Poncho e ele sorriu para mim, me beijando em seguida.
Eu não faria objeções à vontade de Poncho, principalmente para aquela vontade. De alguma forma ele conseguiu me deitar no sofá e ficar por cima de mim. Suas mãos ágeis passeavam por meu corpo, minha perna, minha cintura, meus seios. Suspirei com seu toque, ele sorriu durante o beijo, mordi seu lábio com uma força moderada e o ouvi gemer baixo.

Bem ao fundo da minha mente, o despertador tocou, gemi frustrada e me cobri até a cabeça. Ao meu lado, Poncho se mexeu, me procurando no meio das cobertas.
- Any, onde você se enfiou? – ele perguntou, a voz grogue de sono.
- Nem te conto. – eu ri e tirei o cobertor da minha cabeça. O despertador ainda tocava, soquei ele e o fiz parar. – Bom dia.
- Seu despertador é um gay. – Poncho murmurou voltando a deitar.
- Não, o Pollito é meu despertador não. – ele revirou os olhos e me ignorou.
Suspirei e sentei na cama, tinha que ir para a faculdade e Poncho, sortudo, não tinha gravações hoje. Ainda estava cansada da noite passada, um pouco dolorida – diga-se de passagem – e com um peso na consciência, sabia o que isso causaria a Poncho no futuro, não seria bom. Sacudi a cabeça, afastando os pensamentos, e levantei. Quando sai do banheiro, Poncho me olhava, com um sorriso malicioso no rosto.
- Tem mesmo que ir? – ele perguntou, se apoiando nos cotovelos para me olhar melhor.
- Sim. – suspirei olhando meu guarda-roupa. – Apresentação de projeto. O Pollito me mata se eu faltar. É trabalho final já.
Sim, o semestre já estava quase acabando, assim como meu tempo com Poncho, pisquei para que as lágrimas sumissem de meus olhos, funcionou apenas o contorno de meus olhos ficaram úmidos, eu os enxuguei rapidamente.
- Ainda bem, depois disso terei você apenas para mim. – ele disse com um tom de alegria na voz, eu ri e ignorei o nó em minha garganta.
Escolhi uma roupa apresentável, que Pollito não aprovaria, e vesti. Ficaria atrasada se continuasse naquele ritmo. Dei um selinho em Poncho e sai, não tomaria café da manhã agora, só quando chegasse na casa de Pollito.
- Atrasada? – ele perguntou.
- Não, mas você conhece o Pollito.
- Até mais tarde, amo você. – ele disse enquanto eu pegava a bolsa e ia para a porta.
- Também te amo. – sorri para ele e sai.

Cheguei dez minutos antes do combinado, Pollito não teria motivos para reclamar. Sai do carro e entrei na casa como se fosse minha também. Dul tomava chocolate quente no sofá, assistindo algo chato em um canal chato. Fiz uma careta para a televisão.
- Bom dia. – ela disse e sorriu.
- ‘Dia. – respondi e fui para a cozinha. – Não vai para a faculdade? – perguntei.
- Atestado médico. – ela disse, como se explicasse tudo.
- Foi um corte que não interfere em nada. – eu disse.
- O médico disse: fique de repouso por um dia, pelo menos. – ela disse, surgindo na cozinha. – Quem sou eu para contrariá-lo?
- Também serve de desculpa para o fato que você não terminou o seu trabalho final. – Pollito disse, aparecendo na porta.
- Meu trabalho final é para daqui três meses. – Dulce disse e revirou os olhos. – Tenho tempo ainda.
- Claro, levando em conta que você não fez nem a capa.
- Cuida da sua vida. – ela disse e foi para a cozinha. Eu ri.
- Está pronto? – perguntei para Pollito.
- Só vou comer algo. – ele disse.
Fui para a sala, Dulce falava ao telefone com alguém. Suspirei quando ouvi ela dizendo o nome de Eddy, claro que era com ele, quem mais poderia ser? Poncho disse que Eddy não estava interessado em Dulce, que, para ele, era apenas uma transa, apesar de Dulce ter afirmado que ele estava apaixonado por ela, já que ele ficara com ela por um longo tempo e não tentara nada. Mas, como dizia minha sábia avó, as aparências enganam, e muito. Não julgar o livro pela capa? Era algo que não cabia a Dulce, ela também as vezes não ligava para o amor, e ficava apenas com a conquista e uma noite boa, mas quando era com ela, eu teria que agüentar depois.
- Any? – ouvi alguém chamando, me tirando de meus devaneios.
- Oi?
- Vamos. – Pollito disse.
- Claro. – eu peguei minha bolsa, que deixara no sofá. – Tchau Dul.
- Uhum, espera ai... Tchau, boa aula. – ela voltou a falar no telefone. Vi Pollito revirando os olhos.
Esperei até estarmos no carro para perguntar o que queria à Pollito.
- Você não parece gostar do Eddy. – assinalei, ele não negou. – Por quê?
- Os que têm a cara bonita? São os piores. – ele disse. – Dulce sairá machucada dessa, mais do que quando foi com Ucker. Não ficará pior do que você, mas chegará perto.
- Pior do que eu? – apertei o volante, eu sabia do que ele estava falando, mas preferi continuar o assunto.
- Você sabe, quando seu tempo com Poncho acabar. – ele me olhou, esperando as reações de sempre, lágrimas, frustração e coisas do tipo.
- Estou preparada para quando chegar. – eu disse, as lágrimas embaçaram minha vista, por sorte o farol estava vermelho, pisquei os olhos furiosamente e as lágrimas sumiram.
- Veremos quando chegar. – olhei para ele. – Sim, eu sei, eu estarei lá para te ajudar e tudo mais, mas, ainda assim, você nunca estará totalmente preparada para o momento, ninguém está. Se até Miguel Arango ficou mal quando descobriu as coisas sobre a Sabrina, e olha que ele é “o” frio da novela. – ele riu sem humor. – Você acha que algum outro estará?
- Miguel é um personagem fictício. – eu disse.
- Você me entendeu. – ele disse. Suspirei, sim, eu havia entendido. – A Dul já achou um lugar longe daqui para quando chegar à hora. Será bom para você.
- Espero que sim. – funguei.