Fanfic: Es todo sobre el dinero ~AyA [adp-finalizada] | Tema: Ponny

1 ano antes.

Olhei de novo aquele monte de parasitas em volta dele, me segurando para não dar uma de namorada – louca – ciumenta, me lembrando sempre que eu o amava e ele me amava, apesar de não estar funcionando.
- Any, pare de se torturar. – a agente dele disse atrás de mim.
Era fácil para ela dizer isso, não era ela que namorava Alfonso Herrera!Não era ela que tinha que agüentar o monte de garotas se jogando em cima dele por ele ser o ator gato da novela! Como dizia minha adorável e falecida avó: “Pimenta nos olhos dos outros é refresco!”. Apesar de esse ditado não fazer muito sentido agora.
Esquecendo a raiva acabei seguindo o conselho dela e sai de perto daquela porta que me dava toda a visão de Poncho, sentado na mesa esperando as parasitas virem pedir o seu autógrafo.
- Diga a ele que estou no quarto dele. – disse à ela e fui pegar o elevador.
Aquela viagem com ele havia sido um erro, o pior de todos, e uma provação também. Poncho odiava me deixar para trás quando ia viajar para algum evento da série, e eu odiava quando ele me deixava.
Era tudo mais fácil quando ele não era famoso, e tinha tempo integral para mim. Egoísta? Sim, sou muito, principalmente quando o assunto é Alfonso Herrera!
O elevador finalmente parou no andar onde era o quarto de Poncho, ah, e o meu também!
Eu pensava que conseguiria uma paz no quarto, mas era impossível ignorar os gritos estridentes das parasitas em frente ao hotel; suspirei derrotada, e peguei meu iPod para ver se, assim, eu conseguiria abafar os gritos, com os fones no ouvido, deitei na enorme cama de casal e me distrai com meus próprios pensamentos...

Seu beijo na minha nuca me arrepiou e me fez acordar, nem percebi que havia dormido. Embaixo de meu travesseiro meu iPod estava desligado, sem bateria, e os fones estavam perdidos em algum lugar pela cama, mas nada disso só importava, não quando seus braços estavam à minha volta, me abraçando e me levando para mais perto dele.
- Como você está, minha ciumenta mais linda? – ele me deu outro beijo, dessa vez atrás de minha orelha.
- Com saudades de você. – me virei, ficando de frente para ele e sorri.
Ele sorriu para mim também, um sorriso que chegava a seus olhos, era o sorriso que me deixava boba, me deixava desnorteada, era o meu sorriso.
- Quer sair para jantar mais tarde? – ele perguntou, passando a mão em meu rosto.
- Hmm, o que você tem em mente? – perguntei.
- O que você acha de, na nossa última noite aqui, irmos a um restaurante de comida japonesa?
- Sério? – sorri para ele, totalmente entusiasmada com a idéia.
Comida japonesa era a segunda coisa que eu mais amava na vida, a segunda, porque a primeira era, sem discussões, o Poncho!
Ele riu com meu entusiasmo, me deu um selinho rápido e se levantou.
- Sério, mas acho melhor você se apressar, fiz as reservas para as nove horas.
- E que horas são? – me virei para pegar meu celular na mesinha de cabeceira, sete horas da noite! – Dormi tanto assim?
Poncho riu, enquanto tirava a camisa e a jogava na cama, ela caiu perto de mim. Olhei para a camisa e depois para ele, que sorria para mim enquanto tirava os sapatos.
- Sabe que posso encarar isso – apontei para a camisa perto de mim. – como uma provocação, Somerhalder?
- Eu realmente espero que sim! – ele riu e tirou o cinto da calça, deixando-o no chão e indo para o banheiro. – Não demora.
Mordi os lábios e revirei os olhos, ouvi a água do chuveiro começando a cair, e só de imaginar a cena da água escorrendo pelo corpo, totalmente definido, de Poncho, foi o suficiente para me fazer levantar e ir até o banheiro a fim de aproveitar o que me pertencia.
Confesso que ser namorada de Alfonso Herrera tinha suas vantagens, como a chance de tomar um banho com ele e perder a hora da reserva. Não que a gente tenha se importado, já que o jantar foi substituído por algo muito mais interessante.
- Você sente falta? – perguntei enquanto comíamos o que tínhamos pedido do serviço de quarto.
- Do que?
- Da “não-fama”? De não ter um monte de menina atrás de você? – tomei um gole do suco que havia pedido antes de continuar. – Digo, se você pudesse voltar atrás, sabendo de tudo o que aconteceria, faria algo diferente?
Poncho me olhou, por um bom tempo admito, o que me deixou meio ansiosa para saber sua resposta, me fazendo ficar com medo de sua reação.
- Acho que tudo tem dois lados. – ele e suas respostas filosóficas. – Por um lado eu odeio a fama, e definitivamente mudaria o rumo da minha vida se eu voltasse atrás, mas... – ele me olhou com um sorriso.
- Mas?
Ele pegou a bandeja que estava entre nós, e a colocou no chão do lado da cama, se aproximou de mim.
- Mas ai eu não teria a oportunidade de aproveitar essa cama com você, nem teria feito metade do que já fiz com você nas viagens. – ele sorriu, safado, e me beijou, começando a segunda vez da noite.

