Fanfic: Es todo sobre el dinero ~AyA [adp-finalizada] | Tema: Ponny

Eu precisava ficar sozinha. Longe de casa e dos lugares muito conhecidos. Eddy me decepcionara, muito, pior do que Ucker. Já que Ucker, pelo menos, tivera a coragem de me contar a verdade no final.
Anahí havia viajado – Pollito me contou logo depois que ela foi embora com Poncho – de qualquer forma, eu não queria falar com ela. Mesmo que ela fosse minha melhor amiga, e Pollito também, não queria falar com eles, afinal eles falariam tudo o que eu não queria ouvir.
Parei o carro, eu reconhecia aquele lugar, eu dirigia sem perceber para onde ia. Do meu lado direito estava a lanchonete, onde eu e Ucker havíamos comido alguns dias atrás. Sorri ao ver Ucker ali dentro, não era estranho, ele adorava lá e sempre ia para a lanchonete depois das gravações. Estacionei o carro e desci, atravessei a rua e entrei no lugar.
- Boa noite. – uma moça veio me atender. – Quantos lugares?
- Não precisa. – eu sorri. – Vim encontrar um amigo e ele já chegou. Obrigada.
Atravessei o salão da lanchonete até a mesa de Ucker, a mesa de sempre, ele não comia, apenas bebia o que parecia ser coca-cola.
- Dia cheio? – perguntei chegando à mesa. Ele me olhou e sorriu, se levantou para me abraçar.
- Como você está? – ele perguntou, foi para o outro lado da mesa e puxou a cadeira para que eu sentasse, depois voltou para a própria cadeira de frente para a minha.
- Estou bem. – sorri. – Any e Poncho foram viajar.
- Terminamos as gravações da primeira temporada hoje, temos um tempo de férias. – ele sorriu.
- O que você vai fazer durante esse tempo? – perguntei enquanto pegava o cardápio.
- Ainda não sei. – ele disse. – Sem companhia, fica meio chato de fazer algo.
- Não é tão difícil, principalmente para você, encontrar uma companhia. – eu disse.
- Você parece preocupada. – ele fugiu do assunto.
- Estou ótima. – eu sorri e chamei o garçom que rondava por ali. – Uma caipirinha de maracujá.
- Ótimo começo. – Ucker sorriu para mim. – Comprovando minha teoria.
- Já disse, estou ótima.
- Dul, você raramente bebe caipirinha, gosta de coisas mais leves, como batidas. – ele sorriu para mim. – Você não está bem. A propósito, eu sei qual é o seu problema. – Ucker me olhou como quem pede desculpa.
- Sabe?
- Eu estava ao lado dele, quando o telefonema aconteceu. – Ucker disse. – Nunca achei que Eddy faria isso, mas as pessoas nos surpreendem.
- Nem me fale. – eu disse, desviando os olhos.
O silêncio que se seguiu foi desconfortável, eu sentia a necessidade de falar algo, só não sabia o que.
- Como está a sua perna? – Ucker disse, também parecia desconfortável.
- Bem, só incomoda às vezes. – sorri.
- Hmm. – ele murmurou.
O garçom voltou, trazendo meu copo. Tomei um longo gole, Ucker me olhou com um meio sorriso.
- O que? – eu disse. – Preciso disso!
- Não falei nada. – ele sorriu, chamou o garçom e pediu uma para ele também.
- Você também não é de beber caipirinha, prefere coisas mais fortes. – eu disse.
- Só quero te acompanhar.
- Pff. – bufei e tomei outro gole, esvaziando meu copo. – Sabe o que eu quero fazer? Me embebedar até cair. Foi por isso que sai de casa e comecei a vagar sem rumo. Tinha outras idéias, que não incluíam parar aqui, mas sim ir para a praia.
- E está me dizendo isso, por que...
- Pensei que tiraria da minha cabeça essa idéia. – confessei. – Achei que conseguiria dizer tudo o que estou sentindo para você.
- E não está conseguindo?
- Não é isso. – eu disse e suspirei. – Não quero falar disso, quero esquecer e fingir que nunca o conheci, que nunca fiquei com ele e nunca um dia o quis. Não quero chorar por ele, já que ele não merece isso.
- Não precisamos falar disso. – Ucker disse. – Podemos falar sobre pôneis.
- Pôneis. – eu disse a palavra e comecei a rir.

Ucker me seguiu até em casa, não que eu estivesse em um caso de “perigo ao volante”, eu não havia bebido muito, só uns cinco copos, mas Ucker insistiu. Parei o carro em frente de casa e desci, fui até o dele.
- Quer descer? – perguntei.
- Acho melhor não. – ele sorriu para mim. Passou a mão em meu rosto. – Tchau Dul.
- Tchau. – eu disse e me afastei para que ele saísse.
Entrei em casa, Pollito assistia televisão. Ele me olhou e revirou os olhos.
- O que? – perguntei. Sentei no sofá e comecei a tirar minha sandália.
- Você bebeu. – ele disse.
- Até parece que estou insuportável, aliás, mal cheguei! – eu disse.
- Não é essa a questão. – ele disse.
- Então, qual é o problema?
- Você nem me convidou! – ele acusou, não segurei o riso.
- Foi de última hora. Encontrei com Ucker e acabamos parando para conversar. – eu disse e me joguei, completamente, no sofá.