Apesar de tudo, minha felicidade foi gigante quando, finalmente, entrei no meu apartamento.
Era bom ficar alguns dias sem ter que se preocupar em cozinhar e cuidar da casa, mas eu sentia falta do meu apartamento, do meu conforto, e era melhor ainda porque não tinha os gritos das parasitas.
Olhei meu telefone, a luz da secretária estava acesa, eu podia apostar meu namoro com o Poncho que uma mensagem, pelo menos, seria da minha mãe, e as outras de alguma amiga me perguntando da viagem, como foi e se eu consegui um autógrafo de algum menino do elenco, mais uma vez!
Ignorei a secretária e fui comer algo. Estava cansada, implorando por um banho, mas a fome falava mais alto, principalmente quando eu sabia que tinha um bolo de chocolate na geladeira, cortesia de minha mãe que, com toda a certeza, havia passado no meu apartamento mais cedo para dar uma arrumada e garantir que eu não morreria de fome por uma semana.
Meu celular começou a vibrar no bolso da minha calça, Poncho me ligando, peguei e o coloquei no viva-voz, afinal eu tinha um bolo para pegar e comer.
- Oi? – disse, colocando o celular em cima da mesa.
- Pegando bolo? – Poncho me conhecia, e conhecia minha mãe muito bem também.
- Como sempre. Afinal, só ontem perdi muitas calorias. – dei um sorriso malicioso ao lembrar da noite passada, e sabia que Poncho também estava lembrando.
- Boa desculpa, sendo assim, não esquece de guardar um pedaço para mim.
- Que horas você vem? – perguntei, fechando a geladeira segurando o prato com a fatia, bem generosa, de bolo.
- Foi por isso que eu liguei. – congelei, esperando a resposta. – Eu não vou hoje ai, gravações.
Mordi meu lábio forte, me proibindo de sentir raiva por isso, era o trabalho dele, alem do mais eu já havia ficado com ele o dia inteiro, acordei com ele, tomei café da manhã e almocei com ele, além da viagem de cinco horas no avião com ele.
- Tudo bem. – respondi, atenta ao tom da minha voz, despreocupado.
- Ta tudo bem mesmo? Você não se importa mesmo? Se quiser eu posso te levar. – ele ofereceu.
Pensei na proposta, era sempre legal ir nas gravações, os erros e toda a preparação do elenco era divertida. Mas me fazia parecer a namorada perseguidora e controladora. Apesar de todos me conhecerem e saberem que eu não sou desse tipo.
- Não, eu estou cansada e tenho certeza que quando ouvir os recados da secretária, a Dulce e o Pollito estarão se convidando para vir para cá! Você os conhece.
- Ta bom então. Eu tenho que ir, amanhã passo ai para te levar à faculdade. – ele respondeu, revirei os olhos diante à sua atenção. – Amo você.
- Eu também amo você. – respondi, desligando o celular em seguida.
Comi o pedaço do bolo, que estava muito bom, e depois fui tomar um banho.
Como eu havia dito ao Poncho, a Dulce e o Pollito se convidariam para vir aqui, assim às nove horas a campanhia do apartamento tocou, o porteiro nem interfonava mais.
- Annie! – os dois gritaram quando abri a porta e me deram um abraço sufocante.
Dulce e Pollito eram meus melhores amigos desde a oitava série. Havíamos nos conhecido na escola, primeiro a Dulce, e depois o Pollito, que era gay totalmente discreto.
Eu e o Pollito freqüentávamos a mesma faculdade, arquitetura, e Dulce fazia direito, apesar de tentarmos convencê-la a fazer moda, e tentar ser modelo. Acreditem, a garota tinha todo o potencial, ela era alta, magra e dona de lindos olhos castanhos, eu brincava com ela que se eu fosse lésbica ficaria com ela! E o Pollito dizia que se não fosse gay ficaria com ela também.
O Pollito também tinha uma beleza estonteante, alto, moreno, e com olhos castanhos, quase verdes, como ele vivia dizendo, poderia ter futuro na carreira de modelo, mas não gostava e preferia a arquitetura.
- Então, pode contar tudo, fala sério, sua última mensagem não dizia NADA! Só me deixou curiosa. – Dulce começou a falar rapidamente. – Quero dizer, que papo era aquele de reserva cancelada para algo mais interessante?
- É, alôou, acorda, escreve logo: Reserva cancelada para SEXO! – completou Pollito, não pude deixar de rir.
- Além do mais, dizer “algo mais interessante” é totalmente um insulto, já que “mais interessante” já é o Poncho, então, é totalmente inaceitável você voltar a dizer ou escrever isso! – disse Dulce, voltando da cozinha com dois pratinhos, cada um com um pedaço de bolo.
- Você esqueceu o meu. – eu disse.
- Você já comeu. – ela disse. – Agora conta tudo.
Revirei os olhos e sorri, aqueles eram meus amigos, nada delicados ou sutis, totalmente diretos e prestativos, sentei no sofá ao lado deles e comecei a contar sobre a viagem.